Dois amores escrita por Jeni Skywalker
Notas iniciais do capítulo
Gostaria de pedir ao pessoal que tá lendo a fic, pra que deixe comentários dizendo o que estão gostando ou não. Tem bastante gente lendo, mas poucos comentários... (mas os comentários que recebo são uns lindos, fazem minha alegria!)
Lara se acomodou no auditório da Parker com seus pais e inconscientemente seus olhos examinavam cada canto que sua visão pouco privilegiada podia alcançar.
—Procurando alguém, filha? — perguntou Susana, com um quê de piedade no olhar. “Droga!”
Tentou conter a careta de incômodo e respondeu:
— Não, mãe. Só curiosidade, mesmo.
Aquela piedade a havia perseguido pelos últimos dias, desde que contara à mãe a origem de Tomás. Susana era ótima, mas ela nunca compreenderia realmente o que toda aquela situação havia feito com Lara.
Era como se desde então ela houvesse parado no tempo, enquanto suas responsabilidades e experiência cresciam em outro corpo. Ela amava o filho de todo o coração e o que mais queria era dar uma vida completa a ele. Mas muitas vezes ela se sentia tão imatura, ou até mais, que o garoto.
O peso de ser mãe lhe havia sido imposto quando ela ainda era muito jovem, e obrigatoriamente. Em alguns momentos ela sentia como se toda a pressão da família fosse demais. Ainda mais quando o irmão mais velho era tão irresponsável quanto ela, mas seus atos eram negligenciados, afinal era ele o super-herói que salvaria a família Avelar.
Os livros de Brian Benson estavam lhe ajudando muito nesse aspecto. Ele falava de como superar suas próprias dificuldades, e criar o próprio destino. Era disso que ela precisava: de tomar um rumo na vida, e tomar responsabilidade total por seu futuro e de seu filho. Mas era muito difícil.
Desde a volta de Shin à sua vida, sentimentos conflituosos haviam se instalado em seu coração. Ela não podia tê-lo em sua vida de novo, pois isso poderia significar a volta de Chang que era tudo o que ela não queria para Tomás. A influência do pai, ela tinha certeza, seria pior para o filho do que a imaturidade dela. E por outro lado, se o garoto descobrisse que Shin era seu tio, poderia ter uma grande decepção, pois o coreano obviamente ainda guardava uma grande mágoa pelo que acontecera.
Mas a morena não conseguia evitar ter esperança. Shin ficara mexido com o pequeno e, querendo ou não, era seu tio. Gêmeo do pai, ainda por cima! E ele era coreano, sabia tudo da cultura que o menino tanto adorava. Seria inclusive homenageado na festa da Coréia, o evento sobre qual o filho não parava de falar. E ela bem que tentara conseguir convites, mas nem em São Paulo e nem agora no Rio conseguira uma só pessoa que estivesse disposta a vendê-los.
“O Shin deve ter convites sobrando” pensou. Naquele momento foi como se uma luz se acendesse em sua cabeça. Ela poderia marcar um encontro com o repórter e conversar sobre a adoração do menino à cultura de seu país de origem. Talvez, Shin ficasse balançado e pudesse até querer se aproximar do sobrinho aos poucos. Se fosse aos poucos, Tomás teria tempo de digerir as informações e ela poderia ir passo a passo desfazendo a confusão que fez na cabeça do filho.
A cabeça de Lara maquinava fervorosamente aquele plano. Era o melhor que ela poderia fazer por Tomás naquele momento. “E também não seria a pior coisa do mundo ter o Shin por perto” Mas era melhor ir com calma: um passo de cada vez.
Um sorriso se formou em seus lábios e ela pegou seu Xperto. Digitou a mensagem e ficou esperando. Ela esperava a resposta como se o coreano fosse se materializar na sua frente e lhe dizer que aceitava o encontro, mas na verdade o que sentiu foi como se alguém a estivesse observando. Procurou a fonte desse olhar, sabendo que era quase impossível encontrá-la, visto que o auditório estava lotado. Conseguiu apenas identificar que vinha de perto dos bastidores do palco e ela sentiu que era Shin quem a encarava. Então sorriu para o nada e seu celular apitou com a resposta alguns segundos depois.
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