108 Pétalas de rosa (Interativa) escrita por Wondernautas


Capítulo 4
Vermelho


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, cap novo! Leiam e comentem, minnaaa *-*



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Tenshi Hikari, Miyuki Haruka Kokonose e Andrea Smith. Juntos, os três seguem correndo pela mata que cerca o terreno do Rosa Cruz. Ao longe, são capazes de ver a pessoa mascarada de véu negro tentando fugir – ou, quem sabe, apenas atuando, segundo a hipótese de Tenshi.

– Aquele cara quer nos mostrar alguma coisa! – exclama o garoto.

– Como sabe que é um homem? – pergunta Miyuki, olhando para seu primo, assim como Andrea. – E como tem certeza que ele é que está nos conduzindo e não fugindo?

– Se fosse para fugir, ele já teria conseguido. Afinal, nós começamos a persegui-lo bem depois de ele começar a correr. Quanto ao gênero, os ombros parecem ser largos segundo o contorno daquele véu. – articula o novo estudante do Rosa Cruz, seguindo com seu olhar para frente. – E, além disso...

Um grito feminino ecoa, assustando os três. De imediato, eles param onde estão.

– O que foi isso? – pergunta Andrea, amedrontada.

– Veio dali! – determina Miyuki, usando seu indicador direito para apontar para determinado ponto da mata.

Com isso, Tenshi passa a correr rumo ao ponto indicado por sua prima. Suas duas companheiras decidem acompanhá-lo – ficar paradas onde estão é que não ficariam, principalmente Andrea, que nem queria ter se metido no meio do mato atrás de um esquisitão mascarado.

– Espero que a gente não se meta em problemas! – torce Andrea, em pensamento.

/--/--/

Olhos azuis em tom um pouco escuro, pele clara, cabelos castanhos – quase negros – levemente bagunçados, alto, forte, corpo atlético e malhado: Damon Somerhalder. É um amigo tanto de Dante Sazami quanto de Tanaka Tsuhira, tão popular quanto ambos.

Olhos azuis bem claros e relativamente grandes, pele alva, madeixas onduladas e negras até o início da cintura, alta, magra e dona de seios fartos: Lysandra Melody Carton Jess. No momento, ela acompanha seu namorado Damon. Estão lado a lado.

– Você anda muito calada ultimamente, amor. – fala ele, andando com as mãos nos bolsos, fitando-a. – Aconteceu algo?

– Não aconteceu nada. Deve ser impressão sua. – garante ela, sorrindo para ele.

Ela é filha de Kazuko Jess, diretor e fundador do colégio Rosa Cruz. Por ser filha de quem é, sempre teve dificuldade para se misturar com os outros estudantes. Damon, por outro lado, desde o primeiro ano – também estudam na classe A do terceiro –, demonstra gostar dela. Contudo, foi somente no fim do primeiro semestre do ano passado que Lysandra aceitou ser namorada dele.

– Na verdade, não é apenas impressão... – pensa ela, se esforçando para manter sua expressão alegre. – A aproximação do Festival da Rosa Vermelha está me deixando bastante preocupada. Mas não posso falar sobre isso com ninguém, nem com você... – e olha para ele de novo: os dois se entreolham. – Damon...

– O intervalo já está quase no fim. – comenta ele, observando o seu relógio no pulso direito. – Vamos voltar?

Os dois estão caminhando por um dos corredores do colégio. Durante os intervalos, geralmente, esta área fica praticamente deserta, já que é distante das salas e da cantina.

Então, quando os dois dão meias voltas, se surpreendem. O diretor, e pai dela, está a poucos metros, observando-os com os braços cruzados. Ele tem os cabelos grisalhos, a pele negra, os olhos negros, a estatura alta e um corpo forte.

– Pai? – Lysandra, de fato, surpresa.

– Precisamos conversar. – fala Kazuko.

Ela se vira para Damon. Com um leve beijo, diz, olhando nos seus olhos:

– Conversamos mais tarde.

Com passos apressados, ela vai em direção ao pai enquanto Damon permanece onde está, cogitando possibilidades do possível assunto entre os dois.

– Pela cara dele, não deve ser coisa boa... – pensa o estudante.

Com isso, pai e filha se afastam e saem do campo de visão de Damon ao dobrarem o corredor: estão indo para a sala da direção. Com passos firmes, sem olhar para a filha e sim para seu percurso, Kazuko determina:

– Afaste-se desse garoto.

– Como é que é? – indaga Lysandra, boquiaberta por ter ouvido algo do tipo. – Está brincando, não está?

– Eles é que não estão para brincadeira. – afirma, sendo que “eles” é algo que Lysandra sabe bem o que é. – O Festival da Rosa Vermelha ainda não começou, mas eles já estão agindo, minha filha.

