Always in My Head escrita por Kizimachi


Capítulo 2
Capítulo II - The Philosophers


Notas iniciais do capítulo

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:*



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P.O.V Nico

Não posso acreditar nisso.

Por uma obra do destino, conheço uma nova inimiga logo na volta às aulas. E por uma nova obra do destino, vejo que ela estudará comigo ao me seguir e parar atrás de mim quando vou abrir a porta da sala de Filosofia. Suspiro e abro-a.

O professor Eros, loiro, cabelo na altura dos ombros, 31 anos, olhos castanhos, estava passando com uma caixinha de aluno em aluno. Todas as atenções se voltam para a porta, consequentemente, para mim.

– Sabe, Nicolas, Shakespeare já dizia que é melhor estar 3 horas adiantado do que 15 minutos atrasado. – De fato, eu estava cerca de 15 minutos atrasado. Baixo minha cabeça e vou em direção à uma das cadeiras livres. – Acho que ele não entendia o quão chato é a volta às aulas. – Todos riem. Não preciso dizer que ele é um dos meus professores favoritos. Ele me estenda a caixinha e tiro um papel dobrado, mas que tinha algo escrito no exterior da dobra. “Engenheiro eletricista*”.

– Professor, minha última poesia me fez passar vergonha na frente de todos. – Percy fala levantando seu papel, que continha “Poeta”. Ele estava certo. Alguns anos atrás, tivemos que fazer um recital para toda a escola. Isso arrancou mais risadas.

– Bem, Jackson, não se preocupe, logo suas dúvidas serão tiradas. E a propósito, é muito importante que não abram seus papéis agora, apenas fiquem com o que há no exterior. – Parece que Will Solace não entendeu o aviso do professor e já estava a abrir o papel. – Will, você está fora da brincadeira. – O professor tem olhos de águia. Foi assim que ele zerou a prova de mais da metade da turma na sua primeira avaliação. Todos os zerados estavam colando.

– Aaaan... Professor, acho que temos uma aluna nova. – Clarisse de la Rue, namorada do Chris, fala.

– Ah, claro. Entre, jovem. – Todas as atenções se voltam para a menina com quem eu havia trombado. Minha inimiga.

* Bem, engenheiro elétrico é estranho, então prefiro usar engenheiro eletricista.

P.O.V Thalia

Sabem, odeio esses primeiros dias de aula. Por quê? Parabéns se você chutou “apresentações”.

– Poderia se apresentar para a turma? – o professor, muito bonito, pergunta. É uma pergunta retórica. Vou até a única cadeira vazia, mas, antes de me sentar, falo:

– Sou Thalia Grace, tenho 18 anos, vim de Miami para cá, e acho que é só isso. – Quando me sentei, percebi duas coisas: 1 – Uma loira ficou me encarando com a boca aberta. 2 – Adivinhe onde eu sentarei. Acertou se pensou “ao lado do carinha que trombei”. A loira se levantou e veio em minha direção. Correndo, diga-se de passagem. Parou bruscamente na minha frente, se apoiando na minha cadeira. Com isso, pude ver seus olhos: cinzentos. Essa não...

– Tha... Thalia? – ela falou com um enorme sorriso.

– Annabeth? – falei, ou melhor, gritei de tamanha alegria.

– SUA PUTA, COMO VOCÊ OUSA VIR PARA NOVA IORQUE E NÃO ME AVISA? – ela gritou, muito, mas muito alto, à medida que me abraçava. Pessoas começavam a rir, inclusive o professor.

– Tá legal, vaca, mas você tá me matando. – e ela me solta.

– Bem, depois do momento discreto – falou ironicamente o professor – posso me apresentar. Sou Eros, e serei seu professor de filosofia por poucos meses, então, por favor, tente me aguentar. – Ele falou com uma cara de cachorro pidão que arrancou risos de todos, inclusive de mim. Primeira vez que ria hoje. Ele estendeu-me a caixa e tirei o papel. “Engenheiro químico”.

