Alvo Potter e o Segredo de Hogwarts escrita por sheilacosta


Capítulo 1
Expresso Hogwarts *B


Notas iniciais do capítulo

O início do capítulo é uma recaptulação do epílogo deixado por JK. Eu ignorei seu ponto final e dei continuidade, afinal, tudo estava bem, mas não era o fim.
*Capítulo betado*



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Dezenove anos depois...

 O outono parecia ter chegado de repente naquele ano. A manhã do primeiro de setembro estava dourada como uma maçã. E enquanto a pequena família vinha andando, os escapes dos carros e a respiração dos pedestres circulavam como teias de aranha no ar frio. Duas grandes gaiolas balançavam no topo do carrinho que os pais empurravam. As corujas que estavam dentro chiavam indignadas, e uma garotinha com o cabelo vermelho ia andando atrás dos irmãos segurando o braço de seu pai.

— Não vai demorar até que você vá também – disse Harry a ela.

— Dois anos! – Choramingou Lílian. – Eu quero ir agora!

As pessoas na estação olhavam as corujas com curiosidade à medida que a família fazia seu caminho para a plataforma 9 ¾. A voz de Alvo chegou aos ouvidos de Harry, seus filhos retomaram a discussão que havia começado no carro.

— Eu não! Eu não vou para a Sonserina!

— James, dê um tempo – disse Gina.

— Eu só disse que ele poderia ir – disse James, dando um risinho para seu irmão. – Não há problema com isso. Ele poderia ficar na Sonserina.

Mas James percebeu o olhar da sua mãe e fez silêncio. Os cinco Potters se aproximaram da barreira. James olhou por cima de seu ombro para o irmão mais novo, pegou o carrinho de sua mãe e correu. Um momento depois, desapareceu.

— Vocês me escreverão, não é? – Alvo perguntou aos seus pais.

— Todo dia se você quiser – disse Gina.

— Todo dia não – disse Alvo rapidamente. – James disse que as pessoas só recebem cartas de casa uma vez no mês.

— Escrevemos para James três vezes na semana no ano passado – disse Gina.

— E você não deve acreditar em tudo que ele fala sobre Hogwarts – Harry acrescentou. – Seu irmão gosta de brincadeiras.

Lado a lado eles empurraram o segundo carrinho. Quando se aproximaram da barreira, Alvo hesitou, mas não houve colisão. Ao invés disso, a família emergiu na plataforma 9 ¾ que estava coberta em fumaça branca que saía do Expresso de Hogwarts. Figuras andavam na fumaça, na qual James já havia desaparecido.

— Onde estão eles? – perguntou Alvo enquanto via as formas escuras passarem pela fumaça.

— Nós os encontraremos – disse Gina.

Mas o vapor estava denso e era difícil ver o rosto de qualquer pessoa. Sem os seus donos serem vistos, as vozes pareciam bem altas. Harry achou ter ouvido Percy discursando sobre a regulamentação das vassouras, e ficou agradecido dele não parar para dar um alô...

— Acho que são eles, Al – disse Gina de repente.

Um grupo de quatro pessoas emergiu da fumaça, esperando de pé ao lado do último vagão. Seus rostos só ficaram visíveis quando Harry, Gina, Lílian e Alvo ficaram bem de frente para eles.

— Oi! – disse Alvo, parecendo bem aliviado.

Rose, que já estava usando suas novas vestes de Hogwarts, riu para ele.

— Estacionou direito, então? – Ron perguntou a Harry. – Eu estacionei. Hermione não acreditou que eu havia passado no teste de direção dos trouxas. Ela achou que eu tive que confundir o examinador.

— Eu não – disse Hermione. – Eu tenho fé total em você.

— Só para esclarecer, eu o confundi – Ron murmurou para Harry, enquanto eles colocavam a mala e a coruja de Alvo no trem. – Eu só esqueci de olhar no retrovisor, e vamos ser honestos, só precisa usar um feitiço super sensorial para isso.

De volta à plataforma, eles encontraram Lílian e Hugo, o irmão mais novo de Rose, tendo uma discussão animada sobre qual Casa eles iriam ficar quando finalmente fossem para Hogwarts.

