Fractais escrita por Prih


Capítulo 22
Sem Trancas.




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Monte Elsa. - Noruega - 2016

Elsa estava nos braços do menino nevado, cortando o céu como um raio azulado. Para Jack o passeio foi agradável, ele não se esgotava como um humano comum somente sustentava o corpo macio e delicado dela com todo cuidado que seu jeito brincalhão podia lhe prestar, contudo para Elsa o passeio tornou-se penoso, não estava desconfortável, mas ter que ficar alerta a todo momento para evitar ser levada pelo perfume embriagante ou pelo aperto de seus braços que a carregavam carinhosamente ou o sorriso branco ou por todo o arsenal. A loira tentou se concentrar no caminho, estava tão imersa no rapaz que nem percebera que estava a metros do chão. Daquela altura as pessoas pareciam formigas e as casa pequenas pedras. Mas ela não ficou com medo, estava com Jack Frost e ele com ela, assim não tinha o que temer.

Viagem durou quase uma hora, antes de terminar na montanha. Uma densa nevoa encobria todo o pico. Jack procurou o melhor lugar para pousar ambos tiveram que aguçar a visão, a neblina era muito densa mal se podia ver um palmo afrente do nariz, Elsa teve dificuldades para enxergar o rosto de Jack que ainda a carregava.

A montanha que recebeu o nome Elsa era cercada de mistérios como: a densa neblina que pairava constantemente sobre a montanha, ninguém nunca ter alcançado o topo, os equipamentos eletrônicos que falhavam, GPS que marcavam lugares ilusórios e em uma determinada altura queimavam, mas o maior mistério, para os montanhistas que se aventuravam a subir, era que sempre se confundiam e ao invés de subir desciam. As lendas nasceram e foram aprofundando raízes nos folclores norueguês. Os adultos sensatos diziam que era uma montanha com grande quantidade de ferromagnético e isso interferia os comunicadores, a nevoa não que impedia a visibilidade um evento climático comum, mas o que eles não sabiam, ou melhor, o que eles ignoravam era que a montanha era protegida por magia.

Os jovens ainda tentavam focar sua visão e como se a montanha entendesse que sua rainha se estava presente dissipou a nevoa, algo que não acontecia a quase trezentos anos.

— Ah... Jack. – Elsa pigarrou constrangida. – Você já pode me soltar.

— Sim... – Meio contrariado Jack a liberou se seus braços, deixando ela tocar os pés no chão delicadamente. Elsa se afastou e ajeitando o cabelo e o vestido.

— Obrigada... – Ela ofereceu a Jack um sorriso sem mostrar os dentes em agradecimento, mas algo que chamou sua atenção. – Jack,Tem algo em seu capuz? – Ela disse apontando para um pontinho verde dentro do capuz do menino.

— No meu capu...? – Ele virou o rosto quase girando o corpo para ver o que tinha. E uma criaturinha alada verde, voou para fora do moletom.

Era uma miniatura da fada dos dentes, que flutuava e tintilava alegremente. Ela aproximou de Jack dando um beijo em seu rosto que foi correspondida com uma pequena carícia em sua bochecha. Era sua antiga amiga, companheirona que lutou feroz contra Breu junto com guardião. A fadinha voou para Elsa e tocou seu nariz com seu biquinho de beija flor, fazendo Elsa esboçar um pequeno sorriso, a fada desmanchou-se ao ver os dentes brancos que brilhavam como neve.

— Acho que ela nos seguiu. – Uma luz ricocheteou nos olhos de Jack cegando o menino por um instante, ele fitou em direção a luz.

A luminosidade veio de um reflexo da parece de gelo. Jack mal pode acreditar em seus olhos. Era uma perfeita estrutura de gelo que estava na sua frente. O gelo estava posto como cristal polido, reluzindo com a luz do sol. Um colossal castelo, com altas torres de gelo sólidos, parecia querer tocar o céu, os detalhes cheios de sutilezas. Digno de uma verdadeira rainha da neve, porque parecia ser a própria entrada do paraíso.

