Who Owns My Heart? escrita por Lauren Grace


Capítulo 26
Yesterday


Notas iniciais do capítulo

Olá. Mais uma vez peço 1000000 desculpas pela demora para postar, mas aconteceu várias coisas. A nota do enem saiu e eu fui uma bosta, não consegui passar para Medicina e vou passar mais um ano tentando. Enfim, é muito difícil. Fui um horror na Redação e isso tirou toda a minha motivação para escrever porque eu achava que escrevia bem mas eu estava errada, eu sou péssima. Essa é a última fanfic que irei escrever, a escrita não foi feita pra mim, eu não sou boa e tenho que me conformar com isso. Enfim, me desculpem pelo desabafo. Vou tentar não demorar a postar agora ok? E vou responder os reviews, fiquem calmos que adoro responder vocês e vou fazer isso. Esse capítulo vai ser bem triste, aproveitem, boa leitura!



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Eu estava terminando de tomar meu café da manhã, quando minha mãe entrou na sala acompanhada do psicólogo do hospital. Minha mãe estava muito abatida, e parecia ter chorado recentemente, pois seus olhos estavam vermelhos. Não entendi isso muito bem, pois ultimamente minha mãe andava feliz com a minha melhora.

Eu continuava fazendo quimioterapia, mas os médicos agora tinham certeza de que o meu câncer não se espalharia para outros órgãos, e tinha 60% de chances de eu me curar completamente e o carcinoma ser destruído com a quimioterapia. Eu continuava fraca, meus cabelos ainda caíam e eu ainda estava magra, mas agora já não precisava mais da cadeira de rodas, e tinha ganhando um pouco de peso. Eu também não usava o oxigênio o tempo todo, apenas algumas vezes durante o dia. No quadro geral, eu estava melhor e pela primeira vez desde que entrei no hospital tive esperanças de realmente sair daqui viva.

– Annabeth, vamos dar uma passadinha no meu consultório?

Assenti e minha mãe e ele me ajudaram a sair do quarto. A sala dele era três andares abaixo do meu quarto, então fomos de elevador.

Entramos, ele se sentou na mesa e minha mãe e eu nos sentamos de frente para ele.

– Annie, a nossa conversa hoje vai ser um pouco diferente. Creio que nos últimos meses a ideia de morte, de perdas e de partidas se tornou um pouco mais natural para você do que era antes de você descobrir sua doença e vir tratar conosco. Perder alguém que amamos é sempre muito complicado, mas devemos nos esforçar para que isso não se torne um sofrimento eterno. Quando algo tão ruim quanto perder uma pessoa especial para nós acontece, devemos sofrer, para colocar para fora tudo o que sentimos. Não podemos guardar nada dentro de nós, devemos expressar todas as nossas emoções e nunca devemos esconder o que estamos sentindo. Entretanto, não podemos nos martirizar com sentimentos ruins para sempre, devemos seguir em frente. Quando uma pessoa próxima a nós falece, devemos nos lembrar dela sempre, mas com carinho e saudade, não com tristeza. Você entendeu?

Assenti, mesmo sem estar entendendo porque ele estava me falando aquilo.

– Annabeth, eu tenho uma notícia para lhe dar, mas você precisa ser forte e seguir tudo o que eu te disse agora, ok?

Assenti mais uma vez e ouvi minha mãe fungar. Ele estava chorando, o que estava acontecendo?

– Annie, seu namorado, o Percy Jackson, ele faleceu.

Não consegui acreditar. Aquilo era mentira, aquele psicólogo de merda estava mentindo para mim, me enganando. Mas não consegui dizer isso a ele, não consegui dizer nada. Algo apertou minha garganta com força, e eu estava sufocando.

Tentei puxar ar para os pulmões, mas não consegui, o ar era tóxico e cada lufada dele que entrava dentro do meu organismo me matava um pouco mais. Senti um baque no corpo e o chão frio e úmido fez contato com minha pele. Eu não conseguia ouvir nada, parecia que eu estava no vácuo e nenhum som conseguia chegar até mim. Uma escuridão tomou conta dos meus olhos e eu estava voando, voando para longe...

