Letters To Her escrita por Natália Mace


Capítulo 2
On My Mind


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem da história, ela só vai se desenvolver daqui alguns capítulos, espero que vocês não me abandonem, aha(:
Boa leitura:



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O sol me incomodava, meus olhos estavam fechados porém a claridade continuava lá... machucando minhas córneas. Viro de bruços e respiro fundo, um tanto quanto irritado. Agora já era. Olho para o relógio e reviro os olhos quando vejo que tinha pouco tempo para me arrumar, tinha colocado para despertar mais cedo, só que isso obviamente não aconteceu.

Vou até o banheiro e me tranco no mesmo.

Depois de tomar um longo banho volto para o quarto, separo uma roupa qualquer e começo a secar o meu cabelo com a toalha. Assim que fiquei pronto peguei a minha mochila e desci as escadas, vi que meus pais já tinham ido para o trabalho. Abro a geladeira e bebo o suco, pego uma maçã e logo saio de casa.

As ruas estavam movimentadas, era 7:45 da manhã e todos começavam a sair de suas casas para chegar logo na escola, acontece que hoje eu não teria a primeira aula, então só entraria as nove horas, levantei mais cedo apenas para voltar para aquela biblioteca e ver melhor aqueles livros daquela garota, precisava descobrir quem era essa tal de Camila Sparks.

Mexia no meu celular quando escuto risadas altas, ajeito a minha touca e reviro os olhos, a minha direita Riley e Bob, os principais jogadores do time de futebol da escola, riam escandalosamente de qualquer idiotice, reviro os olhos e volto a andar.

– Hey Jones! – Olho cinicamente para Riley, que me chamava com um sorrisinho sarcástico no rosto – Indo encontrar uma de seus namorados? – Eles riem ainda mais alto, amavam me provocar.

– Não Jackson, já comi sua mãe ontem! – O menino me fuzila com o olhar e eu do um sorrisinho maldoso – Ah... – Paro de andar e seguro a gargalhada – Manda ela gemer mais baixo, não quero que você nos pegue... sabe como é, pode deixa-la constrangida! – Pisco para ele.

Antes que eu voltasse a andar Riley se curvou para pegar algo dentro do seu conversível, quando eu vi ele segurava uma bola de futebol americano, prontamente ficou na posição e lançou com raiva em minha direção. Facilmente peguei a bola e lancei com força de volta para ele, acertando o vidro do seu carro. Solto uma risada e saio correndo de lá, escutando Riley gritar comigo.

Desde pequeno Riley Jackson me irritava, por ter muito dinheiro sempre se achou superior e melhor do que qualquer pessoa. Nós competíamos em tudo, esportes, notas, namoradas e tudo mais... foi quando eu me cansei de tentar inconscientemente impressiona-lo. Comecei a fazer coisas que eu realmente gostava, entrei no time de Baseboll, mudei o meu guarda-roupa e expus o meu amor pela música, que sempre foi a minha maior paixão. É claro que Jackson cuidou de espalhar para todos boatos escrotos, o que fez muitas pessoas se afastarem de mim e trouxe meus amigos ainda para mais perto.

Eu sempre quis apenas ser eu mesmo, sem me preocupar com que qualquer pessoa, inclusive Riley fosse pensar.

Quando eu parei de ligar para essas pessoas, eu comecei a ser feliz.

Exatos vinte minutos de caminhada foram necessários para que eu chegasse até a biblioteca municipal, entrei na mesma e a vi completamente vazia, exceto por Marie.

– Fico feliz que tenha voltado, meu jovem! – Fala assim que paro do outro lado do seu balcão, sorrio sem graça.

– Eu também fico feliz em ter voltado... – Sorrio e olho ao redor – Hum... Marie? – Me encara com um pequeno sorriso – E-Eu estava vendo alguns livros ontem...

– Sim, aqueles que a menina deixou! – Se vira para sair de lá, provavelmente para pegar os livros.

– Não, não esses! – Seguro a sua mão gentilmente – Era naquela parte! – Aponto para o outro lado da biblioteca – Todos são ótimos livros! – Ela sorri e concorda com a cabeça – E grande parte são livros de cartas, diários ou romances com o tema da década de 70/80! – Explico, havia me esquecido de como amava conversar sobre livros.

– Sim, os livros eram da Sra. Sparks! Ela veio a mais ou menos dois anos, com duas caixas cheias de livros... doou todos! – Me encara com uma sobrancelha levantada - Costumava vir muito para alugar livros antigos.

– Costumava? – Questiono confusa.

– Sim, se mudou para o outro lado da cidade e provavelmente vai a outra biblioteca agora! – Sorri triste – Faz muito tempo que não a vejo!

– Claro... – Sorrio decepcionado – Você poderia me passar o endereço dela? – Questiono e Marie ri.

– Sinto muito querido, isso é contra a lei! – Nega com a cabeça – E contra os meus princípios também... – Sem me conter faço um bico frustrado e Marie solta uma risada, acariciando o meu rosto, como minha vó sempre faz – Mas você pode alugar um livro...

– Nah... eu tenho que ir para a escola, mas muito obrigada! – Sorrio sem graça.

Se ela pensa que eu vou aceitar isso como não, ela está muito enganada.

