InFamous: A Tirania de Rowe escrita por Thuler Teaholic


Capítulo 19
Noite fria em Chicago


Notas iniciais do capítulo

E, voltei! Primeiro capítulo deste que promete ser um ano letivo bem longo.
Esse capítulo aqui traz um grande ponto na personalidade do Lee, uma dica muito, mas muiiiiito difusa sobre o passado do Hunter (se é que esse é o nome dele), além de trazer um pouquinho de romance.
Talvez, em cômputo geral, não acrescente muito à história. É só uma ponte
Então, sem mais delongas...



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Lee estava caminhando para seu alojamento enquanto limpava a neve do cabelo meio congelado. Deveriam ser umas 23h e ele estava ansioso para voltar às suas cobertas, com o frio que estava.

Tentava se focar no aconchego de sua cama para jogar para escanteio o crime que havia cometido.

Claro, ele havia cometido um ato de altíssima traição. Claro, a punição seria a morte ou pior. Claro, ele podia ter sido visto correndo ou se trocando.

Acontece que isso tudo era irrelevante, era nisso que ele tentava se convencer a acreditar.

Passou os dedos pelo papel de parede quebradiço, sentindo-o esfarelar em seus dedos. — Essa merda deveria estar fora de moda antes de esse prédio ser construído. — Não que Lee se prendesse a detalhes estéticos, mas aquela cor bege com listras vermelhas na vertical e flores acima do rodapé não funcionava para ele.

Sacou a chave do quarto e girou-a nos dedos enquanto encarava a sólida porta de madeira. Hunter estaria acordado? Estaria dormindo? Estaria no quarto? Acabou desejando que a última alternativa fosse verdade.

Não sentia mais receio por ficar perto do colega humano, mas imaginou que aqueles olhos de corvo do amigo acabassem por ver através da frieza de Lee, vendo que ele havia feito algo errado.

Apesar de duvidar que vissem o que ele havia feito de errado.

Abanou a cabeça para afastar os pensamentos e meteu a chave pela fechadura, girando-a.

Quando pousou a mão na maçaneta, ouviu passos desnecessariamente ruidosos aproximando-se pelo corredor. Olhou por sobre para ver quem era que vinha fazendo aquele estardalhaço.

Cinco pessoas avançavam pelo corredor, conversando alto e pisando forte. Dois homens e três mulheres.

Lee teria optado por ignorar aqueles rufiões até ver que uma das mulheres naquele grupo possuía longos cabelos de arco-íris presos por um rabo de cavalo.

Os olhares do condutor de fumaça e da condutora de tinta se encontraram.

Yasmine? Ele não sabia o que pensar, nem o que dizer nem como se portar ou como olhar para ela. Ela estava mais alta, mais em forma e parecia mais feliz, além de andar com um certo ar ferino.

O grande sorriso da garota murchou ao ver o antigo amigo parado ali, fitando-a com uma expressão confusa.

Lee decidiu sorrir para ela. Um sorriso de “Oi” ou de “Há quanto tempo, não?”. E ela retribuiu com um sorriso de “Não esperava te ver por aqui”.

Eles haviam passado pelo condutor de fumaça e tudo havia decorrido bem. Sem dramas, sem perguntas, sem nenhum showzinho. Foi o melhor que poderia ter acontecido.

Lee arriscou olhar mais uma vez para o grupo barulhento. Subitamente, sentiu uma enorme urgência crescer em seu estômago ao ver a condutora de tinta se afastando.

Não conseguiu gritar “pare, tenho algo pra te dizer!” por que não sabia o que tinha para dizer, mas sabia que era alguma coisa.

Algo a ver com os generais...

— Oh... — Yasmine se surpreendeu ao ver que Lee agarrara seu braço. O condutor de fumaça tinha os dentes trincados e respirava com força.

“Desculpe!” Pensou em dizer, mas desculpá-lo pelo que? “Cuidado!” Pensou em dizer, mas cuidado com o que? Ele não sabia, simplesmente não sabia de mais nada.

