O começo do fim escrita por ChrisDA


Capítulo 27
Capítulo 26 - Season Finale


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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17 de Dezembro de 2015 – Dia 182 – 12:00 – POV Toni

Estava preso a mais ou menos duas semanas, traziam a mim três refeições diárias: na parte da manhã pão e água, no almoço geralmente sopa rala com um pão preto e a noite um mingau aguado. Deixam junto a primeira refeição um pote para as necessidades uma garrafa de dois litros de água. O pior de tudo é escutar, vindo das celas ao lado, o grito dos meus companheiros, não saber o que eles passam e não poder fazer nada.

A única coisa que eu faço pra matar o tempo é exercício. Flexões, abdominais, o que eu consegui fazer ali, para me fortalecer até o momento da fuga. Ainda não tinha descoberto um jeito de fugir dali, mas logo iria descobrir. A cela era de concreto nos fundos e dos lados, para evitar contato físico entre os detentos. Na parte superior e na frente era gradeado, barras de ferro grossas, com cerca de 20 centímetros de espessura cobriam tudo, impedindo de colocar nada mais que os braços pra fora. A cela em frente a minha vivia vazia. Até que uma garota chegou e foi jogada violentamente lá dentro. Ela xingou os guardas em russo, ainda não havia aprendido o bastante, mas aquilo com certeza não era um muito obrigado. Ela tinha os cabelos negros e olhos azuis, busto avantajado, “e que busto”, era forte. “Óbvio que é forte, ela é russa.”, pensei enquanto a observava xingar e cuspir sempre que podia nos guardas.

Ela estava sangrando muito devia ter algum corte no pescoço. Depois de alguns minutos, um médico veio até as celas, pude ouvir os gritos de várias pessoas para ele ir até elas. Ela o deixou entrar, assim que viu uma brecha, ela tentou fugir, mas recebeu uma coronhada na cabeça e desmaiou. Ele cuidou dela rapidamente e saiu. Antes de seguir pelos corredores, ele parou em frente a minha cela, foi quando percebi que era o intérprete naquela noite.

– Fico feliz em ver que está bem acomodado. – Ele riu nasalmente, acho que em algum mundo aquilo seria engraçado. – Não devia ter nos ameaçado naquela noite garoto. Agora você e seus amigos vão ficar aqui até morrer ou coisa pior.

– O que pode ser pior que isso?

– Você logo verá. – Ele saiu rapidamente, deixando-me sozinho pensando no que aconteceria a todos nós daqui pra frente. Agora escapar dali era mais que preciso, era vital.

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17 de Dezembro de 2015 – Dia 182 – 12:00 – POV Kimberlly

Caminhava pelas estradas havia mais ou menos duas semanas desde o acidente. Eu não estava mito bem principalmente em saber que a Michelle morreu. Fui até o ponto de encontro deles, mas era uma emboscada dos infectados, apesar deles não sentirem dor, consegui fugir a tempo, não sem antes matar o líder deles. Fugi por um tempo, depois voltei até lá na calada da noite, esperando saber se fizeram prisioneiros, quando vi eles matarem a Michelle.

Eles a esquartejaram em pedaços bem pequenos com ela ainda viva e colocaram em uma churrasqueira, alguns ali não era infectados; a parte do bando que era se alimentava da carne crua. Fiz um enorme esforço pra não chorar, enquanto ainda a ouvia gritar, implorar pela morte; considerava aquele grupo parte da minha própria família, e morrer desse jeito... Depois de um tempo a tristeza foi passando e em seu lugar senti uma raiva crescer dentro de mim, não descansaria até ver todo aquele grupo morto. Queria esquartejá-los como eles fizeram com ela, pedaço por pedaço, de forma bem lenta. Mas eu tinha que chegar até os outros, o mais rápido que eu pudesse, ficar sozinha hoje é sinal de morte certa.

Procurei por guardas, eram cerca de doze, mas eliminei um a um, não faziam mais que duplas, só era matar um e pegar o outro desprevenido. Rápido e fácil. Depois subi até um prédio só restava cerca de dez no acampamento improvisado. Atirei com a arma de um dos vigias, um IA2 com supressor, a munição dele era 7,62, ainda estava em fase de testes. A precisão dele era muito boa da distância que eu estava; sorria enquanto a cabeça de cada um deles explodia, a cada vez que eu puxava o gatilho.

Depois de tudo isso, me escondi por perto para vigiar se mais alguém do grupo chegaria depois, mas não veio ninguém, coloquei as armas dele dentro de um caminhão meio abandonado, meio queimado, ninguém procuraria por lá, poderia voltar e pegar depois.

