Take me Back escrita por Sky Hope


Capítulo 11
Capítulo 9 - Keep Calm


Notas iniciais do capítulo

Heey people! I'm back!
Ameeeeeeeei escrever esse capítulo. Ele é o meu xodó a partir de agora.
Espero que também amem e comentem muito, para que eu faça mais capítulos assim ;)
Boa leitura e nos vemos nas notas finais o/



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Eu estava chocada comigo mesma. Em poucas horas, tive a capacidade de violar quase todas as regras do "Código das Garotas" que a Car e eu criamos depois que um garoto chamado Carl entrou na minha vida e me passou a perna.
Eu tinha quinze anos quando aconteceu. Estávamos ensaiando para a Grande Apresentação daquele ano. A Grande Apresentação, ou como eu e Car chamamos, GAA ( Grande Apresentação Assustadora ) é um dos shows mais importantes que a YT realiza. Ela acontece no Teatro Municipal de Villefort, uma cidade perto daqui, e pessoas do país inteiro comparecem, inclusive diretores de faculdades importantes de dança e coreógrafos famosos. O mais impressionante é que ela dura três dias, e todos eles são lotados de gente.
Eu estava muito nervosa. Aquela iria ser a primeira vez que eu iria fazer o teste para a GAA. Eu e Car ficávamos no palco ensaiando até nossas pernas não aguentarem mais sustentar o peso de nossos corpos.
Foi num desse ensaios que Carl apareceu. Ele era um ano mais velho, mas entrara para a YT junto comigo e nunca havia me dirigido a palavra. Até aquele dia. Depois de me ver ensaiar, Carl começou a me seguir pelos lugares e me mandar cartinhas de amor nas aulas de matemática. Nosso primeiro beijo aconteceu uma semana depois, em uma fogueira que Car organizou. Começamos a namorar no mesmo dia.
E eu, como uma típica adolescente de quinze anos cega de amor, não desconfiei de absolutamente nada.
E então as inscrições para a GAA foram abertas e Carl me convenceu a ser seu par. Dançamos, ele conseguiu um papel considerável e eu também, mas logo depois que a apresentação terminou, nós também terminamos. Ou melhor, ele terminou com um sms que dizia: " Olha, não vejo mais nada entres nós. Espero que cada um siga com a sua vida... Sem ressentimentos."
Eu fiquei arrasada. Permaneci trancada no quarto sem ver ninguém por um final de semana inteiro. Não fiquei daquele jeito porque estava triste pelo término, que era óbvio que eu estava, mas nunca fui dessas garotas que se cortam por causa de um garoto. Me tranquei no quarto porque eu estava com tanta raiva de Carl e de mim mesma, que se eu encontrasse com o garoto por aí, acabaria por arrancar seus olhos.
Me recuperei da raiva logo depois de ver um Klaus igualmente furioso ter uma conversinha não muito civilizada com Carl. Ele fez o garoto se ajoelhar aos meu pés e implorar por perdão. Depois desse dia, Carl não arrumou mais tantas namoradas pois meu tio fez questão de espalhar a minha história para todas as suas alunas.
Foi depois disso que Caroline e eu criamos o "Código das Garotas", formado por cinco regras básicas:
–-Depois de uma desilusão amorosa, a melhor amiga integrante tem obrigatoriamente que passar a noite na casa da sofredora integrante, vendo as mesmas séries e engordando as mesmas calorias com potes de sorvete. ( Essa eu e Car nunca quebramos. Até porque fazíamos isso quase todo final de semana, não apenas nos dias seguintes a desilusões amorosas)
–-Flertar com garotos durantes as apresentações e ir falar com eles depois é terminantemente proibido. ( Quebrada hoje, mas não por culpa minha. Damon estava lá, todo lindo e solitário na primeira fileira. Não pude resistir em mexer com ele, mas eu juro que não iria nem lhe dirigir a palavra depois. Juro)
–-Achar que o garoto é confiável e bonzinho apenas por ser um anjo que caiu do céu em termos de beleza. ( Eu não achava o Damon confiável... Mas eu iria lhe dar uma chance de me mostrar que era porque... Tá legal, tá legal. Porque ele é lindo. Regra quebrada)
–-Nunca, em hipótese alguma, aceitar sair com um garoto que conheceu logo depois de uma apresentação feita por você. ( Eu admito. Eu tinha quase aceitado sair com Damon, mas só porque eu achava que ele era um campista de outra escola... Que droga! Regra quebrada )
–-Não ficar pensando no por quê querer quebrar todas as regras acima por um garoto em questão. Como uma boboca apaixonada, você vai acabar achando motivos e vai acabar se machucando. ( Ooops... )
