Besame Mucho escrita por Renata Ferraz


Capítulo 8
Triste despertar


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu não morri e desculpe pela demora.



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Debora entrou em seu carro e saiu dirigindo feito uma louca, depois que estava bem longe, parou o carro, debruçou-se no volante e começou a rir histericamente.

Os empregados correram para verificar após escutarem o som abafado, vindo do escritório. Neusa soltou um grito de pavor assim que viu a cena lamentável, seu patrão caído no chão com a arma na mão. Depois de quase uma hora a policia chegou, todos foram interrogados, Débora adentrou a casa e fingiu surpresa diante da movimentação, quando falaram que Pedro estava morto, ela até desmaiou e chamaram o médico para examina-la.

Leda estava planejando uma forma de chegar perto de Carlos Daniel, até que seu telefone começa a tocar e quando fica sabendo que seu pai morreu, seu mundo desmorona. Sem saber o que fazer, vai até o escritório de Carlos Daniel.

Leda: Carlos Daniel, por favor, me ajude?

Carlos Daniel: Leda, já falei que não tem mais nada entre nós.

Após dizer isso Carlos Daniel percebeu que algo estava errado no mesmo instante se arrependeu de ter sido tão duro com ela e a abraçou, os dois conversaram durante toda a tarde e pela primeira vez desde que se conheceram a conversa não tinha nada a ver com interesses pessoais, eram apenas lembranças, momentos e pessoas que amaram que não estavam mais presentes.

Paulina estava pensativa com a descoberta que acabara de fazer, estava confusa, triste, feliz, tudo ao mesmo tempo, não sabia o que fazer e nem a quem recorrer, até que um telefonema a trouxe de volta a realidade, era do seu trabalho, falando do falecimento de Pedro. Paulina não conseguiu suportar, acabara de encontrar seu pai, para perde-lo no instante seguinte, seu mundo desabou nesse momento e ela chorou amargamente durante a tarde toda, não atendeu nenhum telefonema, e nem as vãs tentativas de Célia na porta, preocupada com a amiga.

No dia seguinte, todos os empregados foram dispensados para irem até o velório, Célia que depois de muito insistir conseguiu conversar com Paulina, resolveu acompanha-la até o velório, sabia que a amiga não estava bem, sabia da história da amiga, desde criança sempre teve o sonho de conhecer seu pai e quando o conhece este morre no mesmo dia em que o conheceu.

O velório foi muito bonito, porém muito triste, todos os empregados prestavam homenagens e comentavam em burburinhos que não acreditavam que o patrão havia se suicidado, Débora chorava debruçada no caixão, enquanto Leda estava sentada na primeira fileira triste e ao seu lado estava Carlos Daniel.

A investigação continuaria, mas como a primeira vista era um caso de suicídio o corpo havia sido liberado para a família poder vela-lo e enterra-lo. Paulina não quis ir até o caixão, ficou de longe olhando e quando estava quase acabando decidiu sair da capela, pois se continuasse ali iria se desmanchar em lágrimas. Paulina estava andando nos jardins do cemitério, estava tonta, fraca, pois não havia comido nada desde o dia anterior quando conversou com Pedro, resolveu sentar-se no banco do jardim, estava distraída, até que Carlos Daniel sentou-se ao seu lado.

Carlos Daniel: Ola, eu queria te pedir desculpas por aquele dia na boate.

Paulina que até então não havia percebido que ele estava ao seu lado, olhou em sua face e sorriu sem graça.

Paulina: Tudo bem, eu já me esqueci.

Carlos Daniel: Conhecia o senhor Pedro Fernandez?

Paulina: Sim, era meu pa..pa.. patrão.

Carlos Daniel: Sinto muito.

Carlos Daniel tentou abraça-la, mas Paulina se afastou e ele não insistiu apenas ficou ao lado dela.

Leda estava procurando Carlos Daniel, até que o avistou sentado ao lado de Paulina, na mesma hora, ela foi até os dois e disse que estava procurando Carlos Daniel por toda a parte, depois olhou para Paulina como se esta fosse algum tipo de inseto que ela teria que esmagar e saiu dali levando seu trunfo, Carlos Daniel de braços entrelaçados com ela.

