Supremacy escrita por Eleanor Kenway


Capítulo 9
I'll Tell You My Sins


Notas iniciais do capítulo

Finalmente um capítulo novo! Haha Acho que vocês vão gostar desse capítulo, porque digamos: As cenas dele são muito esperadas pela maioria de vocês :3 A música do capítulo é Take Me To Church do Hozier https://www.youtube.com/watch?v=u3voRbKryjA ~É a música do nosso casal também!~
Vejo vocês nas notas finais ~não se esqueçam delas *agradecimentos estão lá*



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_E essas armas todas? – Um dos aprendizes, Jean, disse olhando impressionado para todo o armamento distribuído em várias caixas pelo grande armazém enquanto desviava dos corpos dos guardas inconscientes para chegar até o caixote que eu havia aberto.

_Vamos ficar com elas duh! –Respondi enquanto batia o cano de uma das armas na nuca de um dos guardas que ameaçava acordar.

Os outros garotos estavam ocupados revirando os bolsos dos guardas atrás da chave do caminhão estacionado do lado de fora.

_Achei –Alexander exclamou com um sorriso vitorioso –Você me deve um sorvete –Olhou para o outro novice, Luca, que revirou os olhos.

{...}

Dadas as circunstancias de ser acordada às 11 da manhã de ontem e às 8hrs da manhã de hoje, os fatos comprovam: Bucky não gosta de me ver dormindo. O quê diabos ele tem contra o meu sono?! Espero que tenha uma boa explicação, porque meu mal-humor é inevitável (principalmente porque eu só fui dormir às 4hrs).

Depois de trazer as armas para os Assassinos, Bucky e eu voltamos para o hotel e dormimos depois embarcarmos em uma busca implacável revirando o quarto para descobrir o paradeiro de Charlie, por sorte a vaquinha estava embolada nas cobertas.

Sentei na cama e suspirei enquanto esfregava a mão nos olhos para desembaçar minha visão.

_Vamos ter que sair do hotel –o Soldado levantou uma sobrancelha enquanto eu dizia –Preciso ir à França –Não me surpreendi por causa da minha voz, que saiu muito mais trêmula –Mas você pode ficar se quiser.

Ele negou com a cabeça.

_Eu vou com você até o fim da linha –Existia uma determinação em seu olhar que eu nunca tinha visto.

Não pude evitar a felicidade que invadiu meu cérebro e tomou conta dos meus nervos. Sorri e o abracei, Bucky ficou rígido e demorou para colocar seus braços em volta de mim e devolver o abraço de um jeito tão desajeitado que eu achei extremamente bonitinho.

§

Quando Charlotte disse que precisava partir para a França, Bucky pôde notar de imediato que ela não queria isso, talvez ela tivesse algum trauma daquele país.

E quando o Soldado Invernal se lembrou de Charlotte ter lhe dito uma vez sobre a base dos Assassinos que ficava em Reims, os flashs de memória vieram, mas vieram tão suavemente que não lhe causaram dor alguma.

§

Era noite, eu não sabia o dia, nem o mês, nem o ano, mas isso não importava.

Gritos invadiam meus ouvidos enquanto eu adentrava no local majestoso e capaz de atrair toda a notoriedade (mas incrivelmente não atraia por causa da sua localização muito bem afastada e desconhecida), acho que ara algum tipo de castelo.

Os vitrais permitiam que o luar iluminasse tudo a minha frente com uma luz multicor; móveis aparentemente muito caros; tapetes tecidos pelas mais delicadas mãos (e tão velhos!); lustres compostos por cristais que pareciam refletir as estrelas; candelabros com velas acesas que eram derrubados por espadas ou armas que colidiam umas com as outras num tipo de batalha, a batalha mais feroz que eu me lembro de ter visto.

Pensei que aquele lugar deveria ter sido muito bonito em seus dias de paz, quando o sangue não manchava as paredes e o chão não estivesse coberto por corpos. Mas nada disso importava agora, eu só precisava terminar minha missão. Lembro de ter sido designado para liderar um ataque.

Encapuzados corriam de um lugar para o outro com seus mantos brancos tingidos de sangue, eles lutavam bravamente e defendiam seus companheiros, mas eram derrotados, o número de agentes da HIDRA superava quase quatro vezes o número de Assassinos. Eu mesmo nem me lembrava de quantos já havia matado nessa noite.