Talvez algo a ver com os Infames?

— Solte ela agora. — O cara grande de ombros largos disse, cerrando os punhos.

Lee viu que seus dedos estavam brancos por apertar com tanta força. Olhou confuso para Yasmine, mas só encontrou mais confusão no rosto da garota.

— Yas... — Começou, juntando fôlego. — Preciso te contar algo.

As coisas iriam ficar feias, isso era uma certeza.

— Eu mandei... — O cara grande empurrou Lee contra a parede com força, fazendo-o perder o ar que reuniu com tanto afinco. — Soltar ela, seu otário!

Hassan, esse era o nome dele.

— Loup! — Uma das outras garotas repreendeu o amigo, ela era negra e tinha o cabelo cacheado.

Juliet, esse era o nome dela.

O condutor de fumaça cerrou os punhos com força, sentindo os dedos estalarem. Toda sua dúvida desapareceu e sua mente ficou clara como um cristal. — Mandou, é? — Mostrou seu sorriso mais sedutor. — Quando idiotas como você mandarem em alguma coisa por aqui, estaremos todos perdidos.

Todos encararam o condutor, estupefatos. — Desculpe, Yas. Mas acontece que eu preciso muito te contar algo. — Loup empurrou Lee com as duas mãos, desequilibrando-o e afastando-o de Yasmine.

Lee, como resposta, aproximou-se e estapeou Hassan no alto da cabeça, como um pai faz com um filho que se nega a escutar.

O condutor mimético arreganhou os dentes e desferiu um soco feroz no rosto de Lee, mas o condutor de fumaça segurou sua mão e revidou, atingindo o lado de sua face com o punho cerrado, fazendo o rosto de Loup atingir a parede com um estrondo, arrancando vários pedaços daquele papel de parede horroroso.

Lee não conseguiu deixar de sentir uma satisfação sombria com aquilo.

— Então, como dizia. — Continuou, recuperando a eloquência. — Estava precisando te contar... — Loup se afastou da parede e investiu contra Lee, que desviou dando um passo para o lado. O condutor mimético não mais tentava socá-lo, mas sim, arranhá-lo com as unhas anormalmente longas, golpeando como um lobo.

O condutor de fumaça revirou os olhos enquanto se esquivava.

As garras de Loup retalharam o ar, tentando perfurar os olhos de Lee com os polegares, mas este segurou ambos os dedos de seu adversário e os torceu até ouvir o estalo de uma corda se rompendo de tão tensionada.

Antes que pudesse se recuperar, Lee jogou as mãos do condutor para os lados, fazendo-o abrir a guarda. Lee, então, segurou seus ombros e os puxou para baixo.

Todos ouviram um “PAH!” seco quando a joelhada brutal de Lee atingiu o estômago do condutor.

Loup caiu de joelhos e Lee segurou seu rosto com carinho, sorrindo e ajeitando os óculos. — Essa é para você aprender a não interromper as conversas alheias. — Ele trincava os dentes e engasgava com o sangue que subia a garganta, a expressão no rosto não era nada além de uma máscara de ódio animalesco resignado. Como um cão que mordeu seu dono e apanhou por isso.

Deixou o inimigo caído de lado, indo lentamente na direção da condutora de tinta. — Então, como dizia. — Pigarreou. — As coisas vão ficar bem feias, garota. — O outro sujeito do grupo tinha as mãos estalando com eletricidade.

Nikola, esse era o nome dele.

Mas Lee ignorou e se aproximou ainda mais, pousando a mão no ombro de Yasmine. O semblante da garota não era mais de confusão, mas seus olhos encaravam Lee com uma raiva calorosa. —Quando acontecer, corra.

— É você, Lee? Não havia te reconhecido. — Mary sorria nervosamente, cumprimentando Lee. — Não sabia que vocês se conheciam.

— Somos velhos conhecidos. — Retribuiu o sorriso, sombrio. — Olá, Mary. Não te vejo já faz um tempo.

