Besame Mucho escrita por Renata Ferraz


Capítulo 17
Choque de realidade


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, bem peço desculpas pelo tempo extremamente longo sem postar, mas eu estava muito ocupada com meu TCC ( nossa como dá trabalho), e um mês depois da minha formatura minha cadela fez xixi no meu notebook :( .
Fiquei só com o celular e também juntou ao fato que depois do TCC eu queria um descanso, estava esgotada.
Espero que gostem do regresso da Fic e tentarei não demorar tanto para postar o próximo capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/511989/chapter/17

Leda: Como assim mãe? O que você está insinuando?

Debora: Não estou insinuando nada, é a mais pura verdade. Mas não dá para falar um assunto tão delicado por telefone, pegue o primeiro vôo, precisamos conversar.

Leda: tudo bem, mas eu quero saber que história é essa.

Para provar a Paulina que está disposto a mudar, Carlos Daniel resolveu fazer um piquenique com Danielzinho e chamou Paulina para acompanhar e como esta era apaixonada pelo sobrinho, aceitou.

A criança não entendia nada dos problemas dos adultos, via em Paulina sua mãe e ficava a todo instante subindo em seu colo.

Foi um dia agradável, os três sentaram-se no gramado como uma verdadeira família e degustaram de frutas, sucos e sanduíches e depois brincaram de bola, cabra cega e esconde-esconde. Paulina percebia que Carlos Daniel era um ótimo pai por trás de seu jeito rude e desconfiado de ser. O próprio Carlos Daniel se convencia a cada dia que o menino era seu filho e mesmo que o resultado do DNA mostrasse o contrario, seu amor pelo menino era grande o suficiente para considerá-lo seu filho independente das circunstancias.

Paola/Lurdinha estava com sua nova amiga Luiza, estavam voltando para casa quando uma criança pequena  que aparentava ter um ano e alguns meses, soltou a mão da mãe e saiu correndo para o meio da rua e uma moto se aproximava. No mesmo instante Paola/Lurdinha, correu para salvar o menino e a moto a arremessou, fazendo-a cair e machucar a perna.

Na mesma hora levaram a jovem ao hospital, a mãe da criança estava tão assustada e ao mesmo tempo tão agradecida que foi junto ao hospital para tentar ajudar em alguma coisa.

No hospital.

Luiza: Como ela está?

Enfermeira: ela está bem, só machucou a perna e está com um hematoma nas costas. A pancada foi leve.

Luiza: Graças a Deus. Posso vê-la?

Enfermeira: A senhora é parente dela?

Luiza: Na verdade, nem ela sabe quem é. Essa menina apareceu a pouco tempo aqui ferida e desamparada, eu estou cuidando dela desde então.

Enfermeira: tudo bem, como não foi nada grave, vou liberar sua entrada.

Mãe da criança: Eu gostaria e entrar também, quero agradecer, por ela ter salvado a vida do meu filho.

A enfermeira estava confusa com a situação, deixar duas estranhas entrar no quarto de uma pessoa acidentada era algo incomum, mas nesse instante o médico responsável estava passando e acenou para que a enfermeira liberasse as duas.

Assim que entraram no quarto, a mãe da criança abraçou Lurdinha/Paola e disse:

Mãe da criança: Não tenho como agradecer, espero que você volte logo para seu filho.

Lurdinha/Paola: Filho? Como assim? Você me conhece?

Mãe da criança: Não te conheço, mas uma mãe reconhece a outra. O jeito como você se atirou na frente da moto para salvar meu filho, só quem é mãe tem esse instinto tão protetor.

Lurdinha/Paola nada disse ficou apenas refletindo que em algum lugar ela tinha uma família que esperava pela sua volta. Tinha um filho, quem sabe um marido e começou a se dar conta do quanto queria se lembrar.

Os dias passavam e Lurdinha/Paola, logo se recuperou das escoriações sofridas no acidente, mas seu semblante era sempre triste e pensativo, depois da revelação de que talvez tivesse um filho, todas as noites, sonhava com um lindo menino correndo por uma casa branca de janelas azuis chamando-a para brincar e todas as vezes que ela ia pegar o menino nos braços. Vinha a imagem de Leda dizendo: “o meu dinheiro vou conseguir de volta na justiça, sua bastarda, é pela petulância de querer ficar com meu homem”. E Lurdinha/Paola acordava gritando.

No dia seguinte Leda chegou de viagem, Débora a estava esperando ansiosa.

Débora: que bom que você voltou minha filha.

Leda: Chega de enrolação mamãe, que historia é essa de eu não ser filha do meu pai?

Débora: vou te contar tudo o que aconteceu.

Leda: Estou esperando.

