Eu estava vendada, tudo ao meu redor era um enorme breu, Klaus me ajudava a andar por ai, mas isso não me impedia de dar joelhadas em móveis.

Foi quando uma música alta invadiu meu ouvido, eu dei um pulo pra trás, quando sua visão está apurada por causa da falta da visão seu ouvido fica bem sensível. Arranquei aquela merda de venda e vi meu filho parado lá em baixo com os braços abertos, corri em sua direção ignorando metade da escada, e o abraçando com força.

– Mãe...Sabe ta me sufocando.- Ele deu um riso nasalado, mas me abraçou de volta, eu sentia tanto a falta do meu garoto.- Mamãe você está chorando?- Perguntou e eu balancei a cabeça em concordância tentando tirar as lágrimas dos olhos. Ele havia ido pra faculdade mais distante possível ao meu ver, e eu quase nunca o via.

– Nossa! Tudo bem então, já que eu fui trocada por um loiro de farmácia, vou ir embora.- Megan apareceu, e eu nem mais poderia há chamar de minha garotinha, ela já era um mulher de vinte e dois anos, daquelas que vestia calça de couro colada.

– Deixe de ciúmes Meg, você que está se esquecendo do seu pai.- Klaus resmungou descendo as escadas mais rápido que eu.

– Papai!- Megan correu em sua direção, pulando em cima dele.

– Me diga que aquele ali, não é seu namorado princesinha?- Perguntou, e eu ri,ainda não soltando meu caçula, um garoto ruivo e com os batimentos bem acelerados entrava pela porta, ele estava sem graça .

– Ah não papai, fique tranqüilo aquele é o noivo da Hope.- Ela disse toda sorridente, e eu achei que Klaus iria explodir. Ele estava mais vermelho do que nunca.

– Noivo, filha? Você tem certeza ?- Perguntei tentando diminuir a tensão, mas Meg confirmou.

– Ah mamãe, nós passamos pela casa do tio Dam e advinha?- A voz de Meg era de pura emoção, e eu não sabia o que era mas, coisa boa para o meu lado não seria.

– Não faço idéia, mas eu espero que não seja uma criança.

– Mamãe não fala merda, nem tem como. Eles compraram um cachorro, e é tão fofinho, aquela bolinha de pelo é tão pequeninha, e a tia Elena o trata como filho tanto que ele tem nome e sobrenome,e um quarto só pra ele, é tratado como uma criança mimada.- Meg falava com os olhos brilhando, ela amava cachorros mas com seu último Elijah estava irritado e jogou o cachorro da varanda.

– Deve ser realmente uma gracinha. Mas então você viu a tia Bonnie ?- Soltei Kendall e fui puxar minha filha para um abraço.

– Vi sim, mamãe a Beatriss já está até andando, quando vocês forem visitá-los vai ver como ela ficou a cara da tia bonbon.- Ela falava com empolgação da mais nova integrante da família, alguns anos antes -mesmo contra minha vontade- Bonnie acabou se casando com aquele demônio depois mas de algum tempo eles brigaram feio e estavam a ponto de se divorciar mas, foi ai que Bonnie descobriu que estava grávida, então eles tem um pequeno acordo de ficarem juntos até Bea completar dezoito anos, ai depois estarão livres e não vão precisar nunca mais ver a cara um do outro, só que parece que o plano anda mudando, por que eles estão mais próximos que nunca.

Eu também nem precisava dizer que Marcel ficou muito mal com isso, agora mesmo ele provavelmente deve estar em um bar qualquer bebendo todas até cair.

– Pai! Tia Car!- Hope entrou puxando o ruivo pela mão, Hope tinha um aspecto mais de riquinha, também não é toa ela era uma ótima advogada, morava numa cobertura em New York aos 27 anos, e ainda por cima era atenciosa a família, e eu via como Klaus sentia a falta dela.

– Boneca como vai? – Ela abraçou a todos e ainda bagunçou os cabelos de Kendall.

– Eu vou bem papai, então esse é o Joe meu noivo, eu sei que não te disse antes mas, é que eu estava com um pouquinho de medo da sua reação. Fique tranquilo vamos esperar mais um tempo pra casar.- Ela soprava suavemente mas dava pra notar muito bom o nervosismo em sua voz, Hope era um tipo de filha que precisava da aprovação do pai, bem ao contrario de Meg que faz tudo sem pensar e nem se dá ao trabalho de perguntar nossa opinião a respeito.

– É um prazer conhecer o senhor.- Joe estendeu a mão para o meu marido. Uh educado. Depois disso os dois subiram para conversar com Hayley e Elijah enquanto isso eu terminava de arrumar a mesa.

Quando tudo estava pronto todos se sentaram, e no meio de todas as brincadeiras e piadas, eu percebi que Rebekah poderia ser minha cunhada vadia o tempo todo, mas graças a ela que eu havias consegui tudo que tenho hoje, se não fosse por ela ter invadido minha casa e quase me obrigado a vir pra cá, eu nunca teria um final igual.

Mas tudo que eu queria e como queria estava aqui hoje, por que as vezes ficar do outro lado da situação te ajuda a enxergar como as coisas só são difíceis por que você mesma fez isso, então na minha teoria pagar na mesma moeda é a melhor coisa, você se coloca no lugar do outro e descobre que o que você o machucou mais do que imaginava.

“ O amor só é lindo quando encontramos alguém, que nos transforma no melhor que podemos ser “.