The Life Is Just A Game — Interativa escrita por Titã


Capítulo 5
Capítulo 5 — Peças do Jogo


Notas iniciais do capítulo

OLÁ!
Eu nem iria postar hoje (10/03), mas como é meu aniversário, resolvi seguir a tradição: Hoje é meu aniversário, mas quem recebe presentes são vocês! (Apesar de, se quiser me presentear, reviews grandes são bem-vindos) Estamos no Penúltimo capítulo de apresentação antes de começarmos o Jogo. Enfim, aproveitem os personagens (Temos UM MONTE deles nesse capítulo). E fiquem espertos para zoeirinhas do Tenebrae, quem consegue encontrar uma ironia de exclamações comuns humanas? Hein? Valendo um Playstation! Ah, em breve se preparem para ver POV's da Lyra.
Então, sem mais enrolação bora para o capítulo!
Enjoy>>>



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Capítulo 5 — Acordos Divinos

 

Chess Advanced — Mundo Mortal, Três da Tarde

 

Larriesse

 

Larriesse Charllene Loppes tinha alguns problemas em relação a Ryu Sakamoto.

Não era algo muito grande, como um ódio desenfreado ao homem, mas ela se sentia um pouco deslocada perto do homem, talvez por serem tão opostos. Ela não sentia atração ou paixão — longe disso. Ela não estava afim de relacionamentos com qualquer pessoa — seja homem, mulher, psicopata ou amigável — ela apenas queria crescer na Chess Advanced e ter um emprego estável para só então começar uma vida pessoal. Ela tinha um grande cargo na empresa e não faria um relacionamento qualquer acabar com sua tentativa de sair da sombra da irmã. Tentativa essa que a fez entrar na Chess e seu avanço de cargos acabou por fazê-la trabalhar com o descendente de coreanos, e logo que começou a trabalhar com ele, começaram seus problemas. Mas não eram simples seus problemas, na realidade, seus problemas resumiam-se a apenas um, o maior de todos.

Seu maior problema com Ryu Sakamoto era que ela o invejava.

Ele era tudo o que Larriesse não era. Tinha verdadeiros amigos, todos gostavam pelo menos um pouco dele, era amigável e divertido com todos, o verdadeiro oposto de Larriesse. Larriesse era a chefe do setor de pesquisa avançada e liderava a todos os cientistas, especialistas e engenheiros tecnológicos, e entre eles estava Ryu, mas em nenhuma das citadas categorias. Era um projeto de Shepard Chester, inseri-lo em alguns setores para testar algo que Lari desconhecia. Era algo entre o coreano, Shepard e alguns outros diretores, o que não incluía ela. Não questionou Chester quando solicitou para ela mostrar a ele toda a secção e como trabalhavam, mas ainda mantendo a discrição sobre o projeto em que trabalhavam, altamente confidencial. Ryu só tinha que saber sobre a psicologia dos seus trabalhadores ou algo assim. Ela apenas chutava.

Larriesse não sabia quando começou a invejar o Sakamoto, mas de um dia para o outro ela começou a pensar em como poderia ter sido se sua irmã — odiava as duas palavrinhas — não tivesse surgido. Talvez pudesse ter sido como Ryu, mas o passado era o passado e não poderia mudá-lo.

Sua mente viajava longe enquanto encarava os cientistas e especialistas discutindo sobre os aprimoramentos que poderiam fazer, já que o relatório do dia estava pronto, então não percebeu quando o motivo de sua viajem mental entrou na sala.

— Senhor Sakamoto, o que está fazendo aqui? — Disse tranquila, não deixando transparecer o que pensava e achava do homem a sua frente. Ryu estava parado a porta de sua sala, sentindo-se um pouco desconfortável por ela estar ali, dava para perceber.

— Elias Bart me disse para entregar isso a você, falou que estavam com problemas com o PX. — Revelou se aproximando da mesa e depositando o papel grampeado, coberto por um envelope, em cima da mesa, deslizando-o para a Charllene. Agarrou, abriu e começou a ler o relatório, ficando preocupada. Aquilo não era um bom sinal. Resmungando, levantou-se e saiu da sala, passando por Ryu.

— Aonde você vai? — Questionou o homem, fazendo-a parar no lugar. Suspirando, virou a cabeça para ele, fuzilando-o com o olhar.

— Falar com Shepard Chester, senhor Sakamoto. Necessito trazer isso para ele. Diga para os outros continuarem com seu trabalho que já volto.

