Senk2 escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 9
London Eye


Notas iniciais do capítulo

Por causa da troca de poderes, Johnny parece andar constantemente irritado. Jane fica cada vez mais preocupada pois ela sabe que Johnny precisa de cuidados, mas ele próprio não permite esse ajuda, ele se sente fraco e isso o deixa cada vez mais irritado. Mas como deixá-lo de lado se ele nunca fizera isso com ela? E para completar ainda mais os problemas, o surfista prateado parece uma ameaça ainda maior do que eles estavam esperando.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/512606/chapter/9

Graças à nova descoberta, Reed foi correndo ao laboratório, animado para descobrir mais sobre a fusão de Jane e Johnny.

– Vocês estão bem? - Sue perguntou preocupada e ambos balançaram a cabeça positivamente, ainda ofegantes. – Quem sabe isso pode nos levar a uma cura? – ela disse sorridente com os olhos brilhantes e saiu atrás de Reed.

– Precisamos avisar ao Bem – disse Johnny assim que ele e Jane ficaram sozinhos. Jane balançou a cabeça positivamente e eles foram até Ben.

– Eles vão desfazer a equipe – disse Johnny se aproximando de Ben na sala de jogos. Jane chegou e apoiou na mesa de sinuca, levando a mão ao peito e respirando fundo.

– Jane, tá tudo bem? – Ben se aproximou de Jane colocando a mão em suas costas.

– Sim, está tudo bem. Só não estou acostumada a ter um órgão tão quente – ela deu uma risadinha.

– O quê? Como assim? – Ben ficou sem entender.

– Cara, ela está bem, dá pra prestar atenção no que eu vim te falar? – disse Johnny quase que desesperado. Ben olhou para Jane e ela confirmou com a cabeça que realmente estava tudo bem. – Eles vão desfazer a equipe.

– Quem? – Ben o olhou ainda preocupado com Jane.

– Reed e Sue que falaram. Eles querem uma vida normal e totalmente sem graça. Chega de Fantastic Five.

– E o que espera que a gente faça? Que continue só nós três?

– E qual seria o nome dos três? O “Trio Dinâmico”? – ele disse com deboche e Alicia, que estava sentada no sofá deu uma risada breve de deboche do quão ridículo ficara o nome.

– Quando iam nos contar?

Johnny levantou os braços impaciente. Jane vou se sentar com Alicia, encostou no sofá e respirou fundo, era muito estranho aquele calor constante no peito. Ela colocava a mão sobre o peito e ele estava bem quente, da temperatura que Johnny costuma ter.

– Será que eu vou derreter? – ela murmurou em voz alta consigo mesma.

– Ora, vou contar quando estiverem prontos – disse Alicia. – A decisão é deles, não de vocês. Não fiquem com raiva por eles tentarem ser felizes.

Nesse momento todos olharam pra ela com estranheza. Então eles eram infelizes com eles? Foi a pergunta que passou na mente dos três e eles se entreolharam para ver se encontravam uma resposta que fosse diferente de sim.

– Gente, nós temos um sério problema – disse Reed aparecendo na sala de jogos.

– Eu vou derreter? – Jane perguntou desesperada com os olhos arregalados.

– Não é... – Reed olhou para ela assustado. – Não sei Jane, será?

– O quê? Derreter? – Ben perguntou assustado.

– Ai meu Deus! Eu não quero derreter. Johnny! – Jane olhou para Johnny desesperada.

Johnny foi até Jane no sofá e olhou nos olhos dela. Ele pegou a mão dela e colocou sobre o peito dele.

– Se o seu coração está intacto aqui, o meu coração jamais vai derreter você. Relaxa – ele deu uma piscada e depois um selinho rápido. Jane balançou a cabeça tentando se acalmar um pouco, afinal o que Johnny dissera fazia sentido, era um pequeno órgão de gelo no meio do fogo.

– Espera, um de vocês pirralhos pode me explicar o que está acontecendo? – disse Ben perdido na conversa.

– Menos mal – disse Reed cortando a explicação de Johnny. – Vocês poderiam me acompanhar, por favor?

Todos foram com Reed até o laboratório e ele mostrou na tela do grande computador sobre o problema inicial que ele queria dizer.

– Eu tenho rastreado todas as atividades do Surfista nos bancos de dados astronômicos. Altair 7. Rachel 3. Teca 6...