— Se você não ficar na Grifinória, vamos deserdá-lo – disse Rony. – Mas sem pressão.

— Rony!

Lílian e Hugo riram, mas Rose e Alvo pareceram sérios.

— Ele não quis dizer isso – disseram Hermione e Gina, mas Ron não estava mais prestando atenção. Seguindo o olhar de Harry, eles olharam mais à frente em um ponto que a fumaça havia se esvaído e viram três pessoas.

— Veja só quem é.

Draco Malfoy estava parado com sua esposa e seu filho, um casaco abotoado até seu pescoço. Seu cabelo recuava um pouco, o que acentuava seu queixo fino. O filho dele parecia com Draco, assim como Alvo parecia com Harry. Draco viu Harry, Ron, Hermione e Gina olhando para ele, acenou com a cabeça rapidamente e foi embora.

— Então esse é o pequeno Scorpius – disse Ron. – Bata ele em todos os testes, Rosie. Graças a Merlim que você herdou o cérebro da sua mãe.

— Ron, pelo amor de Deus! – disse Hermione, um pouco brava e um pouco sorrindo. – Não tente colocá-los uns contra os outros antes mesmo de a escola começar.

— Você está certa, sinto muito. – Mas incapaz de se segurar ele acrescentou: – Não seja amigável com ele também, Rosie. Vovô Weasley nunca a perdoaria se casasse com um sangue-puro.

— Hei!

James apareceu. Já havia se livrado de seu malão, sua gaiola e seu carrinho. E parecia que já tinha novidades para contar.

— Teddy está ali – disse ele apontando por cima de seu ombro para a fumaça. – Acabei de vê-lo e adivinhe o que ele está fazendo? Flertando com Vitorie.

Ele encarou os adultos, desapontado pela reação deles.

— Nosso Teddy! Teddy Lupin! Flertando com nossa Vitorie! Nossa prima! E eu perguntei a Teddy o que ele estava fazendo.

— Você os interrompeu? – disse Gina. – Você é igualzinho ao Ron.

— E ele disse que tinha vindo para vê-la ir! E depois me mandou ir embora. Ele está flertando com ela – repetiu James como se ninguém tivesse entendido antes.

— Oh, seria maravilhoso se eles se casassem – murmurou Lílian sarcasticamente. – Teddy finalmente faria parte da família.

— Ele já aparece para jantar mais ou menos quatro vezes por semana – disse Harry. – Por que nós não simplesmente o convidamos para viver conosco e acabamos com isso?

— Sim! – disse James entusiasmado. – Eu não me importo de dividir meu quarto com o Al. Teddy pode ficar no meu quarto!

— Não – disse Harry firmemente. – Você e Al só irão dividir um quarto quando eu quiser que a casa seja demolida.

Ele checou o velho relógio que havia sido de Fabian Prewett.

— Já são quase onze horas. É melhor vocês subirem a bordo.

— Não se esqueça de mandar nosso amor a Neville! – Gina disse a James enquanto o abraçava.

— Mãe! Eu não posso mandar amor a um professor!

— Mas você conhece Neville.

James rolou os olhos.

— Fora da escola, sim. Mas na escola ele é o Professor Longbotton, não é? Eu não posso entrar na sala de Herbologia e lhe abraçar...

Balançando a cabeça por causa da bobagem de sua mãe, ele direcionou seus sentimentos a Alvo.

— Te vejo mais tarde, Al. Cuidado com os testrálios.

— Eu pensei que eles fossem invisíveis! Você disse que eles são invisíveis!

Mas James apenas riu, permitiu que sua mãe o beijasse, deu um abraço em seu pai e entrou rapidamente no trem. Eles o viram acenar e depois andar pelo corredor procurando seus amigos.

— Não precisa se preocupar com os testrálios – Harry disse a Alvo. – Eles são criaturas gentis, não há nada de assustador neles. De qualquer modo, você não irá para a escola nas carruagens. Você irá nos barcos.

Gina deu um beijo de adeus em Alvo.

— Nos vemos no Natal.

