DRAMIONE || Compreendendo o inimigo escrita por Corujinha


Capítulo 15
Como quebrar uma escova e o pequeno plano de Gina


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas! Estou passando mega rápido só pra deixar o capítulo que eu acabei de escrever.
Boa leitura, um beijão, amores.



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POV HERMIONE



– Garota, será que você pode me deixar dormir? - ouvi a reclamação da Mulher Gorda enquanto tentava entrar no salão comunal da Grifinória.

– Por favor, me deixe passar, eu já disse a senha correta. - eu pedi impaciente.

Ela fez cara feia e me deu passagem. Eu tentei ser o mais silenciosa possível ao passar pelo salão comunal e subir para o dormitório. Eu estava encharcada, a chuva estava bem forte lá fora, mas eu havia ficado lá mesmo assim por algum tempo.
Peguei meu pijama e tomei um banho rápido. Quando saí do banheiro deitei-me em minha cama e fiquei rolando. Mesmo sendo tarde não consegui pegar no sono rapidamente, então sentei-me e olhei os lados. Todas estavam dormindo, mas o dormitório estava bagunçado, coisa que eu não havia notado quando cheguei.
Em seguida vi que em cima da minha mesinha de cabeceira tinha um pedaço de pergaminho com uns doces ao lado. Elas devem ter feito uma "mini festa" com um bando de doces. Aposto que foi Gina que deixou esses aqui.
Peguei o pergaminho e procurei minha varinha.
– Lumus.
Li tudo o que estava escrito. Dizia que a visita ao povoado de Hogsmeade era na primeira semana do mês que vem, que na verdade era daqui a duas semanas.
Isso me animou, seria ótimo sair um pouco do castelo e ir até o povoado. Eu lembro que a Dedos de Mel sempre ficava abarrotada de alunos e nós comprávamos um carregamento de doces. Até ri da lembrança.
Mas talvez algo me impedisse que aproveitar esse dia esse primeiro dia de passeio em Hogsmeade. Lembrei do telefonema de tia Elizabeth. Ela queria me ver rapidamente e queria que quando eu pudesse sair do castelo, encontrasse com ela em algum lugar de Londres. Eu provavelmente teria que aparatar de lá sem que ninguém visse.
Isso era errado. Não era contra a lei, mas também não era correto. Legalmente já tenho idade pra aparatar e não vou estar dentro dos terrenos de Hogwarts, mas mesmo assim ainda sou aluna e estou submetida as regras do colégio como qualquer outro. Será que Minerva me deixaria ir se eu pedisse...? Talvez eu devesse tentar.
Melhor pensar nisso depois.

– Nox.

Deixei o pergaminho novamente em cima da mesinha e tentei esvaziar minha mente para dormir bem. Não deu muito certo.

Eu estava de novo na mansão Malfoy, mas dessa vez de pé perto da parede do lado esquerdo. Olhei para o chão e depois para os lados. Bellatrix não estava lá, ela não estava me torturando. Olhei meus braços. Nem uma marca.

– Ela não está aqui. Ela não é minha família. Não quero ser como ela. - Draco estava ao meu lado falando de sua tia e me surpreendeu com sua fala repentina.

– Não precisa ser como ela. - respondi - Eu quero sair daqui. Por favor, me tire daqui. - implorei a ele, mas seu rosto tinha uma expressão triste.

– Não pode sair. Eles não vão deixar. Eu não quero ajudar, mas ele a torturou também. Não quero fazer isso. - ele parecia cada vez mais atormentado, estava me assuntando, parecia a ponto de enlouquecer.

– Eles quem? Por que não posso sair? - coloquei-me a sua frente, em seguida segurei sua mão - Olhe pra mim. Draco, olhe pra mim! Pode ser diferente, me tire daqui ainda podemos ajudar.

– É tarde demais...

– Não... Não! - eu soltei-o e corri para a porta, mas Lúcio Malfoy estava lá e impediu minha saída.

– Bom trabalho, filho. - ele disse.

Eu olhei incrédula pra Draco.

– Eu confiei em você! - gritei.

– Tola! - Lúcio respondeu. - Onde está o Potter!?

Eu procurei minha varinha, mas ela não estava comigo.