– Ele esteve em todos esses? – perguntou Ben.

– É e agora estão sem vida. Estão desertos! Alguns esfacelaram. Aonde quer que ele vá, em oito dias, o planeta morre.

Todos ficaram chocados com a notícia, tão chocados que o pequeno susto de Jane pareceu estúpido.

– E como é que vamos pegar ele? – perguntou Ben. – Nem sabemos onde ele está.

– E essas crateras? – perguntou Sue depois que o computador mostrou o magma da Terra.

E de repente um monte de fórmulas explodiu na tela do computador.

– Essas crateras seguem uma ordem numérica – disse Reed interessado pela descoberta. – A última foi na Groelândia. Então a próxima, na sequência deve ser... longitude cinquenta e um graus... trinta minutos norte... latitude zero grau e sete minutos oeste...

– Londres – disse Jane por fim.

– Temos que avisar as autoridades e ir pra lá! Imediatamente! – disse Reed e todos saíram para se arrumar às pressas.

Jane e Johnny estavam colocando os uniformes.

– Ei, você está bem mesmo, não é? – Johnny perguntou.

– Sim, estou bem, só acostumar mesmo – ela disse lhe dando um beijo e fechando o zíper da sua roupa. Eles sorriram para o outro e saíram correndo.

– Ei, ei, ei, ei – disse Ben parando Jane pelo braço. – Me explica essa história de derreter e corações...

– Johnny e eu trocamos de corações.

– O quê? Como assim?

– O meu agora é o dele, quente. E o dele agora é o meu, frio.

– Como isso...

– Vamos dizer que trocamos de poderes muitas vezes... se é que você me entende.

– Troca de poder só... aaah... sério mesmo Jane? Não dava pra esperar só um tempinho até descobrir tudo a respeito desse negócio? – ele disse nervoso.

– Ah Ben, sabe como é, né? Sou eu... e o Johnny... sério que você acha que aguentaríamos esperar sei lá quanto tempo?

– Garoto irresponsável, ele devia...

– A culpa foi minha – Jane disse sem graça e Ben a olhou surpreso. – Eu chamei ele, ele queria evitar para não me machucar, mas não dá. Ele estava lá sozinho e eu sozinha e ele estava triste, não gosto de não poder tocar nele.

– Jane, você amarrou o garoto não sei por quantos anos e agora que ele tá com um problema sério você vai e faz uma loucura dessa?

– Exato. Resisti por anos, agora chega.

– Jane isso...

– É loucura, eu sei. Infelizmente eu amo aquela peste, sempre amei. Mas não conta isso pra ele ou ele vai ficar mais convencido do que já é.

Jane saiu correndo. Ben balançou a cabeça, ele estava perplexo de ver como Jane e Johnny pareciam dois adolescentes. Inteligentes, bonitos, jovens, dedicados, estudiosos, divertidos, mas muito sem noção e irresponsáveis.

– Como eles ainda não tiveram um filho, eu não sei – disse Ben perplexo.

Jane, Johnny, Sue, Reed e Ben estavam num helicóptero do governo quando se aproximavam da London Eye.

– É o seguinte: assim que ele sair, temos que levar a briga para longe da multidão! – Reed gritava dentro do helicóptero.

– Ele é muito rápido pra ser detido. Assim que eu ver prata, vou sair chutando! – gritou Johnny.

– Não pode fazer isso, temos que manter o plano e trabalhar em equipe!

– Ah... somos uma equipe agora é? Essa é nova pra mim!

– Do que é que você está falando?

– Você sabe do que eu to falando!

Sue olhou para Jane e Jane olhou para ela com um olhar que queria dizer que Johnny sabia o plano deles de tentar ter uma vida normal.

– Johnny, a gente ia contar!

– Quando iam nos contar? Depois que tirassem nossas coisas do edifício?

– Johnny, agora não é uma boa hora! – gritou Sue tentando contê-lo.

– O garoto tem razão, deviam ter contado! – gritou Ben.

– Ah tá bom, tá bom! Agora chega! – gritou Reed impaciente. – Conversamos sobre isso depois!

– Mas o que foi que deu em vocês? – gritou um soldado no helicóptero.

Reed olhou para o soldado com muita raiva e Jane fez um sinal para que o soldado ficasse quieto e não falasse mais nada.

