Even flow escrita por Miss Ann


Capítulo 8
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Notas iniciais do capítulo

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Kagami olhou mais uma vez o relógio preto. 16:15h. Inspirou profundamente, passou as mãos no cabelo num gesto nervoso e voltou a encarar o relógio. 16:15. Ele teve vontade de bater a cabeça no poste onde se encostava, mas já estava parecendo retardado demais enquanto olhava o relógio a cada três segundos. Tudo bem, ela estava quinze minutos atrasada e não respondera as mensagens dele, mas estava tudo bem. Certo?
— Taiga-kun. - os olhos rubros encontraram a figura esbaforida. — Me desculpe!
— Sem problemas. - ela apoiou a mão nos joelhos, respirando fundo. — Aconteceu algo?
— Minha agenda estava cheia de compromissos pela manhã. - respondeu, encarando-o com um sorriso e Taiga se sentiu culpado.
— Quer que adie isso? - questionou, baixinho, coçando a bochecha em vergonha. Ela deu um soco nele.
— Você é mais importante. - jogou os cabelos pesados para trás, ajeitando-os de uma maneira que gostasse. — Você fica fofo corado deste jeito! - exclamou, rindo dele.
— A sessão do nosso filme já começou. - replicou, fingindo que não ouvira o comentário. Como se aquilo fosse diminuir sua vergonha! — Quer assistir outro? - ele tinha planejado uma comédia romântica, mas por conta do atraso...
— Vamos assistir aquele ali. - era um thriller recente. O ruivo concordou e compraram seus tickets e pipocas e se acomodaram nas poltronas. Durante o filme, Kagami se pegou algumas vezes olhando Sakura e sua concentração no filme. A maneira como ela ajeitava os óculos ou comia pipoca de maneira distraída e... Então ela se virou, encontrando o olhar dele. O ruivo voltou a ficar vermelho e fez menção a encarar a tela, mas Sakura apoiou os dedos sobre sua mandíbula e se inclinou, oferecendo os lábios úmidos na direção dele, que completou o espaço, juntando sua boca a dela, iniciando um beijo lento, até que ouvissem um burburinho atrás deles e se afastassem. A garota ria baixinho e Kagami poderia se enterrar de tanta vergonha. Não era de bom costume fazer isso, mas Sakura tinha a capacidade de acender de súbito seu desejo. Ela cobriu a mão dele com a sua, entrelaçando seus dedos aos deles, deixando-o sorridente, mesmo que na tela, passassem assassinatos violentos, com sangue espirrando para todos os lados. Em algum momento, Yukino deitou a cabeça sobre o braço dele e Kagami afundou o rosto nos cabelos perfumados, depositando um beijo ali, antes de se voltar ao filme. Quando acabou, foram os últimos a sair, com sorriso cúmplices e as mãos dadas.
— Desculpe por aquilo. - resmungou Kagami, fitando-a.
— Eu quem deveria pedir desculpas, mas é que você estava irresistível naquele momento. - Sakura fazia um bico tão fofo que Kagami mordeua boca, querendo beijá-la ali de novo. — Mas então, o que vamos fazer agora?
— O que você quer fazer? - o olhar dela foi tal sedutor que Kagami gargalhou, ao ver o sorriso perverso dela. — É sério!
— Bom... Posso te levar para um lugar?

