O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 27
Ideias para o festival, listas e um pé no saco.


Notas iniciais do capítulo

Esse título horrível tem tudo a ver com o capítulo, então não se importem...
Aproveitem u-u



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Não aguentei fica naquela sala por muito tempo e dei uma desculpa de que iria ao banheiro para fugir por uns minutos, e estou no ginásio... É estranho, pois daqui a dois meses estaremos todos nesse maldito ginásio, esperando ganhar um prêmio que se resume em notas e um troféu que fica na escola...

– Aquela sua ideia de arrecadar dinheiro foi impressionante – diz alguém, perto do meu ouvido... E quem mais me segue por todo lugar como um cachorrinho? Dennis Idiota Sakai.

– Esqueça isso... Quero apenas te virar do avesso... e já que minha ideia não pode ser aceita eu não tenho que pagar...

– Você não conseguiria, é tão mínima – ele se aproxima, mas me levanto de repente, não quero fazer coisas estúpidas na escola onde podemos ser pegos, repreendidos e nossos pais seriam chamado e ficariam a par dessa situação vergonhosa. – E o que estava fazendo aqui sozinha?

– Nada, até você vir me atrapalhar...

– Ann! Não seja rude, Mei-chan – ele fala, fazendo uma voz fininha, uma ridícula imitação da Ai-chan.

E agora que eu percebi, essa foi a primeira vez que ele disse “Mei”, ele só me chama de Anna, como Ellie e Hanna, mas ele me chamou de Mei!

– Bom, eu tive uma ideia nova... – digo. – Mas a Lianna nunca ia aceitar – murcho.

– Você nunca vai saber se não tentar – ele fala, nossa, que profundo.

– Então vamos! – falo – Quero dizer, eu vou!

– Hum, onde estavam? – Mandy faz aquela carinha.

– Saindo juntos assim é bem suspeito... – Ellie completa.

– Não... – fico nervosa, olhe o que você me fez, Ellie! – Não é suspeito, nada!

– Houve uma pausa... – Hanna fala e desencadeia murmúrios da sala toda.

– Parando com a discussão, já! – Lianna bate a mão na mesa.

– Bom, eu tenho uma nova ideia... – murmuro quando a voz dela para de ecoar.

– Envolve dor, sangue e sofrimento? – ela pergunta, se sentando.

– Não... – franzo as sobrancelhas.

– Que droga – ela murmura baixinho – Mas, pode dizer...

– Que tal fazermos uma espécie de Café Cosplay?

Todos me olham, até mesmo o trio de bocós param de fazer suas idiotices e me olham.

– E o que seria isso? – Lianna me olha, ela está considerando a ideia!

– Bom, seria como uma lanchonete, poderíamos servir várias coisas e... – paro. – Bom, o interessante é que os garçons e as garçonetes servem às mesas, todos fantasiados.

– E que tipo de fantasia? – um dos três bocós fala com uma cara maliciosa e Lianna joga um livro nele.

– Que tipo de fantasia? – ela fala calmamente.

– Na maioria das vezes são empregadas, mas poderíamos ter mordomos, rainhas, reis, príncipes e princesas dos contos infantis... – acho que me empolguei demais.

– Gostei... O que acham? – ela diz, mas pelo que posso ver independente da resposta de todos ela vai concordar.

– Essa foi a ideia menos tosca... – Felipe fala e Jorge e Carlos concordam.

– Então vamos fazer isso! Só falta decidir como arranjaremos as roupas – ela murmura.

– Eu posso dar um jeito!

– Jura? – ela vibra,

– Mas só posso garantir a roupa das meninas! E ainda preciso ver várias coisas como o tecido e...

– Incrível! Está decidido! – ela bate a mão da mesa como se fosse um juiz que bate o martelinho e diz que o réu “culpado” ou “inocente”.

*

Saltita, saltita, saltita.

Ah, como é bom saltitar.

– Está feliz assim só porque conseguiu fazer a Lianna aceitar a ideia do Café Cosplay? – ah é, Dennis está indo pra casa comigo, mas é só um detalhe.

– Eu não fiz ela aceitar – digo, – Ela aceitou de boa, sério, me surpreendeu.

– E estamos indo para o apartamento da Beatrice porque...? – ele desconfia desde que eu o chamei pra vir comigo. Sim, eu o chamei! Mas se eu não estivesse acompanhada Beatrice nunca aceitaria.