– E o que o Damon tem a ver com isso? – indaga ela, sem entender, observando a expressão preocupada do pai.

– Você se lembra do que falei sobre o Festival da Rosa Vermelha? – pergunta ele, retoricamente, observando o rosto da filha por alguns momentos como quem busca algum tipo de “resposta não verbal”. – De 12 em 12 anos, 12 jovens são escolhidos e são envolvidos no festival. Porém, não somente eles são atingidos pelas consequências e sim todos aqueles ao redor deles.

– Está querendo dizer que Damon foi um dos escolhidos? – questiona ela, assustada com essa hipótese.

– É provável. – determina. – Sendo assim, quero que afaste-se dele. Estamos entendidos?

De imediato, Lysandra para. O pai dela também, colocando-se perante a filha. Enquanto a garota abaixa sua cabeça, Kazuko repete:

– Estamos entendidos?

Os dois estão próximos a uma escada que leva para o segundo andar da instituição. Não perceberam, mas há uma pessoa que estava descendo os degraus e, ouvindo a conversa turbulenta, interrompeu o percurso e escondeu-se para escutar até o fim: Emi Ueno, da mesma classe de Lysandra e Damon. É uma jovem bem alta que tem cabelos castanhos claros ondulados até os seios – pequenos –, olhos verdes, pele pálida, sobrancelhas grossas e é magra. Apesar de não ser cheia de curvas, é muito bonita de rosto.

– Não, não estamos entendidos! – garante Lysandra, encarando seu pai. – Eu não vou desistir do Damon por causa desse tal festival! E, mesmo que eu pague por isso, pagarei com gosto!

O seu pai arregala seus olhos, transmitindo bem o pavor que tem referente ao assunto em questão. Desse modo, ele indaga:

– Você realmente tem consciência do que pode acontecer com você, Lysandra?

– As pétalas de uma rosa ou a vívida cor do sangue... – articula uma feminina voz, chamando a atenção tanto do pai e da filha quanto de Emi, que está escondida. – O que é mais vermelho?

É Sakura Kozakura, professora de Filosofia da instituição. No momento, enquanto se aproxima, vem trazendo em sua mão direita uma perfumada rosa vermelha. Quando se aproxima o necessário, para perante a dupla. Séria, leva a flor para bem perto de seu nariz e aspira a fragrância da mesma. Abaixa o braço em instantes depois.

– Por acaso, você está interessada em descobrir a resposta, Lysandra-san?

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Enquanto isso, longe dali...

Lado a lado, andam May Onuki e Tanaka Tsuhira. Há pouco, estavam na cantina, mas já saíram de lá. Os dois, no momento, são alvos de dois outros estudantes do terceiro ano: Kagura Hananatsu e Yuki Yukida.

– Olha ele ali. – indica Kagura, ao lado de Yuki, indo junto dele para perto da dupla, na direção contrária.

– É... – fala o Yukida, nervoso.

– Não se acanhe, você tem que contar. – determina a líder do Clube de Kendô.

– E-eu s-sei... – diz, revirando os olhos e engolindo seco, bastante nervoso.

Finalmente se aproximam o suficiente. Os quatro, ao se colocarem frente a frente, param de andar. Sendo assim, May indaga, alternando seu olhar entre Kagura e Yuki:

– Querem alguma coisa?

– Preciso falar uma c-coisa i-importante... – Yuki hesita, mas consegue dizer. – P-para o Tanaka-kun.

– Para mim? – questiona o dito cujo, surpreso, pois, afinal, nunca trocara uma palavra sequer com o Yukida.

May volta seu olhar para Kagura. Por um momento, pensa que deveria falar com ela sobre o que houve na cantina entre Dante e Naomi. Porém, logo desiste. Acha melhor não se meter nisso mais do que deve. Desse modo, fecha seus olhos e continua seguindo seu caminho, deixando Tanaka de lado.

– Vou para o meu quarto dormir. Hoje estou a fim de matar aula... – vai falando enquanto se afasta.

– Bem... – Kagura, por sua vez, alterando seu olhar entre Yuki e Tanaka. – Vou indo também.

A garota se vira e segue o mesmo rumo que May. Contudo, não pretende ir embora e sim se esconder em qualquer canto para observar a conversa dos dois de longe. Quer saber o resultado do diálogo.

– Pode falar. – permite Tanaka, cruzando seus braços, com um sorriso simpático no rosto, encarando o menor.

Kagura dobra a esquina do corredor. Enquanto isso, Yuki tenta tomar coragem para falar o que veio falar.

