Hermione estava sem sono, virava de um lado para o outro da cama há horas, não parava de pensar no que tinha acontecido naquela madrugada. Após sair com Hagrid da casa de seus tios, ele a levou pelas ruas de Londres até uma estalagem, um lugar com nome estranho, mas que ela já compreendia, o Caldeirão Furado. Lá, ela tinha ganhado um enorme bolo de aniversário, foi a maior alegria de sua vida. Hagrid mandou ela ir dormir, pois no outro dia bem cedo eles iriam fazer as compras de seu material escolar. Ela estava ansiosa, era uma bruxa! Quem diria, seus queridos pais que ela nunca tinha visto nem por fotos, também eram, e pelo que Hagrid havia dito eles foram grandes bruxos.

   Na manhã seguinte, os dois já estavam se preparando para sair e descem para tomar o lanche da manhã, tinha algumas pessoas também lanchando e algumas se aproximam:

   - Hagrid! - Diz um homem já com alguma idade - Então é verdade! Hermione Granger está aqui? É essa garotinha?

   - Sim John, ela mesma.

   O homem aperta a mão de Hermione alegremente:

   - Foi um prazer lhe conhecer pessoalmente Srta. Granger!

   - Não foi nada... - Diz Hermione sem graça.

   Eles seguem andando entre as mesas com algumas pessoas acenando para Hermione, que já estava envergonhada. Até um professor de Hogwarts ela havia conhecido, um tal de Prof. Quirrell que ensinava a matéria Defesa Contra as Artes das Trevas. Ela nunca tinha ouvido falar de matérias escolares com esses nomes, as que ela conhecia era Português, Matemática e outras.

   Os dois seguem até a porta dos fundos, onde encontra uma parede com tijolos à mostra:

   - Hagrid, porque todas as pessoas da estalagem me conhecem? - Pergunta Hermione meio sem jeito.

   - Bom Hermione, acho que eu não sou a pessoa certa para te falar isso.

   Hagrid usa seu engraçado guarda-chuva rosa e vai triscando em sequência em quatro tijolos, eles se afastam e a parede se abre, Hermione fica boquiaberta com o que vê: Várias lojas com nomes inusitados como Olivaras, Floreios e Borrões, Empório das Corujas e várias outras, os dois iam conversando:

   - Seja bem vinda ao Beco Diagonal! - Diz ele alegremente - O lugar para todos os bruxos comprarem seus materias e ainda dar uma passeada!

   - Nossa! - Diz ela abismada - É tudo maravilhoso! Mas Hagrid, aqui diz que eu preciso de um uniforme, livros básicos de magia 1º ano, caldeirão, penas e acessórios para poções, uma varinha, e posso escolher uma animal entre sapo, coruja e gato.

   - Primeiro Hermione, iremos encontrar todos seus livros na Floreios e Borrões, seus uniformes na Madame Malkin, os acessórios para poções e seu caldeirão na loja de caldeirões e... sim a varinha na Olivaras. Mais alguma coisa?

   - Mas, Hagrid, eu não tenho dinheiro, como vou comprar tudo isso?

   - Não se preocupe, iremos resolver isso agora. - Hagrid aponta para um enorme prédio muito bonito e estruturado - Iremos no Gringotes, o banco dos bruxos mais seguro de Londres.

   Os dois seguem para lá, entrando no enorme prédio, vêem várias mesas com criaturas pequeninas com um nariz enorme e os dedos longos, tinham olhos muito pequeninos e eram carecas, Hermione fica assustada:

   - Hagrid... O que são essas coisas?

   - São duendes, não são muito amigáveis, acho melhor você ficar perto de mim.

   Eles chegam na última mesa e o duende de cara ruim se estica para ver Hermione:

   - Olá! - Diz Hagrid alegremente - A Srta. Hermione Granger veio fazer um saque.

   O duende a olha desconfiado:

   - E a Srta. Hermione Granger tem a chave?

