Noites de Verão escrita por Marina R


Capítulo 1
Capítulo 1: Confissões na madrugada


Notas iniciais do capítulo

Ai, que nervoso!! Tô meio sem o que falar, espero mesmo que vocês gostem, eu estou gostando tanto de escrever essa história! Dependendo das reviews, vou postar o próximo amanhã :D mas por favor, comentem algo, quero saber que caminho tomar! Beijos, seus lindos.



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– Só porque você é alta, tem o cabelo cacheado e não é um palito humano não significa que você é feia - cuspiu Luís, depois de ajeitar o jeans preto - Pelo contrário.

Victória riu para si. Era a quarta vez que ela ouvira isso, só naquela semana, porém seu corpo não deixava ela absorver as palavras. As frases e suas sílabas corriam por dentro de seu ouvido e saiam do outro lado. Ignorou o garoto e deu um sorriso com metade da boca.

A calça jeans dele estava larga demais, e a garota não conseguia parar de pensar nisso. Por que razão ele gostava da roupa caindo e caindo? Indagou isso olhando para o rasgo que a peça tinha na área do joelho. Lembrou-se que fora mais cedo naquela mesma noite; conseguia ver o sangue atravessando o pano. O curativo precisava ser trocado.

– Eu sei - repetiu ela, querendo fazer si própria acreditar - Eu só não me acho bonita... É natural.

Ele tossiu. Talvez por causa do comentário, talvez por causa da fumaça do cigarro que fumava com tanto gosto; nunca saberemos. Só sabemos que naquele instante ele se virou para Victória e correu com os olhos pelos lábios grossos da menina, pintados com o rouge mais vivo. Ele quis berrar.

– Não devia ser natural! Porra, que ódio. Por que o mundo é assim? É muito mais aceito pela sociedade a garota ter nojo do seu corpo do que amá-lo. Que merda.

Pegou o copo azul de cerveja ao seu lado, deu um último gole, e jogou-o para longe.

– Não é assim - disse ela, pensativa.

– É sim. Quando uma garota se olha no espelho e diz "uau, estou bonita!", logo ganha fama de metida.

Victória abriu a boca para discordar - sempre pronta para um debate saudável -, mas o silêncio que saiu de lá formou três pontinhos no ar. Olhou para seu pulso, o roxo ainda não passara. Depois olhou para a lua que iluminava suas cabeças.

Os dois estavam no telhado de uma casa. Mais especificamente, a casa de Rogério, primo dele e vizinho dela. Uma festa acontecia debaixo dos pés de ambos, porém não queriam estar lá. O telhado, por mais desconfortável e perigoso que fosse, era um lugar de pura calma e serenidade - apesar do funk péssimo que tocava a poucos metros abaixo, impossível de ignorar.

– Vai me dizer que não tem nada que você não goste em você?! - desafiou ela, deitando-se no duro para enxergar as estrelas melhor.

– Não - respondeu ele, seco. Imitou o movimento da garota e encostou a cabeça no braço fino - Eu tenho defeitos, mas já aprendi a viver com eles. Não sei se isso é estranho de se dizer, mas eu até que gosto deles.

A morena sentiu uma pontada no coração. Os defeitos eram pesadelos diários de sua mente, e nunca conhecera alguém que aceitava-os.

–Quero saber que defeitos são esses.

– Não, não quer - gargalhou - Não sei que ideia você tem de mim mas não quero arruiná-la... Ainda.

Ela deu uma risada monossilábica e olhou para o garoto, que tragava o cigarro entre os dedos com vontade. As cinzas caíram no colo dele.

– Não tenho ideia nenhuma... Afinal, nos conhecemos nesta noite.

– Você já sabe que eu sou um drogado tarado, pelo menos.

Os dois riram com vergonha. Ela brincou com umas pedrinhas que estavam do seu lado. Não queria olhar diretamente para ele. E ao mesmo tempo queria. E não queria! Não há sentido óbvio nisso, mas os jovens apaixonados sabem como é: a incerteza dos romances é a única certeza que temos!

– Até parece que penso assim... - falou ela, baixinho - Amanhã de manhã você vai voltar pra São Paulo, Luís, então não sei qual será a próxima vez que poderei te analisar e descobrir quais são suas falhas. Facilite meu trabalho e diga de uma vez.
Luís ajeitou o jeans novamente e coçou a cabeça raspada. Sua pele pálida parecia porcelana, ainda mais com o efeito lunar. Victória correu o olhar sobre as diversas pintas que ele colecionava em seu rosto. Ele decidiu confessar quando lembrou-se do momento em que os dois foram apresentados, poucas horas atrás. Sorriu pra si.