— Adeus, Al – disse Harry enquanto seu filho o abraçava – Não esqueça do chá com o Hagrid na sexta. Não mexa com Pirraça. Não duele com ninguém até aprender como. E não deixe James o aborrecer.

— E se eu for para a Sonserina?

Ele murmurou somente para seu pai e Harry sabia que somente o momento da partida poderia ter forçado Alvo a revelar o quão grande e sincero seu medo era. Harry baixou sua cabeça até que ficasse no mesmo nível da de Alvo. Das três crianças de Harry, somente Alvo havia herdado os olhos de Lílian.

— Alvo Severo – disse Harry baixinho para que ninguém exceto Gina pudesse ouvi-lo, e ela fingiu que estava se despedindo de Rose. – Você tem o nome de dois diretores de Hogwarts. Um deles era da Sonserina e talvez um dos homens mais corajosos que eu já conheci.

— Mas se eu for...

— A Casa de Sonserina terá ganhado um aluno excelente, não é? Isso não importa para nós, Al. Mas se importa para você, você será capaz de escolher Grifinória ao invés de Sonserina. O Chapéu Seletor leva em conta sua escolha.

— Verdade?

— Comigo foi assim.

Ele ainda não havia contado aquilo a nenhum de seus filhos e ele viu o espanto no rosto de Alvo quando o disse. Mas como as portas estavam sendo fechadas ao longo do trem vermelho e as silhuetas borradas de pais dando beijos em seus filhos e lembretes de última hora, Alvo pulou no vagão e Gina fechou a porta atrás dele. Estudantes olhavam das janelas próximas deles. Um grande número de rostos, de dentro e fora do trem, estavam virados para Harry.

— Por que eles todos estão olhando? – perguntou Alvo, enquanto ele e Rose se viraram para olhar os outros estudantes.

— Não se preocupe com isso – disse Rony. – Sou eu. Eu sou extremamente famoso!

Alvo, Rose, Hugo e Lílian riram. O trem começou a se mover; e Harry andou ao seu lado, olhando o rosto fino de seu filho, já coberto de animação. Harry continuou sorrindo e acenando, mesmo que fosse por pouco tempo, vendo seu filho se afastar... O último rastro de fumaça evaporou no ar do outono. O trem fez uma curva. A mão de Harry ainda estava levantada em adeus.

 – Ele vai ficar bem – murmurou Gina.

Enquanto Harry a olhava, ele baixou sua mão e tocou a cicatriz em sua testa.

— Eu sei que vai.

A cicatriz não doía há dezenove anos. Tudo estava bem.

Alvo e Rose foram pegos de surpresa quando um menino de pele negra e cabelos encaracolados abriu a cabine. Seu olhar assustado e confuso deixou claro que aquela era a sua primeira vez no Expresso Hogwarts.

— Pode sentar. Tem bastante espaço aqui – falou Rose.

— O-obrigado – respondeu cabisbaixo.

— Eu sou Rose Granger Weasley e esse é meu primo, Alvo Potter.

O pequeno vagão permaneceu em silêncio, enquanto o garoto negro olhava com incredulidade para os seus recentes companheiros de vagão.

— Po-Po-P-Potter? G-Granger e W-Weasley? Da hist-tória? Eu n-não ac-credito. É v-verd-dade?

Os primos trocaram um rápido olhar. Seus pais sempre despertavam a curiosidade alheia, mas sempre evitavam colocar os filhos no centro das respostas. Agora que os adultos não estavam ali para falar por eles, os dois se sentiam constrangidos diante do olhar de expectativa do também primeiranista. Alvo apenas acenou com a cabeça e sorriu, confirmando.

— Uau!

— É a sua primeira vez, não é? – Rose perguntou.

O menino apenas afirmou com a cabeça, ainda contemplando toda a informação que recebeu anteriormente e julgou surreal demais para ser verdade.

— Você é filho de bruxos ou trouxas? – continuou a garota, tentando ser sociável.

— T-tro-trouxas.

