Because Of You escrita por Beatriz Prior


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente. Eu sei, que demorei e peço desculpas, tenho uma má notícia... Esse é o último capítulo (;-;).
Vou sentir saudades, mas tenho uma boa notícia também! Vou tentar fazer outra fic, de Divergente? Não, sinto muito :c
É da saga A maldição do tigre, acho o livro incrível e adoraria fazer uma fic sobre ele, não se preocupem, vou fazer ela bem melhor.
E espero que tenam uma boa leitura, eu amo todos vocês!!



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Acordei em um quarto mal iluminado, havia suor por toda minha face, estava horrível ali, levantei-me e escorreguei para outro cômodo com uma dor de cabeça latejante. Senti um enorme vazio em meu peito, me senti horrível, o que acontecera comigo? Cenas capturadas de ontem á noite havia passado pela minha cabeça, não, não, não, não! Tobias... Engoli em seco, não podia ser, ele devia estar na casa dele, deitado com os pés pra cima, Vai ficar tudo bem.

Vi duas imagens sentadas num sofá marrom claro, ambos olharam pra mim quando entrei, era Tori e George.

– Onde está Tobias? – soei presunçosa, mas sabia a resposta e temia que a fosse.

Os dois suspiraram forte se entreolharam, um olhar que parecia que iriam inventar uma mentira.

– Érr... – começou George, mas o interrompi antes que terminasse.

– A verdade. – disse com uma voz firme por fora, porém, por dentro parecia que eu estava desmoronando, um vulcão em erupção, prestes a explodir. Ele suspirou forte novamente e começou de novo.

– Ele morreu, Tris.

Eu já estava esperando a resposta, mas ela veio com uma bomba que apareceu sobre meu peito e abriu uma cratera que não podia ser restaurada, medo deve ter invadido minha expressão, pois George parecia preocupado, Tori se levantou e o puxou para mais perto dela, me dando um pouco de espaço. Minha garganta se fechou num nó, e ficou impossível de gritar, meus joelhos pareciam gelatina, eu estava encolhida no chão agora, entorpecida, amedrontada, furiosa, mas com quem? Eu fiz isso! Estou furiosa comigo mesmo.

Soergui do chão e caminhei para fora da casa de Tori, comecei a andar, mas meus passos foram ficando firmes e agora estava correndo, não ouvi nada nem ninguém me seguindo, ótimo, queria ficar só. Corri até minha cabeça estar totalmente desocupada de pensamentos e até que meus músculos protestassem, quando senti os efeitos, sentei numa calçada qualquer e enfiei meu rosto em minhas mãos e pensei em como e o quê iria falar para a Sra. Evelyn sobre a morte de seu filho.

Senti meus pensamentos se direcionarem á morte dele, meus olhos agora ardiam com as lágrimas contidas, levantei de imediato e corri, soluçando, fraca, todo me encarando ao passar. Todos sem importância. Ninguém me faz se sentir tão bem como ele fazia, havia algo entre nós, uma corda que ligava meu coração com o dele, agora, parece que essa corda foi arrebentada.

Parei por um minuto apoiando em meus joelhos, abaixei a cabeça e deixei que as lágrimas rolassem, me reergui, olhando para frente novamente, deixei que os pensamentos dele soltos em minha mente e lutei para encará-los de uma vez, andei até a casa de Lynn, entorpecida, frágil, tão frágil que o vento que dançava em meu rosto me fazia chorar.

***

Estava sentada sozinha na sala assistindo um programa nada legal, isso não importava mesmo, não conseguia me concentrar no que eles falavam, minha cabeça ainda estava solta com a ideia de ter perdido Tobias, o único a quem entreguei meu coração, tão facilmente. Mas como minha mãe dizia: O amor se lembrará, se lembrará de nós, de tudo, pra sempre... Limpei as lágrimas que caiam sobre minha bochechas e respirei fundo, minha alma estava dividida, uma estava aqui e a oura havia ido... Mas não posso deixar isso assim, eu vou matá-los.

Lynn entrou enfurecida na sala batendo a porta com força, sua atitude me tirou de meus devaneios, tive vontade de agradecê-la.

– O que houve? – perguntei com uma voz fraca.

Ela me olhou confusa mas respondeu mesmo assim. – Já disse, sobre Christina, pegaram ela se drogando dentro de um carro! Ela quer que eu pague a fiança.

