O começo do fim escrita por ChrisDA


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Bom como nenhum dos meus amados leitores responderam a pergunta, não teremos um novo personagem, mas mesmo assm vou continuar com a história até a segunda temporada. Leiam as notas finais. Agora o Cap. pra vcs.



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9 de novembro de 2015 – Dia 145 – 21h00min

Hoje é o segundo dia da minha última semana aqui. Já decidi que eu vou embora, tenho mais chances de sobreviver, afinal não é a primeira vez. Já comuniquei a minha decisão ao conselho e eles me deram o resto da semana para me despedir e me preparar. Eu cheguei aqui apenas com uma muda de roupas, uns poucos suprimentos, que durariam dois dias ou menos, e uma faca como arma. Vou ter que sobreviver com apenas isso até eu achar um local para conseguir armas e suprimentos, mas o único local perto o suficiente para que eu não morra de sede é a vila sustentável, que agora deve estar infestada de zumbis. Já deixei tudo preparado, me despedi de umas poucas pessoas e disse que partiria amanhã. Espero que até amanhã eu ainda esteja vivo. Mas eles vão ter uma grande surpresa.

29 de julho de 2015 – dia 41 – 00h26min – POV Toni

Eu já desconfiava que um dos assassinos fosse o Carlos, mas quanto ao outro, nem passou pela minha cabeça que fosse ele. A Clara chorava ao lado do corpo da irmã, me aproximei e conferi a sua pulsação. Estava muito fraca e já tinha perdido muito sangue devido aos disparos, um no braço esquerdo e os outros dois no abdômen. Tainá e o Bernardo a levantaram e estancaram o sangramento, levando-a ao hospital em seguida. A Clara saiu atrás da irmã, não conseguia parar de chorar. Cheguei perto do Carlos, ele ainda estava vivo, mas muito fraco. Ia conferir o outro assassino, quando ele segurou um dos meus braços. A Brenda e a Vivi chegaram mais perto, para ouvir o que ele tinha a dizer:

– Bela surpresa, não?

– Só quero saber o porquê. – Saquei a faca e a pressionei na sua garganta. Ele soltou uma risada, alta e assustadora. Foi quando eu me toquei de uma coisa. – Você matou os outros, não foi?

– Sim fui eu. Matei a minha mãe. Matei o Renato. Até a queridinha fui eu que matei. – Vendo os olhares de espanto das garotas deu uma gargalhada, mas se engasgou, começava a faltar ar nos pulmões. – Você que saber o por quê? Pelo poder de ver que uma vida se perder nas suas mãos. Pelo prazer de ver as suas presas pedindo, implorando misericórdia. Pelo prazer de vê-las agonizando nos seus instantes finais. Acha que o meu pai não sabia? Ele me apoiou e encobriu várias das minhas mortes, ocultando provas. Mas aquela garotinha tinha que se intrometer. Ela me viu matar a minha mãe, então ia matá-la também, foi quando você chegou e estragou os meus planos. Ela se salvou por pouco, mas venho tentando me aproximar dela há tempos. E na primeira oportunidade, matei o Renato para que ele a mordesse, e que um de vocês tivesse que matá-la. Lindo plano, não? – Ele falava cada vez mais baixo e devagar. – Quanto à queridinha, ela sempre soube. Meu pai e eu a violentamos e íamos matá-la, mas ela fugiu. Ela nunca contou a ninguém, mas sempre andou mais alerta, ficou muito difícil de pegá-la. Então, como se viesse de presente, meu pai e ela estavam vivos. Espero que ela tenha uma morte lenta e dol... – O sangue começou a escorrer da boca dele, ele abriu um sorriso.

