DRAMIONE || Compreendendo o inimigo escrita por Corujinha


Capítulo 3
Novo professor e conversa civilizada


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!
Sim, já voltei com o terceiro capítulo (que eu acabei de escrever) porque eu to meio que com um surto de ideias para essa fic e com muito tempo. kkkkkkk'
Obrigada a quem comentou e quem está acompanhando. Beijos e boa leitura!
Ps: Capítulo mais ou menos revisado. Me desculpem.



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POV DRACO

Eu entrei na sala da aula de Runas e me sentei ao lado de Blásio, Pansy e Nott. Eles falavam coisas como "Pra que tantos livros?" e "Aula inútil". Eu não me intrometi em suas reclamações, não estava mais feliz que eles para essa aula, mas iria colaborar. Na verdade isso é só o que eu tenho feito não é mesmo? Tentar colaborar para que a situação seja mais fácil.

Enquanto eu pensava nisso um homem de longas vestes formais verdes entrou na sala. Ele foi para frente do recinto e virou-se para nós. Deu-nos um sorriso caloroso e quando parecia prestes a falar algo como uma apresentação, a porta da sala abriu-se novamente revelando a Weasley e a Granger, que parecendo um tanto envergonhada pediu desculpas ao professor e sentou-se a uma mesa junto com a ruiva.

O homem voltou para o que estava fazendo antes e disse-nos:

– Bom dia, alunos. Eu sou o professor Richard. Seu novo professor de Runas Antigas.

Richard era um homem que devia beirar os quarenta anos de idade nas estava em forma. Tinha alguns disfarçados cabelos grisalhos e se vestia distintamente.

– Aposto que muitos de vocês estão fazendo Runas pela primeira vez, não é? Alguém aqui já estudou o assunto? - ele perguntou e é obvio que a Granger rapidamente levantou a mão, seguida de mais duas garotas de sua casa.

– Que bom. - comentou o professor - Mas as senhoritas não se importam se antes virmos um pouco da matéria dos outros anos não é mesmo? Para que possamos integrar toda a turma a esse magnífico assunto.

– Não, professor. - as três responderam em uníssono.

– Maravilhoso. Então... Alguma pergunta que gostariam de fazer? - Richard perguntou e eu achei bem diferente da parte dele ter este tipo de interação conosco.

Novamente a Granger levantou sua mão.

– Sim, senhorita...?

– Granger, professor.

– Sim, senhorita Granger.

– Desculpe-me, mas este é seu primeiro ano como professor em Hogwarts? - ela perguntou e todos nós olhamos para o professor que sorriu e começou a andar pra lá e para cá devagar e a falar.

– Sim, sim. É meu primeiro ano lecionando em Hogwarts. Na verdade algumas matérias agora, não sei se é de conhecimento de vocês, tem mais de um professor por conta da demanda de alunos. Parece que muito alunos esse ano desejaram cursar muitas das matérias opcionais e a diretora achou isso ótimo. Como ela quis que vocês tivessem essa experiência com as matérias que optaram por estudar, então decidiu que com mais professores poderíamos saciar suas sedes de conhecimento.

Pansy, Blás, Nott e eu nos entreolhamos rapidamente. Nós sabíamos que não tinha sido bem assim. Mesmo sabendo que não podia nos punir, a diretora Minerva mandou um berrador para nossas residências (e eu sabia que isso acontecera com todos da Sonserina) sugerindo num forte tom de ordem para que esse ano, cursássemos o máximo de matéria opcionais, preferencialmente todas para que pudéssemos "despertar nosso interesse por diferentes assuntos". Na mente dela isso não é punição.

Sua "sugestão" foi acatada pela Sonserina e agora todos estávamos nessas aulas desnecessárias. Somando-nos ao pessoal da Corvinal que estudava tanto quanto nós agora por simples prazer, mais um bom número de alunos da Grifinória e da Lufa Lufa, realmente o antigo número de professores não daria conta.

– E eu já estudei aqui também, assim como vocês, então tive a grandíssima honra se ser convidado pela diretora para lecionar para vocês. - ele disse parecendo muito feliz.

– E de que casa era? - olhei para Pansy quando a ouvi perguntar. Ela deu de ombros como se tivesse sido vencida pela curiosidade e não tivesse vergonha disso.

Richard alargou ainda mais o sorriso estampado em sua cara e abaixou o olhar para suas vestes verdes. Aquele gesto fez com que eu soubesse logo a resposta para a pergunta de Pansy e deixei escapar um "Sonserina" por entre meus dentes.