Sakura jogou o capuz do casaco sobre os cabelos e foram caminhando pelas ruas, através das pessoas, por cerca de vinte minutos até chegarem a um parque extenso, com árvores cujas copas estavam fofas de tantas folhas verdinhas que floresciam. Não haviam muitas pessoas ali e a maioria eram casais com seus filhos ou alguns idosos. Sakura escolheu um extremo do parque, onde sentou entre as raízes de uma árvore e o ruivo acompanhou-a. Era um final de tarde muito bonito: o sol se punha aos poucos, distribuindo raios laranjas sobre as nuvens e uma mescla entre os tons amarelos e azuis se difundia sobre o céu, deixando-o com cores vibrantes e belas. Ele passou o braço pelos ombros dela, deitando-a ligeiramente sobre seu peito.
— Que tal falarmos sobre você, Taiga-kun? - murmurou a garota, enquanto fitava um cachorro brincando com sua bolinha.
— Que tal cada um faz uma pergunta sobre o outro? - a garota de cabelos brancos riu e olhou para o rosto dele, observando seu riso também. — Primeiro as damas.
— Como foi sua infância?
— Acho que foi como a de qualquer criança que teve bons pais. Eles brigavam comigo quando eu chegava todo machucado ou com notas ruins. Eles cuidavam de mim quando eu ficava doente e... Sei lá. Essas coisas de infância. - disse, num resmungo. — Como você começou a jogar?
— Bem, meu pai sempre gostou muito de basquete. Ele era americano e aprendeu a jogar basquete nas ruas quando jovem e seu sonho sempre foi ter um filho homem que pudesse jogar com ele. Mas minha mãe tinha dificuldade em engravidar e quando conseguiu, acabou nascendo uma menina. Porém, ele não se incomodou e começou a me ensinar quando eu ainda era bem pequena. Me levava junto aos jogos e me levava para as quadras para me treinar. Acho que minhas memórias priorizam mais meu pai por causa disso. - o silêncio recaiu sobre eles, enquanto observavam o sol descer no horizonte e dar espaço a outras estrelas, bem menos brilhantes. — Já se apaixonou?
— Já. E você?
— Não. - Kagami fitou a garota. — Que foi? É estranho uma garota nunca ter se apaixonado de verdade?
— Um pouco. - ela riu e se sentou direito, de frente para o ruivo.
— Eu meio que me casei com o basquete e tive alguns amantes para relaxar. - confessou, desviando o olhar dele.
— Nem mesmo Aomine? - ela negativou com a cabeça.
— Não posso negar que sempre tive muito te... Atração física pelo Dai-chan. Mas a gente nunca foi além de alguns amassos enquanto bêbados. No dia seguinte, a gente riu tanto disso que percebemos que, apesar de tudo, somos mais amigos do que qualquer outra coisa. E acho que foi nessa época que eu comecei a sair com o Imayoshi, senpai dele. Só que faltava alguma coisa, sabe? Eu sempre gostei da cara de mau do Imakkun e, claro, da inteligência dele, só que fora isso. - deu os ombros, sem saber o que dizer.
— A garota por quem eu me apaixonei antes... Bem, eu pretendia me casar com ela. - Sakura engasgou com a própria saliva e começou a tossir. — Você está bem?!
— Continue. - disse, com a voz rouca, batendo no próprio peito. — Por favor, não se incomode.
— Eu meio que conheci ela na padaria. Era uma cliente frequente e ficávamos conversando longamente e numa dessas, pedi que saísse comigo. - Kagami coçou a bochecha, envergonhado. — Ficamos juntos por um ano, até que ela resolveu me trocar por um banqueiro aí. E é isso. - deu uma risada sem graça. — Acho que ela não ia conseguir viver de maneira simples como eu vivo.
— Ela era uma idiota de deixar alguém como você ir embora. - comentou a mais baixa. — Mas melhor para mim. - deu uma piscadela e sorriu de uma maneira que Kagami não conseguiu não replicar. — Acho que você tem que ir para casa, Taiga-kun. Não quero que fique cansado amanhã por causa disso.
Então foram para a casa de Aomine, onde Sakura estava hospedada, mesmo que o moreno estivesse numa viagem fora do Japão. Sakura o abraçou com tanta força que o surpreendeu. Mas não disse nada, apenas o viu se afastar, dando um adeus tristonho.

