Uma nova princesa para uma nova Illéa escrita por Snow Girl


Capítulo 38
Casa


Notas iniciais do capítulo

Sobre o drama do capítulo passado: desculpem por aquilo. Acho que a verdade que eu vou parar de ter vocês nas segundas, quartas e sextas desabou de uma vez sobre minha cabeça aí dei uma de drama queen. Sério, foi mal.
Esse capítulo aqui ficou meio zzzzzZZZZZ pq ele faria parte do último capítulo, mas eu dividi em dois pq é muita coisa. E sim, último capítulo e epílogo na segunda.
Beijos



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Foi difícil dizer adeus ao palácio, Beatrice, Kayla, minhas criadas, Caleb e Georgie. Especialmente a Georgie, uma vez que Caleb eu veria em breve, mas eu não tinha garantias sobre o seu doce irmão mais novo.

— Eu te amo — sussurrei para o menino louro em meus braços enquanto nos despedíamos.

O fim da Seleção havia sido anunciado às pressas naquela manhã em um comunicado urgente. Tanto o rei quanto a rainha ficaram surpresos e irritados com a ação do filho mais velho.

— Eu também amo você. E o Caleb também. Fica com a gente — pediu.

— Bem que eu gostaria, querido — admiti evitando olhar para seu irmão que, eu sabia, estava me encarando. — Mas eu preciso cuidar do Patrick, não preciso?

— Vem morar aqui com a gente vocês dois. vai ser muito legal e você pode casar com o Caleb!

— George! — rainha America ralhou, o rosto repreensivo.

— Pare de importuná-la, George — rei Maxon pediu irritado e constrangido. — Foi um prazer tê-la conosco, senhorita.

— O prazer foi meu, Majestade — disse-lhe fazendo as devidas mesuras ao casal real de Illéa.

Acompanhei as demais Selecionadas até onde os carros estavam esperando.

Abracei Kayla primeiro.

— Foi um prazer te conhecer, mesmo você sendo a pessoa mais irritante que eu já conheci — sussurrei.

Kayla achou graça.

— Você também não é a pessoa mais gentil que eu já conheci, Alexia — seu tom era deliberadamente sarcástico e me fez sorrir levemente.

— Procure Jamie depois que a poeira baixar um pouco — pedi. — Não tem sentido ele continuar ignorando você e essa coisa toda entre vocês.

Kayla sorriu.

— Você não conhece a teimosia daquele ali, mas eu vou tentar. Não me resta outra opção — ela me abraçou novamente. — Foi bom ter te conhecido.

Sorri quando ela deu-me um tchauzinho e entrou no carro preto do governo para esperar Emily que estava se despedindo de Caleb. Não gostei muito da intimidade daquele ser com Caleb. Acho que os fuzilei com o olhar pois Beatrice me deu um tapinha no ombro para chamar-me a atenção e despedi-me dela rapidamente.

— Mande um beijo para Jay — pediu muito baixo.

— Não sou seu pombo correio — fiz uma expressão irritada de brincadeira para ela que deu um tapa em meu ombro. Garota violenta! — Nos vemos por aí — despedi-me.

Deixei para me despedir de Caleb por último.

— Cuidado — sussurrou.

— Eu tomarei cuidado, Caleb. Confie em mim! Tudo vai dar certo.

— Eu já disse o quanto odeio esse plano? — ele passou delicadamente o polegar no meu rosto.

— Umas seiscentas vezes. Relaxe, estarei aqui amanhã — prometi. — Não se esqueça que a ideia é sua.

— A ideia é mais do seu irmão. Eu só dei algumas dicas — sorriu de forma inocente, porém era fácil ver a tristeza em seu olhar.

Com um beijo na parte posterior da minha mão nos despedimos.

Não consegui tirar da cabeça seu olhar de dor durante todo o voo.

Minha chegada ao aeroporto não foi divulgada, de modo que pude ir para casa sem grandes tumultos. Obviamente a casa estava vazia. Eu tinha me esquecido disso, fui para a casa de Jay, arrastando minha mala muito pesada.

— Alexia! — ele me cumprimentou com um abraço de quebrar costelas. — Como você está?

— Tudo parece meio que um pesadelo — admiti.

Meu melhor amigo analisou meu rosto.

— Pensei que o príncipe não permitiria que você saísse de perto dele, ainda mais agora que todos estão… exaltados.

— Ele não permitiu, eu vim aqui para buscar você, seus pais e meu irmão. Nós vamos ficar em um lugar… seguro.

Jay analisou meu rosto.

