Almost an Angel escrita por Hana


Capítulo 5
O Primeiro Lado da Porta


Notas iniciais do capítulo

eu nao abandonei a fic o eu apenas nao estava tendo vontade de postar nada e eu sou ruim para atualizar :c desculpem
mas aeeee tem capitulo
eu dividi ele em duas partes, espero que gostem o



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Os céus escureceram a um ritmo assustador, como se engolisse todas as cores, tornando as quatro casas do castelo melancolicamente preto-cinza. As chuvas ainda não tinham cessado, pioravam a cada dia. Os muros de pedra começavam a ficar húmidos, o som ensurdecedor da chuva que batia nos vidros invadia as salas e os corredores abafando as vozes e murmúrios.

As aulas no exterior foram mudadas ou canceladas. Os alunos ficaram proibidos de enviar corujas para o exterior e até o senhor Hagrid que é o nosso guarda dos campos foi obrigado a deixar a sua cabana e ficar no castelo até as chuvas pararem.

Hoje, os alunos da Corvinal e da Grifinória do quarto ano seguiam para a sala de História da Magia, onde o Professor Mycroft esperava-nos junto à sua mesa. Rapidamente as dezenas de carteiras foram preenchidas entre a variedade rostos cobertos pelas suas capas pretas e claro, com os livros de couro com cheiro a mofo e pergaminhos juntamente com os tinteiros e penas preparados para serem usados.

Porém, um grande descontentamento voou pela sala quando o professor pediu que fechássemos os nossos livros.

– Como sabem, ou pelo menos podiam saber, este ano iremos estudar a obra mágica conhecida pelos britânicos como Stonehenge e o período de caça-às-bruxas. E para aqueles que não tem o mínimo de curiosidade em abrir os seus livros, Stonehenge é uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco metros de altura e a pesar quase cinquenta toneladas localizada no sul da Inglaterra, onde acreditasse que era usado para estudos astronômicos, mágicos ou religiosos. – O professor caminhava entre as carteiras com as mãos atrás das costas sem um ponto fixo no olhar. Parou, inspirou e sem perder a sua postura rígida disse com um sorriso triunfante no rosto quase como se já tivesse vencido uma guerra. – Claro, segundo os trouxas. Contudo, pelo amor a Merlin, nós não somos trouxas! Porque o bruxo conhece os segredos desconhecidos pelo trouxa, mas o bruxo não conhece os segredos da magia. Stonehenge é uma das fontes de magia mais antigas existentes na Inglaterra, conhecido pelos arqueólogos bruxos por ser uma chave de portal que o Ministério da Magia nunca conseguiu controlar. - Fez uma pausa, olhando para a janela que em sua volta tinha fios de teia de aranha que tremiam de vez em quando o vento e a chuva faziam ricochete no vidro.

Ao lado da mesma estava sentando um grifino de cabelos cor-de-areia e olhos que procuravam pela atenção do professor enquanto estendia o braço no ar. Atrás dele está Demetria, que normalmente fica escondida porque Uther Brenin era mais alto que ela e desse jeito parecia nem estar presente na sala. - Diga senhor Brenin.

– Tenho uma questão. Para onde leva a chave de portal?

– Sul de Gales. Vitimas, especialmente os trouxas já foram levados, porém curiosamente eles nunca sabem como foram levados. Num momento estavam em Stonehenge e no outro em Caerleon. - Mycroft fez um gesto com as suas mãos supondo que uma representava Stonehenge e a outra Caerleon.

Alguns sussurros espalharam-se pela sala, mas o professor tomou o controlo da turma e direcionou a palavra a Irene Lenine.

– Tem alguma ideia de quem criou a chave de portal? É possível remover a chave?

– O local é rodeado por extrema magia de milhares de séculos, o ministério não conseguiu até hoje localizar a chave ou identificar o bruxo que a criou. Por esse motivo o Ministério da Magia não a pode remover.

– Os bruxos do ministério não consideram o local prejudicial? - Demetria lançou as palavras antes mesmo de uma interjeição do professor, mas ele apenas se limitou a olhar e por alguns segundos procurar nos seus pensamentos.

– Não. Porque nos últimos anos não tem existido atividade em Stonehenge, como um vulcão extinto...

– Porquê? Ele não funciona mais? - Demetria cortou o professor esperando uma resposta.

– O ministério não sabe, mas os arqueólogos bruxos interpretam como um sinal que se está para acontecer alguma coisa. Mas por agora, isso são assuntos para o Departamento de Mistérios tratar, porém hoje então vamos começar com o primeiro capítulo do livro sobre bruxas medievais.

Notei o professor Mycroft esgueira-se para dentro de uma porta que existia atrás da sua mesa perto do quadro negro. A porta em si era igual a qualquer outra que existisse no castelo. Não sei o que está por de trás da porta, são poucos aqueles que são autorizados a entrar e mesmo esses não comentam sobre a existência do que quer que exista para além da porta. Uma sala, um escritório, uma biblioteca cheia de pergaminhos antigos ou um lugar diferente onde não está a chover constantemente?

Virei algumas páginas do meu livro e parei em uma folha que tinha a imagem de uma pintura de Joanna d'Arc.

“Acusada por bruxaria pelos britânicos quando foi capturada pelos mesmos devido ao fato de ser a adorada santa de França, inimiga da Inglaterra. A “Virgem de Orléans” aos dezanove anos foi queimada viva numa fogueira.”