— Elsa você fez isso? – Jack flutuou até a grande porta de entrada. – É incrível! – Gritou da porta enquanto deslizava os dedos nos blocos polidos.

Jack percebeu que a porta não tinha trancas, nem puxadores, como abriria aquela porta?

— Nada de trancas. – Elsa disse surpreendendo o rapaz, a fadinha voava ao lado de dela, com um tintilar alegre. – Foi minha condição ao criar esse castelo de nunca me trancar novamente.

Elsa bateu três vezes a porta que abriu sozinha.

— Seja bem-vindo ao meu castelo, Castelo da liberdade. – Elsa concluiu em uma expressão em misto de confiança e tristeza.

— Isso é incrível – Embasbacado, Jack dizia enquanto conferia cada centímetro do grande salão. A fonte de gelo, a escadaria, as grandes colunas, tudo ele precisou tocar.

Elsa movimentou sua mão delicadamente, trazendo de volta Olaf. O boneco roliço gargalhou zonzo com a mudança de forma. Elsa solicitou que ele indicasse onde estava Anna o boneco sequer deu muita atenção a sua criadora, disse que iria procura-la e saiu em disparada bamboleando pelas escadas.

— Então... quando fez essa maravilha? – O Menino Flutuava perto do teto tocando e admirando a beleza e a perfeição da nivelação.

— Eu fiz isso quando eu.... Quando todos descobriram que eu era um...Um monstro. – Disse lembrando das vozes do Duque de Weseltone, Bunnymund e dos sussurros de seus amados súditos a chamando de monstro, Elsa estremeceu.

— Hey! – Jack atentou-se a ela e vou ao seu lado. – Você não é um monstro! – Segurou seus ombros, a forçando a encara-lo – Você é a garota mais incrível que eu já conheci, e eu vivi muito tempo e vi muitas pessoas. Você é maravilhosa me surpreendendo a cada minuto que eu fico com você.

Elsa ficou sem reação, rígida somente encarando Jack, ele era imprevisível e sincero. O coração de Elsa voltava a bater como louco, dessa vez saltaria pela boca sem dúvida. As emoções que sentia quando Jack falava eram diferentes que tinha quando sua irmã a elogiava. As emoções com ele eram intensas, algo que ela não estava acostumada.

— Eu já vi um monstro de verdade, e você não é um. – Com os olhos semicerrados e balançando a cabeça confirmava as suas palavras.

A respiração ficou descompassada e seu estomago parecia repleto de borboletas. Jack encarava no mais fundo dos olhos, fazendo Elsa acreditar que não era um monstro. Ela sorriu. Um sorriso verdadeiro, o que Elsa reservava para a pessoa mais importante de sua vida, sua irmã, ela deixou que Jack visse. O sorriso foi um estopim de alegria para o menino, Ele nunca tinha visto Elsa sorrir daquela maneira e agora o fazia, e para ele. De repente uma emoção egoísta invadiu a mente de Jack, desejou que Elsa fosse exclusivamente dele, seu tesouro. Antes mesmo que desse conta, estava abraçando ela. O menino não soube explicar o motivo, seu corpo agiu por conta própria, não porque isso nunca acontecesse, até que era comum agir por impulso, mas se ver abraçado a Elsa o surpreendeu, o coração da menina batia descompassado e forte. Jack se sentiu feliz e constrangido, sentiu necessidade de desfazer aquilo.

— Então como vamos salvar a sua irmã? – Disse desatando o abraço.

— Ainda não sei. – Elsa encarava o chão, com as mãos sobre o peito em uma tentativa inútil de acalmar as batidas.