Desde então sigo viagem, a pé até Florestal. Cheguei por volta das quatro da tarde, não confiei plenamente de que o Comandante ainda estivesse vivo, então segui com cautela. Dei a volta no lugar, sem que os soldados percebessem que eu estava lá, cheguei a um ponto onde não era murado tinha apenas uma grade e algumas estacas na frente, enroladas em arame farpado, para impedir que veículos passassem por ali. Voltei alguns metros e pulei o muro, não era muito alto na verdade. Caminhei por entre as tendas, fui o mais discreta possível, ninguém me reconheceu, “pelo menos um pouco de sorte.”, pensei.

Cheguei à maior tenda, lá estavam dois soldados, um pouco magros, deviam ser recrutas com no máximo dezenove anos. Estavam conversando a respeito de um jogo, o que por si só já é estranho.

– Tô te falando Teteco, ele era grande.

– Não me chama assim, é ridículo!

– Zoar os outros é bom né? Mas voltando ao assunto, eu tava quase na área ai veio aquela coisa! Devia de ser o goleiro, ia cabê no gol todo!

– Devia de ser o Snorlax de tão grande!

– Snur quê?

– Nada de mais. – “Nerds, mal consigo ver seus pensamentos”, não sei por qual motivo isso veio a minha cabeça mas ri, como poucas vezes tinha feito, me trazia algumas lembranças boas. Me controlei e olhei ao redor, ninguém havia notado. Dei a volta e entrei por trás. Levantando a tenda, de lá vi dois soldados levantarem as suas armas para mim, sentado na sua habitual cadeira estava o comandante, com o braço esquerdo enfaixado, junto com ele estava o Renato, agora tenente, sentado com ele.

– Você sobreviveu! – Foi uma das poucas vezes que o vi surpreso. Depois do que houve a Mi, não consigo ver como as pessoas podem ficar felizes em me ver, vejo-as apenas como possíveis ameaças. Mas acho que fingi bem, apenas sorri quando ele disse isso. – O Renato me disse dias atrás que foram emboscados e que não conseguiu salvar cinco de vocês. Posso presumir então que...

– Apenas eu sobrevivi. Eles não me levaram, acharam que eu morri e viraria um zumbi. Mas como plano B deixaram uma carta dizendo a sua localização.

– Sinto muito Kimbelly. – Disse o Renato. – Eu pensei em ir atrás deles, afinal não estávamos em menor número...

– Você podia ter enfrentado eles?

– Sim podia. Eu... – Eu o interrompi com um tapa no rosto, deixando uma marca vermelha. Aquilo tinha feito meu sangue ferver, ele podia ter evitado isso, podia impedir a morte da Mi e dos outros quatro, se ele tivesse lutado e não fugido feito um rato. – Como você ou... – Dei um segundo tapa. Os soldados pensaram em intervir, mas o Comandante não permitiu.

– Seu covarde! Preferiu fugir do que lutar! Eu vi a Michelle ser esquartejada viva, enquanto gritava e implorava pra matá-la, eles riam dela, comiam e bebiam felizes. Mas você só pensou nesse seu traseiro branco, eu cuzão! Eu sozinha matei todos eles enquanto você ficava aqui coçando esse pau pequeno, filho da puta! Eu matei todos eles sozinha!– Ele se levantou e tentou me bater, eu desviei e enterrei uma faca nas partes intimas dele, ele caiu uivando de dor, dois soldados me tiraram dali eu não me importava com mais nada, não tinha nada com que eu pudesse fazer, não havia nada que eu queria fazer.

Eles me levaram até uma tora nas margens do acampamento e me amarraram lá, eu vi de relance dois soldados escoltarem a Vivi e a Emily até a tenda do Comandante. Recebi uma coronhada, fiquei meia zonza, recebi um soco na boca do estômago, eles continuaram a me bater até ouvir um chega do Comandante.

A última coisa que eu ouvi foi: “Aquele que encostar na minha filha morre, ouviram bem?”

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17 de Dezembro de 2015 – Dia 182 – 12:00 – POV Viviane

Quando ocorreu aquela invasão na base6, fiquei desorientada. Não sabia o que pensar, o que fazer, só andava de um lado pro outro com a cabeça a mil. Lembrei de todos que estava lá fora, Toni, Kimberlly, Clara, Tainá... Emily. Emily! Ela ainda estava na base, precisava chegar a escola o mais rápido possível. Subi as escadas e arrumei a minhas roupas e as da Emily. Peguei duas facas e uma pistola, aquelas aulas de tiro iriam vir a calhar agora.