– E-eu... – a voz do menor tremula, mas, respirando fundo, ele toma coragem: – Eu gosto de você!

– Ahn? – indaga, sem entender. – Como é?

– Eu gosto de você, Tanaka-kun!

– Nossa, ele foi mais direto do que eu pensava que seria. – imagina Kagura, surpresa, escondida na dobra do corredor, vendo de longe.

– Então era isso? – pergunta May, surgindo perto da líder do Clube de Kendô, surpreendendo-a.

– May?! – Kagura, sem palavras, evitando aumentar demais o tom de voz para que Tanaka e Yuki não percebam que está assistindo a tudo.

May, de braços cruzados e uma expressão séria e firme, fita Kagura. Suspirando de leve, articula:

– Acham mesmo que eu iria embora, sem mais nem menos? E sem saber o que aquele garoto, que nunca trocou uma palavra sequer com o Tanaka, tinha para dizer a ele de uma hora para outra?

– Admito que achei... – garante Kagura, dando de ombros, com os olhos fechados por alguns breves momentos.

Suspirando, as duas voltam suas atenções para Tanaka e Yuki, que ainda não perceberam que estão sendo observados. Ainda perplexo, o maior encara o menor sem nenhuma palavra em sua boca. Engolindo seco, o menor pensa:

– Diga alguma coisa... Por favor...

/--/--/

O sinal do término do intervalo ecoa por toda a escola. Com isso, grande maioria dos estudantes vão saindo de onde estão e indo em direção às suas respectivas salas. No processo, duas amigas, da classe A do terceiro ano fazem o mesmo. No momento, já estão subindo as escadas e passando do andar térreo para o segundo.

– Onde está a Maria? – indaga Natasha Willis: uma garota de altura mediana, dona de um busto não muito volumoso, pernas longas e chamativas, lábios fartos, olhos azuis claros, pele branca e cabelos lisos de um rosa claro até a cintura com ondas nas pontas. É bonita e magra.

– Não faço a mínima ideia. – corresponde sua amiga, Elizabeth Albarn: uma magra e alta loira com a pele levemente morena, olhos azuis, cabelos ondulados até a cintura e seios medianos.

As duas estão falando de Maria Eduarda Grayson, amiga de ambas. Ela se separara das duas durante o início do intervalo e sumira desde então.

– Mas ela deve aparecer logo. – opina Elizabeth.

– Garotas, vocês viram a Kagura por aí? – indaga Nathaniel, se aproximando das duas enquanto sobem as escadas juntos de alguns outros alunos, em maioria, do terceiro ano.

As duas continuam subindo as escadas. Direcionando sua face para o amigo de Kagura, Natasha se pronuncia:

– Nath-kun... Não, não vimos. Você, por acaso, viu a Maria?

– Também não. – corresponde ele, desapontado.

O garoto para aqui onde está enquanto as duas continuam subindo, assim como os outros estudantes nesta área. Natasha o observa por alguns instantes, mas logo deixa de fazê-lo. Com o rosto cabisbaixo, Nathaniel pensa, cerrando seus punhos:

– Ela deve estar com aquele idiota do Dante.

Nathaniel sempre esteve ao lado de Kagura como um grande amigo, mas a verdade é que é perdidamente apaixonado por ela. Nunca revelou seus sinceros sentimentos, pois sempre soube que as chances dos dois saírem do campo da amizade beiravam o zero. Além disso, nunca lhe foi segredo que ela era interessada em Dante Sazami. No fundo, Nathaniel não se vê capaz de competir com ele em nenhum aspecto. E isso somente aumenta sua rixa com o mesmo.

– Dá licença? – pede alguém atrás de Nathaniel.

Ele dá meia volta. E se depara com Taka Matsumoto, um garoto mais alto que Nathaniel, com um corpo pesado e bastante volumoso – digamos assim –, olhos cerrados, pele branca e cabelos raspados negros. No momento, está com um pacote de salgadinhos aberto em mãos.

– Vai me dar licença ou não? – questiona Taka.

Nathaniel vira-se de novo e começa a subir as escadas, suspirando. Com isso, Taka também vai sumindo. Apesar do caso, o amigo de Kagura sequer se importa. Não consegue é tirá-la da cabeça.

– Quando vai perceber que aquele cara não te merece, Kagura? – pensa, olhando para baixo enquanto sobe. – Não me importaria se eu não pudesse lhe ter, mas ao menos, se entregue... A alguém que realmente reconheça o seu valor.

/--/--/

De volta à mata ao redor do Rosa Cruz...

Em determinado local da mata, há uma espécie de catedral em ruínas, que fora “abandonada” há anos. Por fora, parece mesmo acabada, mas por dentro, foi completamente restaurada. E, no presente, é utilizada como sede de uma organização secreta, a mesma da qual o diretor do Rosa Cruz falara para sua filha.

