Olhando ao redor, Hermione notou estar em uma fortaleza. Uma fortaleza feita de... Gelo? As paredes cintilavam com a luz fraca do Sol do lado de fora porém, não davam indicio de que iriam derreter. Ouviu vozes e olhou na direção de onde elas vinham. Não conseguia ver os rostos das duas pessoas, apenas vultos no entanto, era possível notar que eram dois homens. 

—Tem certeza de que são eles? 

—Absoluta! Eles estavam certos... O acontecer da profecia se aproxima... 

—Então, devemos ser rápidos! Não podemos perder mais tempo... Eles devem nos ajudar quando a hora chegar... -e então Hermione pode sentir que eles a notaram 

—No entanto, ainda é muito cedo... 

Hermione acordou em sua cama, ofegante. Sentia o suor frio escorrendo em suas costas e em sua testa. Suspirou esfregando os olhos, esses sonhos estranhos já estavam começando a lhe chatear. 

—Vocês bem que poderiam me ajudar agora, não é? -falou Hermione irritada- Espero que vocês não apareceram na minha cabeça apenas para encher o saco... 

"Em primeiro lugar, nós temos nomes e não é vocês..." Uma das vozes retrucou entediada 

—E quais são eles? -perguntou Hermione cansada se levantando da cama e indo em direção ao banheiro 

"Mascha..."  

"Prisca..." 

—Nomes curiosos...  

"Seu nome também não é o mais visto por aí" 

"Em segundo lugar, como você mesma ouviu não é a hora" a outra voz continuou divertida 

—E quando será a hora? -perguntou passando a mão enluvada por entre os fios do cabelo, agora, meio loiro e meio branco . Aparentemente, ou o livro havia errado sobre o cabelo ficar loiro platinado ou a pessoa amaldiçoada que o autor conhecia havia se matado antes que as mudanças fossem completadas. Agora, imagine a surpresa da sonserina ao ver seu cabelo ficar com as pontas brancas? 

"Vamos dizer uma frase clichê: Você saberá..." E então tanto Mascha quanto Prisca ficaram quietos 

Bufando irritada, Hermione abriu as cortinas de seu quarto vendo o Sol começar a aparecer por trás da floresta proibida. O café da manhã iria ser servido daqui a pouco então, era melhor se arrumar. 

Bocejou sonolenta, os sonhos estranhos e alguns pesadelos sobre a guerra estavam atrapalhando suas noites de sono terrivelmente. 

(...) 

—Bom dia, Mione... -resmungou Blásio deitando a cabeça em seu ombro 

—Desencosta, Zabini... -murmurou ela de volta revirando os ombros- Deixa de ser folgado... 

—Não seja cruel comigo –pelo canto do olho, Hermione pode vê-lo fazendo beicinho e revirou os olhos para o gesto infantil 

As corujas chegaram trazendo as encomendas e cartas dos alunos. Na frente de cada sonserino caiu algo. Na frente de Hermione caiu uma cópia do Profeta Diário. A foto da capa surpreendeu a sonserina, era Dolores Umbridge sendo levada pelos aurores. 

—Meu Merlin... -um suspiro feliz escapou de seus lábios e Blásio se curvou para enxergar melhor 

"DOLORES JANE UMBRIDGE É PRESA POR TORTURAR ALUNOS E APOIAR VOLDEMORT DURANTE A GUERRA" 

Dolores Jane Umbridge, ex—Alta Inquisidora Ministerial em Hogwarts, foi acusada recentemente de ter torturado os alunos de Hogwarts durante seu tempo como representante do Ministério na escola. Alguns dos alunos nos deram entrevistas contando que ela muita das vezes usava penas de sangue para puni-los e a poção Veritasserum(a qual tem seu uso fortemente controlado pelo Ministério) para descobrir oque os alunos sabiam sobre a localização de Albus Dumbledore(que na época estava sendo procurado) e os planos de Harry Potter.  

Umbridge foi julgada na noite de terça-feira(13). Durante o tribunal, Umbridge não mostrou sentir culpa alguma sobre seus atos durante a guerra ou o maltrato aos alunos. Foi sentenciada a Azkaban e até o final desta semana, receberá o beijo do dementador junto de diversos partidários de Voldemort. 

Matéria por Amélia Jones 

(Para mais informações, página 13) 

Hermione não pode evitar de olhar para Harry na mesa da Grifinória. O mesmo se encontrava lendo o Profeta, aparentemente concentrado. Como se soubesse que era observado, Harry olhou para cima encontrando seu olhar e sorriu. Hermione acenou com a cabeça minimamente e desviou o olhar para seu café da manhã. 

—Finalmente, essa mulher era uma vaca... Rosa –acrescentou Draco e Hermione olhou para ele arqueando as sobrancelhas 

—Não era você que participava da Brigada Inquisitorial? -o loiro pigarreou desconfortável 

—Naquela época, eu daria tudo e mais um pouco pra ferrar com você e seus amiguinhos... -respondeu coçando a nuca. Hermione continuou o encarando- O que? 

