Zona B escrita por Bry Inside the Box


Capítulo 30
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus keriduhs :3
Eu to postando bem mais cedo hoje por dois motivos:
1. TO DE FÉRIAS BABY!
2. Eu vou ver a pré-estreia de Hobbit hoje (EU SEI S2), e, por isso, não vou aparecer de noite.
Enfim, tenham uma boa leitura *u*



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Charmin abriu os olhos, fitou James, que dormia pesadamente, e saiu de cima do louro para ir ao banheiro. Infelizmente, ela não acordava de madrugada a não ser que a chamassem, então segurava a vontade por toda a noite e acordava com a bexiga apertada, perdendo até a preguiça para ir ao banheiro.

Ela voltou e viu que todos já estavam acordados, menos Alexandra, que dormia na cama de Josh com um travesseiro entre as pernas. Desde que acordou de madrugada, ele pegou uma coberta e dormiu no chão. E por mais que Charmin não admitisse nem a si mesma, estava feliz de ver Josh com aquela reação, pois pelo menos ele estava tomando jeito.

Foi até a mesa dos computadores que, agora, estava sendo usada como mesa de café da manhã, pegou uma fatia de pão caseiro que Will comprava de uma senhorinha pobre, mas com uma ótima mão para cozinha, e um copo de suco de algum sabor que ela desconhecia, mas considerava bom. Talvez uma mistura de morango com limão que ela adorava.

– Bom dia, gatinha.

Will se aproximou dela e deu um beijo em seu rosto. O cabelo deve estava bagunçado e ele estava sem a calça, somente com uma cueca samba-canção e uma regata suja de leite que ele havia acabado de derrubar. Ela soltou um riso pelo estado quase deprimente do líder e devolveu o cumprimento, tomando um gole do suco e sorrindo para a feição simpática e sonolenta do outro.

– Bom dia, Charmin.

Marc e Kyle falaram ao mesmo tempo e Charmin acenou para os dois enquanto comia o pão. Marc afagou as mechas negras de Charmin e Kyle tocou em seu ombro num cumprimento amistoso.

– Bom dia garotos. – Disse puxando a cadeira que Marc usava para o computador e dobrou as pernas. – Temos algo para hoje?

Kyle deu um gole numa garrafa d’água.

– Pelo que Will me disse ontem de manhã, ele recebeu uma carta do seu irmão e nós vamos discutir sobre o que tem nela hoje. – Ele sentou ao lado dela. – Só falta Alexandra dar uma volta pela B, porque não podemos falar na frente dela.

– É. Eu concordo.

Charmin ouviu um bocejo alto e olhou para as camas, vendo Nick arquejando as costas e vestindo uma camisa. Por um momento, ela pôde ver o peitoral do garoto e enrubesceu tanto que sentiu as bochechas quentes. Engoliu um gole de suco e começou a tossir de nervoso.

– Charmin? – Chamou James. – Tudo bem?

– T-tudo ótimo. Uma maravilha. – Ela levantou o copo. – Eu adoro as manhãs!

Nick atravessou a sala e pegou um copo de leite puro, tomando alguns goles e cumprimentando a todos. Aproximou-se de Charmin e depositou um beijo rápido em seus lábios, levantando-a, sentando em seu lugar e puxando-a para seu colo. Ela enrijeceu os músculos e enrubesceu mais ainda, e começou a tomar o suco incessantemente.

Will deu um risinho e olhou para os dois.

– Vocês transaram, não?

Charmin cuspiu o suco no chão e começou a tossir. Nick soltou um riso divertido e bateu nas costas dela levemente, ajudando-a.

– Olha o que você fez com a menina, Willian. – Disse o de cabelos enrolados. – E não. Nós não transamos. Só... Aprimoramos o nosso relacionamento.

– Nícolas, isso é transar.

– Chame como quiser...

Repentinamente, Charmin deu um tapa no rosto de Nick.

Nícolas...!

– O quê? Você sabe... – Ele chegou perto de seu ouvido e sussurrou. – Nós vamos transar um dia.

As bochechas de Charmin ficaram do tom do cabelo de Marc e Kyle e ela quase caiu no chão se Nick não a abraçasse pela cintura e colasse sua barriga nas costas dela. Ela ficou tão constrangida com os risos de todos que Nick precisou acalmá-la para ela voltar ao estado de tom facial normal.

– É bom saber que a Charmin ainda tem um lado feminino. – James soltou e ela olhou para ele com raiva. – Ah, qual é. Você sabe que perdeu bastante da sua meninice depois de tanto tempo comigo.

– Você que virou uma marica depois de tanto tempo comigo.