De repente foi como se tudo tivesse parado. Uma luz dourada tremeluziu por todo o lugar e me causou uma sensação de extrema agonia. Caminhei até a origem do brilho e no centro da batalha estava uma garotinha de cabelos loiros com uma expressão de extremo horror em seu rostinho pálido, ela segurava um objeto dourado com linhas e desenhos luminosos que mal cabia entre suas pequenas mãos. Tentei me aproximar, mas fui fortemente jogado para traz por uma força desconhecida e no instante seguinte senti como se facas entrassem em minha cabeça, nomes invadiam minha mente e cenas rodavam diante dos meus olhos.

Os raios dourados dançavam ao meu redor enquanto a batalha continuava diante dos meus olhos, mas era como se eu não conseguisse alcançá-la. Então o objeto brilhou mais forte e a garotinha parecia acompanhar tudo, e cessou rapidamente, não havia mais nada ali além da carnificina, nem a garotinha e nem o objeto. Meus homens estavam todos mortos e os poucos Assassinos sobreviventes corriam e ajudavam uns aos outros a fugirem.

§

Bucky fechou os olhos algumas vezes enquanto tentava absorver tudo aquilo. Charlotte tinha se afastado e o encarava assustada.

_Você parou de repente e ficou olhando o nada –ela disse ainda assustada enquanto se aproximava –Está tudo bem?

_Por que não me contou? –o Soldado Invernal perguntou calma e suavemente –Eu estava lá, eu matei assassinos, eu ataquei sua Ordem.

O silêncio se instalou no quarto e parecia não querer sair. Charlotte não sabia o que dizer, nem por onde começar.

_POR QUE NÃO ME CONTOU? –ele gritou.

_Estava escrito nos arquivos que te entreguei –A voz de Charlotte parecia um sussurro –E você não os leu! –disse com raiva.

O Soldado suspirou longamente e olhou para o chão.

_Eu estou tentando te ajudar Bucky! Mas parece que até que sou eu quem quer recuperar a memória!

Aquilo soou como uma faca rasgando a pele e penetrando cada vez mais fundo na carne. Bucky ficou com raiva, mas no fundo Charlotte tinha razão. Ele não se esforçava e nem tinha certeza do que queria. “Como vai ser depois de tudo? Não posso apagar o que fiz”. O homem sentou-se na cama e fechou os olhos, ao mesmo tempo tentando pensar e impedir que lágrimas rolassem pelos seus olhos.

Charlotte já deixava as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, não queria ter dito aquilo. Ela ficou com raiva, e o tom duro com que o soldado desferiu suas palavras fez ela se lembrar detalhadamente de cada momento ruim em sua vida, inclusive o que ela mais queria esquecer. A Assassina estava esgotada, não queria ir para Reims, não queria recuperar aquele objeto dourado que exigia tanto dela, não queria suportar a dor de se lembrar do seu pai - que ela nunca mais viu e provavelmente morreu durante o ataque-, não queria se lembrar do que houve depois do ataque.

_Bucky...Me desculpa –ela se sentou do lado dele e segurou suas mãos.

_Me desculpe também –o soldado olhou intensamente para ela –Imagino que não goste de falar sobre isso.

Charlotte deu um meio-sorriso, as lágrimas ainda escorriam lentamente pelo seu rosto e Bucky tratou de limpar todas elas enquanto passava seu dedo de metal delicadamente sobre as bochechas da Assassina, puxou ela junto de si e a abraçou docemente.

_Sinto como se pudesse te contar minha vida inteira –Charlotte disse ainda abraçada com Bucky.

_Se eu me lembrasse da minha também te contaria –o Soldado Invernal deu uma risada.

Então eles se desvencilharam e ficaram se olhando até que, lentamente, foram se aproximando e selaram os lábios em um beijo calmo, mas completamente desesperado. Sentiram como se o mundo não importasse mais. Não haviam passado pelas mesmas coisas, mas os dois podiam entender perfeitamente o sofrimento um do outro.


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Notas finais do capítulo

Muito, muito, muito obrigada por lerem meus amores < haha
Espero que tenham gostado :3
Küsse
Gostaria de agradecer imensamente à Agente Sanders, Annie Bitch, Hannah Hutcherson, Douglas Winchester e Nanda Soldier por terem comentado no capítulo anterior