– Ah. – foi só o que pude responder.

– Ah? Só isso? – perguntou ela incrédula.

Não respondi.

– O que aconteceu Tris?

Balancei a cabeça, mas Lynn não era fácil de se livrar, então forcei meu melhor sorriso e respondi.

– Nada! Estou bem, só um pouco faminta, – o que de fato era verdade – pode fazer um lanche pra mim? Se não for muito incômodo.

Burra, burra, burra, ela sabe que você não é tão formal assim! Ela me olhou considerando um pouco e depois se levantou indo para a cozinha. Ela passou um tempo lá e voltou com uma bandeja com suco, um prato com comida que havia: purê, arroz branco com molho por cima, carne torrada com algumas gotas de limão por cima – senti o cheiro de longe -. Do lado do prato havia um copo com sorvete de hortelã e pedaços de chocolate – que eram meus preferidos -. Olhei para o lindo prato que estava diante de mim, mas não estava com vontade de comer, fiz uma leve careta, mas para convencer Lynn de que eu estava bem, comi tudo.

Depois que se deu por vencida, foi em direção ao seu quarto, depois que ela chegou e fechou a porta, levantei-me e fui para a casa de Tobias, eu tinha de dizer, agora ou nunca.

O clima estava frio, depois de alguns minutos andando, resolvi pensar no que dizer para Evelyn. Desculpe, seu filho foi tentar me salvar e acabou morrendo ou Fui uma idiota, arrisquei minha vida como uma rebelde e seu filho me salvou como um herói. Argh! Precisava de algo bom o bastante, mas o pior, é que essa era a verdade, e a verdade nem sempre é boa o bastante. Acho melhor contar o que vier na minha cabeça, eu estou tão aflita quanto ela, na hora, vai sair a melhor das coisas. Assim eu espero.

Ao chegar em sua casa, hesitei em bater na porta, ok, vamos lá, seja corajosa. Bati na porta e Evelyn atendeu, ela estava com os cabelos bagunçados e havia manchas roxas sob os olhos, ela deve ter passado noites em claro esperando seu filho, suas feições não eram mais tão jovens agora, ela parecia mais velha, havia rugas de preocupação. Ao me ver, seus olhos brilharam e seu rosto relaxou, mas havia uma pontada de desapontamento ali, hesitei em falar, tomei fôlego e perguntei.

– Posso entrar?

Ela acenou com a cabeça e olhando pra baixo saiu do caminho para que eu passasse, ficara triste de novo, ela sentou no sofá e fez um gesto para que eu sentasse á sua frente, era meio estranho que ela não falasse nada, talvez não tivesse forças, ou não quisesse me dirigir a palavra. Limpei a garganta e quando ia começar com meu discurso improvisado ela levantou a mão para que eu me calasse.

– Sei o motivo de você estar aqui, ele me disse por que estava saindo, mas como pode ver, ele ainda não voltou. – disse com os olhos já cheios de lágrimas – Você mais do que qualquer um sabe sobre ele – continuou- então me diga, onde ele está?

Meus olhos começaram a arder, e não pude conter as lágrimas, elas rolaram silenciosamente sobre minha face e isso bastou para Evelyn saber onde ele estava, ela baixou a cabeça e soluçava baixinho.

– Eu sinto muito. – falei entre soluços.

Levantei-me e fui em direção á porta, ela precisava de um tempo sozinha para absorver tudo isso, ao abrir a porta ouvi ela me chamar.

– Beatrice!

Ela estava atrás de mim com os olhos vermelhos.

– Onde ele está? Seu... Corpo. – engoli em seco e tentei me lembrar onde estava, as imagens em minha mente estavam meio obscuras, borradas, me lembro de seu corpo no chão inerte, lembro-me de uma dor aguda em meu maxilar e depois... Nada mais. – Então? Você sabe onde ele está? – perguntou com um brilho de esperança nos olhos. Eu podia não saber, mas Tori ou George saberiam. Acenei com a cabeça, formou-se um sorriso sem vida no seu rosto e ela saiu comigo para a casa dos dois irmãos.

