POV América

– Um chá de bebê, é como se fosse uma festa para comemorar a chegada do bebê, na qual os convidados levam presentes para o bebê – Nicoletta explicou enquanto ela e Marlee levavam eu e Maxon em direção ao salão das mulheres, onde o tal chá de bebê aconteceria – Geralmente homens não participam do chá de bebê, mas eu não queria deixar Maxon de fora da festa. – Ela riu e eu troquei um olhar confuso com Maxon.

– Antes de continuarmos para o salão, América terá que trocar de roupa – Marlee sorria, eu tinha certeza que ela estava totalmente envolvida com essa idéia de Nicoletta.

– Porque? – Eu perguntei

– Digamos, que você pode ficar um pouco colorida – Marlee e Nicoletta gargalharam, eu estava quase com medo. – Maxon, você também vai participar, então, se quiser tirar o terno e a gravata, eu aconselho. E pode por favor pegar sua câmera, te garanto que você vai querer as fotos do dia de hoje.

– Tudo bem, só me garantam que ficaremos vivos após o fim desse chá de bebê – Maxon pediu sorrindo

– É claro que sim, seus bobos. Só vamos nos divertir e mostrar a Amberly um pouco de uma festa italiana. – Nicoletta sorriu – Agora vão, e troquem de roupa. América, coloque um short e uma regata, ok?

– Tudo bem, vocês é que mandam hoje – eu ri e entrei no meu quarto, juntamente com meu marido.

– O que vai acontecer conosco? – Maxon perguntou fechando a porta.

– Não sei, meu amor. Mas acho melhor fazer o que elas estão falando. – o beijei – Vou me trocar.

Fui para o meu closet e peguei uma bermuda larga que Mary tinha feito para mim a uns dias atrás e uma regata vermelha. Quando sai do closet devidamente trocada, vi Maxon que continuava com a roupa que havia colocado pela manhã, só tirou o terno e a gravata.

– Você deveria usar essa roupa mais vezes, você fica linda – ele disse tirando uma foto

– Eu usava muito essas roupas em Carolina no verão, antes da Seleção. Se não me engano, no dia em que tiramos a foto da ficha de inscrição, eu estava de short e regata – eu sorri, parecia que isso havia acontecido a tanto tempo.

– Pronto aí, pombinhos? – Nicoletta gritou pela porta. Maxon me deu sua mão e saímos do quarto.

Quando chegamos ao salão das mulheres, ele era todo rosa. Mesas com toalhas de mesa cor de rosa, doces cor de rosa, flores cor de rosa, era tanto rosa que eu acho que ficaria uma semana sem usar rosa. Apesar de tanto rosa, estava tudo muito bonito.

– Meri! – May correu em minha direção – tudo bem? Você vai se divertir muito hoje.

– Se você diz, eu acredito – sorri para ela.

– Boa tarde a todos, e obrigada pela presença. Essa pequena reuniãozinha é para comemorar a chegada da princesa Amberly, e um presente meu e da minha família á vocês. – Nicoletta sorria radiante. De fato não haviam muitas pessoas, estavam minha família, a tia de Maxon, August e Georgia, e algumas das minhas amigas de seleção, como Kriss, Elise e Natalie. – Geralmente nos chás de bebê os convidados trazem presentem para os pais como fraldas, roupinhas, etc, mas como sabemos que trazer essas coisas são inúteis, tomei a liberdade de pedir ao nossos convidados que doassem os presentes á algum orfanato, creche ou escola de Illéa.

Palmas foram ouvidas e eu falei:

– Bom, devo dizer que essa reuniãozinha foi uma surpresa de verdade, tanto para mim quanto para meu marido – eu adoro dizer ‘meu marido’ – e agradeço que ao invés de presentes, vocês fizeram doações, eu agradeço de coração, digo isso como pessoa e como rainha.

– Faço minhas as palavras de América – Maxon disse sorridente – e agradeço a presença de vocês e por essa... reuniãozinha que você, Noemi e Orabella estão nos dando. Muito obrigado.

– Bom chega de falar, vamos a diversão! – Marlee me pegou e me fez sentar em uma cadeira ao lado de Maxon, que foi conduzido por Noemi – A coisa vai funcionar da seguinte forma: nós vamos dar ao a América e Maxon, alguns pacotes que tem objetos que serão muito necessários á vocês quando Amberly nascer. Se vocês errarem, vocês terão de pagar um ‘mico’. Então tratem de acertar as coisas. A sra. Singer será a primeira.

Minha mãe pegou um pacote e me entregou.

– Tome querida – ela me deu uma caixinha que me parecia muito leve – você tem três chances para acertar, ok?

– Tudo bem! – comecei a balançar a caixa e ela simplesmente não fazia som algum, tinha que chutar – vou tentar: é uma toalhinha de boca?

– Não – minha mãe sorriu – segunda chance.

– É um... mãe como era o nome daqueles tecidos que você embrulhava May e Gerard quando eles naceram?

– Um cueiro?

– Sim!

