Destinada escrita por Mariana


Capítulo 6
Capítulo 5 – Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey Gente o/
Demorei né? Desculpem novamente. Faculdade sempre me deixando ocupada demais.
Mas enfim apareci e com um POV Jamie! Foi muito difícil escrever, mas creio que é o capitulo mais útil que escrevi até agora.

Então. Boa Leitura. *-*



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Fazia dias que não me encontrava com Audrey, se não semanas. As únicas notícias que eu recebia dela eram através de cartas que Valentine me trazia constantemente. As cartas só diziam sobre a evolução de seus poderes e a maestria que conseguia dominá-los. Suas cartas eram cheias de si, ela falava sobre ela mesma com tanta admiração, que nem Narciso se comparava. Apesar disso, eu via Audrey como uma garota forte e determinada, eu definitivamente era apaixonado por esse lado dela. Mas com o passar do tempo não eram mais como antes. Audrey se tornou mais possessiva e autoritária, se demonstrava superior a tudo e a todos e meu encanto por ela também mudou.

Eram constantes as visitas escondidas de Valentine para me trazer carta de Audrey, de começo nunca a tinha visto com outros olhos alem da amiga sem opinião e sem sal. Mas com o tempo, com suas visitas e as conversas que me vi obrigado a ter, descobri uma garota de grande coração e que se preocupava muito com a amiga e no que ela estava se tornando e achava que deveria ficar do lado de Audrey acima de tudo, para que ela tenha uma amizade verdadeira e não aquelas falsas que a cercam diariamente por conta de seu papel de Destinada. Não sabia que a parti dali, eu não via mais Valentine daquele mesmo modo como antes

– Jamie? – Ouço sua voz, mas antes mesmo eu já sentia seu perfume único chegando ao longe.

Tomo minha dose de poção semanal apressadamente e vou ao seu encontro na varanda rústica mas bem feita que dava de vista para um belo jardim que tinha as folhas e respondo de forma mais firme e neutra possível. – Olá, Michaela. – Sinto que ela se retrai diante da minha postura, mas ignora, pois sentia que não adiantava reclamar.

– Como sempre, vim lhe trazer uma carta da Audrey. – Diz me entregando a carta.

– Obrigado. tem visto Audrey? – Digo em um tom impassível, tentando esconder o máximo possível o incomodo que eu sentia ao ficar perto dela, mas ao mesmo tempo eu sentia desejo de ficar perto dela e mais desejo ainda por seu sangue.

– Não muito, só quando ela pede para lhe trazer essas cartas. Em geral ela passa seus dias com outros amigos, no qual ela diz serem perfeitos, pois lhe acrescentavam muito na sua evolução de poderes. – Diz ela tentando evitar me olhar, mas ao mesmo tempo sua expressão e aura em torno de si é de preocupação e ela reparando que eu já sabia o que ela estava sentindo diz. – Também está preocupado com ela, certo?

– Estou. – Diz encarando a moça a sua frente de forma neutra e analítica.

– E você já sabe que eu também, cada vez mais suas conversas são de ódio ou superioridade, ela diz que somos melhores como se desprezasse os humanos e quisesse usar seus poderes para provar isso. – Ela suspira e sinto seu hálito, que me deixa embriagado. Mas controlo minha vontade. – Confesso que estou com medo.

– Audrey não parece ser mais a pessoa que eu conhecia. – Minha frase soa como uma confissão. Valentine me olha confusa e surpresa e faz nenhuma objeção de demonstrar isso. Passo a mão no meu cabelo em um gesto nervoso e ao mesmo tempo em que sinto cada vez mais interessado por Valentine, me sinto mais responsável por Audrey. Não aguentava mais essa indecisão toda e me sentia um péssimo exemplo de vampiro, uma completa desonra. Eu deveria estar persuadindo garotas e tomando seu sangue para sobreviver e amo mesmo tempo me divertindo. Não me preocupando e me apaixonando por duas bruxas.

– Há quanto tempo não bebe sangue? – Pergunta tentando destrair.

– Desde ontem, arrumei um lanche no fim da tarde, nada muito intimo, só persuadi a garota para tomar seu sangue. – Digo naturalmente.

– Acha isso certo? Aposto que usou de seus recursos, confundindo a cabeça da garota e aposto que ela nem se lembra de você.

Ele se aproxima dela, parando em sua frente e fala de forma série. – Bem, Valentine. Sou um vampiro a moda antiga, preciso de sangue para sobreviver, e de sangue humano, precisaria de muito para me humilhar e tomar sangue de animais. E fique tranquila, não fiz nada com a garota que desagrada sua amiga Audrey. – Fala em tom de ironia.