***

A viagem foi silenciosa, nenhuma se acusou a falar, ela estava afogada em seus pensamentos e eu estava nos meus. Eu tinha que avisar á minha mãe, ela ficaria triste por mim, Andrew, era outro caso, ele provavelmente ficaria feliz, se pudesse dava uma festa, Caleb era solidário, mas do jeito dele, ele ficaria triste, mas arrumaria um jeito de me alegrar e alegrar a todos. Em um súbito, todas as memórias de Tobias vieram em minha mente. O dia em como nos conhecemos, nossas conversas no almoço, seu jeito de me fazer bem, o passeio no parque, seu sorriso, os olhos brilhantes, as tatuagens que me encantaram, o acidente de carro, e por fim, a sua morte. Isso me doeu, mas a vida não é um mar de rosas. Lágrimas ameaçaram a minha vista, mas as engoli e fiquei firme, por ele.

Ao chegarmos na casa de Tori, não precisamos bater na porta, seu irmão veio atender como se esperasse nossa visita, ele estava com o olhar pesaroso, como ninguém falou, resolvi quebrar o silêncio.

– George, essa é a Sra. Eaton – apresentei – Sra. Eaton, esse é George.

– Evelyn, me chame de Evelyn. – disse com a voz rouca.

Ele acenou e nos convidou á entrar. A casa estava do mesmo jeito em que a vi pela primeira vez, Tori estava sentada num sofá pequeno lendo um livro, não consegui ver o título, estava meio escuro e a posição em que o livro estava, tornava impossível.

– Viemos saber onde está o corpo do meu filho. – anunciou Evelyn.

– Claro, bom.. Tris, íamos dizer onde estava, mas você saiu daqui tão apressadamente que deixou tudo impossível. – disse com sua voz firme e simpáica.

– Desculpe, eu estava meio entorpecida.

– Claro, entendo. Pois bem, o corpo está no meu quarto, eu coloquei-o na minha cama. – disse baixinho com um certo carinho em sua voz. Não era de se surpreender, Tobias encantava á todos apenas com um olhar, ou um sorriso. – Sigam-me. Seguimos ele por um corredor estreito, passamos pelo quarto onde eu estava adormecida – que provavelmente era o de Tori - , mais á frente havia outro. O quarto era pouco iluminado – como toda a casa – as janelas haviam sido tampadas com tábuas de madeira, era um quarto pequeno, porém confortável. Havia uma mesinha de estudos com vários livros em cima, alguns títulos eu ainda reconheci: A guerra dos mundos, O nome do vento e O homem pintado. Todos da ficha de leitura da leitura da escola, mas nunca os li, apenas pegava o resumo na internet. Ao lado dessa mesinha havia uma cama de solteiro, sob ela estava o corpo de Tobias, sua mãe – que agora estava ao lado do corpo – choramingava baixinho e murmurava palavras ininteligíveis perto de seu ouvido.

Meus olhos ardiam e lágrimas rolaram pela minha face, as roupas sujas que usava fora trocadas por limpas, cheguei perto de seu corpo, o balancei algumas vezes com esperança de que ele estivesse apenas dormindo, para que ele pudesse se acordar e me dar um único beijo de despedida, mas não aconteceu, ele se foi mesmo, levantei os olhos para conter as lágrimas e vi George encostado na parede enxugando suas lágrimas com a mão, Evelyn agora de pé, respirou fundo.

– Vamos levar ele. – disse lutando para que sua voz saísse firme.

George acenou com a cabeça e o colocou apoiado nos largos ombros que possuía, o seguimos, chegamos na sala e o rosto de Tori estava molhado, os olhos repletos de dor e solidariedade, fui até ela e a toquei em sinal de compreensão, ao sair da casa, vi Evelyn sentada no banco de trás com a cabeça do filho no colo e o resto do corpo estirado ao lado dela no banco, senti um aperto em meu coração, e se aquele corpo fosse o meu? E se aquela mulher não fosse Evelyn, e sim minha mãe? Acho que seria melhor assim, pensei. Sentei-me no banco da frente e George seguiu em direção á funerária.

***

Ao chegarmos lá, Evelyn faz tudo que precisa com um peso na voz, não escuto o que eles falam, mas algumas palavras soam abafadas como, caixão, enterro, jovem demais. Estremeci. Sem aguentar ficar mais um segundo ali, decido ir pra fora a fim de tomar um vento, mas nada melhora, vejo algumas pessoas saindo e entrando chorando com fotos agarradas ao peito, caixões de várias cores sendo entregues á uma equipe de apoio, e um carrinho que vende rosas. O cheiro da grama molhada me envolve, fecho os olhos e imagino o dia em que estávamos no parque novamente, era apenas risos e alegria, até a hora do acidente... Balancei a cabeça afastando essas memórias de minha cabeça e olho para o céu escuro e repleto de estrelas, um vento frio passa por mim trazendo o cheiro de rosas com ele, respiro profundamente inalando o cheiro com fervor.