James sorriu para ela. Ele já havia superado a questão de Nick estar com Charmin faz um tempo, quando enxergou que ela era sua irmã de coração e devia apoiá-la em qualquer decisão que fosse boa para ela. Então lá estava ele, torcendo para que os dois ficarem juntos e tentando não denunciar a tristeza de ter perdido sua Charmin para outro. Mas perder algumas coisas fazem partes da vida, e ele estava encarando isso agora.

Então Josh chegou, deu bom dia para todos e Charmin sorriu alegre para ele. Ele também sorriu para Charmin também, mas de um modo dolorido. Ela entendeu que ainda não era hora de falar com ele como de costume, voltou-se para Nick e deitou a cabeça em seu ombro.

– O que tá acontecendo?

Alexandra se levantou e ela usava uma das camisetas que Josh emprestara a ela no meio da noite. O cabelo curto dela estava em perfeito estado e aquilo irritou Charmin: o modo como ela não parecia verdadeira de nenhum jeito.

– Sandra. – Chamou Josh. – Nós vamos ter uma reunião e precisamos que você dê uma volta e volte depois. Pode ser?

Ela deu de ombros, vestiu uma calça e calçou as sapatilhas.

– Vou ver se arranjo algo para fazer. Não quero mesmo participar dessa conversa de vocês.

Ela subiu a escada, abriu o alçapão e desapareceu.

Will se levantou, foi até uma escrivaninha no canto e pegou um envelope. Colocou óculos ovais e voltou-se para os outros.

– Aqui está a carta que seu irmão mandou para mim, gatinha. – Ele sentou-se em cima da mesa, ao centro de todos, e começou a explicar. – Eu dei uma lida essa noite, e Collin fala sobre um método muito interessante para entrarmos na A. E também como exterminar a diferença entre zonas. Bem, eu vou ler.

Ele ergueu a carta no nível dos olhos, pegou um óculos de lentes quadradas e contorno transparente, e começou:

“Primeiramente, eu queria dizer um olá a todos. Para minha irmã: Charmin, sinto sua falta todos os dias e sinto falta de cozinhar legumes baratos para você pro almoço.
Eu estava pensando que nós podemos fazer muito mais pela B do que simplesmente transportar algumas pessoas daí pra cá. Nós podemos mudar tudo. Podemos mudar a forma como os NEUA vivem. Vocês entendem o que eu quero dizer?
Bem, como vocês sabem, eu tenho amigos dentro da castelo e pedi a eles que tentassem me enviar uma planta de todas as salas dos andares. Eu a analisei e pude constatar que, nos andares subterrâneos, há uma sala onde estão todos os meios que controlam as catracas, portas de entrada e comandos de reconhecimento da A. Nós podemos entrar lá. Eu sei que podemos. É claro, irão demorar alguns meses para isso, mas conseguiremos. Tudo que nós precisamos fazer, eu defini em simples passos:
– Passar Charmin, Nick e talvez Josh para cá. Como mais novos, confio mais neles para isso.

– Arranjar para eles empregos dentro do castelo para que possam se envolver com guardas amigos meus lá dentro.

– Fazer com que entrem na sala subterrânea para analisar como é lá dentro.

– Passar o resto do alojamento para cá.

– Preparar uma espécie de equipe para invadir o castelo como um ataque dos rebeldes e, se tivermos muita sorte, manipular o sistema da A, quebrar todos os métodos de proteção e transformar tudo em uma zona sem característica.
É claro que, para isso, longos e complexos planejamentos serão necessários. Mas eu sei que nossas mentes são capazes disso. Eu confio nisso e entrego meu plano a vocês.
Eu tenho vários amigos que poderão nos ajudar e podem disponibilizar equipamento suficiente para tudo isso.
Espero resposta, Collin.”

Will dobrou a carta, colocou-a na mesa, tirou os óculos e encarou todos. Eles estavam silenciosos e pensativos demais.

– Nós podemos infiltrar a Charmin, o Nick e o Josh, isso é fácil. Mas a Charmin já tentou passar uma vez, como podemos fazer novamente? – Marc perguntou.

– Nós podemos mandar fazer uma peruca para ela e comprar uma lente de contato. Coisa fácil de resolver. – Ele se levantou da mesa, pegou uma garrafa e começou a torcê-la. – Mas eu não sei se temos dinheiro suficiente para comprar todos os materiais suficientes para as três pulseiras.

– Nós podemos usar o método antigo. – Josh falou e sorriu. – Roubar.

***

Jack andou até a fila do almoço, pegou uma bandeja, um garfo e uma faca, uma vasilha e começou a acompanhar o ritmo das pessoas. Ele suspirou cada vez que as pessoas ficavam indecisas entre o arroz integral duro e o macarrão ao molho branco que, na opinião dele, tinha gosto de água com terra.