O que aconteceu em seguida foi um borrão, e eu nunca me lembrarei de nada além de flashes. O choro da minha mãe, a voz do psicólogo, meu corpo flutuando, olhos verde-mar, pele com cheiro de brisa marinha, um cadáver, líquido invadindo os meus pulmões, cheiro de vômito no ar, lágrimas salgadas molhando meu rosto, meu pai, médicos, tudo branco, o céu...e mais uma vez eu estava voando e voando.

– Tem certeza que é melhor levá-la, Atena?

– Não sei, Frederick, eu acho que não, mas se não a convidarmos, ela pode ficar muito mal depois.

– Tudo bem, vai em frente.

Antes de a mão tocar meu ombro eu abri os olhos. Meus pais estavam diante de mim e eu não entendia muita coisa. De repente, a lembrança invadiu minha mente, e lágrimas jorraram dos meus olhos com a mesma rapidez que a chuva caia do céu. Ele tinha ido embora. Para sempre.

– Filha, hoje é o enterro – minha mãe disse com a voz embargada – você quer ir?

Assenti.

– Tem certeza?

Assenti novamente.

– Seu pai trouxe uma roupa para você, ele vai nos levar de carro, mas acho que você vai precisar usar a cadeira e o soro de novo, tudo bem? E você tem que tomar banho. Você quer que eu te ajude, quer tomar sozinha ou quer ajuda da enfermeira?

– Você – murmurei. Eu não tinha mais certeza se ia falar direito de novo algum dia. Aliás, eu não sabia se ia voltar a fazer alguma coisa depois de tudo isso. Eu tinha perdido a maior parte de mim, a minha emoção, a minha esperança, a minha vontade de viver. Pra que viver agora, se eu não poderia tê-lo?

Meus pais me ajudaram a sair da cama, e eu percebi que tinha urinado nela. Minha mãe me levou para o banheiro, me despiu e começou a me lavar. Eu tomava banho na cadeira especial, pois não conseguia ficar em pé.

– Filha, eu te conheço e sei que quer saber como aconteceu, certo?

Assenti. Parte de mim queria saber de tudo, mas uma parte maior não queria saber de nada. Mesmo assim, deixei minha mãe contar.

– Um grupo de rebeldes invadiu a base deles. Quase duzentos mortos durante a batalha, e mais de 90 soldados. Isso foi notícia em todos os jornais, e até hoje estão noticiando coisas relacionadas ao atentado. A pátria guarda a memória dele, meu amor. Ele morreu como um herói, e todos sentem muito agora. Ele vai ser lembrado para sempre, por todos, com muito carinho.

Aquilo não melhorou nada o que eu estava sentindo. Era uma dor muito profunda, uma dor que eu não era capaz de suportar. Eu jamais me sentira tão mal, tão arrasada, tão morta por dentro. Eu não suportaria viver sem ele, eu não conseguia sequer imaginar um futuro sem ser ao lado dele. Todos os meus planos se transformaram em ruínas e agora eu não tinha mais futuro, não tinha mais esperanças, eu não tinha absolutamente nada. Meus gritos ecoavam nas paredes do banheiro, e lágrimas se misturavam á água sobre o meu rosto.

Minha mãe me secou, colocou um vestido preto em mim, um chinelo e junto com a enfermeira me colocou na cadeira de rodas e ligou o soro no meu pulso.

Entramos no carro, e meu pai foi dirigindo em alta velocidade até o cemitério. Eu chorava e gritava e uma força obscura consumia tudo o que existia dentro de mim. Eu estava devastada, destruída, em ruínas, tudo o que eu era foi reduzido a absolutamente nada sem ele. Eu tinha me tornado totalmente dependente dele, ele me mostrou o que é viver de verdade, o que é sentir, o que é existir. Antes dele eu era completamente vazia, mas agora que eu o perdi para sempre eu estava muito pior do que vazia. Eu nunca encontraria o sentido da vida novamente.

Quando chegamos ao cemitério, consegui me forçar a parar de gritar, mas as lágrimas saíam convulsivamente e eu não conseguia impedir isso.