Jack tinha pousado, assim pode perceber que algo estava diferente, menor. Elsa olhou para ele desviou os olhos em seguida, mas isso não inquieto o garoto, mas sim o fato dele estar no mesmo tamanho que ela. Ele tinha crescido? Precisou medir-se em seu cajado, fiel companheiro, confirmado sua indagação, ele havia crescido. Em centenas de anos nunca seu corpo havia mudado. Nem mesmo um Centímetro. Por mais que fizesse exercício, comendo muito ou nada, seu corpo nunca mudava. Mas agora, ele havia crescido talvez um centímetro ou um pouco mais. O que devia preocupar foi completamente ignorado por ele, pois estava mais jubiloso por estar na mesma altura de Elsa do que atormentado com mudanças nunca antes acontecida.

— Elsa! Jackie! Achei a Anna. – Olaf berrou acima das escadas.

Ambos voltaram em direção do boneco, mas antes que saíssem do lugar o som de trotar os deteve. Uma criatura translucida quadrupede de grandes galhadas, que brilhava raios azulados. Jack já antepôs entre Elsa ficando à frente da criatura pronto para colocar em ação sua promessa de protegê-la.

— Sven? – Elsa tocou levemente os braços de Jack, tirando a tensão que aquela cena criou nele.

O cervo saltitou e reluzindo com força a reconhecer sua velha amiga. Acelerou em direção da loira. Ele pulou e volteou a sua rainha, a alegria da criatura se refletia em sua luz forte e constante. Jack observava sorrindo, as coisas que via com Elsa sempre o eram incrivelmente estranhas. A rena meneou as grandes galhadas em despedida e desapareceu.

— Rápido galera! – O boneco voltou a gritar.

Em uma corrida rápida Elsa subiu as escadas, Jack só a acompanhou planando ao seu lado junto com fadinha verde. Parou frente a alta porta de gelo, que se abriu assim que sentiu a aproximação da rainha. No castelo de gelo que a rainha criará existia alguns cômodos extras, entre eles seu quarto de gelo. Em uma cama de gelo, com um dossel de cristal que subiam até o teto alto. Anna estava deitada, parecia dormir. Ao lado dela um esquife de gelo, chamou a atenção de Elsa, ela não tinha criado aquilo aproximou e viu dentro um homem loiro com barba a fazer e de ombros largos e um rosto de traços fortes. Elsa o reconheceu de imediato, apesar de aparenta estar mais velho, era Kristoff. Ao contrário de sua irmã, ele estava congelado, sem pensar duas vezes Elsa desfez o gelo rezando baixo pedindo que ele ainda estivesse vivo, aliviou-se ao ver que o homem ainda respirava, acordando logo em seguida.

— Elsa! – Dando um longo abraço na loira, a saudades que sentia, quebrou toda a resistência a abraços do agora homem. Não via Elsa a muito mais tempo do que ela podia supor.

Jack viu a cena, e sentiu raiva, quem era aquele homem para abraçar sua Elsa tão livremente assim? Por que ela não fazia nada para soltar daquele abraço? O nevado empunhando seu cajado, estava disposto a terminar com aquela cena irritante. Mas o homem barbado o fez primeiro.

Como você está vivo? –Elsa disse em norueguês, Jack só compreendia o tom alegre na voz dela, o que o deixava ainda mais zangado, pois eles conversavam na sua frente em outra língua.

Foram a minha família e sua magia de gelo. – O barbudo começou a explicar. – Assim que você ficou daquele jeito, eu e Anna levamos você as pressas para os trolls, mas como era uma maldição não puderam fazer nada, somente proteger você.

E Anna? E você? – Elsa reparou que o Kristoff parecia ignorar as outras criaturas flutuantes que o encaravam.

Calma, deixa eu explicar tudo. – Deu uma risada, o que fez o nevado revirar os olhos, qual era o motivo daquela risada, não entender o que eles diziam. – O vovô Pabbie não tem poderes ele só manipula magias dos outros, então usaram as suas magias. A estrutura de gelo entorno do castelo de Arrendelle que você criou quando o dragão atacou, foi usada para criar um campo de proteção invisível, encobrindo os vestígios de sua magia enquanto estivesse amaldiçoada. O Marshmallow se sacrificou dando toda a magia com ela foi suficiente para fazer Anna entrar em uma hibernação, poucos meses depois de você virar pedra de gelo.