De repente, um buraco começou a se formar no rio, bem no meio, um buraco gigantesco e as pessoas começaram a se aproximar para ver o que estava acontecendo até que houve um tremor e uma força que os empurrou para trás. O que gerou gritos. Mas o que aumentou mesmo os gritos foi quando a London Eye começou a se soltar e de repente parou. Sue havia colocado um campo de força para segurá-la. Ben a segurou por baixo, tentando aproximá-la do eixo. Reed a envolveu como uma corda para puxá-la de volta e colocá-la reta. Jane se transformou, mas para sua surpresa, metade do seu braço esquerdo, perto das mãos, estava em chamas. Ela olhou aquilo com curiosidade, mas não podia analisar por muito tempo. Pessoas próximas a ela se surpreenderam com aquela novidade em Frost, mas ela logo começou a formar sua pista de gelo para subir e ajudar a empurrar a London Eye. Assim que ela começou a empurrar, ela percebeu que a mão esquerda, que agora estava em chamas, começou a derreter um pedaço da London Eye e então ela teve que empurrar apenas com uma mão, o que dificultou seu trabalho.

– Saiam! – gritou Ben para as pessoas que estavam nas cabines debaixo da London Eye.

Então de repente o buraco no rio se abriu ainda mais e de lá de dentro saiu o surfista prateado. Johnny, que estava sem ter o que fazer porque as chamas não ajudavam naquele momento, viu o surfista e decidiu ir atrás dele. Quando ele se transformou, aconteceu o mesmo que acontecera com Jane, metade de seu braço esquerdo era gelo. Ele olhou aquilo por alguns segundos, mas saiu voando para pegar o surfista. Passando no meio da London Eye.

– Não! Johnny! – Reed gritou, mas era tarde demais.

Johnny esbarrou nos braços de Reed e esse toque fez com que eles trocassem os poderes, ou seja, Reed estava se transformando em chamas, fazendo com que a London Eye despencasse. Jane teve que fazer mais força que o normal para tentar segurar a parte de cima da London Eye, assim como Sue teve que aumentar a potência do seu campo de força. Enquanto isso, Johnny caiu todo molenga no chão. Jane ficou preocupada, mas não podia largar a London Eye.

– Gente! O que está acontecendo? – Sue perguntou começando a andar para cima da água, já que a ponto estava caindo muito facilmente, uma vez que Jane só podia usar uma mão.

Os vidros das cabines começaram a se partir.

– Ben, levanta mais! – gritou Reed que agora estava completamente em chamas. Sim, completamente, pois seu braço não era de gelo como o de Johnny agora.

– Vou tentar! – disse Ben fazendo mais força.

– Jane! Tenta trazer um pouco mais pra cá!

– Okay! – Jane gritou e tentou usar a mão em chamas para criar impulso, assim como Johnny faz para voar, o que ajudou bastante, mas ela acabou colocando as costas para ter mais força para empurrar.

A London Eye começou a se aproximar do seu eixo de segurança e Reed começou a queimar as bordas, fazendo uma soldagem, o que foi útil para prendê-la de volta no lugar. Sue tirou seu campo de força com sangue saindo em seu nariz. Jane parou de fazer força e sentou em sua pista de gelo no ar. Ela respirou fundo e olhou para sua em chamas mais uma vez. Bem soltou London Eye aliviado, como se tivesse levantado um peso pequeno. Jane fez uma rampa para descer até Johnny que estava super molenga no chão. Jane voltou ao normal e se aproximou dele.

– Não! Não encosta em mim, agora não! – ele disse meio desesperado e Jane parou no meio do caminho.

Johnny conseguiu se levantar com dificuldade, pois demorou a conseguir ficar rígido.

– Sue! – Reed passou correndo no meio dos dois, tocou em Johnny e eles trocaram seus poderes novamente.

Jane foi até ele e tocou seu rosto.

– Você tá bem? – ela perguntou preocupada.

– Não – disse Johnny nervoso tirando a mão de Jane. Johnny estava se sentindo um inútil e isso o deixava muito nervoso.

– Você devia tomar mais cuidado Johnny. Antes que alguém morra – disse Reed.

– Ah meu Deus – murmurou Ben e todos olharam para o lugar onde uma vez existia um rio e agora ele estava seco, mas não porque a água se fora e sim porque parecia que a água se transformou em rocha sólida que tinha uma cratera gigantesca bem no centro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!