E foi-se embora dali, ignorando os chamados do homem. Suspirando, voltou-se para o corredor, indo em direção ao elevador. Adentrou-o e clicou no 16° andar, apoiando-se na parede, fechando os olhos. Algumas vezes ela odiava estar no comando; parecia que as pessoas não tinham independência e precisavam dela para tudo. Ela odiava isso. Apertou com força os papéis, tentando manter a calma. Parecia que sua irmã fizera um efeito borboleta de proporções épicas em sua vida. Tudo que dera errado em sua vida fora por causa dela ter sido aceita pelos seus pais; virara a ovelha negra da família, sendo que era a filha legítima! Rangeu os dentes com força, o ódio consumindo-a. Respirou fundo, contando até dez, tentando manter a calma. Foi ai que percebera que o elevador parara. Abriu os olhos e olhou em volta, franzindo o cenho. Estava presa? Mas Chester fizera questão de impedir acidentes desse tipo... Encarou a figura de preto, percebendo enfim o que ocorrera.

— O que está fazendo aqui? — Resmungou irritada. Odiava o homem de preto, sua arrogância e pose de poder; não era porque era imortal que ela deveria obedecê-lo. — Estou no trabalho; não tenho tempo para suas artimanhas para participar de seu joguinho infantil.

— Você é mais difícil de conversar do que o Maximilliam, por mim! — Disse entediado, apoiado na parede do elevador, com apenas uma única perna apoiada na parede, sua voz era calma e centrada, seu tom rouco preenchia o corpo de Larriesse, que rangeu os dentes. Odiava a sensação que o Senhor das Trevas passava. — Vou ter que utilizar toda a minha lábia para convencê-la, não é mesmo?

— Nem toda a persuasão do mundo me fará entrar em seu jogo suicida, homem de preto. — Ela falou, sua voz estava repleta de sarcasmo. — Eu já disse; não aceito.

— Você sabe que não tem escolha, não sabe? — A entidade perguntou, mas essa era mais uma afirmação do que propriamente dito uma pergunta.

— Você sabe que posso simplesmente não obedecer as suas ordens, ou prejudicá-lo na guerra, não sabe? — Revidou, seus olhos faiscando, apenas não o encarava por saber que era impossível.

— Você, com certeza, é a humana mais irritante que já vi. — Falou, irritado, parecia que queria matá-la, Larriesse não se deixou levar pela sensação de medo que ele causava conscientemente nela. Não iria se curvar para ele. Foi então que se surpreendeu ao ver o Senhor das Trevas sorrindo. — Mas, apesar de tudo, seria uma boa guerreira; é uma pena desperdiçar tanto talento. Acho que Lumine tinha razão em escolher a outra da sua família.

Foi com essa frase que a pose de durona de Larriesse foi destruída. Ela sentiu os músculos tencionarem e seu cérebro encher de lembranças da família e sua vida. A entidade estaria falando o que pensava que ele queria dizer? Encarou o deus, que estava imóvel e não parecia transparecer nada. Não havia forma de descobrir se estava mentindo, parece que não é nada fácil roubar informações de entidades, não é mesmo? O pensamento a fez resmungar.

— Do que está falando? — Perguntou com sua voz meio fina, não sabia o que ocorria com ela, mas quando o assunto era sua irmã, nada fazia sentido para ela.

— Você sabe do que estou falando, Larriesse. Sua querida irmãzinha está no grupo de Lumine, acho melhor você saber. — Encarou-a, analisando sua expressão, quando seus olhos se encontraram, ela desviou o olhar. — Você nem sabia que ela estava na região e sua... Como se diz? Ah, cidade. — Seu sorriso era frio. Sabia que havia pegado no ponto fraco da mulher. — Ela será uma das Damas de Lumine. Foi por isso que resolvi “convidá-la” para ser minha Dama, mas já que não quer...

— ESPERE! — Gritou, provocando um sorriso na entidade. — Poderei me vingar dela? Sabe, durante esse seu jogo? — Perguntou, apesar de saber que o Senhor das Trevas estava fazendo isso apenas para convencê-la, Larriesse não se importaria se pudesse se livrar e vingar de uma vez por todas de sua irmã, não importava se, para isso, teria que ser manipulada e ordenada.

— Poderá fazer o que quiser, minha cara. Vou providenciar para lutar contra sua irmã no Jogo Divino. — Disse, sorrindo. Convencera a Charllene, e sempre fora tão fácil... Por que não pensara naquilo antes? Custaria muitas discussões com a humana. — Mas para fazer isso deverá aceitar ser minha Dama e obedecer a todas as minhas ordens, aceita?

Larriesse olhou para a mão do deus estendida, rangendo os dentes. Se ela estava no jogo... Poderia também fazer aquilo. Poderia se vingar do sofrimento que ocorrera consigo desde que seus pais a acolheram para a casa, dessa vez, Larriesse poderia realmente mostrar a ela o porque de ser melhor do que ela foi, é e sempre será. Assentiu e agarrou a mão da entidade, que sorriu mais abertamente, por finalmente ter colocado-a entre as suas Peças.