Ouço a porta se abrindo e avisto Evelyn seguida por George. – Vão enterrá-lo amanhã. – diz Evelyn com a voz seca. Encaro-a incrédula, como podem permitir que ele fique aqui com essas pessoas? Eu o quero perto de mim! – É melhor descansarmos Beatrice. – continuou, percebendo a incredulidade em minha expressão. George toca em meu ombro e acena com a cabeça e relaxo ao seu toque, suspirei e concordei. Não havia nada que eu pudesse fazer contra.

Depois que George deixou Evelyn em casa, ele foi me deixar, o caminho foi longo e silencioso, nenhum se acusou a falar, bom, nenhum de nós estava com vontade, Cheguei em casa e Lynn me espionava pela janela, antes que eu pudesse tocar a maçaneta ela se abriu, o rosto de Lynn estava com linhas de preocupação e desespero.

– Onde estava? – perguntou.

Suspirei e entrei sentando-me no sofá, sabendo que ela estava me seguindo me preparei para contar a verdade, não havia motivo para esconder agora.

– Tobias morreu, - fui direto ao assunto – e fui ver seu corpo hoje. Sua expressão continuava a mesma, mas seu rosto havia ficado pálido. – O que? – disse quase sem acreditar. – Eu sei. – digo com um pesar no peito. Num súbito sinto seus braços me envolvendo em um abraço amigo. Ela afaga meus cabelos querendo me confortar e me permito chorar em seu ombro, sua voz suave me acalma um pouco e me desvencilho de seu abraço, sua mãe veio até mim e me perguntou o que houve, falei tudo desde o começo – de quanto tive a ideia de me rebelar – até o fim. Houve um pequeno silêncio e Lynn perguntou.

– Deve estar cansada, quer dormir um pouco?

– Sim, claro, amanhã é o enterro dele e preciso estar acordada.

Lynn me levou até seu quarto e me deitou em sua cama, ao me aconchegar debaixo do cobertor, desmaiei de sono.

***

Acordei de manhã com o cheiro de comida no ar, olhei para o lado e vi Lynn no pequeno sofá com uma bandeja de comida em seu colo, ele me observava com curiosidade.

– O que houve? – perguntei desconfiada de sua expressão. – O que está olhando?

– Você, não parava de murmurar o nome dele. Estava sonhando com ele?

– Não, quer dizer, acho que não. – Admiti.

Não me lembrava de ter sonhado, nem de ter falado, pra mim eu só caí no sono. Ela parece ter considerado a ideia, me entregou a bandeja e saiu do quarto, ela usava um vestido longo e preot com um casaco curto de rendas. Já estava pronta pro enterro. Comi apressadamente e me lavei, ao sair do chuveiro, tentei escolher em minha mente o que ficaria melhor para se usar, claro que o certo era usar preto, mas qual o motivo do preto? Eu poderia usar branco... Para mostrar-lhe paz. Sim, eu irei usar branco. Procurei entre os vestidos de Lynn algum branco – e apropriado -, achei um abaixo dos joelhos, com alguns diamantes formando a figura de um pássaro com as asas abertas na parte de cima do vestido, sua saia era lisa e havia umas faixas douradas formando um V de cabeça pra baixo. É lindo.

Prendi meu cabelo num rabo de cavalo e desci as escadas, encontrei Lynn e sua mãe em pé perto da porta, ela me olharam com uma confusão no olhar.

– Branco? – perguntou Lynn. O fato de eu estar usando seu vestido não a incomodou e sim o fato de eu estar usando branco.

– Sim, para dar-lhe paz. – digo envergonhada.

– Bom, é lindo! – disse sua mãe. – E uma mensagem muito adorável de sua parte.

Agradeço com um sorriso e saímos para seu carro, Lynn virou pra mim e me preparei pra levar uma bronca por usar seu vestido, mas não aconteceu por incrível que pareça.