Finalmente chegou a vez dele. Arroz, um pedaço de frango e um purê de batatas que possuía alguns pedaços duros no meio. Uma gelatina azul com gosto docemente misterioso e uma banana com algumas partes pretas nas pontas. Ele seguiu até a mesa onde estava Dillan, sentou-se no lugar mais afastado e começou a comer.

Estava quase acabando a comida quando resolveu olhar para trás e notou uma garota de cabelos castanhos muito escuros, mas que refletiam ao sol de uma maneira interessante, o olhando. Ele estreitou os olhos e revirou-os, já estava acostumado com gente o olhando de forma estranha, como se ele fosse uma aberração de circo. Voltou o olhar para a comida e se concentrou na gelatina, mas quando enfiou a colher no doce, a mesma garota sentou do seu lado com um sorriso simpático e irritantemente fofo nos lábios. Para ele, ao menos, era irritante.

– Meu nome é Julian. – Ela disse. – Você é o Jack, certo?

Ele afirmou.

– Eu sou nova aqui. E me disseram que você é um ótimo lutador.

Ele afirmou novamente.

– Então eu tava pensando se...

– Olha... Julian, certo? Eu sou um ótimo lutador, mas um péssimo treinador. Eu não vou te dar descanso nunca. E vou te acordar todo dia muito mais cedo que o povo do exército exige. E eu não tenho um gênio fácil e você parece ser muito mole pra mim. Então não. Pode sair da mesa já.

Ela colocou as pernas pra dentro da mesa, tomou a gelatina dele e começou a comer.

– Sabe, eu tenho uma queda por bad-boys.

Jack riu pelas narinas, achando um tanto cômico ela ser tão corajosa a ponta de ignorá-lo. Ele a fitou e, agora que estavam mais perto, percebeu que ela era ruiva e a maneira como o sol pousava nos cabelos dela mostrava isso. Os olhos de Julian eram de um azul piscina que o deixavam, por alguma estranha razão, vidrados nela e haviam sardas notáveis em suas bochechas. Ele não sabia por que, mas sentiu as mãos suarem e, por mais que não quisesse, desviou o olhar.

– Você começa nesse domingo.Te espero no ginásio às 3h45.

***

Collin sentou numa das cadeiras da sala de reunião, puxou uma outra cadeira para os pés e fechou os olhos.

Ele precisava dormir. Por quatro noites seguidas, ficou acordado, ligando e planejando a vinda dos Bs para cá, e simplesmente não conseguiu dormir de ansiedade e medo de alguém ligar de volta, ele não atender e as pessoas desistirem. E agora ele estava sem o paletó, com a gravata frouxa e os sapatos largados no chão.

No primeiro dia, tudo ficou bem. Ele havia encarado o sono de uma ótima forma e não estava ligando para a dor de cabeça. Negociou com alguns traficantes ricos da A para conseguir armas para que usassem na missão do castelo e, na noite seguida, fez mais ligações com algumas outras pessoas que pudessem encaixá-los lá dentro. No final de tudo, ele estava exausto e não aguentava mais nenhuma voz na cabeça.

Já conseguia sentir o sono vindo quando alguém abriu a porta.

Colin grunhiu e abriu os olhos, vendo o semblante de Artur parado à porta.

– O que você quer? – Perguntou ríspido. – Eu preciso de paz agora, Artur.

Artur limpou a garganta.

– Eu só queria saber... Sobre como você veio parar aqui. Sabe, nós somos amigos faz tempo, mas você nunca confiou a mim seus segredos.

– Artur, por mais que você tenha suas opções, eu não sou nada seu além de amigo. E, pode deixar que eu conto muitas coisas pra você depois. – Ele suspirou. – Mas, agora, eu preciso realmente dormir.

Ele fechou a porta e sentou-se do lado de Collin.

– Por favor...

Collin suspirou novamente.

Artur era um ótimo amigo. Um de seus melhores companheiros depois de Isabel e Will. Além de fiel, ele era simpático, animador e era um ótimo inventor e, por mais que fosse estranho, sabia cantar muito bem. Lembrava-se até de uma vez que o amigo estava bêbado numa festa da empresa, subiu no palco e começou a cantar algumas músicas clássicas do rock e as pessoas entraram em delírio por ele. Perdeu a conta de quantas garotas caíram em cima dele quando ele saiu do palco, mas ele não se interessou por nenhuma delas.