– Talvez você e o seu pai dêem um belo banquete para os zumbis. – O sorriso sumiu do seu rosto e olhou apavorado para mim, senti que os músculos do meu rosto se moveram, esboçando um sorriso. Antes de carregá-lo, eu mesmo o matei. Depois, carreguei o seu corpo até a extremidade de uma das muralhas, assim como o do seu pai, e joguei os dois corpos para o pequeno número de zumbis que tinha por ali. Depois de se deliciarem, eu eliminei cada um deles, queimando os corpos em seguida. Pode parecer cruel para alguns, ou que eles mereciam sofrer mais, mas esse foi o meu jeito de vingar a morte de todos.

Caminhei até o hospital. Não tinha energia elétrica, então o local era iluminado por “tochas”, uma chapa de aço com as bordas recobertas de tela fina também de aço com algo queimando dentro. Não iluminava totalmente o caminho, mas mesmo assim eu conseguia diferenciar os diferentes contornos das pessoas, dos prédios, sentia o cheio das cinzas vindas de cada tocha, do perfume de algumas pessoas, ouvia o bater de seus corações, da suas respirações, tudo aquilo estava se tornando cada vez mais comum, sempre mais alto, mais forte.

Cheguei ao hospital, uma das únicas construções com energia elétrica, graças a um gerador movido a gasolina. A recepcionista demorou em entender que eu fazia parte do grupo da Rita e que queria vê-la, mas me levou a uma ala isolada. Ela ficou numa sala pequena, onde só coube um único leito. Parte da parede tinha sido substituída por um acrílico transparente e a porta reforçada, para caso o paciente morresse não atacassem os outros. Ela estava muito pálida, a irmã estava do lado dela, com o olhar perdido, triste. O Maicon estava com ela, quando me viu, se afastou e voltou para a sala de espera.

– Como ela está? – Perguntei me sentando de frente para ela.

– Ela perdeu muito sangue e não tem o sangue do tipo dela. Mesmo com a transfusão as chances dela sobreviver são mínimas. O que vai ser de mim agora?

O Comandante entrou na sala e me chamou para conversar em particular. Fomos para frente do hospital sentamos em um dos bancos no passeio.

– Agora entende o porquê não queria armas com civis. Mas pelo o que eu soube, foi um dos policiais, o Paulo, e o seu filho Carlos que colocaram a garota, Rita, nessa situação, matando não só o garoto, mas várias pessoas no passado, não? – Balancei a cabeça, concordando. Ele ficou pensativo, depois se levantou e se aproximou de uma das tochas. – Mesmo assim, você matou duas pessoas, sendo uma a sangue frio e mais, jogou os seus corpos para os zumbis, um belo requinte de crueldade. Isso não pode ficar sem uma punição, senão vou perder a minha autoridade aqui. Sou grato pelo o que você fez pela tenente e os soldados, mas não posso tolerar esses atos aqui.

– E qual vai ser a minha punição?

– Tem um dia para se despedir e arrumar as suas coisas. Ou fica seis meses lá fora, levando apenas uma faca, suprimentos para três dias, um rádio, para falar com o seu grupo e dar a sua localização a cada mês, e uma muda de roupas, ou você fica preso por dois anos aqui dentro, fazendo quaisquer trabalho que for solicitado e sem contato com o seu grupo. O que você escolhe?

– Se eu for, quando voltar ainda vou comandar alguma tropa e ficar com o meu grupo? – Ele demorou para responder, mas concordou. – Então eu parto amanhã de manhã.

Me despedi e voltei para o hospital, contei aos outros o que o Comandante me falou e falei qual foi a minha decisão. Alguns não gostaram muito, tentaram me fazer desistir, mas não liguei muito. Fui até a uma sala e retirei o meu sangue para a Rita, apesar de a última transfusão ter sido há tão pouco tempo, era necessário. Estava um pouco fraco quando saí da sala, a Clara me chamou em um canto, disse que tinha algo importante para me dizer. Subimos até o telhado, lá ficaríamos mais a vontade.

