Dois amores escrita por Jeni Skywalker


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de pedir ao pessoal que tá lendo a fic, pra que deixe comentários dizendo o que estão gostando ou não. Tem bastante gente lendo, mas poucos comentários... (mas os comentários que recebo são uns lindos, fazem minha alegria!)



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Lara se acomodou no auditório da Parker com seus pais e inconscientemente seus olhos examinavam cada canto que sua visão pouco privilegiada podia alcançar.

—Procurando alguém, filha? — perguntou Susana, com um quê de piedade no olhar. “Droga!”

Tentou conter a careta de incômodo e respondeu:

— Não, mãe. Só curiosidade, mesmo.

Aquela piedade a havia perseguido pelos últimos dias, desde que contara à mãe a origem de Tomás. Susana era ótima, mas ela nunca compreenderia realmente o que toda aquela situação havia feito com Lara.

Era como se desde então ela houvesse parado no tempo, enquanto suas responsabilidades e experiência cresciam em outro corpo. Ela amava o filho de todo o coração e o que mais queria era dar uma vida completa a ele. Mas muitas vezes ela se sentia tão imatura, ou até mais, que o garoto.

O peso de ser mãe lhe havia sido imposto quando ela ainda era muito jovem, e obrigatoriamente. Em alguns momentos ela sentia como se toda a pressão da família fosse demais. Ainda mais quando o irmão mais velho era tão irresponsável quanto ela, mas seus atos eram negligenciados, afinal era ele o super-herói que salvaria a família Avelar.

Os livros de Brian Benson estavam lhe ajudando muito nesse aspecto. Ele falava de como superar suas próprias dificuldades, e criar o próprio destino. Era disso que ela precisava: de tomar um rumo na vida, e tomar responsabilidade total por seu futuro e de seu filho. Mas era muito difícil.

Desde a volta de Shin à sua vida, sentimentos conflituosos haviam se instalado em seu coração. Ela não podia tê-lo em sua vida de novo, pois isso poderia significar a volta de Chang que era tudo o que ela não queria para Tomás. A influência do pai, ela tinha certeza, seria pior para o filho do que a imaturidade dela. E por outro lado, se o garoto descobrisse que Shin era seu tio, poderia ter uma grande decepção, pois o coreano obviamente ainda guardava uma grande mágoa pelo que acontecera.

Mas a morena não conseguia evitar ter esperança. Shin ficara mexido com o pequeno e, querendo ou não, era seu tio. Gêmeo do pai, ainda por cima! E ele era coreano, sabia tudo da cultura que o menino tanto adorava. Seria inclusive homenageado na festa da Coréia, o evento sobre qual o filho não parava de falar. E ela bem que tentara conseguir convites, mas nem em São Paulo e nem agora no Rio conseguira uma só pessoa que estivesse disposta a vendê-los.

“O Shin deve ter convites sobrando” pensou. Naquele momento foi como se uma luz se acendesse em sua cabeça. Ela poderia marcar um encontro com o repórter e conversar sobre a adoração do menino à cultura de seu país de origem. Talvez, Shin ficasse balançado e pudesse até querer se aproximar do sobrinho aos poucos. Se fosse aos poucos, Tomás teria tempo de digerir as informações e ela poderia ir passo a passo desfazendo a confusão que fez na cabeça do filho.

A cabeça de Lara maquinava fervorosamente aquele plano. Era o melhor que ela poderia fazer por Tomás naquele momento. “E também não seria a pior coisa do mundo ter o Shin por perto” Mas era melhor ir com calma: um passo de cada vez.

Um sorriso se formou em seus lábios e ela pegou seu Xperto. Digitou a mensagem e ficou esperando. Ela esperava a resposta como se o coreano fosse se materializar na sua frente e lhe dizer que aceitava o encontro, mas na verdade o que sentiu foi como se alguém a estivesse observando. Procurou a fonte desse olhar, sabendo que era quase impossível encontrá-la, visto que o auditório estava lotado. Conseguiu apenas identificar que vinha de perto dos bastidores do palco e ela sentiu que era Shin quem a encarava. Então sorriu para o nada e seu celular apitou com a resposta alguns segundos depois.


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