Hibernação? – Ela repetiu olhando para Anna que dormia com seus cabelos todos bagunçado.

É. – Kristoff continuou. – Comigo, sete anos depois, eles usaram os poderes dos bonequinhos de neves, mas eles não tinham magia suficiente para uma hibernação, então me congelaram externamente.

— História interessante. Se eu tivesse entendendo alguma coisa. – Jack ironizou irritado. – O que mais tem a dizer? – Kristoff não o escutou.

Mas por que tudo isso? – Elsa percebera que Jack não era visto por kristoff.

Não sei, eles só disseram que Anna é uma chave e que deveria ser protegida. – Ele disse virando o rosto para ver sua noiva.

Como eu acordo ela?

— Elsa até quando vai me ignorar? – Jack flutuou zangado para seu lado, ela cochichou para que ele esperasse denxando uma risada sair por dentre os dedos ao ver a expressão do alvejado.

Isso você tem que saber. – O loiro disse sem retirar os olhos de sua amada.

Elsa olhou sua irmã ruiva deitada naquela cama gélida, dormia, em um sono único. Agachou, apesar de ser magia parecia com a cena de toda manhã, em que ela mesma acordava sua irmã.

Anna... está na hora de acordar. – Anna resmungou e virou para o outro lado. – Acorde.

Só mais dez minutos...

Dez minutos? – Elsa riu, era mesmo sua irmã. – Já se passaram trezentos anos.

Trezentos anos... – Anna acordou num susto. – Elsa?

Abraçaram-se em um misto apertado de saudades, alegria, alívio e amor. Elsa fitou de canto de olho seu guardião. Elsa nunca imaginou que podia ser tão feliz. Todas as pessoas que lhe eram importantes agora estavam perto. Anna sua mimada irmã mais nova, Kristoff noivo de sua irmã e rei das renas e Jack, seu guardião. Jack gargalhou ao ver as duas juntas. Elsa se viu amando aquela gargalhada, amando aquele sorriso, amando aqueles cabelos brancos como a lua, amando cada minuto que passavam juntos. Percebeu que ele era tudo que ela procurava sem mesmo saber. O coração de Elsa explodia de amor e felicidade. Como um cego tateando a escuridão tentando desesperadamente compreender os sinais em seu coração que ao acender das luzes da razão, recua com o que acabara de descobrir. Ela amava alguém que não devia.


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Notas finais do capítulo

quero agradecer a Duda... que deveria estar estudando mas eu fiquei enchendo ela até me ajudar hehehe valeu!


[curiosidade – ROTG – Pitch Black]
Algumas pessoas pode achar que pitch só é o mal encarnado mas estão completamente enganados. É meu jovem pitch já foi um homem, com uma família e muito bondoso. Pitchiner kozmotis foi o maior general da era de ouro(uma era em que os sonhos eram sonhados sem medo) foi casado e tinha uma filha linda de compridos cabelos negros a
Emily Jane Pitchiner, conhecida atualmente como mãe terra. Ele amava sua família e servia fielmente Czar lunar XI (ou Tsar Lunar XI como está no livro inglês) pai do homem da lua. Ele era responsável pelo aprisionamento dos pesadelos e medonho de todo universo, foi graças ao comnado do general que todos o mal foi posto em uma prisão. Mas o mal é muito esperto. E se aproveitando dos sentimentos que ele possuía em relação a família tentaram fugir. Os medonhos fingindo ser a filha dele choramingaram e imploraram que a porta da prisão fosse aberta. E por um deslize de emoção o general foi enganado e como se entrassem em um transe abriu a porta. Nesse mesmo instante foi atacado por toda a onda de medonhos e pesadelos, que converteu Pitchiner em seu rei negro e o transformando no boogeyman.
Triste não? Então qualquer um pode ser transformado pelos pesadelos... há outras tretas com relação a família dele, da morte da mãe, do ódio que a filha sente por ele, gente é muito triste.



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