Ela jogou o cabelo de forma discreta. — Não ando indo muito lá, ultimamente.

— Uma pena, adorava sua presença. — Desviou o olhar para o sujeito caído, que era acudido pela garota negra. — Desculpe pelo seu amigo, acho que exagerei.

— Não, foi tudo culpa dele. — Mary se apressou em dizer. — Você precisa perdoá-lo, ele está meio alterado. — Passou os braços pelos ombros de Yasmine e pelos do condutor elétrico, que relaxou, deixando de fazer o ar cheirar a ozônio. — E quando ele fica assim, acaba meio superprotetor.

— Não faz mal. — Disse com modéstia. — Está tudo perdoado, o que seria do mundo se condutores guardassem mágoa?

Mary riu. — É verdade! — apontou para as escadas no fim do corredor. — Não vai descer? Todos foram convocados para uma reunião nas quadras. Dizem que os Quatro Generais em pessoa vão estar lá.

Lee sentiu que sua máscara de frieza se partiu como a superfície de um lago congelado. — Passo. — Respondeu com as mãos trêmulas, tentando impedir que as rachaduras se espalhassem. — Vou para meu quarto, preciso de um pouco de sono. — Todas as forças do condutor estavam sendo empenhadas para impedir que as palavras saíssem tremidas.

— Tem certeza? — A condutora de água insistia. — Essa é uma oportunidade rara.

Lee abriu a porta de seu quarto, virando para Mary e para Yasmine com um sorriso amarelo. — Deixa para a próxima. — Com o canto dos olhos, viu que a Juliet estava ajudando Loup a se levantar, aplicando-lhe um sermão pesado. — Duvido que sintam falta de um otário como eu.

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A escuridão de seus aposentos foi muito bem recebida pelo condutor de fumaça trêmulo. Alcançou os bolsos e tirou uma cartela de cigarros de lá, puxou um e o acendeu com a ponta do dedo indicador.

Tragou longamente e sentiu a nicotina correr por seu corpo, reduzindo a tremedeira.

That was quite a show, eh, mate? — (Esse foi um show e tanto, não foi, camarada?) Hunter entoou do beliche de cima com um sotaque forte que Lee não reconheceu. Pigarreou e cruzou os braços, olhando de forma divertida para o amigo.

— É, pode se dizer que foi. — Sorriu para Hunter. — Acho que acabei emputecendo alguém.

O humano assentiu. — Conheço o sentimento. — Desceu do beliche e vestiu uma camisa de mangas longas que estava no guarda-roupa que antes pertencera a Lemitz, era muito larga, mas ele não pareceu ligar. — Vou dar uma descida rápida pra ver em que pé as coisas estão.

Lee sentou em sua própria cama e começou a tirar as botas, deixando o casaco caído de lado. — Ah, mas então quem vai ficar aqui para impedir que alguém abra minha garganta enquanto eu durmo?

Hunter riu. — I’ll be back in a moment, lad. — (Estarei de volta em um momento, camarada) Disse, recuperando o sotaque. — Não se preocupe. — Vestiu uma blusa com capuz e foi até Lee, pegando suas botas. — Vou com as suas botas, tudo bem?

Lee concordou e terminou o cigarro, largando a bituca no batente da janela. — Não tem problema. — Já estava muito mais calmo. Deitou-se, pousando os óculos na escrivaninha e fechando os olhos.

Não muito tempo depois, ouviu a porta sendo aberta e fechada, e depois, trancada.

Soltou a nuvem de fumaça que vinha segurando, apreciando as cócegas que ela fazia em seus lábios.

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Hugo estava parado em pé no parapeito de um prédio enorme, observando o lago Michigan. O vento era pesado e o ar estava denso por conta da neve que caía preguiçosamente.

O condutor de gás compartilhava o telhado com Angela e com a Marie, mas a ruiva estava embrulhada em várias mantas e dormia pesado, sentada com as costas contra a parede.

A condutora de papel estava atiçando uma fogueira humilde, sentada próxima à chama. — Por que não vem para perto do fogo?

