Troblemaker. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 15
Capítulo 13.


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM A DEMORA
Ano de vestibulanda... :'(
Porém cá estou eu.



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Um sorriso tímido. Era aquilo que Alec provocava nela. Jace pegou outro pedaço de maçã da embalagem e continuou a observar a conversa curiosa do outro lado do corredor.

Era o intervalo e a menina se encaminhava para a detenção. Coisa, aliás, que ela fazia com muita frequência. Tinha um quê de rebeldia e petulância que era mascarado por uma aura de menina maneira. Perguntava a si mesmo se Alec teria percebido isso também. Provavelmente não. Ele não era bom lendo pessoas.

Alec entregou um pedaço de papel dobrado para ela, que ergueu uma sobrancelha e guardou no bolso do casaco. O que era aquilo? Um pedido de namoro? Era bem a cara de Alec fazer esse tipo de coisa. Essas coisas melosas de adolescentezinho apaixonado no colegial. Argh. Precisava descobrir o que era aquilo.

Ele se esticou para dar um beijo em Clary, mas ela desviou para a bochecha e balançou a cabeça como se achasse graça. Seria bonitinho se não fosse trágico. Aquele filho de uma-

— Hey, Jace! - Jordan praticamente gritou, chegando de encontro ao mesmo. - Por que você está escondido aí?

— Silêncio, Jordan, ou eu serei descoberto.

— Mas o quê...? - E desviou o olhar para onde o loiro estava olhando. - Ah, a careta, huh? Você e o Alec estão se envolvendo pra valer, hein.

— Calado.

— Particularmente, eu não sei o que vocês enxergam nessa mina. Okay, ela é bonitinha e tal, mas ela está obviamente brincando com vocês dois.

— Calado. - Respondeu o loiro, vendo a menina se deslocar pelo corredor.

— Você tá sendo babaca...

— Escuta, Jordan, e me diz. - Começou Jace, sem desviar o olhar. - Alguma vez, quando você era mais novo, você teve esse brinquedo de estimação, que você ganhou muito novo e não conseguiu se desapegar, certo? - O moreno assentiu. - E esse brinquedo era bom, remetia à infância e à felicidade, às memórias antigas, etc.

— Não estou entendendo o seu ponto.

— Ainda não cheguei nele. - Respondeu. - Mas então, seus pais chegaram em você com com um playstation. Um novinho em folha. Cheio de CDs de Fifa, PES, GTA, Mário, Max Payne, enfim. Tudo o que a garotada curtia pouco tempo atrás.

— Pensei que estávamos falando de garotas, não de jogos.

— Em certo nível, não tem tanta diferença. Meu ponto é... Ela pode sentir como se Alec fosse o brinquedo de estimação dela, mas eu serei o playstation, entendeu? Ela vai querer jogar esse jogo, vai querer virar a madrugada inteira jogando.

Jordan fez um ronco estranho com a garganta, um som de incredulidade. - Boa sorte com essa daí. Você vai precisar.

— Não preciso de sorte. - E saiu pelo corredor em direção a ela. Cuidou para esbarrar nela como se fosse um acidente - sorte a dele que ela era tapada andando por aí - e puxou o bilhete de seu bolso ao segurá-la para não cair. - Ei, olhe por onde anda, míope.

O rosto dela ficou vermelho de raiva quando compreendeu em quem tinha esbarrado. - O que você está fazendo aqui, aliás? Não deveria ir comprar água oxigenada pra retocar esse teu cabelo de farmácia?

— Acho que de onde você vem não existe isso, mas esse tom de loiro é natural. Uma pena, realmente, porque o farmacêutico que te vende a água de salsicha pra tacar nesse pedaço de troço que você chama de cabelo tá precisando mesmo descolar uma grana.

— Se enxerga, garoto. - Ela bufou e empurrou ele para seguir seu caminho, dando-lhe as costas.

— Hey, Clary.

— Que é- mas ela foi cortada pelos lábios dele, que se juntaram aos dela num toque apressado. Do mesmo jeito que veio, ele foi, e ela se viu sozinha no meio do corredor após ser beijada. - Filho da...

                                * * * * * * * * * *

Mais tarde, já dentro de sala, Jace ousou espiar o bilhete. Era uma caligrafia garranchada masculina - a letra típica de Alec, que não se importava com a legibilidade da própria grafia - e curta.

Rosas são vermelhas

isto é um poema simplório

me encontre no almoço

atrás do auditório. 

Prendeu o ar para não gritar ao bom Deus em raiva. Poesia? Sério? Alec estava querendo apelar, era a única explicação. Ela era americana, não estava acostumada com a cortesia de um garoto inglês de boa criação. Jace já podia prever as borboletas que subiriam ao estômago dela quando lesse aquilo. 

Mas então ele lembrou de uma questão importante: não havia como a garota ler um bilhete que fora roubado. Merda. Merda. Merda. Ele teria que devolver. Em sua cabeça, um plano começou a ser formado. 

No próximo intervalo, correria para Izzy e pediria para a mesma enfiar o bilhete debaixo da mesa de Clary. Sim, um bom plano. Mas não deixaria aquele bilhete do jeito que estava. Pegou a lapiseira e apagou todos os versos ali escritos com a parte da borracha, para então reescrever. 

— Hum... Jordan... - Ele sussurrou para o garoto sentado ao seu lado. 

— Que foi?

— Finge que eu sou uma garota e me chama pra te encontrar no auditório.

— Mas que porra...?

— Apenas faça!

— Huh, okay... Jace-Cah... - Jordan olhou fundo nos olhos dele, algo que deveria seduzir as garotas - ele presumiu. - Auditório. Não é opcional. Não me deixe esperando. 