– Sim, meu rapaz. - ele respondeu e todos, principalmente grifinórios, encararam-me.

Alguns alunos da Sonserina deram risinhos para os estudantes da casa rival.

Granger encontrou meu olhar. Semicerrou os olhos num gesto desconfiado e voltou a olhar o professor. Eu não entendi sua atitude. O que é? Também era culpa minha que o professor fosse da Sonserina?

– Mas sem favorecimentos, crianças. - ele disse e foi em direção a sua cadeira, sentando-se.

Dessa vez a situação dos risinhos inverteu-se e eu vi o professor Richard revirar os olhos.

Realmente professor, não importa quantos anos se passem, acho que essa rivalidade entre Grifinória e Sonserina nunca será esquecida.

(-----)

Acho que nunca tive uma aula tão longa. Todo aquele bando de livros que ele mandou que tivéssemos era para que ele pudesse "recompensar todo o tempo em que vivemos sem estudar Runas Antigas", como ele mesmo disse. Ele fez com que anotássemos tanta coisa que acabei com meu vidro de tinta. Eu nunca vi um professor usar três livros em uma só aula. Ele disse que fazendo isso, nas próximas aulas só precisávamos trazer os outros dois.

Foi quando a Granger levantou a mão novamente. Já tinha desistido de acompanhar quantas vezes ela fez isso nessa aula (ela não cansa? Mas afinal por que estou dando atenção a isso?). Ela falou:

– Professor, é impossível achar um exemplar de "Curiosidades que todo bruxo precisa saber sobre Runas". Não há nem no beco diagonal, nem na biblioteca da escola. - ela informou-lhe.

– Que pena... - ele disse aparentando verdadeira tristeza - Sabe, esse livro é um dos mais interessantes que já li sobre Runas, mas realmente um exemplar dele não é achado há anos. Pensei que com tantos alunos a procura, pudéssemos achar ao menos um. É uma pena mesmo... - ele disse e voltou a ditar anotações.

Eu ainda vou descobrir como esse homem foi para a Sonserina. Ele não tem qualquer característica da nossa casa... Não que eu possa ver.

POV HERMIONE

O professor era uma pessoa bem diferente. Além de não ter se importado com nosso atraso, o que não é muito normal, ainda quis deixar a turma a par do máximo que podia em Runas Antigas. Geralmente se por a par de um assunto desconhecido para certa aula é algo que nós temos que fazer sozinhos.

E o fato dele ser da Sonserina? Ainda me pergunto como. Ele era simpático e prestativo e tinha a expressão de quem ganhou um milhão de galões para trabalhar aqui.

Eu sei que não há qualquer coisa em comum, mas ele me lembrou o professor Snape. Este pareceu atormentar toda a nossa vida escolar para no final descobrimos que sempre esteve ao nosso lado e que sempre amou a mãe de Harry.

De um jeito estranho imaginei se algo parecido acontecesse com o professor Richard, se descobríssemos que ele não é nada do que aparenta.

Calma, Hermione. Você está ficando maluca.

A verdade é que depois da guerra, a minha capacidade de confiar nas pessoas foi afetada. É claro que eu confiava em meus amigos, nas pessoas que eu amava, mas quando era exigido de mim que eu acreditasse, confiasse em outras pessoas eu me retraía involuntariamente. Acho que a guerra tira de nós a inocência de achar que todas as pessoas podem ser boas.

Mas eu admito que gostaria de voltar a acreditar nisso.

(-----)

Eu ainda tive três aulas no dia que passaram sem grandes novidades. Foram longas e cheias de anotações que eu teria que reler e estudar, por isso fui até meu dormitório e guardei meus livros de aulas e depois rumei para a biblioteca, onde fiquei até a hora do jantar, quando Harry chegou na biblioteca e me chamou para que fôssemos para o Salão Principal.

– Mione, já está na hora do jantar. Vamos? – ele disse puxando uma cadeira e sentando-se comigo.

– Ah, sim Harry. Deixe-me só arrumar estes livros nas prateleiras. – disse me levantando e guardando os livros que havia pegado. Em seguida nós dois saímos em direção ao Salão Principal. Conversamos um pouco no caminho.

– Como foram todas as suas aulas? – ele disse meio brincalhão. Harry não estava fazendo tantas matérias quanto eu. Na verdade ele e Ron só faziam Trato das Criaturas Mágicas e Aritmância, porque éramos obrigados a escolher no mínimo duas matérias opcionais.