– Expelliarmus! - conjurou Lúcio Malfoy e caí batendo a cabeça muito forte no chão.

Não consegui abrir os olhos, a dor era bem forte. Perto de mim ouvi uma risada horrível e passos que ficavam cada vez mais próximos. Era inconfundível, não havia como não saber quem era. Entrei em pânico.

– Nós encontramos novamente. - disse Bellatrix. - Crucio!

– NÃO! - acordei desesperada.

– Mione! Por Merlin, o que houve? Você está bem? Fala comigo! - Gina correu até minha cama e sentou-se ao meu lado, a preocupação estampada no rosto.

Eu apoiei minha cabeça nas mãos e respirei fundo várias vezes.
Por que? Por que ele tinha que estar no meu sonho? Nos meus pesadelos! Essa maneira horrível como ele aparece, eu odeio isso! Ter que viver isso de novo e ele...

– Eu tenho vontade de ir onde ele está e gritar com ele, perguntar quem ele pensa que é pra entrar nos meu sonhos dessa maneira, como se já não fosse bem ruim quando ele não interferia... - eu disse tudo rápido demais.

Gina me abraçou carinhosamente.

– Ei, calma. - ela segurou meu rosto e afastou um cacho - Malfoy? - ela perguntou baixinho.

Fiz que sim com a cabeça e percebi que lágrimas começavam a deslizar por meu rosto. Afastei-as rapidamente.

– Como sabe? - perguntei.

– Você... Falou o nome dele. - ela me contou.

– O que? - respondi surpresa - Ah não. - voltei a apoiar meu rosto nas mãos, envergonhada - Alguém ouviu além de você?

– Fique tranquila, as meninas saíram cedo. Eu que fiquei, queria falar com você. - ela explicou.

– Obrigada. - agradeci finalmente olhando pra ela - O que queria me falar?

– Nada importante, só fiquei curiosa por você ter sumido, e pelo jeito, chegado tarde, mas tudo bem se não quiser conversar agora. Você acordou muito assustada, é melhor tomar um banho. - ela me aconselhou.

– Tem razão. - esforcei-me para me levantar e peguei minha roupa direcionando-me ao banheiro - Gina! - chamei e minha amiga olhou pra mim - você pode ficar? Acho que preciso conversar com alguém... - eu pedi. Eu realmente tinha pensado em dar uma desculpa pra minha amiga ontem, mas eu senti que precisava conversar com ela depois desse pesadelo.

– Claro. Vou esperar aqui. - ela sorriu calorosamente e sentou-se em minha cama de pernas cruzadas para esperar até que eu saísse.

Eu entrei no banheiro andando trôpega. Lavei o rosto e depois tomei um banho mais demorado do que eu havia planejado, mas em seguida me vesti rapidamente porque Gina estava me aguardando. Quando sai do banheiro, sequei o cabelo e o prendi em um coque alto, estava ficando um tanto incômodo, já estava grande pois eu não o cortava há um bom tempo.

– Ah, não. Seu cabelo está tão lindo, não prende assim. Posso fazer algo nele? - ela perguntou e fez aquela cara que dá dó em qualquer pessoa.

– Tudo bem. - eu suspirei e me sentei na cama.

– Eba! - ela comemorou e foi até sua mesinha de cabeceira e pegou uma bolsa vermelha média que tinha suas coisas de cabelo e maquiagem.

– Mas isso é meio desnecessário, Gina. Eu não sou sua boneca pra você fazer experimentos no meu cabelo. - reclamei.

– Experimentos? Eu não faço experimentos, eu sou expert nisso. Agora, fica quieta aí. - ela disse e abriu a bolsa e começou a pegar pentes, escovas e outras coisas que não fiz questão de prestar atenção.

– Sinta-se a vontade quando quiser começar a falar. - ela sugeriu.

– Com você mexendo no meu cabelo!?

– O que que tem? - ela perguntou, inocente.

Fiquei em silêncio. Pensei em como falar, respirei fundo algumas vezes, mas por fim disse:

– Eu estava com Malfoy.

– Eu suspeitava disso. - ela disse e eu percebi seu tom um tanto alegre.

