De longe, no prédio da empresa mais poderosa do mundo, um cientista observava a tudo: medo, terror, roubos assassinatos. Soltou um longo suspiro e olhou a porta trancada. Não se ouvia nada além do próprio coração. Encarou aquilo como um bom sinal, tinha despistado os zumbis. Sentou-se em frente ao único computador da sala.

Passara horas tentando hackear uma emissora de TV famosa. A mensagem que ele tinha que transmitir era muito importante. Quando finalmente conseguiu, ajeitou a webcam e encarou a pequena câmera. Sua imagem apareceu nas TV’s de todo o país. Demorou alguns segundos para começar a falar afinal, a mensagem não era das melhores. Ouviu uma batida na porta e os gemidos dos zumbis. Tinha menos tempo que havia imaginado. Finalmente ele começa a falar.

“Acho que a imprensa já expôs o nosso problema, mas nem se quer explicou o porquê.

O nosso objetivo era simples: encontrar a tão sonhada cura para a AIDS. Pensando nisso, a First Aid contratou os melhores cientistas para chegarem ao resultado e ela lucrar com isso. Depois de alguns meses, o laboratório se dividiu em dois projetos: O do russo Nikolai Ivanovich e a do americano Philip Jackson. O russo defendeu a idéia de criar nanorobos programados para destruir apenas o vírus. Só que os robôs não se saíram como o planejado, começaram a destruir também células sadias, matando a cobaia em poucos dias.

O americano se saiu melhor: ele desenvolveu uma espécie de antivírus, melhor dizendo, um vírus que se juntaria ao vírus da AIDS, anulando as ações dela e tornando fácil a destruição pelo organismo. Depois de anos, ele conseguiu criar o “antivírus”. Depois de vários testes, a empresa tomou a criação do americano e a vendeu pro mundo todo. Mesmo com os apelos do cientista que precisavam de mais tempo para ver se irria funcionar, a vacina se tornou obrigatória e em poucos dias todos já tinham sido vacinados. Ela tinha sido um sucesso. Até duas semanas atrás.

Milhões de pessoas, principalmente idosos e crianças morreram sem nenhuma explicação. Poucas horas depois, eles se reanimaram e começaram a morder todos ao redor e parecia se alimentar deles.

Como puderam ver, em pouco tempo milhões de pessoas morreram “do nada” ou foram mordidos. A única notícia boa é que você não vai morrer “do nada”. Em doses pequenas, como na vacina, o vírus fica apenas 15 dias ativo. Depois ele entra em uma espécie de hibernação, só retornando a atividade caso você seja mordido ou morto.”

A porta quebrou e graças à barricada de móveis, os zumbis não conseguiram entrar. Mas ela não ia durar para sempre.

“Se preparem para o pior. Em hipótese nenhuma seja mordido ou arranhado. Se unam aos seus familiares e amigos e tentem sobreviver.”

Os móveis estavam quase caindo, já se podia ver os braços podres tentando invadir a sala e pegá-lo de qualquer maneira.

“Isto é apenas o começo. O apocalipse zumbi já começou”

Pegou o seu mini-revólver e mirou em sua cabeça, mas não houve tempo para se suicidar. Não se sabe se foi por instinto ou foi consciente, atirou no primeiro zumbi que entrou na sala, direto na cabeça. Caiu, definitivamente morto. Os outros zumbis o devoravam, sendo isso transmitido em todo o Brasil.

Em poucos minutos, ele se levantou. Sua roupa estava toda rasgada e coberta de sangue. Tinha partes do corpo que ele não tinha mais como o seu braço. Ele tinha se tornado um deles.

Mas a sua mensagem Havia sido dada.

O apocalipse já começou.