Como ele não fazia Runas, não conhecia o professor Richard então resolvi contar-lhe sobre ele:

– Foram ótimas. E temos um novo professor de Runas. É o primeiro ano dele lecionando em Hogwarts. Parece ser legal... Ele estudou aqui.

– Sério? Legal! – ele disse.

– É... Mas era da Sonserina. – eu completei.

Harry me olhou com uma expressão surpresa. Eu sabia exatamente o que ele estava pensando, ou melhor, do que ele havia lembrado.

Snape.

– Mas ele disse que é imparcial. – eu disse abaixando a cabeça um pouco envergonhada.

– Duvido. – Harry disse meio amargo.

– Harry! Nossa casa não define nosso caráter! Rabicho era da Grifinória! – eu falei antes mesmo de pensar, quando já estávamos perto das portas do Salão.

No momento senti que alguém passou rápido pelo meu lado esquerdo. Observei o garoto de cabelos loiros e ele virou-se encontrando meu olhar, mas rapidamente virou-se retornando ao caminho que tomava.

“Nossa casa não define nosso caráter!”, minha mente gritou assim como minha boca havia feito há poucos segundos. Quando a situação não é conosco tudo parece mais fácil, não é?

Mas essa frase não se aplicava a Malfoy, sabíamos disso por seus antigos atos.

Eu me encolhi com o pensamento e notei o olhar se Harry sobre mim. Não olhei de volta para não precisar dar explicações, simplesmente disse uma “Vamos entrar.” baixo e nós nos juntamos à mesa da Grifinória.

POV DRACO

“Nossa casa não define nosso caráter!”. Ah sim, eu ouvi o que ela disse. E também acho que ela ficou um tanto constrangida ao me ver bem após ter dito estas inspiradoras palavras. Acho que elas não combinam muito comigo, não é?

Eu tenho a impressão de que ela e Potter falavam do tal professor Richard, afinal quem era o novo Sonserino o qual eles poderiam pegar no pé?

Eu jantei e mesmo após terminar continuei a mesa lendo um pergaminho onde eu havia feito um bocado de anotações. Com todas essas matérias, estudar era o que eu tinha que fazer nos tempos livres daqui para frente. E eu não acredito que pensei isso.

Quando terminei de ler o conteúdo do pergaminho a mesa da Sonserina estava quase vazia. Eu me levantei, e agora sem olhar nem de relance para a mesa da Grifinória, sai dali. Eu pensava em ir para as masmorras, mas...

Olhei uma janela pela qual passei. Já estava escurecendo e lá fora já não havia ninguém. Certamente não faltava tanto para o toque de recolher e as pessoas já estavam entrando para ficar pelo castelo até a hora de irem para o dormitório.

Mudei minha rota e fui lá pra fora. Caminhei bastante até chegar à beira do lago. Por um momento fiquei parado só olhando para frente, depois me sentei à margem.

Acho que escreveria para minha mãe no dia seguinte. Esse era o primeiro dia de aula ainda, mas eu diria somente que estava bem e que eu estava seguindo suas recomendações: sem confusões, sem chamar atenção. Embora eu achasse que seria difícil manter isso até o final o ano, queria que ela achasse que estava tudo bem para que não tivesse ainda mais preocupações.

Também quero saber como ela está. Nunca a vi tão mal quanto agora, com meu pai em Azkaban. Mas isso não é mesmo algo com o qual alguém possa se conformar, embora soubéssemos que ele estava pagando pelos seus erros. Mas eu também os cometi, não é? E estou aqui agora...

Nós dois fizemos o possível para viver o mais normalmente possível sem ele, mas minha mãe o ama. Não havia um só dia em que eu não percebesse que ela pensava nele, mas ela fez o possível para que eu pudesse viver como antes, e voltar à Hogwarts era o que ela queria que eu fizesse, e foi o que fiz.

Nesse momento peguei uma pequena pedra na margem do lago e a lancei no mesmo. Fez um barulho abafado e pequenas ondas se formaram, dissipando-se logo em seguida. Fiz a mesma coisa com uma segunda pedra da margem. Na terceira, a pedra era um tanto mais pesada e fez um barulho oco, um pouco alto. Peguei uma quarta pedra, mas tomei um susto que me fez largá-la novamente na margem.

– Ei! Cuidado com isso, Malfoy! Criaturas emergem no lago à noite. – fui repreendido.

POV HERMIONE

Após o jantar, quando o Salão estava quase vazio eu saí para os jardins do colégio. Dei uma desculpa para Rony que insistia em oferecer sua companhia que eu não podia aceitar.