   - Claro. - Diz Hagrid - Só um minuto. - Ele começa a procurar em seus enormes bolsos até que encontra. - E outra coisa, o Prof. Alvo Dumbledore mandou isso. - Ele entrega um envelope ao duende, que o examina.

   - Muito bem, vamos lá - Diz ele.

   Hagrid e Hermione seguem em um tipo de banheira com rodas que vai passando por vários cofres descendo e subindo, dobrando de um lado para o outro, até que eles páram no cofre 567:

   - Por aqui. - Diz um minúsculo duende que batia na batata da perna de Hagrid - Chave?

   Hagrid lhe entrega e ele abre a porta, hermione fica abobada com o que vê, pilhas e mais pilhas de moedas de ouro, uma sala cheia, devia ter milhões:

   - É tudo seu Hermione, estávamos apenas administrando até que você completasse a idade que fosse precisar. - Ela o olha emocionada e ele afaga sua cabeça - Você não achou que seus pais iriam te deixar sem nada, achou? - Ela balança a cabeça negativamente.

   Depois de pegar uma quantidade razoável e colocar num saco, eles seguem para o próximo cofre, o 713:

   - Hagrid, o que tem nesse cofre?

   - Desculpe Hermione, mas não posso dizer, é assunto extra confidencial de Hogwarts.

   O pequeno duende abre a porta e tinha apenas um pequeno objeto embrulhado, que Hagrid pega e coloca no bolso. Os dois saem do banco e começam suas compras, primeiro os livros, depois o caldeirão, uniforme, acessórios para poções e quando faltava apenas a varinha:

   - Hermione, vá para a Olivaras que eu vou buscar uma coisa, te encontro lá.

   - Tudo bem.

   Hermione entra na loja que continha várias prateleiras sujas e desarrumadas, ela chega ao balcão:

   - Olá?

   Um homem aparece em cima de uma escada em uma das prateleiras, ele a olha feliz:

   - Srta. Granger, eu estava esperando você. Eu sou Olivares e me lembro como se fosse hoje, sua mãe e seu pai comprando as varinhas deles! - Ele diz animado e logo segue para uma das prateleiras trazendo uma caixinha comprida, tirando de lá o que parecia um pedaço de madeira com cerca de 30cm e bem modelada - Tome, teste essa.

   Hermione segura a varinha na mão sem saber o que fazer:

   - Use-a. - Diz ele.

   Ela faz um movimento sacudindo a varinha, várias prateleiras começam a expulsar as caixas com varinhas que caem para todos os lados, Hermione solta a varinha no balcão assustada:

   - É, acho que essa não. - Ele sai e logo trás outra com uma coloração esverdeada - Tente esta.

   Hermione faz o mesmo movimento e dessa vez um jarro de flores explode:

   - Essa definitivamente não! - Ele sai resmungando algo, Hermione ainda ouve algo como - Será possível?

   Ele trás uma caixa e de dentro tira uma varinha perfeita, cabo avermelhado, superfície lisa e cabo bem adornado. Ele a entrega e quando Hermione segura sente uma força crescer em seu interior, um vento começa a soprar ao seu redor:

   - Curioso - Dizia Olivares - Muito curioso.

   - O que é curioso Senhor?

   - Bom, eu me lembro de todas as varinhas que eu vendi Srta. Granger e a fênix que soltou uma pena que contém a essência da sua varinha, soltou apenas mais uma. A irmã gêmea da sua varinha é a que lhe fez essa cicatriz. - Ele aponta para a cicatriz na testa de Hermione.

   Ela fica meio intrigada e confusa, mas logo é distraída por Hagrid que vem trazendo uma gaiola com uma coruja branca, com as penas brilhosas e muito bonitas:

   - É para você. - Diz Hagrid feliz. - já resolveu a varinha?

   - Sim, obrigado Hagrid. Mas, preciso saber uma coisa Hagrid, é sobre a minha cicatriz.

   - Tudo bem, eu sabia que você iria querer saber, vamos para a estalagem, no jantar irei lhe contar tudo.

   Os dois seguem, e Hermione não parava de pensar no que tinha descoberto até agora, o que Hagrid iria lhe contar?