Olhei para Damon. Estávamos sentados num sofá em frente a mesa do diretor, esperando que ele terminasse de organizar alguns papéis para que pudéssemos começar logo aquela "reunião". Ele realmente parecia ser um cara confiável. Tirando sua beleza fora do comum, tinha alguma coisa que me querer fazia acreditar nele. Eu só não sabia o que era.
– Elena? Terra chamando Elena!
Acordei de meus devaneios, percebendo que ficara fora do ar encarando Damon e pensando nas suas qualidades. Meu Deus! Que vergonha...
– Aah.. É.. D.. Desculpe. O que é... hmm?
Ele deu um sorriso e ficou me olhando. Meu rosto estava muito quente, me dando a certeza que eu estava mais vermelha que um tomate. Perfeito.
– Ei... O que aconteceu? - Passou a mão no meu rosto, claramente fazendo um esforço enorme para não rir.
Me afastei e fiquei reta no sofá, olhando fixamente para os cabelos cinza do Sr. Buford. Damon soltou uma risada e passou a encarar o diretor também. Um silêncio mortal tomou conta da sala, até que o homem mais velho se pronunciou:
– Tudo bem. Vamos começar por você Damon. Vou fazer algumas perguntas que não estavam na sua ficha de inscrição, mas que eu considero importante. Você quer que a Srta. Elena se retire?
Damon se mexeu no sofá, totalmente desconfortável, mas disse:
– Ela pode ficar. Manda.
– Tudo bem. Porque escolheu a nossa escola?
Ele me lançou um olhar significativo e ainda me encarando respondeu:
– Meu pai escolheu. No começo achei uma droga, porque achava que aqui só havia mauricinhos ricos e mimados, mas estou começando a mudar de ideia...
Balancei a cabeça, tentando conter um sorriso. De repente a barra do meu vestido azul me pareceu a coisa mais interessante nesse mundo, então fixei meu olhar nela.
– Entendo. E seu pai te mandou aqui porque...
– Ah, eu não sei. Desde que mamãe nos abandonou, meu pai não se preocupa com mais nada. Ele apenas me tolera porque sou o herdeiro da sua empresa, caso contrário já teria me mandado para a adoção. Vai ver só queria se ver livre de mim e não aguentou esperar até a faculdade.
Ergui meu olhar para o dele, totalmente chocada. Como um pai seria capaz de fazer isso com o próprio filho? Damon estava exagerando.
Mas ao ver a expressão em seus olhos, comecei a duvidar disso. Parecia muito machucado, como se a falta do pai e da mãe estivesse lá, gravada em seus olhos azuis como uma tatuagem. Sem ao menos pensar no que eu estava fazendo, peguei sua mão e a apertei. Recebi um sorriso em troca.
– Ah... Tudo bem. O senhor dança desde quando?
– Eu fazia umas aulas no primeiro ano do ensino médio. Ajudava muito no equilíbrio que eu precisava para jogar futebol americano.
– E o senhor gosta de dançar?
– Eu... eu gosto. Só não vejo minha vida construída em cima disso.
– Entendo. E o senhor acha que tem capacidade de entrar para nossa escola?
– Eu não sei. Veremos.
– Tudo bem. Obrigada Damon.
– Às suas ordens.
– Esperem só um momento. Vou até a sala ao lado arquivar isto aqui e já volto para conversar com vocês.
Então ele saiu, nos deixando sozinhos. Eu não sabia como me sentia em relação a tudo que tinha descoberto segundos atrás. Quer dizer, eu também havia perdido meus pais. Mas a diferença é que eu sabia que eles me amavam mais que tudo nesse mundo. Damon não tivera a mesma sorte.
– Eu...Eu sinto muito, Damon. Por... por tudo.
– Não é você que tem que se desculpar Elena.
Ele me lançou um olhar completamente cheio de dor. De repente, eu queria ir atrás desses dois canalhas causadores de todo o seu sofrimento. Queria ameaçá-los e fazer com que ele se ajoelhassem aos pés de Damon, pedindo perdão. Eu estava tomada por um ódio tão grande, que uma lágrima escapou pelos meus olhos.
– Ei... Por que está chorando? - Damon envolveu meu rosto com as duas mãos, limpando a pequena lágrima.
– Eu só... lembrei dos meus pais e...
Então Damon me abraçou. Eu fiquei lá, sentindo seu calor, tentando controlar a vontade enorme de chorar que aquele abraço me proporcionava. Era como se a proximidade de Damon fizesse com que todos os meus sentimentos, antes escondidos, ficassem à flor da pele. Me afastei devagar de seus braços, mas mantive nossa proximidade. Nossos narizes quase se encostavam e eu podia sentir sua respiração em meu rosto. Ele cheirava a menta.