– Eu sou extremamente explosivo. Raivoso, de verdade! Isso você já sabe por causa do que aconteceu umas horas atrás - e riram - Também sei ser um imenso babaca com garotas. Eu as amo, acredite, mas já parei de contar a quantidade de vezes que as usei. E, para um cara de 18 anos, sou imprudente pra caralho e já dei uma vida de problemas pros meus pais. Egoísta também...

Ela encarou-o com interesse e seriedade, porém em seguida vomitou uma risada exaltada, acompanhada de lágrimas por causa do esforço da gargalhada.

– Você é um partidão - berrou ela, escondendo o rosto com as mãos.

– Ei! Vai se ferrar, eu estou tentando me abrir e você ri de mim.

– Não é de você... - desculpou-se - Eu sou popularmente conhecida por ter ataques histéricos de risada! E é bem do nada, então sinto muito. Não é você, sou eu.

O cigarro chegara a quase seu fim e Luís apagou-o ao pressionar a droga na telha. Fingiu estar repentinamente chateado.

– Isso me magoou, Victória. Você vai ter que me pagar terapia e as medicações que terei que tomar por causa dessa humilhação.

– Cala a boca - riu ela, aproximando-se dele.

Ele notou e fingiu não sentir as borboletas no estômago. Por mais raivoso que passasse ser, Luís era um bobo imenso. Sonhador nato, nunca confessou mas sempre foi fã de romances. Não daqueles melosos, gostava dos bonitos, que mudam a alma, que rejuvenescem o ser!

– E você? Quais são os seus defeitos? Não os físicos, isso você já me detalhou bem! - ele sorriu e ela fez o mesmo.

Parou de olhá-lo. Em sua face, uma expressão estranha surgiu. Victória olhava para cima, mas não era pro céu nem suas estrelas. Parecia atravessar aquilo, parecia não olhar para nada.

– Eu tenho dificuldade em... - começou, calma, e em seguida pigarreou - Me aceitar por completo. Não tenho a péssima autoestima que você imagina, tem momentos que eu me surpreendo comigo mesma. Momentos que eu agradeço por estar na minha pele. Mas eu tenho meio que um trauma de infância que ainda me destrói, uma vez ou outra.

Ficou quieta e Luís preferiu não dizer nada. Ela parecia estar lutando com as palavras, e ele queria deixar a batalha menos dolorosa. Como um cavaleiro de armadura dourada, ele disse:

– Relaxa. Temos todo o tempo do mundo... Sinta-se livre para decidir o quê dizer ou não pra mim. Só quero te confirmar que, tá, eu pareço um idiota completo, mas eu nunca sairia falando segredos seus ou sei lá. Não importa se eu te conheço a um dia ou um ano.

– Eu sei - confirmou ela, honesta, abrindo um sorriso torto e quase imperceptível - De alguma forma, eu confio bastante em você já... É só porque o quê eu quero falar eu nunca falei pra ninguém... Mesmo. Eu não gosto de mostrar-me vulnerável... Mas eu quero me abrir, acho que está na hora.

Luís encontrou-se num momento de curiosidade extrema e de preocupação inquietante. Os olhos de Victória tinham um triste brilho, e quando ela abriu a boca para falar, ele não conseguiu tirar o olhar por um segundo.

– Quando eu tinha uns onze anos eu sofri um bullying pesado na escola. Durou por três anos e for por causa dele que eu me mudei pra essa cidade. Vou explicar melhor...

"A minha mãe é sulista, então nós morávamos em Curitiba. Era maravilhoso, eu sempre amei aquela cidade, então quando eu entrei na quinta série minha mãe me mudou para um colégio particular muito bom e muito conhecido pela classe social dos estudantes. O pior jeito de rico, todos eram muito nariz-empinado mas, OK, eu fui pra lá animada.

"Não sei se você vai acreditar mas eu era extrovertida. Juro! Direto recebia reclamações sobre eu ser expansiva até que demais. Não dá nem pra acreditar porque hoje eu sou toda quietinha, mas antes eu era a mais animada!

"E isso, desde o primeiro momento, irritou muito os meus colegas de classe. Eles me olhavam com tanto desprezo quando eu tentava puxar assunto, quando eu participava das aulas, quando eu tentava me infiltrar naquela panelinha gigante!

"E um dia eu perguntei por que eles faziam aquilo. Luís, eles fugiam de mim no recreio. Eles faziam uma feição horrível quando eu tentava dizer qualquer coisa! Era tão frustante, e eu não tinha coragem de contar pra minha mãe, porque era vergonhoso! Eu, primeiro, queria entender o que estava acontecendo.

"Então, cheguei na maior garota lá da sala, uma nojenta chamada Rebeca, e perguntei por que raios eles eram daquela maneira comigo. Lembro-me que foi no final de todas as aulas. A professora já tinha ido embora, as outras crianças brincavam no pátio, e eu fiquei sozinha na sala com Rebeca e mais umas três meninas, amigas dela. Ela virou seu corpo duplamente mais alto que o meu, suas maria-chiquinhas estavam bem apertadas no coro, franziu o pequeno nariz que tinha e empurrou-me pelo ombro, sem mais nem menos.

