Uma nova princesa para uma nova Illéa escrita por Snow Girl


Capítulo 39
Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Feliz dia do estudante, moças/rapazes (faz dois meses que eu postei o primeiro capítulo e até agora nenhum rapaz se manifestou. Acho que começo a duvidar da minha resolução de que eles estão entre nós). Como foi o dia dos pais? O meu foi só mais um domingo normal com meu irmão mais velho trazendo sorvete e a gente relembrando coisas idiotas que já fizemos. Tudo normal. Nem falei com papai ainda haushaus dane-se ele sabe que eu amo ele. Ia contar uma piada que meu pai sempre conta mas deixa pra lá hasuahsu
Ah tá, assunto chato. Estou postando isso 08:15 e o epílogo vou postar no horário normal de postagem que é lá pela hora do almoço. Senti um apertozinho no meu coração pra escrever esse capítulo, mesmo que todo mundo já saiba o que vai acontecer é esquisito terminar uma coisa e talvez (espero que não) perder contanto com pessoas como vocês. Enfim, vou deixar os assuntos emotivos pro epílogo.
Beijos



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Convencer a família Steelway a me acompanhar de volta ao palácio foi bem mais difícil do que eu havia imaginado.

— Alexia! — meus padrinhos haviam gritado, satisfeitos porém com os olhos marejados.

Minha madrinha, uma mulher extremamente reservada, havia me abraçado com força. Foi a primeira vez que ela havia me abraçado desde que mamãe havia morrido.

Seu marido também me abraçou, mas ele parecia preocupado mais do que feliz.

— Me sinto responsável pelo que aconteceu com seu pai. Eu deveria ter cuidado melhor dele — declarou com sua voz grave.

Sacudi a cabeça.

— Foram os rebeldes, o senhor não teve culpa.

— Sei que não tive — assentiu — mas ainda assim…

— Ainda assim nada. Não foi sua culpa. Ouçam — insisti. — Esse não é o ponto.

— E qual é? — Jay se intrometeu, segurando Patrick.

Foi nesse momento em que eu lembrei que precisava tomar cuidado com minhas palavras. Meu irmão não sabia muito sobre o que estava acontecendo e eu não queria que ele recebesse o impacto cru de outra perda de uma vez.

— Precisamos pegar um avião para voltarmos ao palácio. Todos nós.

— Isso não faz sentido. O príncipe...

— Eu sei. Esse plano é de Caleb, juntamente com… meu irmão. Mandar as meninas para casa foi uma ideia minha. Uma péssima ideia minha — admiti.

Três pares de olhos se voltaram para Patrick.

— Não esse irmão. Eu descobri que meu pai tinha outro filho no mundo. Henry. Ele é mais velho que eu — expliquei.

— Mais velho? — ninguém parecia acreditar.

— Eu sei, Jay. Loucura, não é?. Foco no que é importante: Caleb e Henry aparentemente são dois malucos por estratégia e eles tem um plano para acabar com os rebeldes, mas Caleb quer que eu fique por perto, para se assegurar que eles não vão me pegar, e eu quero que vocês vão comigo. Chamaria Ethan e Kim também, mas eles estão melhor sem contato comigo.

— O que podemos fazer para ajudar?

Sorri, tensa.

—Arrumem as malas, nós vamos para Angeles.

***

Não sei o que eu esperava quando chegássemos no ponto de encontro, mas certamente esperava alguma coisa, só isso explicava o fato de meu coração ter afundado quando desci lá pela meia-noite do minúsculo avião com Patrick adormecido em meus braços.

O homem que estava pilotando o avião nos guiou por um caminho torturante e não asfaltado em um carro que provavelmente era de quando Illéa ainda era os Estados Unidos e parou em um lugar que dava para um muro levemente quebrado onde uma garota que parecia um elfo yule do inverno estava segurando uma lanterna.

Lynn estava parada, o rosto sério sem seu costumeiro sorriso gentil.

Cambaleei levemente ao ver sua expressão. Nada bom, ela dizia.

— Alexia! — suspirou abraçando-me com delicadeza para não acordar Patrick.

— Onde estão os outros? Henry e Caleb? Por favor, Lynn…

—Eles estão no palácio. Os rebeldes… eles vieram mais cedo que o esperado. Era como se previssem que Caleb tomaria aquela decisão. Eles vieram sem que ninguém esperasse. Henry me mandou para longe da luta, junto com os menores.

— E você veio? Simples assim? — indaguei cética. Lynn era tão teimosa quanto eu, ela não sairia de uma batalha sem motivo.

Ela fez que sim.

— Eu lutaria se fosse uma decisão apenas por mim, mas… não é. Não mais.

Franzi as sobrancelhas.

— O que isso significa?

— Significa “Parabéns, Alexia. Você vai ser titia.”

— Você está gravida? Ah, meu Deus! E aquele irresponsável do Henry foi lutar mesmo assim? Qual o problema do meu irmão?

Lynn fechou os olhos.

— Eu sei o que você quer dizer. Eu fiquei tão furiosa com ele! Eu preferia lutar e morrer a seu lado do que passar por essa tortura.

— Não fique assim, querida — a sra Steelway murmurou. — Pense no filho que você carrega.

Me sobressaltei. Por um momento pensei que éramos só Lynn e eu ali, à margem do mundo.

— Tudo vai dar certo — Jay completou, confiante. Era como se eu não tivesse dado detalhes do plano louco e provavelmente suicida que meu irmão e Caleb haviam feito.

— Ah, meu Deus! Caleb. Onde ele está?

Lynn fez uma expressão solidária. Essa era a única confirmação que eu precisava.