– Como é possível você mexer tanto comigo se te conheço a menos de duas horas? - sussurrei, totalmente hipnotizada pelo seu olhar.

– Eu te faço a mesma pergunta.


Ele chegou mais perto e acariciou levemente meu rosto. Seu olhar estava em minha boca. Minha mente ficou mais devagar e meu coração estava batendo tão forte, que acho que poderia ser ouvido a quilômetros. Ele estava tão perto... tão lindo... Não queria perder aquela visão, mas sua proximidade fez com que meus olhos se fechassem quase que automaticamente.
Nossos lábios estavam quase se tocando quando ouvi um pigarro atrás de mim. Dei um pulo de susto e acabei batendo minha testa com a de Damon. Ele soltou um palavrão e colocou as mãos no rosto.
– Ai!
– Ah meu Deus, Damon! Me perdoa! Foi sem querer! É que...
Então me lembrei da tosse forçada que ouvi segundos atrás. Me virei e vi o Sr. Buford tentando se manter sério com a cena que acabou de presenciar. Ai meu Deus! Eu quase beijara um garoto que eu mal conhecia na sala do diretor!
– Atrapalhei alguma coisa? - a careta que o diretor fez ao tentar segurar uma gargalhada foi hilária, mas Elena não estava conseguindo rir. Ela estava roxa de vergonha.
– Oh! Não! Não é nada disso. Estávamos só...
– Ela estava se perguntando como eu mexia tanto com ela e eu estava prestes a responder de uma maneira bem divertida, mas aí o senhor apareceu e eu fui nocauteado.
– Damon! - gritei indignada. Ele me lançou um olhar divertido, ainda segurando a testa com a mão.
– Me desculpe, rapaz. Mas eu sinceramente acho que vocês poderiam, hum, tirar suas dúvidas em outro lugar... - o Sr. Buford rodeou sua mesa e se sentou, ainda nos encarando.
– Pode deixar, faremos isso.
– Você pode, por favor, calar sua boca, Damon?!
– Adoro quando você cora, sabia? Fica tão sexy... - Damon sussurrou e se aproximando deu uma mordidinha na minha orelha. Me arrepiei com o toque, mas logo recobrei a consciência.
– Seu canalha, idiota, quem você pensa que é... - Damon gargalhava ao meu lado, enquanto eu batia nele.
– Tudo bem, chega! Os dois, parem com isso! Tenho um assunto sério para tratar com vocês. Mas antes, se me permitem, tenho uma pergunta. A quanto tempo estão juntos?
Eu e Damon ficamos parados, encarando o diretor. Meu queixo estava no chão.
– Nós não... Quer dizer... Não é... Nós... - qual era o meu problema em formar frases hoje?
– Não estamos namorando. Nos conhecemos hoje, quando eu a salvei de uma queda bastante constrangedora do palco.
Dei um chute em sua canela e lhe lancei um olhar mortal. O que o diretor pensava que eu era agora? Uma vadia, com certeza.
– Ai! Para de me bater, Elena!
– Quer dizer que aquilo que aconteceu hoje não foi combinado?
– Não! - eu e Damon respondemos juntos.
– Estou completamente chocado. O público adorou vocês dois lá. Elena estava claramente cantando para você e depois caiu em seus braços... Têm uma química perfeita juntos. Poderia jurar que estavam em um relacionamento mais sério. - coçou a cabeça, parecendo totalmente embaraçado, mas nos encarou - Mas enfim, não era sobre isso que eu queria conversar com vocês. Queria propor que fizessem o teste de aprovação da YT juntos e se obtiverem uma nota acima de nove, colocarei os dois como casal principal na Grande Apresentação. Conversei com os outros coreógrafos da escola, inclusive com seu tio Elena, e todos estão de acordo.
Minha respiração falhou. Eu? Principal na GAA... Com Damon... Ah meus Deus... Ah meu Deus...
– Elena... Você está bem? Parece meio verde... - Damon me olhava preocupado.
– Eu só... Ah meu Deus... Isso é sério, diretor Buford?
– Nunca falei tão sério, Elena. Mas... a senhorita precisa de um copo d'água?
– Sim, obrigado...
Então o diretor saiu em disparada atrás da minha água, nos deixando sozinhos novamente.