— Estou confortável aqui, não se preocupe. — Respondeu, sentindo o vento circular por suas roupas e inflar a manta que tinha sobre os ombros.

— Se quiser ficar longe de mim, seja mais discreto. — A garota retrucou com uma pontada perceptível de mágoa forçada.

Hugo riu secamente e observou o lago distante com mais atenção, pensando ter visto um lampejo em sua superfície.

Angela bufou. — Quando uma mulher te diz “Se quiser ficar longe de mim, seja mais discreto.” Ela o está intimando a se aproximar. — Explicou como se Hugo fosse lerdo. Era comum dirigir esse tom a ele.

Ele lhe dirigiu um olhar demorado por cima do ombro. Ela estava especialmente bonita hoje, com o cabelo preso por um rabo-de-cavalo e uma franja longa que escorria pelo lado esquerdo da face, chegando até o queixo. As mãos agarravam os pulsos uma da outra, abraçando os joelhos com firmeza e fechando-se em uma forma compacta, para que o calor não escapasse.

A condutora estava descalça, suas botas estavam próximas do fogo, secando junto com as meias. Ela tinha os pés voltados para as chamas, na tentativa de aquecê-los, ou pelo menos, evitar que congelassem.

A cena era encantadora.

Andou até Angela e cobriu-lhe os ombros com sua coberta, atraindo seu olhar surpreso.

— Você vai congelar, assim. — Ela disse, em tom de comentário.

Espanou com o pé a neve em um ponto do chão e sentou próximo da condutora de papel.

— Não, eu não vou. — Moveu a mão de forma preguiçosa e o fogo aumentou rapidamente.

Angela encolheu os pés para que estes não tostassem.

— Você é cheio de surpresas, Hugo, sabia?

Olhou com certa curiosidade para ela. — Por que diz isso?

Ela sorriu. — Achei que você estaria me enchendo de perguntas a essa altura do campeonato.

Seu silêncio fez com que a condutora imaginasse que estava sendo ignorada. Quando Angela abriu a boca para alfinetá-lo, ele respondeu.

— Não posso negar que estou curioso. — Admitiu, dando de ombros.

A condutora se aproximou. — Então por que não pergunta, simplesmente.

Hugo deu de ombros, novamente, encarando as chamas. —Achei que não me dissesse respeito.

Angela riu seco e revirou os olhos de forma tão ampla que poderia contornar toda Chicago.

— Como consegue ser tão adorável e tão tapado mesmo tempo? — Indagou exasperada.

O condutor não respondeu nem olhou para ela, que baixou o olhar, um tanto culpada.

— Sinto muito. — Se desculpou, aprumando-se mais no cobertor.

— Não faz mal. — Apaziguou. — Às vezes, sou meio obtuso mesmo.

Ela riu baixo. — É, — Brincou. — Mas de qualquer forma, aquilo não foi um desequilíbrio hormonal.

— Estou escutando. — Ele vinha pensando naquilo já dava um tempo, mas não pensou que o assunto surgiria. Depois de um silencio sorridente vindo da parceira, resolveu perguntar. — Por que você fez aquilo?

— Aquilo? — Bancou a inocente, imitando ele. — Aquilo o quê?

Hugo optou por morder a isca, coisa que ele geralmente evitava fazer.

— Tentar transar comigo enquanto estávamos de vigia? — Respondeu contundente.

— Ah, isso! — Angela riu e lhe dirigiu um olhar malicioso. — Te respondo se você dividir essa coberta comigo.

Agora foi a vez do condutor de gás revirar os olhos, mas acabou sorrindo e pulando para perto dela, que cobriu os dois.

Aconchegou-se nele. — Como eu dizia. Aquilo não foi um desequilíbrio hormonal, foi meio que uma mistura de curiosidade com abstinência. —Ela arrumou uma franja do cabelo claro que caía sobre os olhos. — Eu já te achava bem atraente, com aquela vibe caladona de lobo solitário. — Fez uma pausa curta. — Mas aí você deu aquele show, e eu não pude mais me segurar. — Riu seco;

— E o que tem a ver? ­— Ele quis saber com sinceridade.