— Que lixo... Perfeito! - E então fez um rabisco apressado, tentando imitar a letra de Alec. Fitou a obra prima - rude, mal-feita... Podeira ser considerada uma sabotagem? Com toda a certeza. Ele se sentia mal com isso? Nem um pouco. 

Agora, o segundo problema: como ele poderia superar Alec? Se ele estava começando a usar a artilharia pesada, Jace teria que retribuir na mesma moeda. Teria que pensar em alguma coisa... Uma melodia então surgiu em sua mente, algo como uma obra divina. 

— Nã Nã-Ná... Nã-Nã-Nã-Ná... - Reproduziu, batucando na mesa baixinho. Pegou então o lápis e escreveu num canto da folha do caderno. 

 That fire you ignited

Good, bad and undecided

burns when I stand beside it

Your light is ultraviolet

Visions so insane

They travel unraveling through my brain

cold when i am denied it

your light is ultraviolet

Olhou com expectativa para os rabiscos. Era um refrão. Ele tinha composto um refrão. Sorriu para se mesmo e então focou em escrever a música o resto dos dois tempos de aula. 

                                     * * * * * * * * * *

O sinal tocou, mas Jace continuou escrevendo a sua obra prima. Achando estranho, Jordan puxou o papel de cima da carteira do loiro. 

— O que temos aqui? Está escrevendo uma carta de amor? - Brincou. 

— Me devolva, Jordan, é uma coisa séria. 

— Hey, Sebastian, ouça só isso aqui... - Chamou a atenção do Mongestern. - She is a wave and she's breaking, she's a problem to solve. And in the circle she's making i will always revolve. 

— Cale a boca, porra. - Jace puxou o papel da mão de Jordan. - É pessoal.

— Teu cú. - Sebastian soltou, cavalheiro como sempre. - Todo mundo sabe que os assuntos do seu coração são propriedade da banda. E outra, isso está ficando ótimo. Tem mais?

— Não. 

— Tem a folha inteira. Parece que você está mesmo inspirado. - Jordan riu. - Cante a próxima parte.

Jace bufou, mas não recusou. - And on her sight... These eyes depend... Invisible and indivisible... That fire you ignited... Good, bad and undecided... Burns when i stand beside it... Your light is ultraviolet... Visions so insane... They travel unraveling through my brain... cold when i am denied it... Your light is ultraviolet... Ultraviolet... 

— Droga. - Jordan soltou. - Parece que essa menina está sendo útil para a banda. 

— Que menina? - Sebastian questionou. 

— Sua irmã. - Respondeu. Jace lançou seu melhor olhar granada em Jordan. 

— E o que minha irmã tem a ver? Ela que compôs?

— Não... Ela foi a inspiração. 

— Meu DEUS, Jordan, pare de ENTREGAR a merda do ESQUEMA, seu ANIMAL! - Jace berrou. 

— QUE HISTÓRIA É ESSA DE VOCÊ METIDO COM A MINHA IRMÃ, LIGHTWOOD? - Sebastian atravessou meia sala para chegar em Jace, mas esse já passava pela porta. 

— Tenho que ir, vejo vocês depois! - E saiu correndo em direção ao prédio feminino.

— ESPERE AÍ! - Ouviu Sebastian gritar, mas já estava longe. 

Já no corredor do prédio feminino, trombou com Izzy. - Isabelle, me salve! Enfie isso debaixo da mesa da Clary antes do almoço, por favor. - E pôs o papel na mão dela.

— Tá, mas pra quê a pressa?

— Se Sebastian me achar, ele me mata. Acredite em mim. 

— JONATHAN CHRISTOPHER, ACHO MELHOR VOCÊ CORRER MESMO! - Pode ouvir a voz de Sebastian no final do corredor. 

— Tenho que ir, Izzy. Até. - E disparou para o outro lado. Depois de dez minutos brincando de pique-esconde, Sebastian parecia ter desistido, então Jace permitiu-se relaxar no almoxarifado onde estava escondido e pegou o celular. Ele terminaria a música até domingo e usaria aquilo como fator impressionante. Respirou fundo e digitou a mensagem. 

                                 * * * * * * * * * *

Clary adentrou a sala de aula após procurar pelo bilhete de Alec como uma condenada pelo corredor. Tentou de tudo - desde revirar a mochila, até seguir seus passos no corredor para ver se havia caído - mas não obtivera resultado. Só lhe restava, então, mandar uma mensagem para Alec perguntando o conteúdo do bilhete. 

Sentou-se em sua cadeira, pronta para pegar o celular, quando viu o papel dobrando debaixo de sua carteira. Suspirou de alívio, deveria ter posto ali e nem se lembrara. Pegou o pedaço de papel e o desdobrou. Tinha ali uma caligrafia feia, mas bonitinha. Como se a pessoa tivesse se esforçado para ter uma letra mais garranchada, porém perfeitamente legível. Talvez Alec não quisesse que ela pensasse que sua letra era feminina. O que ela nunca pensaria. No centro do bilhete estava escrito:

Eu e você, gatinha.

Auditório. Almoço. Não é opcional - então não me deixe esperando.

— Cruzes. Esse tipo de cantada estilo Johnny Bravo é tão brega... - Ela murmurou, mas riu. Alec estava tentando fazer graça. Seu celular apitou no bolso. 

Ela o pegou e viu que chegara uma mensagem de Jonathan-Jace. 

Tenha misericórdia desse pobre senhor

E vá ao show no domingo. 

Tem algo que você precisa ver.

Respirou fundo. Ela sabia que não poderia continuar com aqueles dois por muito mais tempo. Em breve, ela sabia, teria que fazer a escolha. 

 


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Notas finais do capítulo

Não mereço reviews, sei disso, mas tenham pena dessa pobre autora.
Luv u.

Psicoticamente, A.



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