— No que está pensando? - Sakura cutucou a testa dela, chamando sua atenção. Kagami sorriu, segurando a mão dela e levando aos lábios, vendo-a enrubescer de imediato. — Você é um bobo.
— Você é linda. E eu estava pensando no nosso primeiro encontro. - sussurrou, se inclinando para ela. Estavam na cozinha da padaria de Himuro e Yukino tinha ido fazer uma visita surpresa a ele. — Mas ainda não me explicou o motivo de vir aqui. - ela torceu os lábios, fazendo um bico fofo.
— Eu vou precisar viajar por duas semanas para os Estados Unidos. Querem que eu opine sobre três jogos da temporada feminina de lá enquanto eles acontecem.
— Quando viaja?
— Depois de amanhã. - seria no domingo, dia que eles normalmente tiravam para se encontrar, já que suas agendas conseguiam ser conciliadas. — Gomen.
— Não precisa se desculpar, é só seu trabalho. - apesar disso, Kagami não evitou a expressão tristonha. Fazia um mês e meio que começaram a se relacionar como qualquer casal de namorados faria. Tiveram um primeiro, segundo, terceiro encontro e tentavam conviver o máximo de tempo que podiam, apesar de ambos possuirem diversos compromissos em suas agendas que os mantinha bastante ocupados. — Vou sentir sua falta. - o toque dela em seu rosto foi quente.
— Eu também. - ficou na ponta dos pés e roubou um selinho dele. — Se quiser alguma coisa especial de lá, por favor, me diga.
— Por que eu iria querer algo de lá se tenho você aqui? - levou um soco leve da garota. — Talvez você pudesse me fazer um favor!
— Com toda a boa vontade. Diga.
— Vai passar perto de Dallas?

*

Duas semanas torturantes se passaram. Neste meio-tempo, Kagami vivia com seu celular carregado quando saía de casa e eles se falavam bastante, até mesmo por skype. Mesmo com tão pouco tempo, o ruivo sentia falta da companhia da garota e de suas tiradas engraçadas ou de seus sorrisos e abraços carinhosos. Sentia falta das conversas que tinham e das vezes que assistiam jogos juntos. Sentia mais a ausência dela do que outra coisa e até Himuro percebeu que ele estava mais calado e concentrado que o usual enquanto trabalhava e achava isso particularmente engraçado.
Quando chegou a data de retorno, Sakura disse que o vôo chegaria muito tarde no Japão e não queria que ele a recebesse. Em vez disso, assim que foi liberado do trabalho, Kagami foi para casa, trocou as roupas e, depois de separar algumas coisas suas, foi para casa de Sakura, chegando em torno de 22hs e sendo recebido pela esposa de Tanaka-san, que cuidava da casa. Depois de conversarem um pouco, Taiga foi para cozinha e preparou as coisas que a namorada mais gostava. Depois disso, resolveu esperá-la no sofá, mas estava tão cansado que mal encostou e dormiu sentado.

Assim que Sakura adentrou o recinto, acendendo as luzes, rapidamente as apagou, por causa de Kagami que se encontrava num sono profundo. Ela queria abraçá-lo diante tanta fofura, entretanto, apenas o deitou direito no sofá, esticando as pernas dele sobre o braço e, depois de depositar um beijo casto em sua testa, subiu para o banheiro, tomando um banho demorado, chegando a lavar os cabelos apenas para tirar aquele cheiro de avião que tanto detestava. Pegou seu baby-doll de bolinhas e penteou os cabelos. Separou a manta laranja para Kagami, mas quando desceu, encontrou-o sentado, ainda bastante sonolento.
— Preparei algo leve para você comer. - sua voz era rouca e grave e Sakura sentiu seus pelinhos se arrepiarem. Além disso, a expressão de sono dele era adorável. — O que foi?
— Não sabe como senti sua falta! - disse, baixinho, antes de abraçá-lo e ser abraçada. Depois de alguns minutos, se separaram e foram para cozinha comer o que o jovem havia preparado. Sakura o encheu de elogios e se esforçaram em ter uma conversa, mas ambos estavam cansados demais — a semana havia sido dura para ambos. Deixaram a louça na pia e Kagami fez menção a voltar para o sofá, mas Yukino não permitiu. Puxou-o pela mão até seu próprio quarto, onde Kagami nunca havia entrado. — Sinta-se na sua cama. - disse, envergonhada, enquanto procurava travesseiros para ele.
— Tem certeza? - ela assentiu e o ruivo sorriu diante da vergonha dela. — Posso usar o banheiro para tomar uma ducha?
— Claro. - ofereceu uma toalha felpuda para o rapaz, que entrou na suíte, aonde se refrescou e vestiu roupas mais confortáveis. Ao sair, encontrou Sakura jogada de qualquer maneira sobre a cama, dormindo relaxada.
— Você está tão cansada que sequer se cobriu. - murmurou, enquanto a ajeitava na cama, por debaixo dos edredons grossos. — Eu deveria ter tido consideração e não ter vindo porque você estaria exausta, mas não sabe como eu estava cheio de saudades. - se acomodou ao lado dela.
— Taiga. - ela sussurrou baixinho, antes de se aconchegar entre os braços dele. — Cheiro do Taiga. - murmurou, afundando o rosto na blusa dele.
— Não faça isso com meu coração. - replicou baixinho, acariciando os cabelos platinados. Sabia que ela estava sonhando, mas era incapaz de deixar de sorrir mesmo assim. — Boa noite, Sakura.