— Eu aceito.

 

Salão George Washington — Mundo Mortal, Nove da Noite

 

Luriel

 

Luriel Van Buren odiava bailes de gala.

Apesar de querer simplesmente querer ficar em casa ou planejar alguma viajem para praticar mais esportes, Luriel estava sentada em uma mesa, sozinha e com muito tédio. Fora arrastada pela família para aquela grande reunião feita por Frederick Willsburn, um importante homem dos negócios que convidara as mais poderosas famílias do mundo para aquela importante reunião, onde anunciaria uma união com algumas empresas, tendo inclusive convencido o CEO da Chess Advanced, Shepard Chester, para ir lá, o que fora uma surpresa para muitos, já que a origem humilde do fundador da empresa fazia-o recusar muitos dos convites para ir a essas festas. Apesar dos pais ignorarem-na, ela sabia que Frederick apenas fizera a festa para esnobar sua riqueza. Obviamente, as pessoas reclamaram das “teorias da conspiração” da garota.

Pediu mais um refrigerante, já que seus pais não gostariam nada de vê-la alegre ou bêbada numa festa de suma importância como essa. Resmungou um pouco, pensando nas últimas aventuras que fizera. Ela era uma amante de esportes radicais, amava a sensação da adrenalina em seu corpo enquanto fazia as mais diversas loucuras, mas era isso que ela mais amava: Se aventurar nas profundezas do mundo. Era por causa de seu instinto por aventura que a fizera tão diferente do resto de sua família, e era por causa disso que não conseguia ficar muito mais tempo dentro da festa. Estava preste a sair quando uma pessoa sentou-se ao seu lado, virando uma garrafa de uísque como se não fosse nada. Vestia-se completamente de preto e tinha cabelos morenos curtos; seus olhos eram impossíveis de encarar e ele parecia muito mais interessante que todos os outros ali.

— Olá Srta. Indiana Jones, como vai? — Disse tranquilo, pegando mais uma garrafa e virando-a assim como a última, Luriel revirou os olhos, algumas pessoas eram muito exibidas. — Eu disse para ela que poderia beber todo o reservatório...

— Hã... Quem é você? — Questionou para a figura, que ergueu os olhos para ela, inconscientemente, Luriel desviou o olhar, pensando sobre o porque daquilo e também por qual motivo o homem não estava nem um pouco alterado pelas garrafas que virou.

— Desculpe, não posso contar, mas um aviso: Prepare-se para o começo de um perigoso jogo. — Logo que disse isso, levantou-se e foi embora. Luriel revirou os olhos, algumas pessoas eram mesmo estranhas, esse homem de preto era prova, enigmático. Talvez estivesse bêbado. Não havia resquícios de bebida em sua voz e nem em seu hálito, Luriel. Balançou a cabeça, se livrando dos pensamentos.

— Posso me sentar aqui? — Uma voz chegou aos seus ouvidos, a obrigando a levantar seu olhar. Uma mulher se encontrava a sua frente, apontando para a cadeira a sua frente. Ela tinha cabelos castanhos e lisos e os olhos em um tom de verde escuro. Sua pose era bem delicada, a pele branca contrastava-se com o vestido vermelho escuro. Era muito bonita; tinha que admitir.

— Claro, pode sentar. — Disse, fazendo a mulher sentar na cadeira. — Também está com tédio?

— Festas formais não são para mim. — Revelou, sorrindo de relance. — Prefiro ficar nos fundos; melhor e chama menos a atenção. Só estou aqui por causa de meus pais, se fosse por mim, ficaria em casa planejando um lindo vestido.

— É estilista? — Questionou Luriel, ficando curiosa sobre a mulher.

— Ah, sou sim. — Disse, espreguiçando os braços. — E bem famosa por sinal, — Sorriu — sou Isabelle Liseriny.

— Meu deus! — Deu um sorriso — A polêmica filha dos Liseriny? O que faz aqui?

— Fui obrigada a vir, meus pais querem que as pessoas achem que estou sob controle. — Revirou os olhos — Eles não gostaram de minha escolha para o futuro.

— Idem para mim. Meus pais não gostam de meu espírito de aventura. — Sorriu, começando a sentir uma espécie de conexão com a estilista que era tão amigável e divertida.

Logo, a conversa entre ambas aumentou e foi se aprofundando, cada uma contando sobre sua vida e aventuras, cada vez se tornando mais íntimas e, cada vez mais, amigas. Talvez poderia ter sido uma amizade que durasse anos, que fosse firme e duradoura. Mas o Destino tinha outros planos para elas, na realidade, dois deuses tinham planos muito diferentes para elas...