– Não sei como te dizer isso, então vou falar de modo direto. Eu, eu to grávida. – Eu fiquei muito feliz com a notícia, sempre quis ser pai, não tão jovem, mas... – Mas o filho é de outro cara. – Isso não estava acontecendo comigo, surgiu como um soco na minha cara. Porque tudo de ruim tinha que acontecer justo hoje? Procurei um lugar para me sentar, coloquei as minhas mãos na nuca e apoiei os cotovelos na perna. – Foi quando você estava em coma, eu estava frágil, ele apareceu como amigo, me consolando, um dia a gente estava...

– Não preciso saber dos detalhes. – Fiquei nessa posição por um instante, não conseguia pensar em nada, as imagens de tudo de ruim que tinha acontecido comigo desde o começo desse apocalipse, desde o começo do fim, apareciam diante dos meus olhos e sumiam, as vozes iam e vinham na minha cabeça, ficaram cada vez mais altas até parar. De repente, a minha mente ficou tranqüila, pensava com clareza, não sentia nada, mas só tinha uma coisa que precisava saber. – Posso saber quem é?

– O Maicon. Olha não é nada com você... – Ela tentou se justificar, mas não conseguiu formar uma frase, no final, nem eu nem ela queríamos estar ali. Me levantei, precisava arrumar tudo antes de partir. Ela segurou uma das minhas mãos entre a sua. – Acabou entre a gente? Eu não gosto do Maicon, gosto de você, foi apenas... um momento de fraqueza.

– Eu não sei. Te dou a resposta amanhã. – Fui para o prédio descansar. Dormi durante boa parte da noite, acordei antes do nascer do sol. Tomei um banho, vesti a minha roupa e preparei a minha mochila. Pensei em tudo o que aconteceu na noite anterior, pensei muito e tinha uma resposta formada. Fui ao hospital, a Rita estava um pouco melhor, transfusão tinha sido um sucesso e ela recuperaria logo, mas corria o risco do vírus modificá-la também. Me despedi e caminhei até o portão. Meu coração batia cada vez mais alto, pareceu que ele ia explodir.

Todos já estavam no portão esperando a minha partida. A Emilly veio me dar um abraço, ela disse para não ir embora queria que eu ficasse ali. Me ajoelhei e disse que voltaria logo, não ia ficar tanto tempo longe. Abracei e apertei a mão de cada um deles, até chegar a Clara.

– Você pensou na resposta?

– Pensei muito. Não consigo me imaginar namorando com você depois disso. Desculpe-me. Não é nada com você... Não tenho ressentimentos, apenas, não quero isso pra mim. – Ela não chorou, apenas me abraçou e me deu um beijo no rosto. Depois caminhou até o Maicon, deu uma de suas mãos para ele. – Espero que sejam felizes juntos. – Murmurei para mim mesmo. Caminhei até o portão lá estava o Comandante e a Carmem. Ele me entregou o rádio, me ensinou como usava e mandou abrir os portões.

– Espero que sobreviva Toni. Você é uma boa pessoa e um ótimo amigo não espero que essas coisas vençam você. – A voz veio de algum ponto atrás de mim. Me virei e vi a Tainá, parada, com a katana presa nas costas.

– Pode deixar, não vou deixar uma coisa boba como a morte m impedir de voltar. Puxei e dei um abraço nela. Depois caminhei até o portão e me abracei a Carmem. – Espero lutar juntos de novo.

– Eu digo o mesmo. - A Carmem falou comigo enquanto me abraçava. Andei calmamente até a esquina, virei e me despedi de todos. Espero que sobreviva e possa vê-los novamente. Então é assim que tudo começa, até mesmo o fim dos tempos. Se sobrevivi a ele, não vai ser agora que vou morrer. Esse é o Começo do Fim.


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Notas finais do capítulo

COMENTEM PELO AMOR DE KAMI-SAMA!!! As vezes parece que escrevo pra fantasmas, sou muito carente e preciso de comentários. Quase me esqueci, acertando ou não, vou abrir duas vagas na fic, etão mandem as suas fichas pra mim, mas não escrevam sobre um cara que é like a Goku. Bjs e até o Prox. Cap!!!



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