Dois amores escrita por Jeni Skywalker


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Primeiro beijo Lara & Shin. EM FLASHBACK! :D



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Naquela noite ao chegar a seu apartamento, Shin estava cansado. O dia havia sido corrido e cheio de emoções. Com toda a bagunça do Concurso, ele acabou se atrasando com o roteiro do Parker Talentos e teria pouquíssimo tempo pra recuperar o tempo perdido.

Ao pensar em tempo perdido, o rosto de Lara veio a sua cabeça e ele fechou os olhos. A mágoa que ele sentia era muito forte. Mas a saudade falava mais alto nesse momento e ele se deixou levar pela lembrança do que ocorrera havia tanto tempo.

Hoje seria seu segundo encontro com ela. Estava empolgado, mas nervoso também. Depois de se conhecerem pessoalmente, parte da ansiedade havia se dissipado, mas o frio na barriga continuava presente. “Ela é tão mais bonita frente a frente”

O seu nervosismo se dava também pelo irmão. Ele havia trazido Chang ao Brasil na esperança que saindo um pouco da Coreia o irmão fosse parar de se meter em tanta confusão. Ledo engano, pois já em seu segundo dia no país, seu gêmeo havia entrado em uma briga e quase tinha ido parar na delegacia. Mas Shin convencera o policial de que não ia acontecer novamente e tomara responsabilidade pelos atos do irmão. “Mais uma vez”

Depois de dar uma última olhada no espelho, Shin pegou as chaves do quarto de hotel e sua carteira e saiu. No caminho ao ponto de encontro com Lara, ele comprou-lhe um buquê de rosas amarelas. Sabia que vermelhas eram mais românticas, mas as amarelas lhe lembravam mais da alegria no olhar da morena.

Ele a viu de longe, esperando em frente do prédio que haviam combinado. Estava com um vestido verde, menos casual do que o que havia usado quando se conheceram. Ela estava linda. Shin sentiu seu coração acelerar um pouco enquanto se aproximava dela. Sempre a achara bonita, mas hoje ela estava surpreendente. Quando ela o viu, abriu um belo sorriso e ele riu também. Adorava o jeitinho dela. Ele cumprimentou-a com um beijo no rosto, como era costume em São Paulo e demorou-se um pouco, sentindo seu perfume.

Eles se separaram e ele lhe entregou o buquê. Era um buquê pequeno, mas bonito e delicado. Seu rosto se iluminou com alegria e Shin se perguntou se alguém já havia lhe presenteado com flores. Mas essa pergunta morreu em sua mente quando ela de repente pulou em seu pescoço em um abraço surpresa. Ele lentamente colocou seus braços em sua cintura e a empolgação de seu abraço aos poucos foi se tornando em algo mais que amigável. A respiração dela foi se acelerando e ela tentou se desvencilhar lentamente.

Mas Shin não pôde mais se conter, segurou seu rosto delicadamente e juntou seus lábios. Assim que o beijo começou, Shin teve vontade de nunca terminá-lo. Aproximou ainda mais seus corpos, sentindo o buquê que permanecia na mão dela roçando-lhe as costas. O calor dela e o jeito com que ela se entregou ao beijo quase o deixaram louco, mas ele precisava respirar, então relutantemente se separou dela sorrindo.

Com os rostos ainda próximos ele lhe perguntou:

— Pronta para o jantar?

Ela pareceu surpresa com a pergunta, como se houvesse esquecido como falar, e ele riu. “Deus! Será que já estava apaixonado?”

— C-Claro! — respondeu timidamente, retribuindo seu sorriso.

Fechando os olhos, Shin tentou se lembrar da textura de seus lábios e se o perfume daquela noite era o mesmo que ela estava usando hoje. Mas as lembranças logo se tornaram um borrão e a alegria momentânea o despertava para a realidade. Por mais que as memórias fossem doces, Lara não havia sentido o mesmo que ele. E a prova disso era o pequeno Tomás.

O mesmo que há poucas horas cumprira o prometido e lhe enviara um pedido de amizade. Shin não pôde evitar e começou a ver as fotos que o menino tinha na rede social. Era inegável o quanto o menino se parecia com ele e Shin sorria enquanto via as várias poses e caretas do garoto. Começou a pensar em maneiras de se aproximar do sobrinho, mas sem envolver a mãe dele nisso. Poderia ser uma boa influência e o garoto parecia precisar de uma figura paterna. Até que um pensamento amargo se formou em sua mente “Eu poderia ser o pai dele. Mas não sou.”

Ignorou o pedido de amizade. Chega disso. Pensar no Chang só aumentava o gosto azedo que ele sentia na boca. Não podia mais se sentir responsável pelos erros de seu irmão. Não iria se aproximar do menino.


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