No centro da catedral, há um grande círculo composto por 12 círculos menores. Em sete deles, no momento, estão de pé uma diferente pessoa mascarada trajando um véu negro. No fundo, em uma das paredes, há o grande símbolo de uma rosa vermelha, o mesmo que está inscrito nas máscaras dos presentes indivíduos. E, do lado direito e do lado esquerdo do grande símbolo, pilares de um metro de altura, sendo que no ápice dos mesmos há, em cada, um cesto com várias dessas rosas.

– Falta pouco tempo para o início do festival dessa geração. – comenta um dos sete integrantes desta estranha organização.

– Isso é um fato. – articula outro, apresentando um timbre masculino assim como o primeiro. – Nós, como atuais membros da Ordem da Rosa Vermelha, devemos conduzir todas as nossas preparações para o sucesso deste festival que se aproxima.

– Quais serão os escolhidos? – indaga outro deles, quem apresenta um tom de voz feminino.

O primeiro que se manifestou direciona sua face, oculta, para ela. Levando somente alguns segundos, declara:

– Somente sete nomes já foram definidos.

– Sete? – questiona a suposta mulher, parecendo estar surpresa. – Quem são?

– Kagura Hananatsu, Dante Sazami, Ivy Thorns, Ivan Voltaire, Damon Somerhalder, Miyuki Haruka Kokonose e Lucy Merny. – determina ele, parecendo ser o líder do grupo. – São esses os nomes definidos até o momento.

– Interessante. – opina uma outra pessoa, também mulher. – São todas pessoas que podem transformar o processo em um verdadeiro espetáculo.

– O que quer dizer com isso? – questiona a mulher que havia falado antes.

– São pessoas interessantes, é o que quero dizer. – explica. – Principalmente... Kagura Hananatsu.

– Tenho que concordar. – afirma o que parece ser o líder, chamando para si, outra vez, todas as atenções. – A escolha desses oitos foi feita minunciosamente. O “interesse” que esses nomes despertam não é em vão. Por outro lado, não é necessária pressa para a escolha dos quatro últimos. Ainda nos resta tempo mais do que suficiente para isso.

Passos podem ser ouvidos no momento, algo que interrompe o diálogo entre os integrantes presentes da Ordem da Rosa Vermelha. Desse modo, todos viram suas faces para o local de onde vêm esses sons. Pouco a pouco, a visão de outro mascarado vai tornando-se possível para eles. É o homem que estava sendo perseguido por Tenshi Hikari e suas duas companheiras.

– Onde estava? – questiona o líder, imperativo.

– Estava recebendo um aluno transferido da minha maneira, senhor. – articula o sujeito, parando de andar quando julga estar próximo o necessário.

Ele dobra seu joelho esquerdo em reverência ao seu superior. Com a cabeça baixa, usa sua mão direita para aproximá-la de sua máscara. Parece ter a intenção de retirá-la.

– Tenshi Hikari, seria ele? – questiona, observando seu subordinado com atenção.

– Exatamente. – confirma o homem, retirando sua máscara e deixando visível a sua face.

É um sujeito bem apessoado, que aparenta ter seus 20 e poucos anos. Tem a pele no tom entre branca e parda, cabelos azuis escuros um pouco espetados, olhos da mesma cor que os cabelos e sobrancelhas grossas – mas que dão até certo charme para ele.

– Shinji Sakaguya, está preparado para atentar-se às suas próximas tarefas? – indaga o líder, para ele. – É preciso que prove o quanto está interessado no alcance fiel dos objetivos da Ordem da Rosa Vermelha.

Shinji Sakaguya é o mais novo membro do grupo, assim como o mais jovem. Entrara na Ordem da Rosa Vermelha há poucos meses, mas já está mostrando “bastante serviço”. Por outro lado, o atual líder do grupo não confia totalmente nas intenções dele. É por isso que está testando-o constantemente.

– Será você o responsável por convocar todos os 12 escolhidos quando forem devidamente estipulados e explicar para eles o que será e como será o Festival da Rosa Vermelha. – pontua o líder.

– Seja feito conforme achas melhor, senhor. – fala Shinji, de modo extremamente submisso. – Mas eu gostaria de falar sobre um assunto que julgo muito importante.

– E qual é?

Shinji suspira de leve. Na sequência, se levanta, passando a olhar diretamente para o líder. Com uma expressão suave, mas séria, o mais novo membro do grupo articula:

– Creio que a rosa sagrada que, por tantos anos, foi procurada finalmente brotou... Entre nós.


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