Andei até estar no jardim e fora de vista, o que não foi muito difícil já que todo mundo já estava entrando no castelo por que era noite. Sentei-me embaixo de uma árvore e peguei meu celular no bolso de minhas vestes. Mexi nele por alguns minutos, olhei a ligação e o nome Elizabeth Jones, minha tia de consideração (melhor amiga de minha mãe), que estava há anos nos Estados Unidos, cujo número de telefone eu pensei que já havia mudado há muito tempo. Mas ela ligara de manhã, e o aparelho recebeu a ligação sabe-se lá como.

Tia Elizabeth ainda não sabia do ocorrido com meus pais, tenho certeza. Tinha que dar um jeito de falar com ela.

Tentei retornar várias vezes, mas obviamente a ligação não funcionou.

– Que droga! – grunhi e me levantei pisando duro. O que eu ia fazer?

Bom, por enquanto eu ia voltar ao castelo e pensar em como falar com ela. Eu não podia mandar uma coruja. Ela é trouxa. O que ia pensar?

Pensava nisso enquanto passava perto do lago voltando ao castelo. Quando olhei a água vi alguém sentado à margem, o que chamou minha atenção. Não havia como não saber quem era afinal a luz da lua deixava seus cabelos loiros quase brancos. Ele jogava pedras da margem no lago.

Olhei para os meus lados. Não havia ninguém... Que estranho o Malfoy sozinho aqui. Ele quase nunca está sozinho.

Ele ainda tacava suas pedras no lago e eu me aproximei devagar. Estava já bem perto (e meio desconfiada), mas ele ainda não notara minha presença.

– Ei! Cuidado com isso, Malfoy! Criaturas emergem no lago à noite. – eu disse e ele assustou-se com minha aparição repentina deixando cair uma de suas pedras de volta na margem. – Não foi minha intenção assustá-lo. – completei.

– Duvido muito. – ele disse.

– O que tá aprontando aqui sozinho há essa hora, Malfoy? – eu disse semicerrando os olhos.

Ele me olhou, parecia indignado. E eu esperei pelo tradicional “Não é da sua conta, Granger”, mas ele não veio. Ele voltou a encarar o lago e disse:

– Não estou aprontando nada. – ele respondeu dando ênfase no “aprontando” – Eu acho que posso vir até o lago, não é?

– Claro. – respondi com tom indiferente.

Percebi que ele voltou a me olhar, mas como ele estava sentando e eu permanecia de pé agora ao seu lado seu olhar abaixou. Olhei na mesma direção que ele e vi que o loiro encarava com expressão curiosa minha mãe esquerda que quando olhei também, vi meu celular prateado. Que droga! Eu escondi minha mão atrás das vestes como se tal ato fosse adiantar de alguma coisa.

Ele revirou os olhos e voltou a olhar o lago.

Eu respirei fundo e me abaixei, sentando-me ao seu lado. Ele me olhou desconfiado e eu lhe estendi o celular.

Seu olhar passou da desconfiança a surpresa e eu disse:

– Pegue. Você queria saber o que é... – eu disse. Ele hesitou por um momento, mas pegou o aparelho – É um celular. É com isso que os trouxas se comunicam uns com os outros a longa distância. Assim como nós fazemos com as corujas.

– É muito pequeno... – ele comentou.

– É, mas os trouxas se viram razoavelmente bem para quem não tem qualquer tipo de magia. Este aparelho é bem melhor que nossas corujas.

– Nada que os trouxas fazem pode ser melhor que... – Malfoy começou automaticamente, mas surpreendentemente se interrompeu, pareceu reprimir qualquer coisa que havia pensado e disse – Deixa pra lá.

Eu sorri. E fiquei surpresa por sorrir com ele, mas sorri.

– Não esperava que tivesse mudado tanto. – eu disse irônica.

– Velhos hábitos...

– Bom, mas se você quer saber por que eu digo que isso – apontei para o celular – é melhor que nossas corujas, é porque eu posso ouvir a pessoa com quem falo ao mesmo momento que ela fala. Admita que é melhor do que esperar dias por uma resposta. – eu falei.

– Como pode ser tão veloz? – ele perguntou.

– Os trouxas criam coisas que substituem a magia em sua vida. Eles criaram um sistema de rede telefônica que faz com que todos que tenham um desses possam se comunicar com tal rapidez.

Draco ergueu uma sobrancelha como se eu falasse em outro idioma.