– Não é isso, filha – todos começaram a rir, ansiosos para que eu errasse a resposta.

– Ok... – pensei, balancei a caixa novamente – é uma manta?

– Não querida, você errou. – Se eu falar que fiquei momentaneamente surda, não estarei mentindo. – abra a caixa – eu abri, como eu fui tão burra! – é uma fralda descartável.

– É impossível saber o que é se está embalado! – eu protestei.

– Sim, essa é a graça, amiga! – Nicoletta sorria – Maxon, largue essa câmera, é agora que você entra na brincadeira.

– Estou aqui – ele se levantou

– Bom, como eu disse, se América errasse ela teria de pagar um ‘mico’, que não é bem isso, mas enfim. Você é a ultima chance dela se salvar, para isso você terá que fazer uma pequena prova, para mostrar suas habilidades de pai. – Nicoletta explicou

– Farei o meu melhor querida – Maxon disse sorrindo para mim.

– Cunhadinho, me acompanhe – Kenna se levantou e conduziu Maxona uma mesinha. – Aqui nós temos algumas fraldas e três bonecas. Trocar fraldas é umas das coisas que vocês mais farão depois que a minha sobrinha nascer, o desafio é você trocar a fralda das bonecas em um minuto.

Nessa hora eu gargalhei muito. Nunca poderia imaginar Maxon trocando fraldas, aquilo seria hilário. E foi. Ele não conseguiu das três bonecas, conseguiu de as, embora a fralda da segunda tivesse ficado pendurada. Ele perdeu muito tempo descobrindo onde estavam os adesivos das fraldas.

– Cunhadinho, vou pedir para o James te dar umas aulas – todos na sala riram, e minha irmã foi em direção á minha mãe com um batom na mão – Mãe, Nicoletta já disse que você deve fazer. Maxon, acho que você querer tirar algumas fotos agora.

Maxon me deu um beijo na testa, pegou a câmera e ficou ao meu lado. Ao mesmo tempo, minha mãe pegou o batom da mão de Kenna e veio em minha direção, se abaixou, levantou a regata, deixando minha barriga exposta e começou a pintar minha barriga... com um batom vermelho!!

– Você será uma mãe incrível, querida – minha mãe disse enquanto desenhava um coração num canto da minha barriga.

– Eu juro que o dia que você tiver um filho, vou fazer isso para você, Nicoletta – todos riam – Noemi e Orabella, vocês também estão na minha lista.

Eu não sei como, mas tive uma sorte incrível e consegui acertar a maioria dos próximos objetos, acho que organizei melhor minha mente, e pensei antes de responder. Pedir dicas mesmo sob protestos foi muito bom. Errei apenas os presentes de Kriss, que fez uma coroa em minha barriga, de Elise que escreveu o nome da minha filha em uma linguagem oriental da Nova Asia e de Georgia, que fez a estrela nortista na minha barriga.

– Nicoletta, eu acho que América está limpa demais, não acha? – Orabella se aproximou de Nicoletta, juntamente com Noemi.

– Concordo com Orabella – Noemi se virou para Nicoletta – acho que é hora do plano b.

– Ainda tem um plano b? – eu perguntei indignada – Ai, meu Deus!

– E o que é o plano b? – Maxon perguntou.

– São só algumas perguntas que você e América precisam responder. – Nicoletta sorriu – Se vocês errarem, nós continuamos os desenhos.

– Ai não! – eu choraminguei

– O que vocês acham? – Nicoletta perguntou aos convidados que gritaram palavras de aprovação – Ótimo! Vamos começar, Maxon você é o primeiro. – Nicoletta disse se dirigindo a um lugar e pegou algumas fichas que estavam escondidas.

– Tudo bem, pode perguntar – Ele disse animado. Por mais pintada que eu estivesse, ele estava se divertindo muito.

– Ótimo, primeira pergunta: quantas vezes por dia, no mínimo, deve-se limpar o umbigo de um recém nascido? – Nicoletta sorria, eu tinha certeza que ela tinha escolhido perguntas difíceis só para que nós dois errássemos e me pintassem. – Três, quatro ou cinco vezes?

Maxon pensou por um certo tempo e respondeu:

– Quatro!

– Errado!!! São no mínimo três vezes por dia, utilizando algodão e álcool! – Todos gritavam animados – Natalie, pode fazer o que quiser em América!

– Desculpa amiga! – ela disse sorrindo. Depois que pegou o barom, escreveu ‘I ♥ Maxon’ nos meus braços.

– América, sua vez – Nicolleta se virou para mim – A alimentação da mãe influencia nas cólicas do bebe? Sim ou não?

– Não – respondi prontamente. O que uma coisa tinha a ver com a outra?

– Errado!! – todos riam extasiados – A alimentação da mãe influencia sim! Devo informá-la que você não poderá comer chocolate enquanto amamentar.

– Sério? – eu adorava chocolate

– Sim, sua médica que me disse. – Ela sorriu vitoriosa

– Maxon, qual foi o primeiro desejo de grávida da América? – Nicoletta iria perder nessa, eu tinha certeza que ele iria acertar.