—Nada... -e voltou a comer em silêncio deixando Draco confuso 

Na verdade não era isso que ela queria lhe dizer, na verdade ela queria lhe fazer perguntas. Sobre o porque de tanta perseguição com ela e seus amigos. Eles não haviam tido uma conversa civilizada desde a noite no Salão Comunal dos Monitores mas, eles trocavam olhares durante as aulas ou nos corredores. Tinham que resolver essa situação de "ex-inimigos" e agora, companheiros de casa. 

—Hey, senhorita Gelo –Hermione franziu o cenho ao perceber que estavam falando com ela 

Era um aluno quintanista da Corvinal. Ele segurava um bilhete e um pedaço de pergaminho, tinha um sorriso brincalhão nos lábios, que lhe lembrava muito o dos gêmeos Weasley. 

—Crane... -cumprimentou Hermione reconhecendo o garoto- O que precisa? 

—Nada na verdade –ele deu de ombros e estendeu o pedaço de pergaminho para si- Apenas que você assine aqui... -ao ver o olhar confuso no rosto de Hermione, suspirou- Um autografo, entende? -Hermione sentiu seu rosto esquentar 

—Olha, sinto lhe decepcionar mas, eu não fui a única a lutar na guerra e- 

—Eu sei mas, você é tão inteligente e... Sempre ajudou o Potter e... -ele estava se enrolando nas palavras 

Hermione suspirou e pegou o pergaminho, não iria judiar de Kyle mas, do que o necessário. Pegou uma pena e um tinteiro da mochila, assinando o pergaminho cuidadosamente. 

—Pegue... -os olhos do corvinal se iluminaram- E agora...? 

—Ah sim –ele piscou agora lhe estendendo o bilhete- É do professor Matt... Obrigado! -e saiu correndo em direção aos amigos que pareciam animados 

Procurou pelo professor na mesa e ele acenou para ela, sorrindo. Olhando para seus colegas de casa, viu que todos a olhavam com as sobrancelhas arqueadas. 

—O que? -perguntou confusa e viu Pansy balançar as sobrancelhas sugestivamente 

—O que nosso professor gato quer com você? -Hermione estreitou os olhos diante da insinuação 

—Não seja assim, Parkinson... 

—Ui, voltamos aos sobrenomes –a morena levantou as mãos e balançou-as dramaticamente 

Hermione revirou os olhos e abriu o bilhete: 

Espero que ainda se lembre da promessa que me fez: Qualquer problema venha falar comigo, certo? Prometo que não irei falar para ninguém, talvez até possa te entender, quem sabe? 

—Matt Davis, DCAT 

Hermione franziu o cenho, olhando desconfiada para o bilhete. Ele estava lhe oferecendo ajuda? Mas, como ele sabia que ela precisava de ajuda? 

—Hermione –ouviu a voz sonhadora de sua irmã lhe chamar e guardou o bilhete no bolso 

—Sim, Luna? -perguntou calmamente olhando para o rosto avoado da loira corvinal 

—Vai para a aula de Trato das Criaturas Magicas comigo? -perguntou pegando um morango de uma tigela o analisando- Sabia que os moran... 

—Depois, Luna –cortou Hermione se levantando e Luna deu de ombros indo saltitando na frente- Não queira nem saber... -disse Hermione quando viu Blásio abrindo a boca para perguntar 

Hermione observava Luna pulando alegremente pelo corredor. A culpa ainda a corroía? Sim. Se arrependeu? Nem um pouco. Era o melhor... 

(...) 

—Malfoy, posso falar com você? -perguntou Hermione ajeitando as luvas pretas 

O loiro a encarou pensativo e assentiu. Estavam na biblioteca na seção de Poções, quase nenhum aluno circulava por ali a não ser por Pansy e Theo que estavam lendo(lê-se fingindo ler e ouvindo a conversa alheia) numa mesa próxima a eles. 

—Gostaria de esclarecer algumas coisas...  

—Sinta-se a vontade –devolveu ele se sentando em uma cadeira descuidadamente 

Hermione se sentou na cadeira em frente a dele, com o rosto inexpressivo. 

—Havia algum motivo especial para sua implicância comigo no passado? Além de eu ser nascida-trouxa... -Hermione notou como Draco ficou tenso diante da pergunta, antes de relaxar 

—Não, realmente... -era mentira e os dois(Pansy e Theo também)sabiam disso 

—Draco, se não quiser me dizer não diga... Mas, não minta pra mim –pediu pegando um livro sobre maldições que estava escrito com Runas e outro que era um livro que ajudaria na tradução dos símbolos e começou a tradução ignorando o sonserino a sua frente 

Pansy olhou para os dois loiros balançando a cabeça negativamente. Eram dois cabeças duras mesmo. Talvez fosse necessário um empurrãozinho? Trocando um olhar com Theo sorriram cúmplices e assentiram.