"A próxima coisa que ela fez, depois de eu me desequilibrar quase que totalmente para trás, foi me perguntar se eu já me tinha visto no espelho. Demorei um século para responder, o que virou motivo de piada. Uma das amigas cochichou alto algo do tipo 'Ela não deve ter nem espelho em casa, de tão pobre que é'. Aí que eu notei que era uma pergunta real, nada retórica, e falei que sim, me olhava no espelho todas manhãs.

"'Você não notou uma coisa errada?', perguntou Rebeca, e eu continuei paralisada. 'Quem sabe sua cor.'"

Victória olhou para Luís para ver se ele ainda prestava atenção em suas palavras, e percebeu que ele estava congelado. De repente, um rubro tomou suas maçãs do rosto, e ele colocou uma mão na cabeça.

– Não consigo acreditar. Que filha da puta, que porra de educação é essa?

– Ela nunca recebeu - concluiu - Enfim, depois que ela falou isso, eu continuei quieta. Sinceramente, eu podia jurar que aquilo era um sonho bem estranho! Mas em seguida ela me deu outro empurrão, e gargalhou. E outro. Eu caio no chão, ela pega um suco de caixinha, derrama sobre mim, e sai da sala. Triunfante. E as amigas atrás.

"Isso tornou-se frequente. Toda semana elas conseguiam me encurralar em algum lugar... E quer saber, quando elas me empurravam, beliscavam, puxavam meu cabelo, era a etapa do 'processo' menos cansativa. A violência verbal é a pior, é a mais poderosa, e é a que me fazia ir para casa chorando. Dos mil xingamentos que elas diziam, macaca era o que elas mais se divertiam falando. Elas fizeram eu ter, na época, vergonha da minha própria pele.

"Depois que isso começou, todo dia eu falava pra minha mãe que queria ficar no colégio à tarde, para brincar com as minhas 'amigas' ou então para praticar natação. Inventei que tinha entrado no time, que era gratuito e o máximo! Tudo na vida dos meus pais estava dando certo, então eles nem questionavam. Estavam felizes que tudo estava dando certo pra mim também.

"Menti assim porque passava a tarde toda chorando. Escondia-me na estufa do colégio. Lá tinha as mais variadas plantas, e ninguém ia lá além de um jardineiro engraçado que nunca me viu espremida debaixo das mesas. Ele entrava lá, todo dia no mesmo horário, fazia seu trabalho e ia embora. De vez em quando cantarolava. OK, estou fugindo do foco. Vou resumir:

"Um dia minha mãe ligou para a secretaria do colégio pedindo para conversar com o professor imaginário de natação. 'Queria avisá-lo que buscarei minha filha, Victória, meia hora mais cedo por causa de uma consulta médica!', 'Desculpe, minha senhora?', 'Ela não poderá participar até o final da aula de natação', 'Hã, nós não temos natação como atividade extracurricular, senhora. Tínhamos, ano passado, mas este ano reformas estão sendo feitas na piscina e toda a área aquática, impossibilitando essa atividade'.

"Então a secretária passou a ligação para a diretora, que avisou para minha mãe que... Hm, a filha dela também não tinha amigos. Na verdade, até estava pensando em ligar para ela porque a situação da filha era preocupante! Passava o recreio sozinha, não interagia nas aulas ou com os alunos, não fazia os deveres de casa.

"Chamaram meu nome nos autos-falantes naquele dia, e eu sabia que tinha sido pega. Estava analisando as pétalas de uma flor laranja, e nunca tinha visto tanta beleza na minha frente. Então ouvi meu nome e fui retirada do meu mundinho, tudo virou cinza.

"Chegando em casa, minha mãe fez questão de recriar inteiramente o horror que aquela ligação foi pra ela. A preocupação, a confusão, a decepção que ela sentiu, eu nunca imaginaria o tamanho, segundo ela! Quando ela parou de berrar, eu falei, exatamente assim: 'Mãe. Eu não estou aguentando. Não quero explicar. Só me tira dessa cidade. As pessoas me odeiam, mãe, e eu estou começando a me odiar de verdade. Então me tira da cidade. O mais rápido possível.

"... E ela tirou. Três dias depois chegamos aqui. Ainda não tínhamos onde morar, então minha tia nos deu lugar na casa dela. Ela nos ajudou muito... Encontrou uma casa à venda e um colégio de qualidade, que eu só entrei duas semanas depois, por conta do medo. Demorei um pouco pra acompanhar mas me adequei bem e segui a vida"

Luís olhou a menina, completamente sem reação. Ela também o olhava, curiosíssima para saber qual seria sua reação. Bom, ele tinha tanta coisa pra falar! Queria mostrar sua posição quanto ao racismo, sua indignação e sua tristeza quanto a situação anterior dela, mas todas as falas embolaram num completamente inadequado:

– Poxa, cara.