– Cada aparelho desses tem um número particular. – comecei a falar novamente – Digamos que se você tivesse um desses e discasse meu número e depois clicasse no botão verde, o meu telefone tocaria e quando eu também apertasse o botão verde poderia ouví-lo, assim como você poderia me ouvir. – era estranho explicar tudo aquilo à Draco Malfoy, ali no meio do nada. Suas reações eram divertidas, mas era muito compreensível. Obviamente nunca tivera qualquer contato com trouxas, ao contrario de mim que nasci trouxa.

– É... – ele começou.

– Muito legal? – tentei completar.

– Interessante. – ele corrigiu-me devolvendo meu celular.

Eu ri novamente.

– Você fala com seus p... Conhecidos, com isso? – ele perguntou. Eu notei que ele ia falar “com seus pais” e senti um aperto em meu coração, mas me senti grata por ele mudar a frase.

– Sabe essa rede que eu falei que os trouxas criaram para poderem usar isto?

– Uhum. – ele respondeu.

– Ela não passa nem perto de algo tão magicamente protegido como Hogwarts. Sem rede, sem comunicação. – eu expliquei.

– Acho que seus trouxas não são tão eficientes. – ele disse com um risinho.

– Eles não são preparados para lidar com magia, nem sabem que ela existe. Como fazer algo a prova de magia se você não tem conhecimento de sua existência? – reclamei chateada e ele voltou a rir e não respondeu tal pergunta.

– Mas as informações foram muito úteis para a aula de Estudo dos Trouxas, Sabe-Tudo, valeu.

– O que? Estudo dos Trouxas? – fiquei tão surpresa com essa parte que ignorei o “Sabe-Tudo” – Draco Malfoy fazendo Estudo dos Trouxas? Está brincando não é?

Ele fez uma careta.

– Claro que não, Granger. Minerva fez toda a Sonserina cursar todas as matérias “opcionais” – ele fez aspas com as mãos – esse ano. E eu nem deveria falar isso pra você.

– Um tipo de punição? – perguntei.

– Talvez, embora ela não possa fazer isso diretamente. Ela disse que é pra despertar nosso interesse por diferentes assuntos. – ele riu sem humor – Até parece...

– Mas sabe, ela está certa. Fará muito bem a vocês conhecer essas matérias.

– Disse a garota mais inteligente de Hogwarts. – ele respondeu sarcástico e eu corei. Ainda bem que era noite.

Eu ri e respondi:

– Obrigada.

– Não foi isso que eu quis dizer... – ele disse confuso e eu ri ainda mais. Pude percebi, mesmo com pouca luz, que o canto de sua boca se puxava para um sorriso também, mas ele logo disfarçou.

– Está ficando muito escuro. Devemos ter passado do toque de recolher. – eu disse olhando os lados e me levantei – Melhor entrar.

– Vou ficar. – ele disse.

Eu dei de ombros.

– Você que sabe. Boa noite. – respondi. – E boa sorte com todas as matérias. – acrescentei educadamente.

Pude ver ainda ele me olhar e responder:

– Obrigado.

Eu assenti e comecei a andar em direção ao castelo o mais rápido que pude.

O que havia dado em mim? Ontem mesmo eu gritei com ele e acusei de atrocidades, hoje eu estava conversando e até rindo com ele. Eu fiquei maluca? Ele é Draco Malfoy. Ele não pode mudar seu passado mesmo que se arrependa e seja diferente daqui para frente, não é? Ou eu que não sou capaz de esquecer?

Mas é bom saber que podemos conviver civilizadamente. E também foi bom rir um pouquinho.

Ele... Não parece ser alguém tão ruim...

Eu disse só que não parece.

POV DRACO

Eu fiquei maluco ou estava mesmo conversando com a Granger? Ela me odeia, não dá pra entender porque estávamos aqui tento uma conversa tranquila sobre coisas como trouxas e o meu número de matérias esse ano.

Mas ela parecia sinceramente estar se divertindo dando aquela mini aula sobre como os trouxas vivem sem magia e aquela coisa que eles usam para se comunicar.

E só pra constar eu não quis elogiá-la com o “garota mais inteligente de Hogwarts”. É simplesmente o que sempre disseram dela, não é?

Mas também é bom saber que sua presença é suportável. Não que ela seja alguém legal e todas essas coisas. Só disse que ela não é tão insuportável.


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Tomara que sim *--*
Eu espero muito que estejam gostando da fic.
Comentem para que eu saiba a opinião de vocês sobre a história e quem quiser favoritar, fique à vontade. kkkkkk'
Beijão para vocês e até o próximo capítulo o/