Desci as escadas correndo, ouvi um barulho de metal batendo em metal no salão de festas, aquilo ficaria pra depois, primeiro a menina. Corri pelas ruas desesperada, esfaqueando os zumbis sempre que tivesse chance. Pelo menos essa nova prótese, feito especialmente para mim, não incomodava muito. Cheguei até o colégio lá estava o irmão da Laura, o Victor, com o rifle dele nas costas, procurando entre aqueles que saiam correndo por alguém, devia ser pela irmã dele. Vi a Emily correr direto pra ele. Cheguei rapidamente ele perguntava a ela se a irmã não estava lá dentro.

– Não sou da turma dela, mas hoje eu vim sozinha. – Ele levou as duas mãos a nuca, em sinal de desespero.

– Acho que ela foi com o Toni. – Eu disse um pouco ofegante devido a corrida.

– Como assim?

– Ela saiu com a mochila e o cinto de facas dele um pouco depois que você saiu.

– E por que não me falou nada?

– Por que você saiu, isso não importa agora. Ela está bem, eu sei que ela está bem, o Toni e a Tainá estão com ela, ninguém aqui é melhor que eles, mas precisamos sair daqui, agora!

Ele simplesmente concordou, saímos em disparada por uma rua lateral, até um dos portões, ainda fechados, subimos a mureta, havia apenas dois zumbis, ele atirou com sua sniper. Descemos até um carro, ele fez ligação direta até os arredores de florestal. Ficamos em uma casa por alguns dias, até que os suprimentos acabaram. Ele não era um cara ruim, até que nos “divertimos” muito. Um dia reparei na barriga dele uma cicatriz horrorosa.

– Isso? Minha mãe, meio que na neurose, colocou um rastreador dentro de mim, eu descobri e tirei há anos; acho que ela nunca chegou a notar. – Ele olhou para a Emily, que dormia tranquilamente na cama. – Sei que o Comandante está a alguns quilômetros daqui. Mas eu vou checar primeiro, tudo bem pra você?

Essa é a última lembrança que tenho dele, ele se arrumou e saiu para dar uma olhada na base a uma semana. Então eu e a Emily nos viramos, procurando comida e água nas casas ao redor. Depois seguimos o caminho que ele me falou até a base da Resistência. Entrei com a Emily até a tenda do Comandante, ele chegava nervoso a tenda, xingando meio mundo de pessoas.

– O que as... Vocês também sobreviveram? Aquele garoto escolhe a dedo o grupo dele. – A expressão dele se suavizou um pouco. – Desculpe, estava cuidando de alguns problemas.

– O Victor não passou aqui? – A expressão dele ficou sombria. – O que aconteceu com ele?

– Não sei ao certo, mas alguns de nós foram feitos de prisioneiros pelo grupo do Lucas, auto intitulado de “ A Irmandade”. Entre eles estão alguns do seu grupo, como a Janaína e o Victor.

19 de Dezembro de 2015 – Dia 184 – 3:00 – POV Toni

Estava escuro, mas sentia o olhar daquela garota em mim. Desde que ela acordou, não parava de me olhar, de forma fixa. Se não fosse tão sinistro, acharia que ela se apaixonou por mim. Tentei falar com ela em português e em inglês mas parece que ela só fala russo. Escutei uma sessão de batidas no cadre, vindo de duas celas a minha direita. Aquilo era código Morse. Era a Clara, com a sua proteção, perguntando se estava bem. Apesar de sermos proibidos de falar, não podiam impedir de nos movimentar. “Que idiota que eu sou! Como não pensei no código Morse?”. Comecei a fazer uma mensagem leve, um pouco mais alta que a dela:

– (Sim, e vc?)

– (c fome, s/ comer a dias)

– (Q cela?)

– (Acho q duas)

– (E os outros?)

– (N sei)

– (Estamos Bem) – Ouvi o mesmo três celas a minha esquerda. – (Mas a Ten. Está do lado deles)

– (PQ?)

– (Meio Óbvio) – Ouvi o barulho na porta, depois disso, três guardas entraram e me levaram até a presença do general. Ele me torturou, queria que dissesse algo, mas falava em russo, acho que era só diversão mesmo, fez isso até desmaiar.

Acordei, segundo elas, dois dias depois, com curativos nos braços e no peito, além de alguns pontos no ombro e no rosto e um furo na veia do braço esquerdo. “Eles pegaram o meu sangue! Droga, logo vão vir até aqui, preciso pensar em algo.”. Foi quando ouvi uma explosão.


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Notas finais do capítulo

Bom, esse é a season finale de O Começo do Fim, fiquei dias tentando finalizar essa história, mas depois de um tempo percebi que não ia conseguir se livrar dela tão fácil, então eu descobri que ia fazer um terceira temporada! Entretanto, ela vai receber um novo nome escolhido por vocês.
Além do mais, queles que comentarem vou enviar por MP o link da nova temporada, ok?
Espero que tenham gostado dela até aqui e aguardo vocês na próxima temporada.
Até a próxima!!!!



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