Quando Dois Mundos Colidem escrita por Marjorie Justine Alencar


Capítulo 4
Delírios


Notas iniciais do capítulo

Oi :) Voltei HAHAH bom ficar longe de estresse e mergulhar em coisas boas. Espero que se divirtam, essa é a intensão ;) Beijos e queijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/510551/chapter/4

Isabelle olhou de novo o espelho, estava com uma maquiagem caprichada, batom vermelho, olhos levemente marcados, o cabelo estava penteado para um lado, com um prendedor contendo uma parte dele, de forma a deixar todo um lado do pescoço. Orelhas e ombros, nus, a mostra, enquanto o outro lado estava coberto com o cabelo liso e ondulado nas pontas. Estava com um tomara que caia preto, não muito colado no corpo, mas curto, até perto do joelho.

A cena era de uma festa, nela Elano iria finalmente se declarar pra ela. Pelo que leu da cena, Carrão tiraria ela das mãos do Conrado enquanto eles dançavam, puxava ela pra sacada, e depois de olhar a lua, ele diria :

– Não é fácil o que vou dizer, mas eu preciso. Desde o momento em que nos beijamos, eu senti algo que não consigo mais controlar. Não sei se amor, mas sei que não posso mais com esse sentimento, e essa vontade de te beijar de novo. A Cida diria: - Elano... eu não sabia! Eu nem sei o que dizer! E Elano se aproximaria: - Então – chegaria perto – só deixa eu te mostrar do que eu to falando! E ele beijaria ela. Ela empurraria ele, sem folego, mas depois puxaria ele de novo.

Isabelle estava muito nervosa, como faria essa cena. Olhou de novo o seu reflexo no espelho, estava linda, ao menos tinha a modéstia de assim admitir, mas logo entrou Cássio pra confirmar que isso era a mais pura verdade!

– Ai Belinha, como você consegue ficar tão linda, e sem mim? Olha esses cachos, e como ficou lindo esse batom no seu rosto! Duvido que o Car...Elano vai resistir – ele piscou para o reflexo dela no espelho, enquanto apoiava o queixo na cabeça dela, e recebia um olhar de reprovação, com um sorriso de nervosismo contido.

– Se ele não te ver primeiro, acho que tenho chances! – disse ela se levantando e olhando o amigo, que estava com um terno preto, sem gravata e camisa branca. Um charme.

– Ai querida, não me culpe! Hoje to arrasando, é que vou sair com o Faro, aquele bofe escândalo me dando bola, tenho que me assegurar que ele saia de vez do armário e venha viver a liberdade do amor comigo! – disse um Cássio radiante para uma Isabelle feliz pela felicidade do amigo – e assim, amore, tenho certeza que a cena de hoje vai ser linda! Não fica nervosa, só deixa seus...os sentimentos da Cida te guiarem! Isabelle suspirou forte:

– Para com isso Cássio, tá me deixando mais nervosa... – quando ia falar mais, na porta apareceu Carrão, que com um terno azul claro, gravata preta fina, calça da mesma cor do terno e camisa branca, chegou se apoiando na porta, com um cotovelo apoiado na porta e uma mão no bolso, já apareceu com um sorriso aberto, sincero e um brilho feliz no olhar. Ele então deixou o sorriso morrer. A impressão que deu é que ele queria causar emoções ao chegar todo bonito pra ela, mas quem restou “causado” foi ele, quando viu ela!

Olhou ela de baixo a cima, fazendo ela se virar para o espelho tentando disfarçar o nervosismo fingindo arrumar os cachos e make.

– Oi – disse sorrindo envergonhado pra Cássio – então? Temos cena hoje?

– Oi amor, sim querido. Tava pensando, você me pega nos braços, puxa meu cabelo e me beija sem deixar eu respirar direito! – respondeu Cássio pousando as mãos no ombro do Carrão e fazendo ele dar um passo pra trás

– obrigada pela licencinha! Hahahahah – e Cássio se aproximando do ouvido de um Carrão com os olhos arregalados, disse

– Ensaia um pouquinho a cena, pra não dar nervosismo na hora! Carrão primeiro olhou estranho para Cássio, que se afastou, bateu com o dedo indicador no nariz dele e piscou. Então olhou pro chão e tentou disfarçar um sorriso, enquanto voltava o olhar pra Isabelle, que fingia não saber o que Cássio tava falando!

Olhar dos dois se encontraram. Ela esqueceu da função básica que é respirar. De repente o corpo não sabia o que era frio ou calor, pois enquanto as mãos estavam frias, sentia elas suadas. Carrão a olhava fixamente, colocando as duas mãos no bolso da calça, soltou um belo sorriso e ergueu um pouco mais o maxilar.

– Você está linda! – ele disse com a voz mais rouca quase falhando! Isabelle fechou a boca e engoliu em seco. Concentrada em si na frente do espelho. Ela sorriu embaraçada e disse:

– To pronta! Vamos pro cenário?