– Qual? O primeiro que não foi anunciado como desejo ou o primeiro desejo anunciado oficialmente? – como assim? O meu primeiro desejo foram as coxinhas.

– Sei lá! – Nicoletta riu – Os dois!

– Ótimo, o primeiro foi chupar limão com sal durante um almoço nosso aqui no castelo. – era verdade, nem me lembrava disso, já que fiz tantas vezes durante a gravidez – E o primeiro oficial foram coxinhas de frango, perto das duas da manhã. – Ele sorriu e olhou para Marlee – Por sinal, obrigado Marlee!

– De nada, Maxon! – Marlee respondeu rindo

– Ele respondeu corretamente, América? – Nicoletta me perguntou

– Sim! – Maxon comemorou ao meu lado – Por sinal, eu vi que tem coxinhas aqui, e eu quero comer umas depois – eu ri.

– Maxon, mais uma: como vocês escolheram o nome da filha de vocês? – Nicoletta perguntou.

– Bom – ele me olhou sorrindo malicioso, eu lembrava onde estávamos nesse momento – devo apenas dizer que escolhemos o nome de Amberly através de duas sugestões: uma de uma garotinha órfã chamada Anne, que sugeriu a América que déssemos o nome de minha mãe, e uma sugestão minha, que sempre gostei de Rose. Depois de um tempo ela me disse que Amberly Rose seria um nome lindo. – ele pegou minha mão onde tinha o ‘n’ do seu nome e deu um beijo – E ela tem toda razão.

Nicoletta percebeu que perguntar essas coisas não me fariam ficar mais colorida, e voltou a perguntar coisas sobre bebês. E grças a isso, eu fiquei sem espaço para recerber desenhos e começaram a pintar meu marido.

– Me prometa que você não vai usar batom vermelho, por um ano no mínimo! – Maxon disse rindo e me beijando, depois que acabaram-se as perguntas

– Eu prometo – nós rimos e depois de ficarmos vermelhos, começamos a comer e a conversar com os convidados. – Mas devo dizer que você fica muito lindo com a testa pintada de vermelho.

– Você também não fica nada mal – ele me beijou novamente.

Finalmente fomos comer, e eu comi coxinhas. Como isso é bom!

– América, você está linda grávida! – Kriss disse vindo juntamente com Elise e Natalie

– Obrigada! – eu respondi sorrindo – Fiquei muito contente que vocês vieram, eu sinto muito a falta de vocês.

– Nós também sentimos falta – Natalie respondeu

– Mas me contem, como vocês estão? – peguei um cupcake cor de rosa da mesa próxima a nós

– Eu fiquei noiva antes de vir para cá! – Kriss mostrou um anel com um lindo diamante

– Sério?? – nós demos alguns gritinhos de alegria, Silvia ficaria louca se visse nosso comportamento

– Sim, o nome dele é Carl, e é um médico pediatra. É lindo, fofo, carinhoso... é meu príncipe! – ela riu corando

– Eu vou ficar noiva em breve – Elise sorriu – Meus pais organizaram um baile quando eu voltei para casa, e lá conheci Huang, que é filho de um ministro e é muito querido. Tive muita sorte, porque ele era uma das escolhas dos meus pais. Nós nos damos muito bem.

– Eu estou começando a organizar meu casamento – Natalie disse com os olhos brilhando – E logo vou mandar os convites para vocês. Vou me casar com Arthur, ele é filho de um fazendeiro muito rico da minha cidade, mas mesmo rico, e sendo 2, ele é muito carinhoso, humilde e querido.

– Eu fico tão feliz por vocês, meninas. – eu sorri – Se eu não estivesse toda pintada de vermelho, eu abraçaria vocês.

– Não tem problema – Elise disse – passando a mão na minha barriga.

Jogamos conversa fora por um tempo, até que Nicoletta se aproximou de nós e se juntou a conversa. Ela ficou igualmente feliz pelas minhas amigas, desde que fizemos aquela recepção para Nicoletta e sua família, todas ficamos mais próximas. Depois que as meninas saíram ela me perguntou:

– E aí, gostou da surpresa? – ela tomou um gole de ponche

– Gostei sim – sorri – mesmo estando toda lambuzada de batom gostei sim, está muito divertido.

– Que bom que gostou. Conseguimos muitas doações para hospitais, orfanatos e famílias que eram das castas inferiores e estão começando a mudar de vida. – ela sorriu orgulhosa

– Fico muito grata - dei uma mordida em um cupcake –Mas tinha que ser batom vermelho?

– Claro que sim! – ela gargalhou – É o que mais da trabalho de sair!

Foi uma tarde muito agradável, e Nicoletta tinha razão. Mesmo depois de tomar um banho muito demorado e caprichado, Maxon e eu continuávamos manchados de vermelho, e fomos dormir assim, com um pouco de vermelho no rosto, gargalhando muito lembrando dessa festa com uma garotinha que conversava conosco através de fortes chutes em minha barriga.