— Ah! Então alguém foi até sua casa e te explicou tudo, certo? – questionou, e o garoto concordou rapidamente. – Com minha mãe foi assim também, sabe? Ela é filha de trouxas. Uma vez no Natal meus avós contaram que ficaram com muito medo e acharam que o bruxo que os visitou só podia ser uma pegadinha com câmera escondida da televisão. Mas depois que ele fez magia na frente de todo mundo minha mãe convenceu os dois de que o melhor para ela era conhecer o Mundo da Magia. Sabia que existe um feitiço para acabar com a gagueira? Eu li no livro de minha mãe. Eu posso ajudar você. Assim, é claro, que eu conseguir lançar os feitiços básicos. O que minha mãe disse que é muito fácil.

— Ju-ju-jura?! Po-po-popo... Poxa, muito ob-br-bri-obrigado. Me-meu no-no-nome é Pe-Peter Cana... – Tomou fôlego e continuou. – Canaghan.

— Muito prazer. – Sorriu alegremente Rose.

A autoconfiança de Rose levou Alvo a sorrir e divagar através das paisagens. Ele pensou em tudo o que James havia lhe contado sobre Hogwarts e estava muito ansioso para chegar lá e finalmente poder usar a magia. Mas também estava muito receoso. Apavorado, na verdade. E se ele não fosse da Grifinória? E se ele não conseguisse se sair bem nos estudos? Bom, melhor do que Rose ele não seria mesmo. Mas, e se ele passasse como um Zé-ninguém por Hogwarts, depois de tudo o que o pai dele fez pela escola? Embora tenha revelado ao pai seu medo de sair na Sonserina, Alvo não teve coragem suficiente de revelar que seu pavor maior era não ser digno de ser filho do famoso Harry Potter. Embora em casa tudo fosse muito normal, ele sabia que, em Hogwarts, ele seria comparado ao pai como James foi. Para ele seria um desafio a mais, já que tinha um rosto tão parecido com o de Harry. Seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho da porta. Um carrinho empurrado por uma simpática senhora trouxe o cheiro de gostosuras no ar.

— Gostariam de alguns doces? Tenho sapinhos de chocolate, feijõezinhos de todos os sabores, chiclete de explosão vulcânica, pipocas baú do tesouro, suco de abóbora...

A cada doce citado, a expressão de Peter alternava entre vislumbre, desconfiança e nojo. Afinal, como alguém poderia beber suco de abóbora em caixinha? Rose e Alvo trataram de comprar um pouco de tudo. Quando Alvo foi pagar a gentil senhora, deu de cara com um menino de rosto fino e olhar petulante, com cabelos loiros e escorridos, bem penteados e curtos. Rose perdeu o fôlego. Aquele era o filho dos Malfoy: Scorpius. Ele manteve seu olhar em Alvo, pagou um chiclete de explosão vulcânica e saiu, sendo empurrado por um menino truculento. Scorpius lançou um olhar de raiva para ele.

— É nisso que dá os pais dele terem feito o que fizeram. Agora nem os Goyle querem saber dos Malfoy – disse Rose depois que o carrinho deixou o vagão.

— O-o que acon-aco-acont-houve com eles?

— Nossa, essa é uma longa história – respondeu Alvo abrindo seu sapo de chocolate, que saltou pela janela aberta do vagão sob os olhos surpresos de Peter. – Provavelmente mais inacreditável ainda do que o resumo contado pelo bruxo do Ministério para você, e olha que nem a gente sabe de tudo. E o tio Jorge também fica inventando tanta coisa que às vezes fica difícil ter certeza. Depois a gente conta! – Decidiu.

— O que... – iniciou apontando para a embalagem nas mãos de Alvo.

— São sapos de chocolate – interrompeu Rose. – Eles normalmente só pulam uma vez, mas parece que Alvo tem o dom de perder quase todos os sapos de chocolates que ele ganha. – Ela sorriu. – O que interessa mesmo são as figurinhas que vêm dentro. Você pode fazer uma coleção e trocar com seus amigos. Meu pai tem a coleção completa e agora é a minha vez de começar outra. Os personagens mudam todo ano. Quem você tirou, Alvo?