Ela sorriu para ele, um sorriso bem honesto que saía um pouco do sarcasmo habitual.

— Poder. — Explicou, erguendo o indicador. — As fêmeas são sempre atraídas pelo macho mais forte, não são?

Hugo franziu o cenho. — Não são os animais, esses aí?

— São — Admitiu. — Mas a lógica é basicamente a mesma. Deve ser algo meio primitivo em mim — Hugo sentiu o suspiro quente dela em seu rosto. — Uma atração irracional pelo poder, ou qualquer merda desse tipo.

Um silêncio pesado caiu sobre o lugar, onde apenas se ouvia o crepitar do fogo e a respiração regular da condutora de som adormecida.

A condutora de papel parecia ter uma ideia ruim sobre si mesma. A forma com que ela falava deixava seu desagrado bem claro, um tipo de aceitação resignada e condescendente.

— Você não gosta disso. — Ele disse baixo, quase que para si mesmo. — De sentir-se tão atraída assim por mim.

— O que te faz pensar isso? — Angela o fitou. A dúvida em seus olhar era sincera.

Ele pensou um pouco, escolhendo as palavras certas. — Quando você disse aquilo. —Explicou.­— Dava pra ouvir uma espécie de desagrado na sua voz.

Imaginou que ela negaria, mas ao invés disso, viu os cantos de sua boca curvarem-se para cima em um sorriso discreto e seus olhos brilharem dourados como âmbar pela luz da chama.

— Talvez você não seja tão tapado assim, — Disse divertida. — Mas ainda assim, você entendeu errado. — Alisou o cabelo nevado do companheiro, fazendo a mão escorregar ternamente pelo seu rosto. — Não é você que me desagrada, nem a forma que meu coraçãozinho bate quando eu estou com você, besta. — O sorriso sarcástico lampejou em seu rosto por um instante. — Posso ter ido até você por simples desejo, mas foi você quem me fez ficar, não seu poder. — Ergueu a sobrancelha para ele, ainda sorrindo. — Sabe por quê?

Riu ao ver que ele se esforçava para encontrar a resposta. —Você deu uma segunda chance à Marie, algo que ninguém faria. Além disso, você é doce, carinhoso e meigo, com nós duas.

“Meigo” o deixou meio desconcertado, fazendo uma ruga aparecer em seu cenho. Ao ver isso, ela riu novamente, um canto doce e leve que o aqueceu mais do que o fogo que os banhava.

— Você é um herói, Hugo, um herói digno de histórias. — O sorriso em seu rosto azedou levemente. — Isso faz com que eu seja apenas a mocinha que cai de amores pelo mocinho, por razão nenhuma que não o simples fato dele ser o mocinho. E imagino que ninguém goste de ser essa pessoa. — Encarou o condutor com expectativa, esperando que ele dissesse algo. Mas ele não sabia o que dizer.

O sorriso da condutora desapareceu totalmente, deixando apenas uma expressão ansiosa. — Se tem algo que você sabe como ninguém, Hugo... — Ela se aproximou de sua orelha e sussurrou, fazendo cócegas com seu hálito morno. — É a hora de não falar nada... — Seus lábios estavam entreabertos, com os dentes timidamente à mostra.

Ele já havia visto aquela expressão antes.

Estava pensando nisso quando a condutora roubou seu fôlego com um beijo, abrindo passagem pelos seus dentes com a língua, ávida. O condutor de gás afastou sua boca da dela para morder-lhe o pescoço, sentindo o sangue correr por debaixo da pele da condutora.

— Espero que nossa criança não nos interrompa dessa vez. — Ela disse entre suspiros.

Hugo sentia-se ser devorado pelos lábios quentes, quase febris, de Angela enquanto a condutora o puxava para o chão.


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Notas finais do capítulo

Comentem crianças, 15 views e 1 comentário é bem desanimador!
Até a próxima!