*

Taiga dormiu a noite inteira e boa parte da manhã de domingo, acordando perto da hora do almoço. Estava sozinho na enorme cama de Sakura, mas ainda sentia o seu cheiro por toda sua blusa e pelos travesseiros que o rodeavam. Com preguiça, se levantou, arrumou os lençóis e foi fazer seu asseio matinal na suíte, saindo limpo e devidamente vestido. Desceu as escadas e seguiu o cheiro até a cozinha, encontrando a ex-jogadora com um avental e uma bandana segurando sua franja. Ela lia um livro que estava aberto sobre a mesa.
— Ohayo. - disse o ruivo, pegando-a desprevenida.
— Ai, Kagami-kun! - pôs a mão sobre o peito. — Tanta beleza de uma vez só maltrata meu pobre coração, — principalmente se me assustar desse jeito. - ele não deixou de gargalhar com o que ela havia dito e foi ao lado dele, observar o livro. As folhas estavam amarelados e ele estava bastante frágil.
— Você pegou? - questionou, abraçando-a.
— Sim. - disse, baixinho. — Sua mãe é linda e muito fofa! Disse que você tinha ligado para pedir isso e fez questão de me convidar para tomar um chá com ela.
— Aiko Kagami conquista as pessoas sem perceber. - murmurou no pé do ouvido dela. — Gostou dela?
— Muito. Mas não sei... - o ruivo sorriu.
— Ela te adorou, Sakura-san. Disse que você era muito elegante e adorável, além de bem-educada. - deu um beijo no pescoço dela. — Enfim, esse livro contém as receitas de família. Eu quero digitá-lo já que ele está quase desintegrando. Mas o que você está fazendo com ele aberto?
— Pensei em fazer uma receita que encontrei nele. - ela cobriu a boca com as mãos. — Oh! Isso deve ser invasão de privacidade, né? Me desculpe, eu não deveria...
— Sinta-se a vontade. - olhou a receita que havia nele. Era um pão de ricota e passas que sua avó ensinara a sua mão e Kagami ainda era capaz de lembrar quão molhado a massa era e simplesmente suave. — Boa escolha. Posso te ajudar?
— Eu só tenho que sovar a massa, antes de deixá-la crescer. - ela pegou a massa e começou a achatá-la e a esticá-la, sob o olhar de Kagami. Mas não demorou muito, ele foi para trás dela e juntou as mãos com a dela.
— Use a base da palma da mão para empurrar. - demonstrou como fazia. — E tente esticá-la ao máximo para ativar o glúten e a massa ficar flexível e macia.
— Ok.
— E use o mínimo de farinha. A massa fica mais úmida e gostosa. - ela assentiu, ainda sovando a massa. Mas Sakura parecia distante enquanto fazia aquilo. — Está no ponto. É só cobrir com um pano de prato e deixar por pelo menos uma hora. - mais uma vez ela assentiu. — Aconteceu alguma coisa? - Yukino se virou e fitou o ruivo com seus grandes olhos violetas e Kagami engoliu em seco ao observá-los escuros. Ela se afastou por um momento para guardar a massa e levar as mãos. Despiu o avental e a bandana. — Está tudo bem?
— Às vezes, eu acho que você só quer me provocar. - disse, se aproximando dele e apontando para seu peito. — Ou você simplesmente não sabe o que faz comigo quando fica atrás de mim, concentrado daquela maneira, respirando e falando ao pé do meu ouvido. - a seriedade dela era tamanha que Kagami se assustou.
— O que você quer dizer?
— Que você está me deixando louca por você. - ela jogou os braços sobre os ombros dele. — Vamos continuar o que começamos há dois meses na sua cozinha, Taiga. - ficou na ponta dos pés, oferecendo os lábios úmidos a ele.
— Tem certeza? - sussurrou, sentindo o hálito de canela dela bater contra a sua boca. Estava tão perto e ela estava tão deliciosa naquele momento.