Na pintura, Joanna tinha os braços atrás do corpo provavelmente amarrados e vestia um longo vestido branco com várias cordas ajustadas ao corpo dela detalhando-lhe os contornos do corpo e acorrentando-a ao poste atrás das suas costas. Os seus pés estavam nus e feridos remexiam-se sobre a pilha de galhos, paus, troncos e outros pedaços de madeira amontoados ali, a momentos de arderem e consumirem tudo à sua volta e os cabelos dourados de Joanna perderam a brilho.

Eu podia sentir a pulsação da pintura, enquanto as cores das chamas dançavam para alcançar Joanna. Mas perante a multidão, Joanna respirava levemente e o seu rosto não expressava o fato que estava prestes a arder em chamas. De cabeça erguida mantinha os olhos abertos para o céu celestial pintado.

Coloquei a mão sobre a página porque não queria ver o que ia acontecer na imagem da pintura. Fogo, chamas, dor, morte… Eu odeio guerras, batalhas, confrontos, brigas ou o que implique machucar os outros, mas por alguma razão inexplicável, sentia-me incomoda por outra coisa. Como se os nossos corações fossem o mesmo, podia sentir o meu coração a mudar de batimentos, a tentar alertar-me para algo. Como código morse. Mas eu não sei código morse e também não sei o que o meu coração está a tentar dizer-me. Sob a ponta dos meus dedos senti algo macio, húmido e quente, fui levantando a mão lentamente e uma dor aguda fez sentir-me no peito. Dobrei o corpo sobre a carteira e olhei para a minha mão direita. Havia um coração rosa e pulsante de onde sangue escorria para as páginas do livro. Eu tinha um coração entre os meus dedos.

Desperte Anne.

Fechei os meus olhos e voltei a abri-los, mas o coração continuava na minha mão.

O Sonho tem que acabar.

O meu peito ardia em chamas e a minha visão começou a fraquejar.

Anne acorde!

Pisquei os olhos e notei que Demetria estava ao meu lado. Olhei para o meu livro que continuava aberto na mesma página e a minha mão limpa e sem sangue nenhum.

"Anos depois da sua morte, Joanna d'Arc foi proclamada inocente. Foi uma dos milhares de vítimas trouxas mortos culpados por bruxaria da época de Caça-às-Bruxas.

Joanna d'Arc (1412-1431)"

– E-eu adormeci? - Concluí. Percorri o olhar pela sala, continuava tudo normal. O professor Mycroft ainda não voltou, se eu caí de sono não pareceu que foi por muito tempo. Demetria olhava-me diretamente, nos seus olhos castanhos havia uma intensidade de preocupação. Senti-me mal. - Eu não dei por nada. Desculpe Demetria.

– Anne, não tem que se desculpar, não fale isso. Você dormiu bem? Continua a ter pesadelos? - Permaneci em silêncio. Senti um déjà vu. - Vou falar com a Charlotte depois para que te prepare uma poção.

– Miss Crawford, porque não está sentada no seu lugar? - A voz do professor Mycroft surgiu por cima da minha cabeça. Tinha as mãos atrás das costas e lançava um olhar rígido para Demetria.

– Porque eu... Eu preciso fazer xixi. E ficar sentada faz com que eu precise mais ainda. - Com este comentário, instalou-se o riso na sala inteira e o rosto do professor tornou-se encarnado. Olhei para Demetria preocupada. As próximas palavras do professor Mycroft podiam leva-la a uma ida à diretora ou um castigo. A culpa é minha, tenho que fazer algo.

– Prof... - Mas a minha voz perdeu-se antes que alguém me escutasse.

– Isso é inconveniente, Miss Crawford. Por favor, vá logo. - O professor indicou para a porta, por onde Demetria se apressou e sorriu antes de sair por ela.

Após a saída da Demetria, o sinal da manhã tocou, o que indica que a primeira aula acabou. Arrumei o meu livro e os restantes materiais que tinha disposto na mesa. Olhei para trás, para a carteira da Demetria que ainda tinha tudo por arrumar e virei-me para a porta por onde corvinos e grifinos saiam juntos da sala. Não vou ter aula na próxima hora e não sei se a Grifinória vai ter. Levantei-me e arrumei os materiais dentro da sua bolsa, o que na verdade ela só tinha tirado o livro.

– Anne Crawford? - A voz do professor veio das minhas costas.

– Sim, professor Mycroft? – Ergui a cabeça, olhando para os olhos tempestuosos do professor, como o clima.

– Se não estiver ocupada, gostaria de lhe pedir um favor enquanto eu passo na biblioteca. Gostaria que me arrumasse uns livros para dentro daquela sala. - Ele olhou para a sua mesa disposta com vários livros empilhados e ansiosos por alguém que os arrume. - É um gesto simples e ainda atribuirei pontos pela sua ajuda. E por favor peça para a Demetria Crawford, quando voltar para a ajudar antes dos outros alunos chegarem. - Acrescentou enquanto caminhava até à porta e saiu, deixando-me sozinha com a porta enigmática, por onde poderia estar o maior dos segredos ou absolutamente nada.

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Notas finais do capítulo

proximo capitulo se chama "O Segundo Lado da Porta"
se tiver algum erro por favor me digam D:



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