The New Caribbean - New Pirates on Seven Seas escrita por Black


Capítulo 29
Capítulo 28: Pequenas Palavras.


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, este é o último capítulo do dia.
Espero que gostem e boa leitura!



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Já há uma distância segura da praia, fora da vista do navio e cercadas por árvores, Elsa e Elena caminhavam com certa calma enquanto olhavam atentas para todos os lados, buscando algo que lhes oferecesse qualquer perigo.

– Então, quer falar sobre isso? – Elena puxou assunto enquanto as duas caminhavam por entre as palmeiras com a areia fofa sob seus pés.

– Sobre deixar a Peça lá? – Elsa arqueou uma sobrancelha, olhando para a irmã pelo canto do olho, percebendo então que ela assentira com um curto aceno da cabeça. – Elena, você sabe que, por mais que tenhamos poderes, somos apenas duas. Eles são centenas. Honestamente, não sei como iremos sair vivas daqui. – Soltou um suspiro cansado, brincando com a trança que caía por seu ombro direito.

– Você prometeu à Anna. – A morena argumentou com os olhos vigilantes procurando qualquer ameaça que se aproximasse delas.

– Eu sei e gostaria muito de poder cumprir. – A loira respondeu sem olhar para a mais velha, segurando o cabo de sua espada com a mão livre. – Farei o possível, mas nós duas sabemos que não é tão fácil assim. – Quase conseguiu visualizar sua irmã revirando os olhos, o que ela realmente fez.

– Claro que não é fácil, nunca é. – Elena lhe disse, repentinamente parando de andar, o que fez com que Elsa então se virasse para ela, cessando também seus passos. – Elsa, esta foi a vida que nós escolhemos há três anos, quando fugimos daquele castelo, roubamos um navio e conseguimos uma tripulação, mas, mesmo assim, você sabe que não somos como todos os outros. – Explicou com uma lenta precisão, afinal precisava que Elsa a escutasse pelo menos uma vez. – Há uma coisa que nos diferencia deles, que nos diferencia da mamãe, do papai, do Sparrow e, com certeza, do velho Barbossa. – Riu um pouco ao se recordar do capitão do navio Vingança da Rainha Ana. – Não brincamos com palavras, se prometemos algo, iremos cumprir e, honestamente, não vou admitir que você quebre isso. – Elsa pareceu surpresa com o tom de autoridade na voz de sua irmã mais velha. – Eu nunca exigi nada de você, porque não achei que havia necessidade, mas estou exigindo isso. Você prometeu à Anna que iríamos voltar e vai cumprir isso, não importa o que aconteça. – Finalizou em tom duro.

Elsa ainda parecia surpresa ao ponto de permanecer calada por mais algum tempo. Elena também não se atreveu a romper o silêncio instalado entre as duas, quebrado apenas pelo vento batendo nas folhas das palmeiras e as ondas do mar ao longe.

– E o que espera que eu faça? – Elsa finalmente questionou, olhando para a irmã com um olhar inquisitivo, afinal era comum que Elena tivesse respostas para qualquer que fosse a pergunta feita a ela.

– Elsa, nos seus melhores dias, ou piores, depende do ponto de vista... – A morena começou a falar, abafando um riso com a mão com o que ela própria havia dito. – Você teria congelado esta ilha inteira se isso fosse o bastante para conseguir o que queria, mas agora você parece insegura demais para fazer mesmo o ato mais simples com os seus poderes. – Disse, percebendo que a outra olhara para o chão numa tentativa clara de desviar o olhar dela. – Por quê? – Elsa não lhe disse nada, nenhuma resposta. – É por causa da Anna? – Arqueou uma sobrancelha, mas apenas o silêncio veio em resposta. – Você ainda não superou isso?

– Eu quase a matei. – A voz de Elsa era tão baixa que por um momento ela se perguntou se sua irmã havia lhe ouvido.

– Quase. – Elena repetiu em tom sério, indicando que havia escutado perfeitamente bem a frase que a mais nova havia acabado de dizer. – Isso deve contar para alguma coisa. – Concluiu.

– Você não se importa? – Elsa repentinamente se virou para a outra, olhando-a de um modo quase acusatório. – Não se importa que eu quase tenha matado nossa irmã, sua irmã? – Questionou. – No seu lugar, eu iria me odiar, nunca iria olhar na minha cara mais uma vez. – Lágrimas começaram a brotar de seus olhos azuis brilhantes num momento de fraqueza que ela não se permitia ter na frente de ninguém além de sua irmã mais velha. – Você não liga nem um pouco para isso? – Perguntou com a voz embargada.

– Elsa, Elsa. – Elena a abraçou com força, sentindo-a soluçar e enterrar a cabeça em seu ombro, que ficara molhado pelas lágrimas da mais nova. – É claro que eu me importo e não vou fingir que, naquele momento, eu não senti raiva de você. – Elsa se afastou um pouco para olhar a outra, não percebendo nada além de ternura naquele rosto tão igual ao seu. – Mas você não fez por querer e eu não sou idiota o bastante para não perceber isso. – Sorriu. – É claro que eu amo a Anna, assim como eu amo você e, quando se ama de verdade, não consegue odiar. – Assegurou, mas ao ver que Elsa fizera uma careta de brincadeira ao lembrar de todas as vezes que a outra a repreendera. – Ficar irritada sim, mas não odiar. – A mais velha brincou, provocando risos na loira. – A questão é: Mesmo se eu quisesse odiar você, eu não conseguiria. – Garantiu. – E eu estou aqui por você, agora e para sempre. – Concluiu.

Elsa a abraçou com força e limpou suas lágrimas assim que se separou da morena, sorrindo para a mesma, que também sorriu para ela.

– Agora vamos que você tem uma promessa para cumprir. – Elena falou e Elsa assentiu com a cabeça.

Finalmente, as duas voltaram a andar, mantendo-se atentas ao que acontecia à sua volta, pois aquela ilha já havia tirado a vida de piratas mais experientes que elas, embora não com as mesmas vantagens. Ambas ainda se lembravam de sua mãe lhes contando sobre as desventuras que vivera naquele pedaço de terra esquecido no meio do mar, habitado apenas por canibais assassinos que uma vez tentaram tornar Jack Sparrow seu rei apenas para sacrificá-lo logo em seguida. Elena riu do pensamento do Sparrow fugindo de um bando de índios mal-humorados, recordando-se perfeitamente de sua mãe descrevendo isto para ela. A mente de Elsa também vagava pelas mesmas memórias, levando-a a se perguntar como teria sido se o navio da Rainha de Arendelle não houvesse sido atacado por outros piratas, se ela e seu padrasto ainda estivessem vivos. Mas nunca poderia saber, afinal não havia como mudar o passado. Elsa apenas torcia para que ela pudesse construir um bom futuro.


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Notas finais do capítulo

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