— Claro. - Kagami envolveu a cintura dela com as mãos e a puxou para cima, obrigando-a a envolver as pernas em torno de seu quadril. Tomou a boca dela com voracidade, deixando seus lábios mordidos e inchados, beijando suas bochechas rubras de vergonha, enquanto caminhava desastradamente pela casa dela e tentava subir a escada sem ver os degraus. Estava entretido demais em ser beijado por ela e sentir os dedos dela puxarem seu cabelo e as unhas rasgando sua nuca, onde depois eram cobertos por beijos molhados.
Ao alcançar o andar superior, entrou desajeitado no quarto, batendo a porta atrás de si com violência e a deitou na cama, indo junto a ela, sua perna entre as coxas dela. Suas mãos subiram a cintura estreita e arrastaram a blusa, até que ela fosse totalmente retirada. Olhou os seios dela e mordeu a boca, antes de fitar os olhos dela por detrás da armação grossa. Viu que havia certa insegurança no olhar dela, então respirou profundamente e se abaixou, beijando a boca dela uma outra vez, acalmando-a.
— Tem certeza? - sussurrou, entre um dos beijos. — Eu posso esperar. - Sakura pousou o indicador sobre os lábios dele, impedindo-o de beijá-la.
— A cicatriz... - molhou os lábios com a ponta da língua antes de voltar a falar e Kagami achou aquilo sexy. — Não é uma coisa muito bonita. A pele é diferente e... - Taiga mordeu o indicador dela e a sua mão, antes de morder a boca dela.
— Shiu. - o sorriso torto e safado dele era muito para a sanidade de Sakura, mas ele logo se afastou, puxando a calça de moletom dela para baixo, deixando-a apenas de roupas íntimas. Kagami sorriu com essa visão e tocou a coxa dela, alisando todo o caminho até a perna mecânica. Seus dedos se enfiaram pela parte confortável e, com delicadeza, tirou a prótese. A perna dela terminava abaixo do joelho, com uma pele grossa pelas cauterizações do processo.
Taiga deixou a prótese de lado e acariciou o local com os dedos, antes de inclinar e beijar ali e ir subindo seus beijos, enquanto seus dedos se prendiam em outras curvas e entradas. Seus olhos se prenderam aos violetas e à expressão de Sakura, cujo dorso da mão cobria os lábios dela. Kagami podia ver seu peito subir e descer, ofegante de ansiedade e quando a alcançou no ponto que ela tanto desejava, escutou os sons que se agarravam no fundo de sua garganta e saíam roucos, graves e deliciosos. Aquilo era música para os ouvidos de Kagami e se sentiu estimulado a continuar com sua boca, suas mãos, provando do corpo dela por inteiro. Quando foi tomá-la, encostou a testa na dela, olhos nos olhos e foi o mais fundo que pôde, vendo a boca dela se abrir e o gemido rouco sair longo e gutural. Ele a completava de tal maneira que Sakura não poderia deixá-lo mais ir. Não era somente o seu corpo, mas tudo nele era tão intenso e aquilo fazia Sakura querer viver sua vida na corda bamba, desde que fosse com ele.
— Eu acho que te amo. - disse, quando ele se deitou ao seu lado, os cabelos se prendendo a testa suada. Ela viu as pupilas dilatadas contra o vermelho maravilhoso de suas íris e acariciou o rosto dele. — Eu me apaixonei por você, Taiga-kun. - o riso do ruivo saiu, baixo e realizado.
— Eu sei que tudo é novo e ainda precisamos de muito para nos conhecermos, mas eu também te amo. - sussurrou no ouvido dela, mordiscando a cartilagem. — E eu tenho certeza que você é a garota mais bonita deste mundo. E que eu quero de novo e novo e mais uma vez até que eu não consiga mais de tão cansado. Ou até que você desmaie de tanto prazer!
— Taiga! - exclamou, enrubescida.