Eu havia implorado a ele que não participasse daquela loucura. Não que eu quisesse que qualquer um dos rebeldes participasse, mas pelo menos eles haviam sido treinados para lidar com aquilo. Caleb achava que algumas aulas de tiro e algumas caçadas era a mesma coisa que presenciar uma batalha. Mesmo implorando, eu não consegui dissuadi-lo da ideia. Se não estivesse me corroendo até a alma de preocupação, eu estaria muito furiosa com aquele ser loiro.

Eu só esperava que ele ficasse vivo para receber toda a minha fúria.

Lynn me abraçou como a uma irmã.

— Eu sei, Alexia. também estou preocupada com o meu marido. — Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto tenso.

— Marido? Então vocês se casaram?

Ela assentiu, novamente séria.

— Queria que você pudesse presenciar. Foi ontem e foi bastante informal, na cidade. Mas eu sou oficialmente a senhora Piper.

— Fico feliz. Se a situação não fosse tão tensa eu provavelmente estaria esfuziante, mas na atual situação… só espero que você não vire viúva, Lynn.

Ela concordou.

Me sentei em silêncio no chão depois de algum tempo. Patrick começava a pesar.

Um a um meus companheiros imitaram meu gesto, cada um preso em seus próprios pensamentos.

— Lynn — um garoto de mais ou menos doze anos chamou esbaforido. — Terminou. Nós ganhamos!

— Graças a Deus! — Minha cunhada exclamou. — Henry está bem?

O garoto sorriu.

— Sim. Perdemos muito poucos, a maioria teve só uns ferimentos leves, alguns tiros de raspão e tal.

— E o príncipe Caleb? — interpelei.

— Ele está bem, está na sala de cirurgia, pel oque ouvi. Talvez tenha saído, faz um tempão que eu saí de lá.

— Sala de cirurgia? — repeti, instável. — Por favor, me diga que não é nada sério.

— Eu acho que está tudo bem. Ele nem sangrou nem nada, só parecia estar sentindo uma puta dor.

— Dean! — ralhou Lynn.

— Ah, desculpa. Vamos lá? Os guardas estão amarrando os rebeldes e agradecendo nossa ajuda. Uma loucura.

Concordamos imediatamente.

O menino, Dean, ia à frente e nós em seu encalço. Quando chegamos ao jardim iluminado pudemos ver o caos: algumas janelas do palácio pareciam ter sido rachadas, pessoas amarradas, algumas sangrando, e os guardas andando de um lado pra o outro recolhendo armas e documentos.

Estaquei ao reconhecer um rosto com cabelo louro longo e uma bandana esfarrapada na cabeça.

— Pietra? — minha voz soou incrédula. — você estava do lado deles?

Ela apenas revirou os lábios desdenhosamente para mim.

— Não é prudente conversar com um prisioneiro, senhorita — ralhou Maryse me fitando. — O que a traz aqui?

— Alexia está comigo, Maryse — declarou Lynn olhando com seriedade para a mãe..— Queremos ver o príncipe Caleb.

— Príncipe Caleb se encontra em seu quarto, repousando e...

Deixei-a falando para o vento enquanto adentrava o salão elegantemente ornado.

Caleb era minha prioridade.

Entrei no quarto como um furacão, Caleb estava deitado conversando animadamente com duas pessoas que eu não vi quem eram e tampouco me importava.

— Que… ideia.. foi.. essa… — cada palavra era pontuada por um tapa no ombro bom de Caleb, aquele. Ele segurou meus pulsos juntos só com uma mão.

— Ai! Está tudo bem, Alexia. Eu estou bem. Nem está doendo, vê? — me confortou.

— Qual o seu problema, Caleb? Você poderia ter morrido! — solucei.

Caleb sorriu.

— Você ficou preocupada com a possibilidade?

— Não. Eu estou aqui chorando feito uma criança assustada e não me preocupei nem um pouquinho. Deveríamos fazer isso mais vezes — brinquei lacrimosa e ele me abraçou com mais força.

— Shh, estou aqui — sussurrou aninhando minha cabeça em seu peito largo e erguendo a própria completou mais alto: — Pai, mãe… Conheçam a futura rainha de Illéa.

— Futura o quê de onde? — ergui o rosto.

Caleb botou a mão na nuca, envergonhado.

— Eu andei… pensando nisso.

— Nós vamos deixar vocês dois conversando — sorriu conspiratoreiamente o rei Maxon.

— E então? — perguntei sentando-me ao seu lado de Caleb. Ele fez uma careta. — Ah, desculpe.

— Bom… você sabe que é de todas as meninas a única que eu realmente amo e eu tive a impressão que você também se sentia assim. Então eu me dei ao luxo de preparar tudo. Eu ia te pedir em casamento naquele dia em seu quarto em que você e seu amigo... — ele rangeu os dentes.

— Pensei que tivéssemos resolvido isso — salientei.

— Resolvemos, mas ele ainda assim tentou te beijar e isso é inadmíssivel.

— Ouça, eu amo Jay, amo muito — seu rosto desmoronou, apressei-me a continuar. — Ele é parte da minha família e eu o amo como um irmão, nós passamos por tudo juntos e nosso vínculo é inquebrável. O amor que sinto por Jay é diferente do que sinto por você. Ele é da família. O que sinto por você é… diferente. Pensei que já tivesse deixado isso claro.

Caleb assentiu, o rosto relaxado.

— Então só me resta dizer uma coisa — ele se levantou, meio cambaleante e agachou no chão, sobre um joelho, uma mão segurando firmemente a minha. — Alexia Piper, você aceita ser minha esposa para governar a meu lado, me irritar e fazer o homem mais feliz que já pisou nesse planeta?


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Notas finais do capítulo

Até mais