Tinha que ser assim escrita por Jacqueline


Capítulo 2
Capítulo 2




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“As pessoas fracas quando choram parecem perder parte do seu encanto. Em compensação aquelas que consideramos fortes e serenas ganham infinitamente.” Goethe

Betty já está mais calma. Enxuga os últimos vestígios de lágrimas dos olhos, aplica no rosto um pouco de pó compacto e prepara-se para ir embora. Armando continua ali do lado fora da sala dela. Aquele espaço físico, o atrai irresistivelmente. Ele vai entrar quando a porta se abre e surge Betty! Qualquer palavra é inútil para descrever o sentimento de incredulidade e o tumulto interior que toma conta de ambos. Armando a devora com os olhos. Dá um passo em direção a Betty e ela recua para dentro da sala. Sem tirar os olhos dela Armando fecha a porta atrás de si e se aproxima. Percebe que ela havia chorado...

A (terno e visivelmente preocupado) – Betty, o que houve, não está se sentindo bem?

Ela mal consegue olhar para ele. Sorri tentando inutilmente disfarçar a extrema agitação que a presença dele lhe causa naquelas circunstâncias e balbucia desculpas vagas, frases desconexas...

B – Ai, não Doctor, imagine! É que essa nova maguiagem me causou alergia nos olhos, não estou acostumada a usar maquiagem ...

Armando sorri docemente. Neste instante tem absoluta certeza que ela jamais deixará de encanta-lo...

B (com um fiozinho de voz) - O que está fazendo aqui, Doctor Armando?!

A - Esqueci as chaves do meu apartamento Betty... E você, o que faz aqui?

B (sem conseguir olhar par ele) – Pensei que estivesse com a Alexandra...

A (sorrindo docemente) – E porquê pensou isso Betty?!

Ela não responde. O rosto dele se ilumina ainda mais, a sua expressão é de quase felicidade total e pensa: “Meu Deus, será que estou sonhando?!! Ela se traiu, está com ciúmes! Nem tudo está perdido!”

A (com voz doce e tentando controlar o tumulto que lhe vai na alma) – Não Betty, é claro que não, só fui levá-la ao hotel por uma questão de gentileza...! (Meu Deus, hoje ela está mais linda do que nunca com esses lindos e doces olhos que tinham chorado... Parece mais frágil que nunca... Sim, é ela, a mi Betty!)

Nesta noite ele podia ver nos olhos de Betty uma amostra de toda a dor e a tristeza que ela certamente sentiu quando descobriu a maldita carta ... O rosto dela era uma máscara de dor que ela tentava inutilmente esconder. Não, não mais, este sofrimento todo tinha que ter um fim para ambos, esta noite era decisiva, tinham que conversar e se reconciliar, caso contrário cada um seguiria o seu caminho por mais doloroso que fosse, pensou.

Toma-lhe o queixo, delicadamente, forçando-a a olhar nos olhos dele...

A (com o rosto muito próximo) – Betty, olhe para mim, por favor...

B – Não Doctor, por favor!

A – Betty, é muito importante o que tenho a lhe dizer!

Betty se afasta e continua de olhos baixos.

A (aliviado) – Betty, eu quero que você saiba que nesta noite eu terminei tudo com a

Marcela... (Ah, esse Armandinho... sempre mentindo...)

B – E porquê está me contando isso, Doctor? A sua vida particular já não me interessa há algum tempo...

A (interrompendo-a) – Porque a amo Betty! E você sabe disso!

Betty continua impassível. Afinal, ele já “terminara” com a Marcela outras vezes...

A – Betty, eu sei que já não tenho a mais remota chance de ser feliz ao seu lado, mas eu sinto que, apesar de toda a dor que te causei, ainda me amas, como eu a amo mais do nunca! Não precisa dizer com palavras que me amas, apenas olhe para mim e eu saberei. Depois a deixarei de uma vez, se é isso que realmente quer...

Armando aproxima novamente o rosto do dela e fica ali, tenso, esperando um gesto dela, como se a sua vida inteira estivesse sendo decidida naquele momento crucial. Mas precisa saber, precisa ter certeza do amor dela, mesmo que ela não consiga perdoá-lo e a perca para sempre.


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