Voltei ao silêncio por alguns instantes. Mesmo pra Gina eu tinha receio de falar isso, na verdade eu não sabia como contar. Então talvez eu possa ser simples e direta.

– Gina?

– O que foi? - ela respondeu.

– Nós nos beijamos.

Ouvi um silêncio momentâneo e depois algo caindo e se quebrando.

– Ah, Merlin. - Gina abaixou-se procurando algo.

– Gina, o que foi isso?

– Eu derrubei a escova no chão, ah não, ela quebrou!

– Gina, me desculpa... - comecei.

– Hermione Granger, esqueça isso e repita o que você acabou de falar que eu acho que eu escutei errado. - ela disse pegando os dois pedaços da escova quebrada e jogando em cima da minha cama. Em seguida ela se sentou se frente pra mim.

– Bom, provavelmente você escutou certo. - eu disse me obrigando a não ficar vermelha - Nós... Nos beijamos. - eu disse e esperei a reação que ela teria agora que não tinha nada quebrável em mãos.

Ela levou uma mão à boca e seus olhos ficaram arregalados.

– Não acredito... - ela disse e, pra minha surpresa, abriu um logo sorriso e pulou sentada na cama dizendo - E aí? E aí?

– O que?

– Como foi, ora? - ela perguntou afoita.

– Eu não sei...

– Como não sabe? Fala sério, não é a primeira vez que você beija um cara, você tem que ter alguma conclusão sobre como foi!

– Eu sei, mas... Foi diferente...

– Diferente pra bom ou pra ruim?

– Gina, está me deixando nervosa.

– Desculpa, desculpa. Mas eu sabia que isso ia acontecer - ela levantou-se e caminhou de novo até o meu cabelo e voltou a mexer nele - desde que tudo isso começou... Eu sabia! - ela disse convicta - E agora? Vocês vão se falar como pessoas normais? - ela riu.

– Gina, eu... - comecei.

– O que?

– Pedi que ele fingisse que nunca aconteceu.

– O QUE!? - ela parou novamente de mexer no meu cabelo e fez com que eu olhasse pra ela - Por que?

– Gina, seja razoável, não há como isso... - ela não me deixou completar.

– Seja razoável você, Hermione Granger! Eu tenho muitos motivos pra não gostar de Malfoy, mas sei que as pessoas não voltaram as mesmas que eram antes, e sei que você está confusa, mas que está sentindo algo por aquela maldita doninha porque se não, não estaríamos aqui tendo essa conversa. - eu tive que rir desse antigo apelido de Malfoy. - Amiga, eu sei que o que aconteceu na mansão Malfoy ainda te atormenta, mas por favor siga em frente. Ele está fazendo isso, é o que parece. E de uma maneira que ninguém esperava, diga-se de passagem, conquistando a nossa Hermione.

– Ele não está fazendo isso! - bufei.

– Ah não? Então porque beijou ele? - ela perguntou.

Eu abri a boca, mas não tinha uma resposta. Fiquei em silêncio por alguns instantes e quando Gina voltava novamente aos meus cabelo e disse:

– Não faço a menor ideia.


(----)



– Pronto! - ela disse e mandou que eu fosse até o espelho.

– Gina, ficou... Nossa! - não achei uma palavra boa pra definir. Meu cabelo estava soltou com as pontas cacheadas, a franja bem feita (o que é um resultado que só ela consegue, eu desisti há um tempo) e com cheiro de creme de rosas.

– É ficou ótimo mesmo. De nada. Agora eu to morrendo de fome, vamos descer, ainda deve ter algo no Salão Principal. - ela pediu.

– Eu preciso ir ao corujal antes...

– Então podemos nos encontrar no Salão daqui a pouco? - Gina perguntou.

– Claro. Eu chegou lá rápido.

– Okay. - ela guardou suas coisas e jogou em cima de sua cama, em seguida veio até mim e me deu um abraço - Pensa no que eu te falei, tá?

– Vou pensar. Obrigada, Gi.

– De nada. - ela disse e disparou para fora do dormitório.