– Desculpa, não quis te ofender. - Seu tom é totalmente defensivo, mas ela usava a defesa para atacar. E naquele momento noto que eu tinha completamente a prendido na parede, nossos corpos não se tocavam. Mas uma energia intensa se passava entre nós e senti uma vontade súbita de lhe tomar seu corpo em meus braços. Queria mais que nunca poder lhe beijar e viajar meus lábios até seu pescoço para sentir o gosto de seu sangue. E era isso que eu estava prestes a fazer. Ela me olhava confusa, mas ela não se afastava e sua respiração estava pesada. Naquele momento eu pude ver que seus sentimentos eram iguais aos meus. Ainda assim tudo que fazíamos era olhar um para os olhos do outro como se estivéssemos enfeitiçados. O tempo simplesmente parou ali, levantei minha mão até seu cabelo macio, colocando uma mecha solte dele, atrás de sua orelha. Meu Deus como ela era perfeita, sua beleza apesar de tida como comum, tinha traços únicos. Seus olhos negros brilhava como nenhum olho claro podia brilhar e seu rosto era perfeitamente emoldurado. Eu a queria.

– Boa tarde, seria incômodo a minha presença? – Diz Miranda de forma divertida com a situação.

Então logo o clima entre nós foi quebrado, o que me fez sentir aliviado e ao mesmo tempo frustrado. Audrey me veio na cabeça e me sinto culpado. Droga de sentimentos. Achei que lhes perderiam assim que ganhei a maldição de virar vampiro. Mas estava enganado.

– Claro que não, diga-me o motivo da visita. – Impaciente falo. E Miranda nota. Mas não demonstra ofendida. Ao contrário, sua expressão muda para séria e eu poderia jurar que era por outros motivos.

– Capturaram Kristen e irão queimá-la viva na fogueira, amanhã de noite.

Valentine dá um passo à frente em direção de Miranda. Parecia respirara fundo para ter o que falar. As coisas na inquisição estavam muito sérias, cada vez mais mulheres estavam sendo mandada para a fogueira, a maioria humanas inocentes mas também bruxas de verdade, como Kristen, prima de Valentine.

– Como assim pegaram Kristen? Como ela não fugiu? – Ela parecia desesperada. Mexia no seu cabelo tentando se acalmar, mas eu via que não adiantaria. – Precisamos fazer algo, Miranda, ela é minha prima, não pode morrer. – Aos pouco a situação parece ir moldando na cabeça de Valentine e ela vai notando que a situação é mais grave do que ela imaginava. Fairfall era uma pequena cidade do interior, não chamava muita atenção, seus casos da inquisição quase se passavam despercebido pelo resto do país para as pessoas normais. Mas para Vampiros, Bruxos e outros seres, lá era só a ponta da granada que estava preste a explodir, caso os poderes de Audrey não fosse usados direitos.

Mantenho uma postura firme e analítica, tentando ser o mais sensato possível. – Como isso aconteceu, Miranda?

– Tudo indica que ela foi denunciada, dizem que vampiros estão por trás disso, que estão por trás da Juiz que irá julgar Kristen. Pelo o que tudo indica, pegaram ela mexendo com fogo, literalmente, parece que havia criado uma fogueira e fazendo figuras tidas como demoníacas saindo pelo fogo. – Seu olhar ia de mim para a Valentine. – Sinto muito, não conseguimos fazer nada para que ela não fosse pega. Aconteceu tudo rápido demais. E além de vampiros, a família Gindle está por trás disso. Parece que querem fazer vampiros e bruxos se revoltarem contra os humanos.

– Precisamos falar com Audrey, ela pode resolver isso, certo? É o dever dela! – A bruxa completamente grita para eles e vira seu olhar para mim e fala como uma suplica para mim. – Vem comigo, me ajuda a falar com Audrey, precisamos salvar minha prima, tenho certeza que ela nunca faria qualquer tipo de feitiço perto dos humanos, ainda mais na situação em que nós bruxas estamos hoje.

Olho para a garota tentando demonstrar sentimento nenhum, mas no fundo eu sentia vontade de protegê-la. Sabíamos que Audrey era a melhor solução para tirar a prima dela da cabeça, mas ao mesmo tempo tive a sensação de que estávamos muito dependentes dos poderes dela e isso não era algo bom.

[...]

Fairfall não era mais como antes, nada mais era como antes. Depois do que aconteceu com Audrey, sai da cidade e só voltei a uns anos, junto de Miranda por ordem do conselho. E novamente eu teria que lidar com uma Destinada. Era impressionante como a cidade cresceu e está tão diferente de quando sai daqui agora havia mais casas, prédios e comercio. Tudo parecia completamente reconstruído e nada restava do passado além da casa de família de Audrey e os campos e floresta que rodeavam a cidade. Eu sentia falta dali, mas ao mesmo tempo, permanecer ali doía e me fazia sentir um fracasso. Agora por mais que o passado ficasse me atormentando, não adiantava ficar me lamentando. Eu tinha que fazer meu serviço pela ordem, por mais que isso me perturbava. Passei grande parte do meu dia ali na lanchonete me lembrando do passado com Audrey e Valentine e mais assim no final da história. E agora me encontrava de cara com grande parte dele.

