O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 21
Vergonha Nível Tela Quente – Confissão Inesperada?


Notas iniciais do capítulo

Yay! Mais um capítulo (esse tá curto, mas dá pra superar)



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Era só aquele garotinho que tinha falado com ela hoje cedo, só que com roupas mais chamativas, é impossível não notar!

Ah, droga! Ellie me viu, está me chamando? Por que?

– Quem é essa? – o garoto fala... – Ah, não importa, você me ouviu! Sorte sua que Dennis Sakai também está nesse grupinho se não você ia se dar muito mal! E melhor parar de gracinhas e levar a sério o que você faz! – ele sai, me ignorando como antes.

– Quem... quem é ele? – falo, com medo de olhar pra Ellie. Ela deve estar uma fera.

– Meu irmão... – ela bufa.

– E ele sempre se veste assim? – digamos que não é sempre que você vê um pré-adolescente vestindo um macacão azul radioativo com uma camiseta branca com várias frases em francês.

– Ele é modelo – ela suspira. Modelo? Um garoto daquele tamanho? – E eu também sou.

– Quê? – grito e todo mundo do restaurando nos olha.

– Pare de fazer barulho – ela ralha – Vamos voltar, o filme já deve estar começando.

– O que ele estava falando...? O seu irmão...

– Ah, ele não quer que eu saia com vocês – ela diz, normalmente.

– E por quê?

– Duas opções, ou ele tem ciúmes, ou não dá status... Escolha uma! – ela fala.

– Acho que... Com Dennis aqui pode dar muito status – murmuro, é verdade, se Ellie é mesmo uma modelo, ela não pode andar com pessoas de nível baixo como a filha do dono da loja de doces e a filha de um empresário iniciante, ela precisa expandir e se relacionar socialmente com o filho do dono da maior empresa de eletrônicos.

– Se fosse só Dennis meu irmão teria dado um jeito de me levar para casa – ele diz – Sorte que a “Hanninha” está aqui também – ela fala o nome da Hanna com desdém... Não sei por que elas não se gostam (Ah, eu sei sim! Ellie não é a pessoa mais amável do mundo.)

– Ah, é... Eles são primos...

– Não só por isso – ela fala, mas logo muda de assunto – Minha mãe também não gosta que eu fique por aí com vocês, a menos que eu esteja com Dennis ou Hanna.

– E seu pai? – pergunto, acho que não foi uma boa ideia porque ela cora de raiva.

– Meu pai? Ele foi embora com uma estrangeira quando eu tinha dez anos! – ela cospe as palavras... e cospe no meu olho também – Mas não é como se eu lamentasse ou coisa assim, eu nunca o considerei um pai de verdade, além de ser muito severo conosco ele fazia parte da revista da minha mãe, mas ele nunca trabalhava direito, tenho certeza que já traia ela muito antes de fugir com aquela francesa... Desde desse dia eu passei a glorificar a França... Acho que minha mãe também pensa assim, o novo marido dela, Carlos, nos fez de modelos quando os que ele tinha contratado ficaram doentes, eu tinha doze anos...

Puxa, isso daria uma ótima biografia! Ah! Que coisa...

Ela está indo ao banheiro... e me puxando pra ir junto!

– E então, Carlos sempre manda Elliot ficar me seguindo, para ver se continuo saindo com você, Amandha e Gabriel – ela revira os olhos – Elliot não gosta de Carlos, mas o respeita muito, também não gosta de vocês três... Quer que eu dedique minha atenção às fotos...

– E isso desde quando?

– Desde que eu faltei a um ensaio fotográfico quando você ficou no hospital, e Hanna ligou... – ela fala, escondendo o rosto com os cabelos negros.

– Eu... eu... Bom, não consigo entender e...

– É óbvio que não entende... – ela quase grita, e isso no eco do banheiro é assustador – Você nunca vai entender! Sua família é perfeita! Tem uma mãe e um pai ótimos! Gentis, que não abririam mão de você por causa da profissão! Tem uma irmã! Uma irmã super gente boa e tem amigos que gostam de você! – ela se apoia na pia e sussurra – E você não precisa fingir ser alguém que não é pra não se apegar aos outro.

– Ellie...? – ela está... mas... ela está chorando?

– É por isso que eu odeio você – cara, isso foi forte. – Tem uma vida perfeita mesmo sem se esforçar para isso... Eu invejo você!

– Para com isso – dou um tapa na cara dela e ela arregala os olhos, cara, minha vida é super estilo novela mexicana, adrenalina pura! – Você não precisa invejar ninguém! Principalmente a mim! Eu que tenho que tem inveja de você! Tem altura de gente e olhos azuis lindos! Além do seu cabelo que é bom, e não é uma moita como o meu – aperto a trança longa que Hanna fez mais cedo – Você é do tipo que é invejada e não que inveja... Entendeu?

– Ah, cala a boca! – ele me puxa e me abraça. Credo, isso está ficando meloso demais... Se fosse qualquer outra pessoa eu empurraria, mas como é a Ellie, e é raro, praticamente impossível, vê-la assim, eu vou deixar. Depois de um tempo, ela me solta – Se contar pra alguém, arranco seu cabelo fio por fio – ela segura minha trança e eu congelo.