– É um assunto para moças...

– E por que estou indo junto?

– Você é o suporte... – falo e paro de saltitar, chegamos no prédio.

Beatrice está em casa e quando expliquei a história toda, ela apenas tirou os óculos e prendeu os cabelos num coque.

– Mei, Mei... Sua porquinha... – ela balança a cabeça – Você gosta mesmo de mim e só quer me dar trabalho mesmo quando eu estou de férias!

– Férias? Você não trabalha numa loja com o Alex? – falo, pronunciando o nome do Alex de uma forma melosa e ela cora.

– Estou de férias do turismo, mas ainda preciso me sustentar, acha o quê, que sou rica? – por ter um apartamento desse tamanho, sim, eu diria que é rica.

– Você pode fazer?

– Claro! Sempre foi meu sonho fazer vestidos para um Café Cosplay, eu fazia sempre quando estive no Japão... – ela diz.

– Esteve no Japão? – Dennis pergunta.

– É uma longa história – falo antes que Beatrice comece a ditar suas aventuras pela Ásia.

– Bom, só preciso das medidas, no número de garotas e dos tecidos, eu já tenho alguns aqui, mas preciso de mais, os que eu tenho só dá pra fazer quatro ou cinco... Comprem bastante tecido preto, bem grosso e alguns mais finos na cor branca tragam rosa e quem sabe azul também.

– Tudo isso? – anoto num bloquinho de papel.

– Isso, vou começar a fazer os aventais, agora saiam daqui, estão atrapalhando minha vida! – ela nos expulsa.

Bom, minha lista está feita, só falta fazer as coisas da lista.

Coisas à fazer:

1ª coisa: Pedir pra Beatrice fazer os vestidos (Obs: Arraste Dennis junto) = confere.

2ª coisa: Cutucar Dennis e dizer que ele está ficando gordo (Obs: É essencial que Dennis esteja junto)

3ª coisa: Ir para casa (Obs: Dennis não precisa ir junto)

4ª coisa: Ir pra escola e dizer para Lianna o que é preciso comprar. (Obs: leve Dennis à tiracolo)

5ª coisa: Entregar tudo para Beatrice. (Obs: Leve Dennis novamente)

6ª coisa: Ir pra casa novamente tomar banho (Obs: Não precisa levar Dennis junto, mas se quiser...)

7ª coisa: Fazer o que der na telha. (com ou sem Dennis por perto)

Bom, das sete coisas, já fiz a primeira, agora...

– Agora só faltam seis coisas na minha lista! – paro no meio da rua e cutuco a barriga de Dennis com a caneta... É dura feito pedra. Mas tenho que fazer isso. – Está ficando gordo, pare de comer porcarias.

Ele não diz nada, eu sigo meu caminho para casa e ele vai atrás.

– Eu estou indo para casa, você não vai para a sua?

– Não me quer por perto, Anna? – ele se aproxima – Achei que na sua lista dissesse pra me levar aonde for.

Meu rosto esquenta, e ele está se aproximando até que bato o bloco de notas na cara dele.

– Nunca mais faça aquilo – digo mas sinto que preciso completar – Com ou sem a minha permissão, se quiser viver.

Ele engole em seco.

– Tudo bem – dá um sorriso travesso e segue seu caminho.

Terça-Feira/18 De Março

Chego à escola e vejo Lianna, ela provavelmente está me procurando. Vejo que está preocupada, pois ela passa a mão nos cabelos loiros a cada cinco segundos.

– Tudo certo? – ela fala.

– Sim, aqui está a lista dos tecidos que precisa e também vou precisar das meditas de todas as meninas que vão participar – isso soa bem profissional.

– Ótimo, no final da aula eu entrego tudo – ela sai. Finalmente vi alguma cor naquela cara. Eu posso ser mais branquela que Lianna, mas pelo menos meu cabelo é escuro, os cabelos dela são mais loiros que os de Hanna e são curtíssimos, como os de um garoto, só que com a franja bem longa.

– Quarta coisa da lista, confere.

– Ainda está com essa lista idiota? – Dennis fala, ah, esqueci que ele estava aqui.

– Sim, e daí? Sá faltam três coisas para completar o objetivo – digo.

– E o que é isso? Um jogo?