– Olha Elena... Eu sei que não confia em mim. Pode dizer que não aceita se não quiser fazer isso...
– Ele quer nos dar o papel principal da GRANDE APRESENTAÇÃO! Você tem ideia da idiota que eu seria se não aceitasse essa proposta? - arfei, sem saber o que fazer. Aquela era a maior oportunidade que eu chegaria a ter na minha vida. Não poderia jogá-la fora por medo de me decepcionar. - Não sei o que fazer...
Ele me olhou, parecendo perdido.
– O essa performance tem demais Elena?
– É só a apresentação que a YT realiza de mais importância e ibope do país! Todos os diretores das melhores faculdades estarão presentes! Até dançarinos famosos e...
– Elena, se continuar falando rápido assim, vai se engasgar e morrer.
– ...tudo que temos que fazer é tirar nove no teste! Mas... Só faltam dez dias! Ah meu Deus, isso não está acontecendo!
– Ei... Precisa se acalmar!
– ...e se eu não conseguir dançar com você também? Quer dizer, eu sei que o diretor disse que eu temos química mas... eu meio que travo quando vou dançar com um parceiro desde que Carl fez aquilo comigo...
– ELENA! CALA BOCA E OLHA PARA MIM!
Damon me segurava pelos ombros e me deu pequenas sacudidas. Olhei para ele, tentando respirar normalmente.
– Ótimo. Respire e inspire... Muito bem... Mais uma vez... Pronto. Está mais calma? - assenti levemente, fitando seus olhos incrivelmente azuis - Tudo bem, olha só. Eu realmente não vejo tanta importância nessa apresentação, porque como eu disse, não imagino a dança como parte do meu futuro, mas ela parece ser de grande importância para você. Então se eu entrar nessa, não vai ser por causa dos coreógrafos famosos ou pelo país inteiro me assistindo, mas sim porque quero te provar que sou digno da sua confiança.
Fiquei parada por alguns segundos, tentando por os pensamentos em ordem. Eu iria ter os dez dias mais agitados da minha vida e se tirasse uma nota maios que nove no teste, passaria os próximos três meses ensaiando para o papel da GAA. Durante todo esse tempo, Damon estaria ao meu lado e eu estava realmente preocupada com a possibilidade de me apaixonar e acabar com o coração em pedaços, abraçada ao travesseiro e chorando como uma idiota.
– Ei... Olha para mim.
Damon pegou meu queixo e delicadamente me fez encará-lo. Fitei seus olhos azuis, completamente tomada pela dúvida.
– Você me deve uma chance de te mostrar que sou confiável. Eu te salvei horas atrás, não se lembra?
Suspirei, dando-me por vencida.
– Você sabe que depois que entrar nessa, não terá mais volta. E também sabe que esses serão os dez dias mais cansativos e estressantes da sua vida e que provavelmente me odiará até o fim da semana.

– É claro. - Damon respondeu, sorrindo.

– E está ciente que nossa parceria terá algumas regras, não é?

– Você é quem manda, senhorita.
Dei um sorriso. Era oficial, nós íamos mesmo fazer aquilo. Ah meu Deus... Senti minha respiração falhar novamente.
– Elena... Respire e expire. Elena, espera... Elena, não! Não!
Tarde demais. Soltei um gritinho e me joguei nos braços dele, dando-lhe um super abraço, que o fez cair deitado no sofá, comigo por cima.
– Estou tão feliz! Não acredito que isso está acontecendo!
Soltei o seu pescoço e ainda em cima dele, olhei em seus olhos.
– Posso confiar que depois que passarmos no teste não vai me deixar na mão? - perguntei, com um fio de voz.
Ele me olhou, sorrindo. Passou a mão pelo meu rosto delicadamente, mexendo com algumas mechas que se soltaram do penteado em meu cabelo.
– Eu prometo para você Elena. Eu nunca te deixarei na mão. Nunca.


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Notas finais do capítulo

Eai? Gostaram?
Quem ai acha que esta história de parceria vai dar certo ein? kkkk
Comentem e favoritem!
Xoxo
Sky Hope