Um dia antes do enterro (noite)

Enzo era um garoto normal (o que podia ser normal para um semideus). Vivia em uma cidade na Pensilvânia com sua mãe, padrasto, dois meios-irmãos e um cachorro da raça chau chau. Mas nessa época do ano ele ficava no Acampamento meio-sangue.

Ele tinha ficado muito nervoso quando soube que poderia servir a uma deusa com aspecto sinistro, mas por sorte ele não tinha sido escolhido. Ele não conhecia nenhum dos que tinha sido escolhido, só já ouvira falar sobre o Marvel.

Depois que os oito escolhidos foram embora a única coisa que era comentada em todo o acampamento era sobre a personalidade de cada um ou os defeitos deles, a maioria das pessoas falavam mal de algum deles. Enzo sempre procurava ficar longe desses tipos de pessoas, ele achava aquilo muito sem educação e sem um pingo de humanidade.

Foi um choque para o garoto ao saber que a Deusa voltara, e voltara para buscar seis novos semideuses. Faltavam só alguns dias para as aulas começarem e o mesmo desespero que bateu no dia em que ela chegou batia de novo, mas batia muito mais forte. Não aconteceu como da primeira vez, desta vez ela apareceu para a Rachel, Sr. D e o Quiron. Depois disso Quiron mandou chamar a todos e contou a eles o que havia acontecido, seis semideuses morreram em combate e a Deusa voltou para substituí-los.

Enzo já estava tomando raiva dela, ela achava que os semideuses eram apenas peças de um tabuleiro de xadrez em que ela substitui quando quer.

A Deusa anunciou que não faria nenhum teste, que os seis substitutos já tinham sido escolhidos desde a escolha dos outros.

− Eu já tenho os nomes de cada um que irá substituir – ela olha nos rostos de todos, sem prestar atenção em alguém – Alice Piot, Lucy Lobrook, Corin Zumach, Killian Price, Enzo Bianucci e Max Foster. Quero que todos que chamei arrumem suas coisas e venham comigo.

Eu estava em estado de choque, não sabia o que fazer, só sabia que havia muitos semideuses olhando para mim. Eu queria só sumir daquele lugar, voltar para minha casa na Pensilvânia e me esconder no colo da minha mãe, como fazia quando era criança.

Uma voz me desperta e faz com que as pessoas que estivessem me olhando parassem.

− Nyx – a voz soava muito educada, mas com uma pontada de medo – quais foram os semideuses que morreram? – a voz pertencia a uma garota, não a conhecia, mas poderia dizer que era filha de Hypnos.

− Alec Smalwood filho de Tânato, Sophie Desoir filha de Phobos, Scott Walker filho de Hécate, Marvel Olsing filho de Quione, Erick Pargorth filho de Melinoe e Kitty Rufs legado de Perséfone e Lissa. Só mais uma coisa, os escolhidos tem 30 minutos para arrumarem as coisas – depois disso ela caminha para a Casa Grande com Quiron, Rachel e Sr. D em seu calcanhar.

Saio de lá que nem um fantasma e sigo meu caminho até meu chalé. As vezes eu não gostava muito do chalé de Éolo, pois lá era muito barulhento e bagunçado, mas ao mesmo tempo era bom, porque nunca se sentiria só.

Uma coisa estranha preenchia seu peito, ele não sabia se era alegria ou medo, ou um pouco dos dois. Enzo sempre fora muito fã desses tipos de criaturas, como vampiros e lobisomens e ele tinha te um blog falando sobre isso, mas se tornar um vampiro, era muito diferente e ainda mais tendo que servir uma Deusa que nem se importa com sua vida e que se você morrer ela irá te substituir. Para ele vampiros eram criaturas fascinantes e se tornar uma era uma sensação única, mas com um preço, um preço muito alto, que ele talvez não esteja disposto a fazer.

Ele pegou todas as suas coisas que tinham naquele chalé, fotografias com sua família, com seus meios-irmãos semideuses, roupas e etc. Tirou a blusa do acampamento e colocou uma polo azul, colocou a blusa do acampamento junto com as outras coisas em uma mala e uma mochila.

Deu tchau para cada um dos seus meios-irmãos e saiu do chalé, Enzo não sabia o que ia fazer agora, mas sabia que não queria encontrar Chloè, pois sabia que seria muito difícil terminar o relacionamento que eles estavam tendo.

Ele ficou parado um tempo em frente ao chalé, mas quando ia se dirigir até a Casa Grande ele viu Chloè vindo em sua direção correndo.

− Por favor, En, não vá – seu rosto estava úmido quando ela o abraçou.

− Eu não posso ir contra as decisões de uma primordial Chloè – a garota era uma filha de Deméter. Negra, grandes olhos castanhos e cabelo crespo castanho.

− Foge comigo – ela o olhava nos olhos, havia desespero de perder alguém que amava – eu faço qualquer coisa, mas não vá.

− Eu não quero ser caçado por toda minha vida por uma Deusa primordial e ainda deixaria você em perigo – algo dentro dele borbulhava, algo... bom – e eu não quero fugir, ser transformado em um vampiro vai ser a melhor experiência, apesar que o preço de ter que servir uma Deusa seja horrível, mas é um preço.

Ela começou a chorar de verdade, lhe deu um tapa e saiu correndo. Sinceramente o garoto não sabia o que havia feito, mas ele não se arrependia, pois já queria terminar com Chloè há um tempo.

Enzo continuou seu caminho até a Casa Grande e lá ele se deparou com Nyx e todos os outros já o esperando.

− Desculpem-me pela demora.

− Não precisa, todos estão adiantados – a Deusa comentou – agora vocês vão se encontrar com os pais mortais de vocês, depois vão encontrar os divinos e irão pegar os presentes que eles tem a lhes dar e por ultimo irão voltar para casa.

− Aonde iremos dormir está noite? – uma garota de cabelos pretos e olhos cinza perguntou.

− Vocês dormirão na casa de seus pais, aí depois do almoço de amanha vocês irão visitar os pais divinos e por ultimo irão para casa.

− E como iremos? – Enzo pergunta.

− Eu vou morder o braço de cada um, no lugar da mordida vai aparecer uma marca, com essa marca vocês irão poder invocar uma foice que lhes darão o poder de viajar. Todas as foices têm suas três primeiras viagens já programadas. Casa, onde o pai divino está e a nova residência de vocês – ela ia saindo, mas se lembrou de algo – o pai divino de vocês vão ter uma planta da casa e nela estará escrito o quarto de cada um – e com isso ela some.