— Diretora McGonagall, pela sexta vez. Toma, Peter. Pode ficar para você. Esta é a diretora da nossa escola.

— Ela... E-ela...

— Ah, é! Você nunca deve ter visto as fotos com movimento. Minha mãe disse que no mundo dos trouxas as fotos são como um flash eternizado de um momento. Eu acho chato.

— Uau! Is-isso é mu-muito le-le-legal.

— E tem muito mais coisa para você ver. Espere só chegar a Hogwarts e ver o céu artificial iluminado por várias velas acesas no Salão Principal, onde ficam as mesas de todas as Casas. Eles explicaram isso para você, não é? Para qual quer entrar? – perguntou ansiosa Rose.

— Ta-tanto f-faz!

— Você pode sair em qualquer uma, menos da Sonserina. Todos os bruxos que saíram de lá fizeram coisas muito ruins. Eu vou ser da Grifinória, como minha mãe e meu pai. Aliás, como todo mundo da família Weasley têm sido, e o Al também vai.

— Tomara que você saia na mesma casa que a gente.

— To-to-mara!

Todos deram um pulo de seus assentos quando James abriu a porta rapidamente, assustando-os com um grito. Atrás dele vieram seus amigos caindo na gargalhada, todos vestidos com seus uniformes de Hogwarts.

— Galera, esse é meu irmão do meio, Alvo Severo, e minha prima, Rose – iniciou as apresentações e voltou sua atenção aos primeiranistas. – Óbvio que o Nicolau vocês já conhecem porque ele passa mais tempo lá em casa do que qualquer outra coisa, quando o Prof. Longbottom viaja. A Lucyle Thomas, da Lufa-Lufa, também já é de casa porque sempre visita a Toca nas férias quando está com o Sr. Lovegood. Já esses aqui são os meus amigos: Oliver Wood, Hugh Breaksville e Doodle Pankeakes, da Grifinória.

— Que bonitinho! O James Potter veio cuidar do irmãozinho! – caçoou Bella Parkison, pela porta aberta do vagão.

— Por que você não vai procurar o que fazer com seus amiguinhos da Sonserina? – esbravejou Wood, enquanto ela saía.

— Oi, Alvo! Oi, Rose! – sorriu Longbottom.

— Oi! – responderam junto, como se fosse tudo ensaiado.

— Venha! – Wood chamou uma garota de cabelos e olhos castanhos ainda do lado de fora do corredor. – Esta é minha irmã, Angélica Wood. Ela também vai pela primeira vez para Hogwarts.

— Está nervosa? – Rose perguntou amigavelmente para ela.

— Um pouco. E vocês?

— Também – responderam em uníssono.

— Quem é o novo amigo de vocês? – perguntou Lucy, com o jeito gentil e tranquilo de sua mãe.

— Esse é o Peter Canaghan. Ele é filho de trouxas. – Apressou-se em responder Alvo.

— Seja bem-vindo ao mundo dos bruxos!

Lucy apertou sua mão e passou uma paz que deixou Peter totalmente relaxado e, ao mesmo tempo, encabulado.

— E então? Estão prontos para Hogwarts? Todas as maravilhas e desafios da escola? – Wood perguntou desafiante. – Quem quer jogar quadribol?

— Eu! – Alvo respondeu rapidamente.

— Mas só a partir do segundo ano, Al. – desanimou Rose.

— Mas meu pai foi o mais jovem apanhador de Hogwarts! No primeiro ano! – Alvo pareceu desgostoso com o desânimo de Rose. – Mamãe foi a segunda maior artilheira do Harpias de Holyhead e só porque parou de jogar cedo! – ressaltou.

— Mas você não é o papai, é Alvo? Nem mamãe. Eu já sou do time desde o segundo ano. O melhor atacante da Grifinória, como a mamãe foi. Eu agora sou o capitão do time e faço as jogadas mais espetaculares que Hogwarts já viu, não é Oliver?

— Com certeza, James. A gente deixa a Sonserina comendo poeira!

— D-de-decul-desculpe, m-mas o-o-o que é qu-qua-quadri-quadridri...