Sai da biblioteca com passos firmes e um tanto quanto irritados, eu odeio ser contrariado pelo simples fato de que: eu sou uma pessoa persistente, muito persistente, nunca aceitava ‘não’ como resposta. Isso me torna charmosamente irritante.

Estava passando na frente das lojas que já são tão conhecidas, o restaurante do meu pai ficava por ali, então eu conhecia todos daquela parte da cidade. Sem qualquer pressa continuei andando em direção ao colégio.

Faltava vinte e cinco minutos para a aula começar, andei entre os armários e parei na frente do meu, 214, o abri e joguei minha bolsa ali, pegando o meu caderno e meu pequeno estojo, me dirigindo para a sala de Literatura.

Depois de algum tempo, enquanto eu fazia meu dever de matemática para a próxima aula Kenny entrou que nem um furacão na sala e logo correu e minha direção, todo animado. Começou a contar sobre a viagem que seus pais tinham anunciado, ele ia para Espanha nas férias, isso me deixava preocupado já que a única coisa que ele sabe falar em espanhol é ‘mi amor’ e nem isso sai direito.

O nosso professor chegou, JP, ele deu a sua aula maravilhosa de sempre, nós riamos com as suas explicações e histórias que sempre combinavam com o momento da explicação, mas nada superava suas imitações teatrais, quando ele dançava e fazia mimicas estranhas.

Todas as aulas eu tentava pensar em qualquer coisa que me fizesse conseguir fazer com que Marie desse o endereço da tal garota. Eu estava intrigado com o fato dela ter dado duas caixas cheias de livros e depois desaparecido. O que poderia ter acontecido, uma enorme mudança e ela não pode levar todos os livros? Os livros não eram dela?

Durante o intervalo eu estava sentado na mesa de sempre e Ally não calava a boca, não parava de falar sobre uma festa que sua igreja iria promover e que seria muito legal e nós fossemos ajudar o pessoal de lá e tudo mais, acabei concordando, o que a fez comemorar e então calar a boca.

– JOSH! – Sorrio largo quando ele se aproxima.

– Tudo isso era saudade?! – Questiona com um sorrisinho sacana e eu reviro os olhos.

– Preciso muito da sua ajuda! – Imploro apavorado.

– O que eu vou precisar fazer? – Me encara enquanto abria a sua garrafinha de água.

– Você vai precisar ir comigo na biblioteca... – Ele faz uma careta, Kenny e Lucy se sentam cada um em um lugar e nos analisam.

– Pra que ir na biblioteca? Já estudamos para a prova que vai ser na próxima aula!

– Preciso de um endereço... você vai me ajudar a consegui-lo, depois da aula! – Sorrio de lado e ele me olha com uma sobrancelha levantada, porém segurando uma risada.

Nós tivemos mais cinco aulas, eu estava faminto, assim como meu melhor amigo. Como forma de recompensa eu prometi pagar uma pizza no restaurante do meu pai depois que o trabalho fosse bem feito. Kenny foi de enxerido e estaria lá caso precisássemos de reforços.

Entramos os três na biblioteca e eu logo vi Marie em sua bancada, seu marido conversava com ela sobre algo. Fiz um sinal para Kenny que logo entendeu, os dois andaram com enormes sorrisos na direção no casal, me sentei em uma mesa qualquer, ficando de costas para eles e puxando um livro para disfarçar.

Algum tempo se passou e eu disfarçadamente me virei para olhar se a bancada estava vazia, então vi que não tinha ninguém, me levantando rapidamente em seguida. Olhei ao redor e vi que tudo estava seguro para eu entrar na bancada. Era um espaço um tanto quanto pequeno, caberia cerca de quatro pessoas, porém apenas Marie trabalhava ali.

Corri para dentro e mexi no mouse, logo a tela se acendeu e então um programa desconhecido por mim conectou. Olhei sob o computador e encarei a direção aonde eles provavelmente tinham sumido. Rapidamente digitei o nome da garota misteriosa, aparecendo a sua ficha, porém ela não tinha foto, franzi o cenho e tirei o meu celular do bolso, não tinha tempo para isso. Nunca digitei tão rápido em meu celular como eu fiz, escutei passos e fechei a ficha dela, escutei a risada de Marie e sai de dentro do pequeno lugar, ficando do outro lado da bancada. Josh e ela apareceram rindo e assim que a senhora me viu lançou um lindo sorriso, me senti mal por engana-la assim.

– Logan... – Marie sorriu – Voltou novamente, veio pegar algum livro agora? – Questiona, ela me olhava como se soubesse o que eu havia feito.

– A Biblioteca de Bibbi Bokken! – Foi o primeiro nome que veio à minha cabeça.

– Ah... nós só temos um livro com esse nome, foi Camila que o deixou aqui! – Sorri negando com a cabeça totalmente sem graça.

– Quem é Camila? – Josh questiona confuso.

– Uma mulher maravilhosa! – Marie sorri terna – Vamos, o livro fica aqui... – Diz caminhando em direção a estante que eu tinha mexido ontem.

Eu não me sentia bem fazendo o que eu havia feito, porém a minha curiosidade era muito maior... e eu iria fazer valer a pena, só queria ser amigo dessa garota, algo me dizia que eu precisava conhece-la.


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Notas finais do capítulo

E depois de meio século eu voltei hahaha
Qualquer dúvida: @NattNogueira
Nats xX(:



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