– Contar o quê? – falo, puxando minha trança de volta.

– Finalmente! – Mandy diz quando voltamos. – Onde vocês estavam?

– Ellie queria ir ao banheiro, sabe...? Ela estava com prisão de ventre e tomou lacto-purga umas três vezes só hoje – falo, já que ela não quer que eu conte a verdade, vai ter que lidar com essa. Mandy, Gabriel, Hanna e Dennis riem.

– Mas o que...? – ela murmura, mas depois finge um sorriso, muito mal fingido, – Ah, é verdade! Lacto-purga funciona mais que Activia. E aí, vamos ver o filme de terror, não é mesmo? – Ah, essa... Ela sabe que eu não quero assistir!

– Ah, – sorrio, sem graça, – Eu não vou agora, preciso comprar pipoca – reparo que todos já tinham comprado, é melhor... Assim eu ganho tempo.

– Ah, é! Eu vou também – Ah, maldito! Por que não comprou antes?

– Vamos esperar lá dentro – Mandy fala e eles vão, Hanna vai também, mas faz uma careta.

Então, depois de comprar a pipoca e o refrigerante – demorando o mais tempo possível com a esperança que Dennis vá e me deixe sozinha, mas ele não deixa – seguimos para as salas, mas ele não entrou na sala que estava passando o filme de terror, ele entrou na sala que estava passando... Procurando Nemo...?

Estamos na última fileira, mas não importa, esse filme é incrível não importa quantas vezes você o assista! Está quase na hora do “Procurando Nemo, onde é que ele tá!” quando percebo que Dennis nem está prestando atenção, ele está... fazendo expressões estranhas. Que esquisito...

– Psiu! – o cutuco.

– Hãn? O quê? – ele parece acordar de um transe.

– Deixa quieto... – falo, está quase na hora da minha parte favorita!

– Hum...

– Que é? – para de perturbar, eu quero ver a Dory falar baleiês, jubartês, orquês, seja que língua for! Mas eu quero ouvir...

– É que o Gabriel... – Gabriel, ele pode ter dito o que eu disse... Ele disse pro Dennis! Ele disse que eu disse que gostava dele, e disse que eu disse que ele disse que eu... Ai! Minha cabeça!

– O que ele disse? – voo no pescoço dele, me segurando para não gritar.

– Não disse nada – ele estranha – Tem algo que ele precise me dizer? – ele sorri... Por que está sorrindo?

– Não... – Murmuro e sento direito. Droga! Perdi a melhor parte do filme!

– Não me diga que voltou a gostar dele...

– E se voltei? O que é que tem? – cruzo os braços.

Ele me olha de esguelha e franze o cenho.

– Você muda muito de opinião – ele fala isso e fica calado o resto do filme todo, não importa o quanto eu o perturbe.

– Sabe – falo quando saímos da sala – Eu falei com Gabriel hoje e – sinto o olhar de Dennis em mim, funcionou! – E ele é muito legal, é realmente um bom amigo...

Ele solta o ar, fingindo estar entediado quando alguém vem atrás de nós.

– Ei! Vocês dois! Parados! – Mandy vem correndo com os cabelos ruivos esvoaçando.

Paramos e ela tenta recuperar o fôlego.

– Me dê sua mão – ela grita pra mim, e, mesmo antes de eu conseguir reagir já está segurando a minha mão. – E você, me dê a sua – ela toma a mão de Dennis, que está completamente igual a mim, sem reação. E ela... JUNTA NOSSAS MÃOS! – Agora fiquem assim!

E lá ficamos, de mãos dadas, paradas no meio do shopping, quando Ellie e Gabriel chegaram nos olharam maliciosamente. Hanna está nos olhando, séria.

– Resolveram assumir, casal? – Ellie, sua chata! Vou contar pra todo mundo o seu segredinho sujo!

Gabriel me olha sorridente e pisca, Mandy sorria e Ellie também, mas o sorriso da Ellie era como o de sempre, com metade ironia e metade sarcasmo.

Rapidamente me desvencilho da mão de Dennis, meu rosto deve estar em chamas.

– Eu te amo, Anna! – ... Quê? Quem disse isso? É uma confissão? Ai, Gabriel, é você? Não pode ser, você disse que...

Quando finalmente sei quem disse isso, o mundo para. Eu paro, todos a minha volta param. Consigo ver que Gabriel, Mandy, Hanna e Ellie estão feito estátuas, e duas moças fazendo compras estão olhando para nós, um idoso está resmungando de um lado e Dennis está radiante com um pirulito de espiral na mão, sorrindo, após dizer essa frase tão inapropriada.

Agora vêm os cochichos, quando todos acordam e ficam dizendo “Ai, o que será que vai acontecer depois? O que ela vai falar?”

Pois é, não vai acontecer mais nada, por que isso não é uma novela mexicana, meus amores! Não é! Então, se me dão licença... Eu só quero morrer rapidamente. Sem dor.


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Notas finais do capítulo

Os próximos vão ter que esperar, meu pai está me mandando dormir... ç_ç
Preparem-se, mais oito estão por vir!



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