Victória não sabia se gargalhava ou ficava chateada. Preferiu ter outra crise histérica. Rolou para o outro lado e chegou a ficar sem ar. A risada da garota era audível no andar de baixo.

– Não, não, eu não queria falar isso! - tentou consertar - É porque eu estou perplexo com a sua história! Pare de rir, Victória.

Ela tentou, e tentou de novo, e o fato de fracassar fez o menino rir junto. Sentiu-se um idiota.

– Eu te acho incrivelmente forte - elogiou Luís - Você não tem ideia o tamanho da admiração que eu sinto agora.

– Que exagero... - envergonhou-se.

– Não sei se eu aguentaria isso sozinho. O fato de você não contar pra sua mãe foi uma decisão muito... Caralho, não sei, só sei que deve ter sido difícil demais e, por mais que eu ache que você deveria ter contado desde o começo, respeito o que você fez... - ela sorriu sem ele ver - E antes que eu me esqueça, um pensamento que passou na minha mente foi como que você ainda tem cicatrizes disso.

Ela umedeceu os lábios antes de falar, com o cenho junto:

– Como assim?

– Victória, a sua timidez é fruto disso. Esse seu lado antissocial nasceu aí. E, provavelmente, sua insegurança também.

Uma brisa de verão passou por seus corpos como cócegas, e foi neste instante que a garota abriu a boca e a mente. Um novo túnel mostrou as caras: ela entendeu, finalmente, porque era daquela maneira. Achava que era coisa de adolescente, "besteira", porém as raízes eram psicológicas e provindas da porcaria de um trauma. Ou seja, suas inseguranças eram muito mais difíceis de acabar, já que não era mais uma fase da vida, e sim algo com um pé científico... Mas pelo menos ela já tinha onde começar. E, às vezes, é só isso que a gente precisa: um ponto de partida.

Victória agarrou o menino pelo ombro e deu um abraço tão apertado que Luís não conseguiu se ajeitar para encontrar oxigênio. Logo, teve que dar uns tapinhas de socorro das costas da garota. Ela segurou o rosto dele e sorriu com todos os dentes.

– Obrigada. Simplesmente, obrigada. Eu sei que isso que você falou soa meio óbvio, mas eu nunca cheguei a essa conclusão, até porque eu evito pensar no que aconteceu comigo. Evito mesmo. Lembrei essa noite só por causa lá da revista do pai do Rogério - e riu.

– O que posso dizer? De nada, querida.

Ela passou a mão na cabeça quase careca dele, e jogou-se na telha, demonstrando cansaço e alegria. As pernas de ambos se entrelaçaram sem nenhum dos dois perceberem, na hora que estavam arranjando uma posição melhor. Quando Victória notou os pelos da perna dele eriçados pelo frio, e Luís sentiu o calor que recebia pela pele dela, os dois olharam para o outro. Sorriram como amigos e pensaram como amantes.

O local parecia mais escuro e melancólico que antes, e a lua estava coberta por uma camada de nuvens de formatos engraçados. Luís começou a pensar na viagem que seria a poucas horas a partir dali, já que eram três e meia da madrugada e o voo seria por volta das onze. Ele não queria voltar para São Paulo. O ar pesado, o trânsito caótico, a multidão: não gostava de nada disso. O charme da cidade pequena, isso sim lhe atraia. Ah, Victória também lhe atraia - e como!

Um momento de silêncio foi compartilhado e os dois nunca haviam presenciado coisa tão bonita. Ali, um colado no outro, além de pensarem em seu próprio nervosismo, os dois pensavam no que estava acima deles. O céu era infinito e também eram as possibilidades. Futuro, carreiras, viagens! Foi aí, nessa atmosfera de equilíbrio que Victória entendeu a expressão "Hoje é o primeiro dia do resto de suas vidas". E, caralho, como ela queria viver. Sentir as flores, nadar no mar, dançar na rua, vestir roupas da avó, cozinhar um brigadeiro, abrir um livro novo, tomar banho de chuva, respirar o ar da vida!

Tinha um bom tempo que ela não se sentia assim.

– Obrigada pela noite - virou-se ela para o garoto magrelo - Achei que essa festa seria horrível.

Luís aproximou tanto o rosto que Victória sentiu seu estômago revirar.

– A noite ainda não acabou - sussurrou ele, no ouvido da garota, e ela sorriu abertamente.

Levantaram-se com dificuldade, um segurando na mão do outro para não desequilibrar, e entraram no quarto de Rogério, pela janela.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo vamos voltar no tempo e ver como eles se conheceram... Sei lá, estou insegura,então me digam: ficou legal?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! PELO AMOR DE JESUS