Depois do velório todos foram para suas casas, Débora decretou três dias de luto, então a empresa não abriria. Paulina aproveitou para ir no seu refugio, sempre que estava triste ela gostava de ir até um morro próximo à praia, sentava-se lá e ficava olhando o mar enquanto refletia, ficou assim durante bastante tempo, já estava quase anoitecendo quando voltou a si e resolveu voltar para casa.

Débora se trancou em seu quarto, aproveitou o momento sozinha e comemorou sua vitória, agora era dona de tudo e presidente da empresa, não teria mais com o que se preocupar. Ela abriu uma garrafa de champanhe e brindou a si mesma. No dia seguinte seria a leitura do testamento, ela estava eufórica.

Eram quase duas horas da tarde, Leda e Débora estavam com o advogado.

Leda: O que está esperando para fazer a leitura do testamento do meu pai?

Advogado: Calma, ainda falta alguém.

Leda: Como assim, as únicas herdeiras do meu pai, somos eu e minha mãe.

Advogado: se acalme senhorita.

Nesse momento Paulina entra.

Leda: Mas o que ela está fazendo aqui?

Advogado: A senhorita é Paulina Martinez?

Paulina: Sim.

Advogado: Então podemos começar.

Débora e Leda ficaram olhando para Paulina inconformadas com sua petulância.

Advogado: Bem começando. Eu Pedro Fernandez, deixo os seguintes bens: minha empresa que construi, com o suor do meu trabalho e é minha maior realização, deixo duas casas de praia, uma casa na capital, cinco carros e uma quantia de dez milhões de dólares, para meus herdeiros, da seguinte forma: para minha esposa Débora, deixo a casa na qual ela vive atualmente, um carro, 10% das ações da minha empresa e um milhão de dólares; para minha filha Leda deixo a casa de praia de Acapulco, dois carros, 10% das ações da minha empresa e um milhão de dólares e para minha querida filha Paulina que encontrei recentemente, filha do grande amor da minha vida, deixo a casa de praia de Miami, dois carros, 80% das ações da minha empresa e oito milhões de dólares. Espero que minha vontade seja feita, coloco meu advogado a disposição para tirar qualquer duvida e aos que estão se sentindo injustiçados, digo que estou sendo generoso até demais.

Débora e Leda não acreditavam no que tinham acabado de escutar, não podia ser verdade, como Paulina havia ficado com 80% dos bens de Pedro e elas apenas com 10% cada uma.

Débora:Isso não está certo, sabe que vou entrar na justiça, se ela é mesmo filha dele, eu quero uma prova.

Advogado: Era a vontade de seu marido, senhora Fernandez.

Débora: Não me venha com essa, como uma pessoa que nunca vi na vida, que eu nem sabia da existência, aparece do nada e fica com 80% dos bens do meu marido, eu estou com ele há mais de 20 anos.

Advogado: ele disse no testamento que tinha seus motivos.

Débora: ótimo, você vai me defender?

Advogado: Como amigo do senhor Pedro prefiro ficar fora dessa.

Débora: Então vou chamar meu advogado.

Leda: Você é muito esperta mesmo, sua vigarista, deve ter contado um monte de mentiras para meu pai e ele era um sentimentalista deve ter acreditado, mas eu vou ter o prazer de tirar tudo de você.

Débora e Leda saíram batendo a porta, quando Paulina ia se retirar o advogado a chamou.

Advogado: Senhorita Martinez, espero um momento.

Paulina: Pois não?

Advogado: Eu não vou pegar esse caso, então aconselho a senhorita a contratar um advogado, conhece algum advogado de confiança?

Paulina: Não.

Advogado: Então eu vou indicar um, ele foi meu aluno, é um ótimo advogado, e outra coisa, seu pai pediu para entregar isso em sigilo.

Era uma pequena chave prateada, com um chaveiro pequeno escrito 424.

Paulina: Obrigada, mas o que é isso?

Advogado: é a chave de um cofre, ele disse para você abrir, só em ultimo caso, pois o que contem la dentro, vai te transformar para sempre, mas se você estiver no sufoco, vai te salvar.

Paulina saiu pensativa, a ficha ainda não havia caído, estava milionária, presidente da empresa na qual trabalhava e acabava de fazer duas inimigas e acima de tudo havia perdido seu pai. Ela foi até o endereço que o advogado havia indicado. Bateu na porta e nada, bateu outra vez e ninguém atendeu até que desistiu, quando estava descendo as escadas Carlos Daniel abriu a porta.


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Notas finais do capítulo

comentem, please.