E, além de tudo isso, era uma pessoa super divertida. Quando era ainda garçom e Artur um simples gerente de um mercado requintado, ambos saíram de noite para se divertir e, por sorte ou azar, entraram em uma briga de bar. Artur sabia se defender, era um ótimo lutador de boxe e protegeu Collin da maneira mais engraçada possível: fazendo malabarismo com as bolas de bilhar e jogando cada uma nos homens que se meteram com eles. Ele parecia um palhaço, mandava as moças escolherem uma cor e o alvo que elas queriam e jogava de costas, de olhos fechados e até de cabeça pra baixo as bolas. E ele acertou todas. Divertiu a plateia e saiu como vitorioso do bar.

Depois, quando ambos se tornaram membros do grupo, a amizade virou mais responsável e era difícil para eles saírem para se divertir. Um dos motivos era porque Collin agora tinha mais responsabilidade como líder do grupo e Artur era seu secretário, o que significava que toda a parte investigativa ficava por conta dele. Ambos madrugavam pesquisando sobre informações que pudessem usar contra o rei e tentavam, de todas as maneiras, conseguir materiais suficientes para a invasão do castelo. Estavam nisso sem parar havia quatro anos e, finalmente, as coisas avançavam.

Mas Collin precisava dormir e lá estava Artur, querendo resgatar um pouco de sua amizade de juventude com o outro. Então ele finalmente tirou os pés da outra cadeira, ajeitou a postura, abriu os olhos e ignorou o sono.

– Sobre o que você quer saber?

Artur mostrou uma foto onde estavam Collin e Will. Ambos estavam na fase da adolescência, pois naquela época Will deixava o cabelo crescer até metade do rosto e uma franja pousava em sua testa, dando a ele uma cara de adolescente rebelde e safado. Não que ele não fosse isso agora.

– Eu estava no seu escritório e vi essa foto na mesa, do lado da de Charmin. Eu gostaria de saber quem é.

Collin soltou um riso repleto de escárnio.

– Você achou que ele é bonito, não?

Artur mordeu o lábio inferior num sorriso malicioso e acenou positivamente.

– Só aviso que ele não é pro seu bico. Ele é muito mais maduro que você e não é tão amoroso e gentil com qualquer um.

– Se você me contar sobre ele, eu posso domá-lo rapidinho.

Collin pegou a foto e a analisou. Sorriu nostalgicamente e virou-se para ficar à frente de Artur.

– O nome dele é William. Ele é meu melhor amigo desde que eu me entendo por gente. – Começou. Artur parecia vidrado enquanto Collin falava sobre Will. – Ele tem vinte e quatro anos agora, ele possui dois anos a mais que eu e você. A pele dele é bronzeada, o cabelo é castanho e os olhos são claros. Ele é um galã, devo dizer. Na época da escola, saiu com mais gente – incluindo meninos – que eu tive na vida. Ele é companheiro, inteligente, sagaz, irônico, misterioso e receptivo. Ele acolheu Charmin melhor do que eu pensei. E, quando ele gosta de uma pessoa e a inclui na sua vida, ele não a tira mesmo que a própria pessoa queira sair. Ele faz ficar. Eu sei disso porque, quando nós brigamos, ele dormiu no jardim da minha casa por dois dias até que eu saísse para acolhê-lo do frio. E ele é descarado, sem-vergonha e não esconde nada, fala as coisas na cara dos outros e não se preocupa com as reações, ele gosta de causá-las. Ele... Ele é incrível. A pessoa que você sabe que tem que ter na vida, entende?

Artur assentiu. Nunca havia conhecido alguém com tão boa descrição como Collin falava. Talvez, ele estivesse falando coisas que ele achava por amizade, mas tinha quase certeza que não. Collin era muito verdadeiro consigo e com os outros, e não admitia mentiras.

O moreno sorriu e soltou um risinho bem baixo.

– E, você sabe, acha que eu ficaria em cima ou embaixo?

Collin bateu a mão contra a testa e deu um longo suspiro. Às vezes, precisava ter muita paciência com o amigo.

– Olha, eu sei que você é sempre o garanhão da história que encanta e pega todo mundo. Mas, acredite, Will te faria parecer uma gazela perto dele.

– Então eu tenho chances?

– Você pode esperar pelo seu macho dos sonhos depois. – Falou, voltou com os pés para a cadeira, fechou os olhos e esticou o corpo. – Primeiro, nós precisamos dar um jeito de fazer com que ele entre aqui e nos ajude a salvar a A desse caos.


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Notas finais do capítulo

Cara, eu amo escrever sobre a Charmin e o Nick ;u; Eles são tão cauai (escrito errado propositalmente).
Não se esqueçam de comentar, favoritar se puderem, e quer quiser, recomendar.
Um beijinhu, bye bye s2