— Quadribol? – Wood perguntou incrédulo. – Você não sabe?

— Ele foi criado com trouxas. – Rose olhou Wood com reprovação. – O bruxo que o visitou não deve ter explicado muito bem essa parte para ele. Aposto que para não assustar muito os pais. – Refletiu.

— Bom, o Quadribol é o esporte mais famoso entre os bruxos. Ele é jogado em um campo oval de 152 metros de comprimento e possuem três aros de cada lado do campo que é onde os artilheiros tentam fazer o gol. Cada casa tem um time que é formado por sete jogadores: três artilheiros, dois batedores, um apanhador e um goleiro, que sou eu – disse Wood, orgulhoso.

— Existem três tipos de bolas no Quadribol: a goles, que os artilheiros tentam acertar nos aros. Os balaços, que tentam te acertar durante todo o jogo para te fazer cair, e que são rebatidos com um taco pelos nossos melhores batedores aqui: Hugh e Doodle. – James apontou para os amigos sorridentes. – E o pomo de ouro, que é uma bolinha deste tamanho – disse e mostrou com a mão o tamanho dela. – Com asas, toda de ouro, que dá ao time 150 pontos e termina o jogo. O apanhador tem que pegá-la, e acredite, é muito difícil! – Sorriu James.

— P-parece-ce le-le-legal.

— É a melhor coisa do mundo! – James praticamente gritou no vagão. – Sem falar que tudo isso é feito voando em vassouras.

— V-va-vava-vassou-vassouras?

— É, Peter. Vocês vão logo aprender a voar em vassouras no primeiro ano. Alguns nascem com o dom, outros demoram um pouco mais, como foi o meu caso. – Lucy ficou um pouco corada. – Vamos voltar para o nosso vagão, James. Lena Jordan já deve estar lá! Ela disse que não ia demorar – lembrou ao amigo.

Alvo viu muito bem as orelhas de James ficarem rosadas, mas decidiu não comentar.

— Desculpe, mas eu tenho que ir. Eu já estou em outro vagão com outras meninas. – Desculpou-se a outra garota do primeiro ano.

— Tudo bem, Angélica. A gente se vê no Salão Principal. – Rose sorriu.

— Vão logo vestir seus uniformes porque já estamos chegando. Por que você não é esperto como a Rose que já vestiu o dela? – perguntou James ao irmão. – Vamos pessoal!

Ao saírem pela porta, James recuou um pouco e chamou pelo irmão.

— O que? – respondeu Alvo.

— Cuidado com o monstro! Você mal completou 11 anos, e é pequeno para a sua idade.

— Meu pai disse que nós não vamos de testrálios. Vamos de barco! E eu não sou pequeno!

— Mas eu estou falando justamente disso. É melhor você não cair do barco, porque do jeito que você nada, um dos monstros do Lago de Hogwarts pode te pegar, pirralho baixinho.

— Não existem monstros no Lago de Hogwarts, só sereianos e lulas! – Mas James já tinha saído. – Existe, Rose?

— Sinceramente, Alvo! Nem parece que sou apenas nove meses mais velha do que você. Eu li no Profeta Diário que hoje em dia, muitas espécies vivem por lá. Minha mãe sempre disse que Hogwarts é uma casa muito antiga, com antigos segredos mágicos. Você sabe que nossos pais exploraram muito o local, mas eu acho que ainda existem muitas coisas em Hogwarts.

— Co-como mon-momo-monstros?

— Com certeza! – Rose respondeu com segurança. – E feitiços, passagens secretas e muitos perigos. Meu pai sempre disse que ele nunca pensou que Hogwarts podia ser tão perigosa. Mas também, foram naqueles tempos...

— Q-q-que te-tententen-tempos?

— Nos tempos da guerra contra os bruxos do mal – disse, seco, Alvo.

— Aind-da e-existem bru-bru-bruxos do m-mal?

— Não existem pessoas ruins no mundo dos trouxas? É a mesma coisa aqui – Rose explicou.

— P-pensei que est-tava tudo b-bem depo-pois q-que o Se-Senhor Po-Potter derrot-tou Você-S-Sabe-Q-Quem.