Não respondo, o sinal toca e temos aula até o meio dia, às duas da tarde os três manés estão trazendo rolos de tecidos e Lianna vem junto com um caderninho.

– Aqui estão os tecidos, foi bem fácil de encontrar – ela sorri.

– Isso porque era a loja da minha mãe! – Felipe diz.

– Fica quieto – Lianna murmura, – Bom, aqui estão as medidas, tudo certo?

– Tudo – pego tudo e entrego a Dennis. – Temos que ir pra casa da Beatrice. – digo, mas temos que esperar uma hora inteira porque não podemos sair de vez até o sinal tocar.

Estamos andando na rua... Nada demais, só está um silêncio estranho... Uma clima estranho.

– Esse silêncio é mau sinal... – penso e me assusto quando ouço as palavras, eu disse em voz alta?! Isso foi uma besteira, espere... Desde quando eu me preocupo com o que eu digo quando estou com Dennis? Ele é só um... Conhecido? Não, conhecidos não andam de uma lado para outro juntos. Um amigo? Talvez... – Bom, amigos não se beijam... ou beijam? – sem querer falo isso... mais ainda bem que foi só um sussurro. Falando em beijo, foi só um, e nem conta, valeu como uma checagem de temperatura, é... Ou então, Dennis me acha muito irresistível... Pelo que ele disse no shopping (“Eu te amo, Anna”) deve me achar mesmo. Bom, não falamos desse incidente ainda e não é agora que eu vou tocar no assunto.

– Beatrice, troucemos os tecidos... – assim que entramos, Beatrice fecha a sua caixa de madeira e se senta rapidamente em cima dela, balançando as pernas. Os cabelos dela estavam puxados para traz e, se ela quer continuar sendo morena, tem que retocar a raiz loira.

Eu dou as medidas para ela ver.

– Nove vestidos e só quatros ternos de mordomo? – ela me olha, ternos? Eu não pedi ternos! – e não estou vendo suas medidas nem as de Dennis aqui!

– Vamos estar na parte teórica – Dennis fala para se desvencilhar.

– Sei... Bem, agora me dê os tecidos.

Mostro pra ela os rolos.

– Tudo isso? – Beatrice se assusta – O tecido rosa poderia ser menor, eu só ia fazer os laços, mas tá perfeito! Ah, sim... Tudo certo! Agora xô! Preciso trabalhar.

Vou pra casa, Dennis vai junto, e bufa quando risco outro “V” na minha lista.

– Continua com isso, né?

– Deixe de ser estúpido – devo falar formalmente, quem sabe ele não se cansa e me deixa em paz? – Vá procurar algo mais prazeroso para fazer!

– Ah, já estou fazendo algo prazeroso o suficiente, jovem senhorita... – ele murmura no meu ouvido, então eu pulo e corro praticamente três metros.

– Saia de mim, cretino!

– Jovem senhorita, não se aborreça, eu não lhe disse antes, mas seus cabelos estão perfeitos – ele pega um cacho (sim, ainda não molhei meus cabelos desde domingo) e os cheira.

– Pare com isso... Eu tenho coisas pra fazer, não quero que me atrapalhe... – digo até que chegamos em frente ao portão da minha casa, mas está tão silencioso.

Giro a maçaneta. Trancado. E agora?

Ah, é pra isso que serve o celular... Alô, mãe? Caixa postal, tudo bem, ainda tem o do meu pai, caixa postal, ótimo... Lukas? Júnior?

Ah!

– Onde minha família foi? – falo, dramática.

– A Bia é sua família também! – Dennis fala.

– Deixe, ela não vai me deixar entrar, está ocupada demais!

– Poderia pegar algumas roupas e dormir na minha casa – ele faz uma cara maliciosa e meu rosto esquenta.

– O que está dizendo, seu idiota! – me recupero.

– Bom, Hanna tem um quarto, você poderia dormir lá – ele fala, ah bom, explicando assim soa bem melhor.

– Tanto faz... – sigo atrás dele... Parece que agora eu sou a perseguidora.

– Não... – droga, eu podia ter passado na Bia e ter pegado alguma muda de roupas... Espera, Bia? Desde quando eu a chamo assim?

– Eu posso dar um jeito – ele fala, sorrindo... Não sei se isso vai dar muito certo.


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Notas finais do capítulo

Bom, o próximo capítulo foi o que eu mais amei escrever até agora...



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