Os dois amigos corriam desembalados de volta ao Salão Comunal Grifinoriano. Harry vinha sem entender o nervosismo de Hermione, a garota mal saiu da floresta se despediu dos outros rapidamente e saiu correndo, ele não teve alternativa senão seguir atrás dela.

            Ela só parou dentro do salão, onde se jogou num sofá próximo à lareira:

            - Mione? O que foi que aconteceu na floresta?

            Ela respirou profundamente:

            - Eu o vi Harry... Ele está vivo! Voldemort!

            Harry prendeu a respiração e eles ouviram um baque próximo aos dois, ao se virarem assustados se depararam com Rony no chão. Ele parecia ter acabado de cair da poltrona onde estava sentado:

            - O que você disse Mione? – o garoto levantou-se vermelho feito pimentão.

            - Rony, ainda está acordado? – Perguntou ela surpresa.

            - Estava esperando vocês... – Ele fala envergonhado.

            - Sei... - Harry lhe lança um olhar intrigado.

            - Hermione não mude assunto! Que história é essa?

            - Vamos sentar.

            Os três amigos sentam-se nos pufes em frente à lareira:

            - Eu estava com a Amanda do outro lado da floresta, quando ouvimos um barulho estranho. Nós seguimos para o local o mais rápido possível. Mais na frente nós avistamos a coisa. Era uma criatura com capuz negro aterrorizante, ele simplesmente flutuava, estava tomando o sangue do unicórnio. Foi uma cena horrível, mas logo ele veio em nossa direção. Foi por sorte que apareceu Firenze, um dos centauros. Ele nos salvou.

            Os dois amigos estavam boquiabertos:

            - Mione, não podemos mais esperar, temos que contar ao Prof. Dumbledore. Todos sabem que Você-Sabe-Quem só temia ele. – Diz Harry.

            - Eu também acho. – Diz Rony. – Isso está ficando muito perigoso.

            - Eu sei garotos. Mas o problema é que agora sabemos que Snape não está atrás da Pedra Filosofal para ele e sim para dar para Voldemort.

            - Não fale esse nome! – Rony faz uma careta.

            - Temos que impedi-lo! – Continua a castanha ignorando o ruivo. – Mas, ainda temos que descobrir como passar pelo Fofo. O pior é que aquele maldito está se alimentando do sangue daquelas pobres criaturas!

            - Vamos fazer o seguinte. – Diz Harry – Vamos falar com Dumbledore para ver o que ele tem a dizer. Só em último caso é que vamos procurar outra opção, entendido?

            Hermione lhe encara cabisbaixa, enquanto Rony suspira aliviado:

            - Tudo bem... Por enquanto vou deixar como está. Agora vou dormir porque estou muito cansada.

            A garota segue para o dormitório, com todos aqueles acontecimentos tinha até esquecido de dizer sobre as dores em sua cicatriz, mas diria no outro dia.

            No dia seguinte, antes que pudesse pelo menos pensar direito. Assim que a garota saiu no portal do Salão Comunal encontrou Amanda lhe aguardando:

            - Poderíamos ter uma conversa?

            - Sobre o que?

            - Por favor, Hermione. É algo sério.

            A castanha encarou a prima desconfiada:

            - Tudo bem, então vamos. Mas para onde?

            - Vamos para o jardim.

            As duas seguiram pelos corredores passando por vários olhares desconfiados. Hermione Granger e Amanda Hopkins andando juntas? Muito suspeito... Ao chegar ao enorme e amplo jardim, as duas sentaram-se sobre a sombra de uma árvore a uma distância razoável uma da outra:

            - E então? O que queria falar comigo?

            - Olha... Eu sei que não sou e nunca serei a prima ou a família que você sempre quis. Mas, eu não entendia e também desconhecia sua história. Agora estou aos poucos descobrindo algumas coisas.

            - Não é diferente comigo Amanda. Esse mundo não existia para mim há alguns meses atrás. Tudo que está acontecendo é novo para mim, além de ser novo é muito perigoso.

            - Era sobre isso que eu queria falar com você. Eu ainda não entendi muito bem, mas pelo que constatei até agora, parece que você está em perigo e todos ao redor também. Porque o tal do cara que matou seus pais quer ficar imortal com a Pedra Filosofal para poder te matar. Isso é horrível!

            Hermione estava um pouco surpresa com as descobertas de sua prima:

            - Então eu queria te ajudar... Se for possível...

            - Me ajudar? Você está maluca Amanda? Bateu com a cabeça ontem? Por acaso esqueceu de alguma coisa? – Hermione fica de pé rapidamente zangada – Eu sou a Hermione, aquela sua prima que você maltrata e humilha a onze longos anos! Conseguiu lembrar?

            - Eu sei disso Hermione! – Amanda baixa o rosto envergonhada – Mas eu quero me redimir. Não posso pelo menos tentar?

            Hermione encara a prima sem acreditar. O que estava acontecendo ali? Porque aquela repentina idéia de querer lhe ajudar? Aquilo estava muito estranho:

            - Olha Amanda, sinceramente eu agradeço muito por ter se oferecido e querer me ajudar. Mas, de nenhuma forma eu vou deixar você se envolver nisso. Vai ser uma coisa que eu vou preferir fazer sozinha. Não quero que nada de ruim te aconteça.

            - Mas...

            - Espero que você esqueça tudo que sabe. É o melhor que você faz.

            Antes que a morena tentasse argumentar, a garota seguiu para o castelo. Lá no fundo, Hermione queria que Amanda a ajudasse, nem que fosse para criar laços de amizade. Mas, ela não podia confiar na prima. Era fato que essa garota lhe atormentava desde criança e alem de tudo era da Sonserina, queria acreditar nela, mas não conseguia. Tinha primeiro que investigar. Era o que iria fazer, iria encontrar os amigos, tentar falar com o Prof. Dumbledore e pelo menos descobrir algo a mais sobre Fofo... Foi com esses pensamentos que a garota seguiu novamente para o castelo, deixando para trás sua prima bem desanimada e triste... Será?

Será que realmente Amanda queria ajudar? Porque essa repentina mudança? Será que tem alguma coisa por trás de tudo aquilo?