— E está! – afirmou Rose. – O tio Harry, meu padrinho, é Chefe dos Aurores. O mais jovem de toda a História! O Auror é como se fosse o policial do mundo trouxa, sabe? Depois que ele assumiu o departamento no Ministério capturou os últimos bruxos das trevas. Além disso, o meu pai é o braço direito dele lá no Quartel General dos Aurores.

— Deve s-ser l-legal ser fa-famoso, n-né? – Deslumbrou-se Peter.

— É muito legal. A gente conhece muita gente e até nossos ídolos. – A garota suspirou rapidamente pensando nas férias quando conheceu o cantor teen búlgaro Yan Borislav, junto com alguns amigos de seus pais.

— Você esqueceu de dizer que é chato quando a gente tem que ir para festas cheias de adultos, ou quando não conseguimos andar na rua, ou mesmo quando todo mundo fica te encarando enquanto você come – completou Alvo.

— Eu não ligo para isso. Nossos pais são importantes porque lutaram uma guerra e venceram. Imagina como seria o mundo se não tivessem ganhado? – replicou.

— G-gente, não quero ca-causar b-briga.

— Não estamos brigando, Peter. Estamos argumentando. – Rose esclareceu com o dedo indicador erguido. – É que o Alvo é meio tímido e não gosta de chamar atenção. Eu também não gosto, mas tenho orgulho do que meus pais fizeram.

— Eu também tenho! – Defendeu-se rolando os olhos nas órbitas, diante da dificuldade de sua prima de entender seu ponto de vista. – É que... – Suspirou passando a mão nos cabelos escuros e bagunçados. – É complicado.

— Eu estou nervosa também – admitiu olhando para as próprias mãos. – Não quero decepcionar a mamãe. Não vou decepcionar. Quanto mais eu disser isso mais fácil fica, eu acho.

— O q-que sua mãe faz?

— Trabalha no Departamento de Execução das Leis da Magia, na área do direito dos nascidos trouxas e criaturas mágicas como os elfos domésticos. Mas ela sempre ajuda o papai e o tio Harry em algumas investigações dos Aurores. Às vezes o setor de Inovações da Magia pede ajuda para ela também. E os seus pais?

O garoto pareceu encolher, sem graça.

— O pai é m-motorista e viaja mu-muito, às ve-vezes para longe. Uma vez ele m-me l-levou nas f-férias e f-foi inc-inc-muito legal. Minhã m-mãe é profess-ssora particular de matema-matemática e v-v-vai nas c-casas dar aulas.

— Deve ser legal viajar de carro para longe – Alvo comentou. – Só fazemos viagens trouxas de meio caminho para visitar os Dudley, nossos parentes sem magia. Acho que tia Petúnia tem um troço se a vizinhança achar que somos bruxos ou esquisitos. A gente detesta, mas o pai diz que é família...

— Os Dudley são esquisitos –  concordou Rose, enquanto olhava pela janela. – Já estamos chegando. Estou vendo luzes! Troquem logo de roupa. Vou sair da cabine. Vê se não demoram! – alertou e fechou a porta atrás de si.

Peter fez um sinal de continência militar para a porta fechada e Alvo riu junto com ele.

— Desculpe – pediu Potter, mas Peter desconversou com um gesto.

Eles trocaram de roupa sob batidinhas impacientes na porta. Após o retorno da garota, permaneceram em silêncio, olhando pela janela e o movimento no corredor.

— Ent-tão... Q-quais s-são as Ca-Casas m-mesmo? – perguntou Peter.

— Grifinória, Corvinal, Lufa-Lufa e Sonserina – respondeu Alvo.

— Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa – Rose corrigiu. – Sonserina não conta. Não há nada pior do que ir para a Sonserina.

 


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Notas finais do capítulo

Do meio para do fim do capítulo inseri diversas informações e o final ficou bem diferente e mais legal. Muito feliz com o resultado da parceria com essa elfa!

A cada novo capítulo betado vou inserir a informação *B ao título para vocês saberem!

Até o próximo capítulo, pessoal!