P.O.V. Nico

A aula passou incrivelmente rápida. Incrível como o professor soube fazer uma ótima dinâmica. A “brincadeira” consistia em termos que sobreviver em um apocalipse atômico num bunker que só cabiam 10 pessoas. A turma tinha 22 pessoas, logo, tivemos que eliminar pessoas de acordo com sua profissão. O professor disse que seria uma espécie de coringa no jogo, ou seja, não poderíamos de princípio, saber o que ele era. Assim que o Percy anunciou que era um poeta, o professor atirou nele (na brincadeira, obviamente) e falou que nenhum de nós escolheríamos um poeta num apocalipse. E assim ele fez com os que ficaram de fora do bunker. A Annabeth resolveu deixar o professor de fora do bunker, mesmo ele dizendo que só ele sabia a senha de saída. Conseguimos sobreviver no bunker por um ano, mas na saída, uma senha foi pedida. Logo, nos fodemos.

O professor anunciou que teríamos um segundo round, só que, dessa vez, abrimos os papéis e descobrimos características extras. Só sobrevivemos nesse round, porque, após o ano no bunker, precisávamos novamente da senha, e o professor tinha dito que não participaria, aí eu me lembrei que era um engenheiro eletricista. Precisei de cerca de 10 dias pra bolar um circuito que desse um curto na porta. Para sobrevivermos por esse tempo, Thalia, que disse que era engenheira química, bolou algo para o oxigênio durar mais tempo. E assim conseguimos sair. Após isso, todos se levantaram e aplaudiram a brincadeira.

– Ora, ora... Bom trabalho, Nicolas e Thalia. Bem, para a próxima aula, quero que vocês façam um pequeno debate sobre alguns pensadores. Dividirei duplas e vocês terão que pesquisar sobre os pensadores que eu disser. Nico e Thalia, vocês se deram bem na brincadeira, então vocês farão dupla e ficarão com Tolstoi. – Não pode ser verdade. Suspirei e olhei para a garota. Ela me encarava com seus olhos azuis elétricos, com uma expressão mortal. Enquanto o professor ia dividindo as outras duplas e a zoada reinada, ela falou baixo, mas por estar do seu lado, pude escutar:

– Bem, vejo que o idiota tem nome. Nicolas Danger, não é? – imbecil.

– Não, Thalia. – Respondi, forçando o nome dela. – É Nicolas Di Angelo. Apenas Nico.

– Tá legal, Di Angelo. – Falou sílaba por sílaba lentamente. Essa sabe ser chata. – Bem, não deixo para fazer trabalhos de última hora, então, o que tem em mente?

– Sei lá. – Falo e vou me levantando da cadeira.

P.O.V Thalia

Fiquei olhando abismada para o Di Angelo enquanto ele se distanciava. Chato, idiota, imbecil... Não vou deixar isso assim. Levanto-me apressada e vou até ele. Puxo seu ombro para que ele me olhe. Ele faz, meio que surpreso.

– O que quer? – Ele pergunta.

– Eu perguntei O que tem em mente, Di Angelo.

– Já respondi, sei lá. – Quando ele ia se virar, segurei-o pelo ombro e coloquei o dedo no seu peito.

– Escuta só, esteja no Starbucks mais próximo daqui às 17h. – Olhei seu bolso e vi que tinha um certo volume lá. Coloquei a mão lá dentro e tirei seu celular.

– O que está fazendo? – ele falou nervoso, tentando recuperar seu aparelho. Mas não deixei

– Espere, idiota, vou colocar meu número – não tinha senha. Ótimo. Salvei meu número no celular dele, sem deixar de olhar o wallpaper do Imagine Dragons. Pelo menos bom gosto ele tem, não é possível que alguém conseguisse ter todos os defeitos do mundo. Devolvo o aparelho. – Até lá. – Passo por ele, esbarrando de propósito.

– Idiota... – ele resmunga.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é um pouco baseado no filme "Jogos do apocalipse" (The Philosophers, ou After Dark). Recomendo demais.