— Tem alguma coisa acontecendo e você não está me contando — acusou.

— Sem drama. Eu vou explicar tudo com calma mais tarde. Cadê o meu irmão?

— No quarto — ele deu de ombros e me guiou pela pequena casa que eu conhecia tão bem.

— O quanto ele sabe? — indaguei com a voz levemente tremida.

— Não muito, felizmente. Seu pai estava desaparecido há um tempo já e todo mundo achou que era normal, porque ele vive sumindo. Então ontem… — ele não continuou.

Fomos até o pequeno quarto de Jay, Patrick arregalou os olhos quando me viu e se jogou em meus braços.

—Lexi!

— Oi lindo — beijei o topo de sua cabeça. — Como você está?

— Feliz! Você voltou pra casa!

Eu ri um pouco. Era bom estar de volta àquele lugar familiar e em uma situação familiar.

— Cadê os seus pais, Jay? — perguntei por cima da cabeça de Patrick.

— Trabalhando. Por quê?

— Dê um jeito de trazê-los de volta. Pra ontem.

Meu amigo arregalou ligeiramente os olhos dourados. Eu não costumava ser tão mandona.

— É assunto sério, não é?

— Extremamente sério, Jay.

Não comentei com ele naquele momento, uma vez que Patrick estava bastante atento à conversa, mas em algumas horas nós saberemos se o plano de Henry daria certo e para isso eu precisava que as pessoas que eu amava estivessem em um lugar seguro.

— Tudo bem, vou ligar para eles — disse se retirando.

Patrick ainda estava abraçado a meu pescoço.

— O príncipe brigou com você?

Inclinei a cabeça para um lado.

— Não. Por quê?

— Por que você voltou para casa?

Essa era a criança de seis anos mais perspicaz no mundo, meu Deus.

— É muito complicado, querido. Quando você for mais velho eu vou te explicar, mas não agora. Tudo bem?

Por sua expressão, não estava tudo bem, mas meu irmão havia sido criado por mim. Ele sabia que não era não.

— Tá — concordou emburrado.

Beijei seu cabelo.

— Eu amo você. Muito e muito.

— Eu também amo você, Lexi. Não quero ficar longe de você. O Jay não sabe fazer bolo — confidenciou.

— Eu ouvi isso! — avisou Jay aproximando-se com as mãos na cintura. — Falei com meus pais e eles já estão vindo. Eles estão bastante apreensivos com o que você vai dizer — ele ergueu uma sobrancelha escura.

— Quando chegarem aqui eu vou explicar tudo com calma. Prometo.

Ele concordou.

— Sei que sim. Quer começar um resumo?

— Não agora — olhei para o relógio antigo pendurado na parede. — Está na hora dos rebeldes aparecerem.

— Você quer ver aquela coisa? — perguntou horrorizado.

— Eles disseram que só iriam matar as pessoas se a Seleção continuasse e não continuou. Eles devem soltar os prisioneiros.

— Por favor me diga que não fizeram uma lavagem cerebral em você. É claro que eles vão continuar matando as pessoas!

Caleb e Henry haviam insistido muito nesse ponto na noite anterior, mas eu esperava que eles estivessem errados. Não queria que ninguém passasse pelo que eu havia passado.

— Talvez não.

Jay suspirou.

— Não sei se sua fé na humanidade é tocante ou exasperante.

— Não tenho fé na humanidade. Tenho apenas esperança.

A televisão tremulou e o logotipo assustador e nojento surgiu na tela. Como da outra vez, levou quase um minuto inteiro para a imagem ser formulada e eu virei Patrick de frente para mim, tampando seus ouvidos. Eu não queria que ele ouvisse nada daquele demônio.

— Novamente, bom dia Illéa. Essa manhã fui felicitado com a notícia de que nosso príncipe Caleb acabou com a Seleção. Muito bem, Alteza, o senhor tem fibra moral e pensa mais em seu povo que em uma competição tola.

— Porém — continuou —, o senhor tem o coração mole demais e não está disposto a certos sacrifícios. Ora vamos lá! Você recebeu um treinamento para prever esse tipo de tática. Realmente achou que eu fosse libertar essas pessoas? — riu de forma infame.

Uma a uma ele ergueu as cabeças. As pessoas ali gemiam, amordaçadas.

Fechei os olhos. Eu não queria ver aquela cena assustadora, não queria ouvir aquele som horrível.

Infelizmente, eu ouvi. Quatro tiros. Quatro vidas que eu condenei.


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Notas finais do capítulo

Até segunda