E nem a amizade pode atravessar lados opostos de uma guerra.

 

Salão da Eternidade — Centro do Universo, Hora Inexistente

 

Lumine

 

Lumine estava encarando o Tabuleiro Mortal pela Visão Divina.

A grande cidade humana erguia-se onde antes se encontrava uma pacata cidadezinha do interior, como podia ver no passado. Sua visão a permitia poder vislumbrar lugares em todas as épocas — passado, futuro e presente. A Visão havia sido criada pela Entidade do Tempo, Tempus, e do Espaço, Tractus enquanto ainda moravam no Salão da Eternidade. Haviam saído dali depois da Grande Ruptura Divina, onde as divindades se separaram em focos de poder, cada foco localizado em uma parte do Centro da Eternidade. Apesar da maior partes dos Focos haviam deixado de existir, os poucos restantes eram muito importantes. Havia o Foco do Equilíbrio, onde Lumine e Tenebrae pertenciam, o Foco do Infinito, o Foco de Tempus, Tractus, Infinitum e Destiny. Haviam outros, como o Foco das Emoções, o Foco da Vida e Morte e Foco dos Elementos, mas eram poucos, comparados à Era Divina. A maior parte das divindades começou a deixar de existir quando seus domínios esgotavam-se ou desapareciam do Universo. Haviam muitos que seus domínios nem mesmo eram conhecidos pelos humanos.

Lumine vislumbrou a grande explosão no Tabuleiro, onde um enorme buraco se abriu e então saiu da Visão. Se visse mais, talvez seu irmão achasse aquilo trapaça. Seu irmão... Não sabia o que achar de Tenebrae, ou o que queria com o Jogo dos Deuses, se não se lembrava, fazia tempo que não era utilizado. Mas o mais curioso era as Peças que Tenebrae havia começado a escolher, principalmente o Rei e a “Rainha”. Lumine achou que fora uma quebra de regras, mas revisou algumas milhares de vezes as regras; Tenebrae seguira as regras. Se soubesse disso antes, poderia talvez fazer o mesmo, mas as Damas já estavam escolhidas: Esperava que conseguissem derrotar as de seu eterno rival. Sabia que seu Rei, Clark Christopher Evans, iria chegar a um ponto que poderia liderar suas Peças para a vitória. Mas, obviamente, Lumine tinha algumas cartas na manga. E estava prestes a ganhar mais uma.

Fechou os olhos e se projetou no Tabuleiro Mortal.

Seu corpo “humano” era bem menor do que seu original, mais frágil e possível de se ver para os humanos, obviamente, seus olhos eram a exceção. Sua alma era muito poderosa para ser vislumbrada por meros mortais. Aproximou-se da garota de doze anos. Allie Blake Turner, esse era o nome da futura Peça. Lumine sabia que era muito jovem para lutar, mas se Tenebrae podia fazer aquilo, Lumine podia fazer isso. Ela estava lendo algum livro dos deuses que os gregos acharam ser eles. Lumine ainda se lembrava quando os gregos a confundiam com Afrodite, a deusa mitológica correspondente a Amare, a verdadeira deusa do Amor Humano. Eram bons tempos, qualquer dia desse voltaria até lá, claro, depois do Jogo. Sentou-se na cama ao lado da garota, enfim tornando-se visível para os olhos humanos nus.

A garotinha deu um pulo de susto ao encarar a Dama da Luz, que apenas sorriu calorosa. A humana se recuperou, encarando-a com dúvida no olhar.

— Olá garotinha. Como vai? — Sua voz saiu mais suave que o normal, especificamente para acalmar a garota.

— Quem é você? — Disse confusa, encarando-a com dúvida no olhar. Lumine apenas aumentou o sorriso. Viu quando ela tentou olhar em seus olhos e os desviou, normal para os humanos.

— Eu sou a Dama da Luz, e vim aqui para te convidar para um Jogo Perigoso. Se quiser, pode participar. — Falou, encarando a garotinha. Era um plano arriscado, afinal, utilizá-la como uma surpresa para Tenebrae e suas Peças. Mas, apesar disso, se certificaria que ficaria bem e protegida. Seria sua arma secreta.

— Que tipo de jogo? — Perguntou a garota.

— Do tipo que é Perigoso, mas decisivo para a vida em seu planeta. Você vai estar segura, é claro, por ser minha arma secreta. Vou me certificar de só utilizá-la em último caso. Que tal? — Disse, deixando-a pensar. Passado alguns minutos, Allie a respondeu:

— O que preciso fazer?

Lumine sorriu e começou a contar.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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Titã