– Solte seu cabelo, se está com esse vestido, dê algum valor á ele. – disse tirando meu cabelo do elástico. – Ah! E sim, eu reparei em meu vestido, mas não é uma manhã para brigas. – disse dando um sorriso torto. Acenei com a cabeça. O resto do percurso foi silencioso, quando chegamos no local, vi minha família, Evelyn deve ter contado a notícia, havia me esquecido completamente de lhes dizer. Andei em direção á Caleb que abriu os braços para me abraçar, aceitei esquecendo tudo que ele fez de ruim pra mim. Olhei de soslaio para meu pai e ele estava com uma expressão pesarosa, quase triste, desvencilhei-me do abraço de Caleb e andei na direção de Andrew, ele parecia triste por incrível que pareça, ele estava como todos os outros: chocados pela morte levar uma pessoa tão nova.

– Você está triste ou é impressão minha? – disse com um tom frio na voz.

– Eu tenho sentimentos Tris. – disse ele usando meu apelido, isso me desarmou completamente. Suavizei minha expressão e considerei que ele estivesse mesmo triste por Tobias.

– Achei que não gostasse dele. – disse baixinho.

– Eu não gostava, mas tenho respeito, e me chocou em saber que ele morreu, é um garoto tão novo. Como aconteceu Beatrice?

– Eu... Eu não sei, talvez Evelyn saiba. – respondi com a voz rouca. Não queria contar-lhe sobre isso, e se eu mentisse, Evelyn provavelmente contaria outra história e me chamariam de mentirosa.

Antes que ele pudesse responder, alguém chamou e todos estavam indo em direção á uma pequena capela, antes que eu chegasse uma mão me puxou pelo cotovelo, me virei e vi minha mãe com um sorriso forçado no rosto, a abracei sem hesitar e ela me envolveu em seu abraço quente e reconfortante, ao nos separarmos ela me lançou um olhar que já dizia tudo: Desculpas e eu sinto muito. Lancei-lhe um sorriso triste e seguimos para a capela de mãos dadas. O caixão de Tobias estava á frente e todos estavam sentados em seus devidos lugares, olhei para frente e vi Evelyn acenando para que sentássemos na frente, ao lado dela. Enquanto eu passava pelas pessoas elas me olhavam curiosas, provavelmente se perguntando o que diabos uma menina está fazendo de branco num enterro.

Apenas segui em frente sem olhar-lhes nos olhos, sentei-me entre Evelyn e minha mãe, o padre começou a falar e de vez em quando seus olhos paravam em mim, algumas pessoas se ofereceram a falar em memória de Tobias, sua família era incrivelmente grande e todos o amavam com um amor que era impossível de decifrar. Chegou a minha vez de falar e decidi que iria seguir meu coração. Caminhei com as mãos suadas.

– Oi, meu nome é Beatrice. Tobias era um garoto que adorava aventuras, quando o conheci, ele havia esbarrado em mim num corredor da escola, foi um perfeito cavalheiro em me ajudar a pegar os livros e a partir daí, começou a ser meu amigo, e essa amizade foi se tornando algo a mais. Nos metemos em encrencas que... – Lágrimas rolaram de meu rosto. – Que só ele foi capaz de me salvar. Ele se arriscou para me salvar e acabou quebrando uma perna, ele morreu por mim quando estávamos lutando contra uns caras que queriam nos matar. Ele foi um herói pra mim, eu o amava, eu ainda o amo. Alguns de vocês se perguntam o motivo que eu esteja usando esse vestido branco, bom, eu acredito que preto seja de luto para alguém que morreu, mas o branco, ele mostra que há paz onde Tobias vai, mostra que ele não morreu pra mim, pois ele está em meu coração, ele sempre vai estar, pois pertence á ele.

Agora eu não mais chorava, como também soluçava e tremia incontrolavelmente, controlei minha respiração e formei três dedos em minha mão, levei á boca e levantei-os, todos hesitaram no começo, mas acabaram fazendo o mesmo que eu. Esse gesto significa, admiração, adeus a quem você ama. E... Eu o amo.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, obrigado por tudo o que vocês fizeram por mim, e agradeço á todos que me ajudaram a crescer com a fic, as primeiras que leram, que comentaram e as primeiras que acompanharam, vocês fizeram tudo isso acontecer!
Pra quem não foi um dos primeiros, eu agradeço ainda mais por darem continuidade á minha fic



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