Mas logo se entregou aquilo como quem se joga num abismo: de cabeça e tão rápido quanto pôde.

*

— Eu acho que você devia abrir seu próprio restaurante. - comentou Sakura, enrolada nos lençóis e comendo algumas coisas que Kagami preparara na cozinha. — Você é realmente bom nisso! - o ruivo deu uma risada baixa e roubou o pedaço de pão que ela comia, enfiando tudo na boca só para vê-la gargalhar. — Bobão.
— Eu acho que você devia voltar a jogar, Sakura. - ele acarinhou a coxa dela por cima do tecido fino. Os olhos dela se voltaram para baixo. — Por respeito a você, eu nunca pesquisei nada sobre sua vida, meu bem, exceto o que vi nos jornais e algumas reportagens. Mas eu vejo que você sente falta, então por que não tenta? - a garota se encostou sobre os travesseiros empilhados e entrelaçou os dedos nos dele.
— Comecei jogando como lateral na equipe Junior do meu antigo time. Era estranho, mas acabei me acostumando a posição. Foi onde comecei a treinar meu passe de três pontos. - Kagami sorriu para ela, incentivando-a a continuar. — Depois subi a reserva e fui chamada para jogar numa partida onde nossa lateral sofreu um acidente e machucou o quadril. Então tudo começou para minha carreira. - ela apertou os dedos dele. — É claro que eu era obrigada a treinar o dobro de vezes que o time normal, porque tinha que me acostumar a rotina delas e tive que entrar numa dieta rigorosa. Mas valeu a pena: começaram a perceber como eu jogava e, depois de um ano jogando profissionalmente, eu consegui ser capitã do time. Nessa época, eu já jogava como armadora. Eu preferia jogar atrás porque era melhor para observar o jogo e controlá-lo.
— Devia ser emocionante jogar em partidas assim. - Sakura sorriu abertamente.
— Eu tremia como bambu antes de entrar em quadra. Minhas mãos sempre ficavam geladas e eu suava fria. Só que quando apitavam e tudo começava... - Kagami assentiu, concordando com o que ela queria dizer. — Sinto falta disso tudo, Taiga-kun. Da emoção, da loucura, do desespero pelos rebotes. Eu sinto falta da vida em quadra.
— Então volta, Sakura.Não tem nada que te impeça.
— A ausência da minha perna me impede. - bufou e mexeu o toco da perna. — Se lembra? - Kagami inspirou fundo, um pouco irritado, mas sorriu para ela. Então, uma ideia surgiu em sua mente.
Sakura, posso te apresentar alguém?


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Notas finais do capítulo

Sakura e Kagami só nas potarias, hahaha! :v
Enfim! Eu colocar o lemon em detalhes por razões óbvias ~fanfic 16 anos, hehe~, mas espero que tenham gostado. Sinto dizer, mas já está chegando ao final a nossa primeira parte. A segunda — Miss Missing You, Kise, está sendo postada também e a terceira parte, com nome unknown vai ser escrita envolvendo o final das duas fanfics!
Um beijo. Um queijo.



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