Meu pai me colocou de volta na cadeira de rodas e me empurrou até o local aonde estava acontecendo a cerimônia. A primeira coisa que vi foi o caixão. A bandeira americana estava por cima dele, e uma dor cruciante invadiu meu corpo, que tremeu involuntariamente.

Todos estavam de pé, olhando para onde o corpo dele jazia escondido. Sally estava chorando convulsivamente, Poseidon tinha lágrimas silenciosas escorrendo pelo rosto enquanto olhava a bandeira. Muitas pessoas estavam ali, algumas eu conhecia, outras eram completamente desconhecidas para mim. Um pequeno grupo de militares estava parado próximo ao caixão, e o padre estava de frente para todos, iniciando a missa. Eu não ia suportar ouvi-lo falando, então resolvi observar as pessoas.

A maioria chorava silenciosa, outras, como eu e Sally não conseguíamos controlar as lágrimas violentas e os soluços. Uns olhavam para baixo, outros para o caixão, e outros tinham o rosto nas mãos.

Muita gente do colégio estava lá, e quase todos lançavam olhares curiosos para mim. Já ia fazer um ano que eu parara de frequentar a escola, Percy era meu namorado, então a curiosidade era natural. Cassie não chorava, apenas olhava para o chão. Nico e Bianca estavam abraçados, ambos chorando. Emily tinha a cabeça pousada no ombro de Naomi, e as duas pareciam abatidas. Tony estava ao lado de Effy, que chorava bastante. Zöe, Thalia, Silena e Rachel também choravam baixinho e Charles consolava Silena. Luke estava lá, mas não chorava, apenas olhava para o nada com uma expressão estranha. Cook chorava bastante, Leo e Jason olhavam desolados para o caixão. Muitos professores estavam lá, com semblantes tristes.

O padre continuava falando, e aquilo era demais para mim, eu não conseguia mais suportar isso. O fato de ele partir para sempre era um fardo que eu não podia suportar, e ver todas as pessoas tristes por ele acabava comigo. Elas podiam estar arrasadas pela morte dele, mas ninguém estava como eu. Ele era meu noivo, era tudo para mim, eu era apenas uma casca vazia sem ele. Só quem entendia o que eu estava passando era Sally, outra mulher que o amou com todas as forças.

– Mãe, eu quero ir embora – disse, em um soluço.

Minha mãe, que também chorava, disse:

– Tudo bem, Annie.

Meu pai e ela começaram a empurrar minha cadeira, para voltarmos ao carro. Alguém começou a se aproximar de nós, e vi que era Apolo. Paramos onde estávamos, e ele veio até nós.

– Olá, Sra. Atena, olá Sr. Frederick, oi Annie – nós retribuímos o cumprimento, e ele disse para meus pais:

– Vocês me permitem dar uma palavrinha com a Annabeth?

Meus pais assentiram e voltaram para o enterro.

– Sei que é muito difícil para você, é difícil para todos nós, mas para você é pior. Eu não quero ficar lamentando, pois sei que você já está cheia disso. Só quero oferecer a você o meu apoio. Eu estou aqui por você, estou aqui para o que você precisar, entendeu? Conta comigo sempre, eu farei tudo o que eu puder para te ajudar.

– Me dá um abraço?

Levantei da cadeira e joguei meus braços ao redor do pescoço dele. As lágrimas caíam de forma violenta, e eu gritava, gritava o quanto eu podia. Eu era uma ruína agora.


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Notas finais do capítulo

Aff, até eu fiquei bem triste escrevendo esse capítulo. Enfim, o que vocês acharam? Bem, mais uma vez peço as desculpas, eu me culpo muito por deixar minhas fics abandonadas assim, mas realmente não consegui escrever no último mês. Estou com bloqueio criativo e tudo o mais. E agora vou começar a faculdade de enfermagem, e vou continuar estudando para medicina, então vou ter pouco tempo para escrever, mas se vocês puderem por favor, não me abandonem. Eu quero terminar esta fic. Enfim, comentem, por favor. Beijos!



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