Débora: Sente-se. Quando eu tinha quinze anos, meus pais se mudaram da Itália para cá. A casa era no mesmo condomínio da família de Pedro. Assim que nos conhecemos, começamos a namorar. Nosso namoro durou uns dois anos, até que o Pedro terminou comigo na véspera  de sua ida a faculdade. Disse que ia passar muito tempo fora e que não seria justo me manter em um compromisso desses. Então ele foi para a faculdade e eu fui viajar pela Europa, fiquei fora durante seis meses e quando voltei vi que o Pedro estava tendo um caso com uma das empregadas. Meu mundo caiu nesse instante, não porque o amasse, não o amava, mas me sentia humilhada. Ele havia terminado comigo e pouco tempo depois estava com uma empregada morta de fome. Me fiz de amiga da empregada para ver o quão serio era esse caso deles. A tonta acreditou em mim. Durante uns dois meses eu fingi que ia conversar com a mãe de Pedro que ia ajudá-los. Até que um dia ela me apareceu chorando dizendo que estava grávida que não sabia o que ia fazer. Eu disse para ela não se preocupar que naquela noite eu ia falar com Pedro e prepará-lo para na manhã seguinte ela contar e depois irem anunciar aos pais dele. Nessa noite eu  fui até o quarto dele e coloquei um calmante na taça com vinho, assim que ele adormeceu eu deitei ao seu lado. Na manhã seguinte quando a empregada entrou com o pretexto de limpar o quarto de Pedro, nos viu juntos. Fiz todos acreditarem que tivemos relações naquela noite, inclusive o Pedro. A empregada se demitiu e foi embora, mas eu sabia que Pedro iria atrás dela, então arrumei um jeito de engravidar e um mês depois dei a todos a noticia e disse que o Pedro era o pai. Sabia que ele ia se casar comigo, sempre teve senso de justiça.

Leda: Eu não posso acreditar. Quem é meu pai?

Débora: Isso não importa minha filha.

Leda: claro que importa. Você ao menos sabe quem é meu pai?

Débora: Claro que eu sei, o que você pensa que eu sou?

Leda: Depois dessa sua  historia eu não penso, eu tenho certeza. Você é uma mulherzinha.

Nesse momento Débora da uma bofetada em Leda.

Débora: Eu exijo respeito, sou sua mãe e tudo que fiz foi por você também. Te dei um pai rico e uma vida confortável  que você nunca teria com seu verdadeiro pai.

Leda: E QUEM É MEU PAI? ANDA, ME FALA SUA VAGABUNDA

Débora: JÁ FALEI PARA NÃO FALAR ASSIM COMIGO.

Leda: QUEM É MEU PAI? VOCÊ ESTÁ BLEFANDO, NÃO SABE QUEM É, DEVE TER SE DEITADO COM QUALQUER UM.

Débora: VOCÊ QUER MESMO SABER? SEU PAI É O MOTORISTA.

Leda: Que? O nosso motorista? Você ainda teve a cara de pau de trazê-lo para essa casa?

Débora: Leda, me entenda filha, quando soube que eu fiquei grávida e anunciei meu casamento, ele começou a me chantagear, dizendo que ia contar tudo ao Pedro. Ele disse que só queria ver o filho dele crescendo. Então arrumei o emprego de motorista para ele.

Leda: E vocês continuaram sendo amantes todos esses anos?

Débora: Isso importa?

Leda: É CLARO QUE IMPORTA, ESTOU ME SENTINDO UM OBJETO, FEITO SÓ PARA GARANTIR  SEU PROPOSITO CRUEL, QUERO AO MENOS SABER SE VOCÊ PELO MENOS AMAVA O HOMEM QUE SUPOSTAMENTE É MEU PAI, OU SE ELE FOI OUTRO JOGUETE EM SUAS MÃOS?

Débora: Isso é uma coisa que eu não vou discutir com você. Eu esperava compreensão de sua parte, você queria crescer com um pai motorista morto de fome? Você é uma ingrata, pensei que fossemos iguais.

Leda: Eu nunca iria descer tão baixo.

Débora: Mas já desceu? Não se esqueça que você não só tentou matar, como também seqüestrou aquela coisinha.

Leda: é diferente. Achei que ela estava querendo tirar tudo que era meu.

Débora: Diferente nada, você  eu somos farinha do mesmo saco, então não venha dar uma de moralista para cima de mim.

Leda: Você é um monstro, eu devia ter ouvido o meu pa..o Pedro.

Débora: O que tem o Pedro?

Leda: Ele sempre me dizia que eu devia ser digna, integra  e agir com justiça, pois todos somos iguais. Eu não dei bola, achava que sempre estaria no topo e agora você me vem com essa surpresinha de pai motorista. No testamento ele sabia da verdade.

Débora: Eu não sei dizer.

Leda: não foi uma pergunta, ele nunca deixaria 80% para a coisi... para a Paulina se não soubesse da verdade. Eu lembro agora das palavras que o advogado leu no testamento, que ele estava deixando mais do que merecíamos.

Leda saiu e bateu a porta deixando Débora sentada aos prantos.

Paulina estava muito pensativa com o dia anterior, o piquenique, Danielzinho em seus braços e percebeu que esse silencio de Paola não fazia sentido algum, mesmo que ela não quisesse o Carlos Daniel de volta não iria abandonar o filho e sumir. Determinada Paulina foi até a delegacia e contou tudo o que havia acontecido depois de tudo esclarecido o delegado disse que ia começar a investigar. No dia seguinte cartazes  e anúncios de jornais com a foto de Paola começaram a ser espalhados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem o que achou do regresso. ;)