– Éééé... – ele olhou pros dois lados do corredor, e sem tirar as mãos do bolso, jogou a cabeça pra frente olhando dentro do camarim dela. – acho que a ideia do Cássio foi muito boa. – ele sorriu pra ela, olhos brilhando. – A cena é curta, mas é bom ensaiar. A outra não ensaiamos, e acho que ...ficou ótima, mas podia ter ficado melhor. – ele entrou no camarim e olhou uma ultima vez pra ambos os lados do corredor. Isabelle engoliu novamente em seco. E olhando pra penteadeira começou a mexer no batom vermelho! Torcendo pro rosto não estar daquela cor. Ela não gostava de mostrar fraqueza, ainda mais sobre a sua fraqueza por ele.

– acho melhor não, vamos logo pro cenário – ela disse pegando o batom na mão e indo em direção da porta, tentando passar por ele, que segurou o braço dela. Olhou nos olhos dela, e sorriu, uma mistura de tímido com empolgado.

– Ok, só as falas. Nada demais! - Ééé.. acho melhor não – ela disse passando a mão no cabelo. Ele sorriu, pegou o batom da mão dela, colocando de novo na penteadeira, se virou pra porta e fechou – pra o pessoal do corredor não ficar passando e nos vendo – se aproximou dela. - Assim, imagina que estamos na sacada, a lua tá ali, olhando por nós – ele sorriu vendo o olhar dela, que evitava os olhos dele mas não saia dos lábios.

– Melhor, não. Sério – ela disse empurrando ele – isso podemos ensaiar assim então. Um longe do outro. – ela se encostou na penteadeira e cruzou os braços – até porque é só falas. Quem começa mesmo? Ele suspirou e olhou pro chão.

– Eu – ele tirou a mão dos bolsos e as apertou como quem faz uma prece na altura do peito. – Cida, não é fácil o que vou dizer, mas eu preciso. Desde o momento em que nos beijamos – ele deu um passo a frente, olhar fixo nela - eu senti algo que não consigo mais controlar – mais um passo, ela descruzou os braços e apoiou as mãos na penteadeira - Não sei se e amor é, mas sei que não posso mais com esse sentimento – ele chegou nela e colocou as mãos nos ombros dela, que sentiu um arrepio com o toque das mãos dele - e essa vontade de te beijar de novo. – essa ultima frase ele disse com a boca já muito perto da dela, que sentia o hálito dele.

Ela levantou os olhos e fixou o olhar nele, pra tentar decifrar o que ele realmente queria. - Carrão... Ele sorriu:

– É Elano, Isabelle – ele disse sorrindo e se aproximando até quase encostar os lábios, olhando de novo para ela, mirando os olhos dela como pedindo uma permissão, ele a beijou!

Isabelle sentiu de novo, uma carga de energia passar o corpo, suspirou, atinou que tava errado e tentou se afastar, sem muita vontade, colocando a mão no peito dele. Tarde demais, ele passou a mão pelo cabelo dela e pousou na nuca, puxando ela pro beijo, mais profundo.

Ela jogou o corpo pra trás, fazendo ele se curvar sobre ela. Sem que ela percebesse a mão que estava no peito passou para a nuca dele, escorregando os dedos entre o cabelo dele, prendendo eles e puxando, a outra mão no rosto dele, deslizando pelo pescoço até o ombro! Ele desceu a mão até abraça-la pela cintura. Ela suspirou, ele então se afastou, e olhando pros lábios dela disse

– desculpa, eu não devia... Ela não deixou ele terminar, puxou ele para um outro beijo, e quando ela começou a beija-lo com toda paixão, mordendo o lábio dele, sentiu a falta do chão e caiu. Ela desnorteada olhou para os lados. Não tinha caído da penteadeira, como num primeiro momento pensou, foi da própria cama. Ela estava sonhando. Irritada, pelo inconsciente ter traído o que ela fica negando a si mesma, ela subiu para a cama bufando e batendo com os punhos no travesseiro!

Quando sua mãe bateu na porta: - Filha, já acordou? Tá na hora de ir pra gravação.

– Annn mãe, não quero ir hoje – disse ela desanimada. Não queria ver ele depois do sonho, ainda mais que o sonho parecia ainda estar mexendo com os nervos dela. Apesar que hoje não tinha cenas com ele, mas com o Faro!

– Filha, tá doente? - disse a mãe dela entrando no quarto preocupada.

– NÃO! Deixa mãe, já vou indo. – Isabelle se levantou indo pro banheiro se arrumar e tentar pensar em tudo, menos Carrão!

Se soubesse ela que Carrão acabara de acordar de um sonho com ela, tão perturbador quanto o dela, será que Isabelle estaria mais calma?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!