– Posso saber o que se passa nos pensamentos do meu querido amigo. – Diz Miranda se sentando ao meu lado no balcão. Seu cabelo loiro puro estava solto sobre seus ombros e ela vestia uma calça jeans justa, botas canto médio uma blusa vermelha e uma jaqueta de couro. A roupa aparentemente era simples, mas vestidas nela ficavam simplesmente perfeito, para ser sincero, homem nenhum repararia nas roupas que ela usava, mas sim nela.

– Creio eu que você já sabe. – Falo impaciente.

– O que foi Jamie? É tão ruim assim ter que ficar ao lado da Michaela? – Ela olhava para mim curiosa e divertida ao mesmo tempo. Eu tinha certeza que ela sabia de todas as respostas e fazia aquelas perguntas sádicas só por diversão.

Suspiro fundo me virando para a moça. – Miranda, você sabe muito bem que Michaela é uma reencarnação de Valentine. Não tem outra pessoa para importunar?

– Eu até teria... – Diz de modo pensativo. – Mas, eu preciso te lembrar que isso é necessário. Só comigo do lado dela, não está funcionando tão bem, no máximo ela tem lembrança sobre Audrey que nós já sabemos ou que não fazem diferença. Acredite, terá que superar todo esse drama.

– Não é drama. Digo irritado e quando vejo, havia quebrado o copo com vinho na minha mão. – Droga, Miranda! – Explodo e ela ri. – Michaela não é Valentine, ela pode até ser a encarnação dela, mas não é ela. É assustador o modo como elas se parecem fisicamente. Mas já vimos casos de reencarnações que eram totalmente o oposto da sua vida passada. E se Michaela for assim...

– Tudo isso é medo de se apaixonar de novo? Por favor, pelo o que conheço da Michaela, ela é até mais legal que Valentine. – Diz provocando.

– Olha! Cacos de vidros... Jamie aparentemente irritado e Miranda rindo. – Fala uma voz vinda de trás e logo reconheço Amy e seu tom de sacarmos. – Logo, Miranda irritou Jamie até explodir e eu ainda fico me perguntando como vocês continuam amigos.

– É simples, esse ser sombrio e insensível não vive sem mim e muito menos morre.

– Engraçado. – Ironizo enquanto separo os cacos de vidro da mesa.

– O que vocês têm para me contar? Como vai a evolução com a garota lá? – Amy era o típico modelo de revoltada do século XXI. Se vestia toda de preto, com uma saia longa, o cabelo era preto, repicado abaixo dos ombros e com umas mexa roxas desbotada. E a maquiagem, excentricamente um pouco exagerada. E claro, pálida, quase que parecia um vampiro. Era o que hoje em dia poderia ser chamada de gótica.

– Ele está vivendo um eterno drama sobre se aproximar de Michaela. – Debocha Miranda e tento só ignorar.

– Jamie. Você sabe que é importante que você se aproxime dela? Precisamos da memória dela.

– Deveria usar seus poderes de vidente para nos ajudar, assim me pouparia trabalho. – Responde impaciente.

– E você acha que não tento? Mas todas tentativas são validas, nem todo futuro é oportuno que eu saiba. Então por favor, faça sua parte. – O tom da garota de repente muda para mal humorado e novamente simplesmente ignoro.

– Eu nunca disse que não iria. – Respondo friamente e me levanto.

– Onde vai? – Questiona Miranda.

– Irei arrumar meu lanche da noite e me diverti um pouco com alguma garota. Devia fazer o mesmo Miranda, é mais divertido do que ficar me irritando. Pego meu casaco a chave do meu carro e desvio do caco de vidro no chão. – Antes, claro, terei que passar em casa para trocar de roupa. Obrigado. – Miranda só me acena com a mão com um tchau e volta sua atenção para conversar com Amy. Assim saio pela noite pensativo em como eu iria conseguir lidar com Michaela.


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Notas finais do capítulo

E ae? gostaram?
Lembram da Play List que prometi?
Hoje só tenho 5 musicas para a Playlist, infelizmente. Mas pensei nelas com muito carinho. E quem sabe elas são umas dicas. o/

The Scientist - Coldplay
The Monsters - Eminem feat. Rihanna
Thinking of You - Katy Perry
Mirrors - Justin Timberlake
Demons - Imagine Dragons

Até a próxima, tentarei não demorar *-*



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