Eu fui até minha mochila e peguei pergaminho, pena e tinta. Depois de alguns minutos havia escrito um recado para minha tia sobre minha saída do castelo para Hogsmeade dali a duas semanas. Pedi que ela escolhesse algum lugar conhecido em Londres e que me respondesse assim que possível.
No destinatário "Elizabeth Jones, algum lugar da França."
Ela não tinha tido de me dizer onde exatamente estava, mas pelo que escutei ao telefone, a França era meu melhor palpite, e pelo que lembro, tia Elizabeth era uma viajante por natureza, não me surpreenderia nada ela ela estar lá. Sim, era um endereço vago, mas não podiam existir tantas Elizabeth Jones na França e é de se surpreender a inteligência das corujas.
Saí rapidamente para o corujal.


(----)


Quando cheguei ao Salão Principal, já estava quase vazio. Gina ainda estava lá por ter chegado atrasada, as outras mesas tinham algumas pessoas, menos a da Corvinal, esta estava vazia.

Minha amiga estava lendo uma carta quando cheguei. Sentei ao seu lado e me servi enquanto ela terminava a leitura, quando terminou perguntei:

– Notícias de casa?

– Sim. E boas finalmente. Parece que Jorge está melhor. Mamãe disse que ele "finalmente parece estar voltando a vida", ela disse que está muito contente. - Gina me deu a notícia.

– Ah Gi, isso é maravilhoso. - eu disse feliz.

– Sim. Isso me deixa mais aliviada também.

Peguei um doce.

– E os garotos, onde estão? - perguntei.

– Quando cheguei eles estavam saindo, Rony não me disse onde estavam indo. - Gina respondeu.

– E Harry?

– Também não... - ela respondeu e pelo incômodo percebi que as coisas ainda não estavam bem.

– Ele... Ainda não voltou a falar com você? - perguntei.

– Na verdade ele fala, é só que... Bom, fica uma tensão incômoda no ar... - ela disse, mas mudou de assunto - Esqueça isso, vai ficar tudo bem. Ahn... Por falar em garotos, alguém parece ter ficado um tanto decepcionado quando você não entrou no Salão junto comigo?

– O que?

– Olha pra frente - ela disse baixinho e de repente pareceu muito interessada nos doces à mesa.

Eu olhei pra frente e logo encontrei Draco Malfoy à mesa sentado com um de seus amigos. Este disse algo que fez o loiro rir e em seguida ele virou-se e encontrou meu olhar. Eu desviei rapidamente, mas acabei por olhar novamente. Ele ainda olhava pra mim e quando me flagrou, semicerrou os olhos fingindo uma expressão interessada com um sorriso sarcástico.
Não conseguir não rir.

– Por que você não sai? - Gina sugeriu.

– Está me expulsando, Gina Weasley? - perguntei.

– Eu? Imagina. Só saia e eu espero que me agradeça um dia. - ela disse com um sorriso travesso que me deixou desconfiada.

– O que?

– Vai! Me espera lá fora.

Eu não entendi nada, mas me levantei e andei até a saída do Salão, confusa. Olhei o fim do corredor quando saí, estava vazio, os alunos provavelmente aproveitando o fim de semana já que o dia não estava tão frio.

– Esperando alguém? - Malfoy apareceu atrás de mim, me surpreendendo.

– O que está fazendo aqui?

– Sua amiguinha ruiva fez cara feia pra mim e apontou sua saída. Tem algo a me dizer a respeito?

Com certeza eu queria dizer que Gina não ia sobreviver a próxima vez que eu a encontrasse.

– Não. - respondi tentando parecer convicta.

– Hum... - ele me olhou não convencido. Se aproximou de mim e disse baixo - Você tá incrível, assim fica difícil fazer o que você me pediu ontem.

– Você disse que ia fingir que nunca... - eu comecei.

– Eu não disse nada. - ele me interrompeu - Vamos, Granger, eu sei que não foi nada ruim pra você.

– Por favor... - falei, alguém podia sair do Salão a qualquer hora, isso me deixava nervosa.

– Me encontra lá de novo? - ele disse com uma expressão descarada.

– O que? Não!

– Eu sei que você vai. Vou esperar você lá a mesma hora, Granger. - ele piscou pra mim com um sorrisinho e foi embora.

Que... Cara de pau! Eu não vou. Não vou estar lá, não vou!
Saí pisando duro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem... Beijooos