Causando CAOS na Terra Média escrita por GreenLaufeyson


Capítulo 23
Quem canta os males espanta


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu novamente com mais um capítulo. Espero que gostem, é um cap bastante importante.



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Ayla

— EU ESCOLHO DEEEEEUS - Bela canta, erguendo um braço enquanto descemos a escadaria sinistra em direção ao...não sei

— EU ESCOLHO O CAMINHO DE DEEEEUS - Tay, logo atrás dela, continua 

— EU ESCOLHO CRISTO TODO DIA

— Calem a boca, mas que porra! - falo apertando com força o novelo de lã - Já não basta parecer que estamos caminhando rumo aos portões do inferno não?! 

— É exatamente por isso que estamos cantando sua burra. Nunca ouvir dizer que quem canta os males espanta? - Bela revira os olhos. Abro a boca para retrucar mas, ao perceber isso, ela prossegue - E nem venha me dizer que não acredita, porque nós mesmas cantamos pros trolls aquela vez e no final estávamos vivas e bem, e não no estômago deles 

— Vai achando viu bebê - reviro os olhos

— Garota de pouca fé você hein

Paramos de andar ao chegarmos finalmente no fim da longa escadaria.

— Agora é a hora minha gente, vamo que vamo! - sorrio - Aqui é coragem

— Olha não deve ser tão ruim assim...né? - Bela ri, só que de nervoso - Me dêem só um minutinho pra reviver o sonho de encontrar uma janelinha que dê no quarto do mozão e não me cagar inteira aqui, pode ser?

— Eu tô só esperando um barulho pra poder voltar correndo pro quarto - Tay declara alisando sua túnica 

— Acho que não vai ter nada de assustador por aqui não...talvez um cadáver aqui e outro ali, mas nada de mais - comento fingindo seriedade

— Você claramente NÃO está ajudando! 

— E nem tentando - rio maligna os fazendo resmungar - Agora chega de fazer hora, temos muito o que explorar!

Serião eu to animada! Vai que eu encontro um fóssil de uma antiga aranha das cavernas (???) Posso vender e ficar muy rica!

— Ayla, eu esqueci de te falar - Bela me segura pelo pulso. Certeza que falar isso agora só pra atrasar mais aff - Um elfo veio, em nome do Glorfindel, falar comigo. Ele queria saber sobre você 

— O que ele queria saber exatamente?

— Ah - ela bufa, meio contrariada - Não sei, ele fugiu de mim - ela me lança um olhar maligno ao notar que eu ia começar a rir - Procura o Glorfindel depois

— Tá ok meu anjo - respiro fundo tentando controlar a risada - Eu só não vou rir agora por precaução, vai que dá um eco e bichos voadores nos ataquem bem no meio da cara - ergo a mão indicando silêncio e aponto para frente logo em seguida

Estico o braço para que a vela possa ter um maior alcance na escuridão e Bela e Tay, tentando não tremer e agora tremendamente quietos, fazem o mesmo. 

Começamos a andar. 

Nos encontramos em um vasto salão, teias de aranha pendem por toda parte em troncos retorcidos e pelas paredes, a poeira flutua livremente e uma brisa fria circula no local apesar de não haver nenhuma janela a vista. Acelero o passo, observando as paredes em busca de marcas ou qualquer coisa que possa indicar de que há, ou havia, algo ali. 

— Seria uma passagem para os criados que fora esquecida com o tempo? - comento comigo mesma ao me deparar com três portas de madeira antigas, cada uma com cerca de um metro de distância uma da outra, do outro lado do salão.

Começo a andar em direção as portas, deixando marcas de pegadas no chão coberto de poeira e ignorando os espirros sonoros e os resmungos de "maldita rinite" da Bela alguns metros atrás de mim. Me aproximo da primeira porta colocando o novelo de lã debaixo do braço e tiro meu garfo do meu "compartimento secreto" o erguendo como uma arma.

— Chegueeeeei, to preparada pra atacar - canto baixinho, erguendo a mão em direção a porta. Foi quando...

— TAY MAS QUE CARALHO SAI DAÍ - escuto Bela berrar e suspiro - AYLA! AYLAAAAAAA! 

— Mas que que foi diaba? - pergunto sem me virar e retiro a mão da porta  - Você tá interrompendo meu momento Sherlock Holmes

— Tay fez um círculo de sal grosso e se recusa a sair dele!

— Mas é o que? - me viro rapidamente e a cena com a qual me deparo me faz querer sair por aí arrancando cabeças 

 Tay, vermelho de raiva, está realmente dentro de um círculo feito de sal e uma Bela igualmente furiosa está tentando o puxar para fora de todas as maneiras possíveis.

— Não é sal grosso sua tonta, é o normal porque não tinha na cozinha e... e nem na Terra Média, pra ser mais exato! 

— Eu não me importo se é grosso, fino ou simplesmente satisfatório não  (?????) SÓ SAIA DESSA PORRA PORQUE TEMOS MAIS O QUE FAZER - praticamente berro ao interromper, apontando o garfo na cara dele

Essa criatura resolve dar uma de mula e empacar logo agora que eu tava inspirada!

— NÃO! AQUI EU TÔ PROTEGIDO DE MONSTROS E MAUS PRESSÁGIOS! Bom que já serve também pra evitar as macumbas da Nerwen.

— Ok então - Bela para de puxar, cruza os braços e lança um olhar mortal pra Tay - Eu tentei. Quando o primeiro bicho aparecer pra comer seus órgãos não diga que eu não avisei!

— Vai ficar aí mesmo? - pergunto massageando as têmporas

— Vou - ele se senta e pega seu candelabro que tinha colocado no chão ao começar a briga. Bela também pega o dela - Boa sorte pra vocês duas, vão precisar da porta pra lá. Mas ó, caso apareça algo se entreguem de oferenda, tá? Eu sou lindo demais pra morrer - ele pisca inocentemente fazendo Bela revirar os olhos e sair andando na direção da primeira porta. Vou logo atrás.

Bela

— Ruivo idiota - resmungo, esticando o braço na direção da porta para poder abri-la - Trouxão - empurro a madeira com força até que a mesma ceda, Ayla para ao meu lado, guarda o famigerado garfo, e começa a empurrar também 

— Que pesado - ela resmunga - Quem diria que esse pedaço de madeira podre e caindo aos pedaços ainda seria tão resistente? 

— Nunca julgue uma porta pela quantidade de mofo em sua superfície (?) - sorrio ao finalmente conseguirmos abri-la. 

Observo o outro lado, um corredor escuro e bastante estreito se estende adiante. Semicerro os olhos tentando forçar minhas vistas a verem onde termina, porém, sem sucesso.

Olho para Ayla, o novelo de lã em sua mão não passa de um pequeno montinho agora. Ela pega outro novelo de dentro de sua mochila e amarra a pontinha no que restou do último, ao terminar entramos no corredor e começamos nossa segunda parte desta pequena jornada.

****

Ao caminhar pela passagem percebo que ela é fria, porém seca. Nossas velas iluminam pouca coisa a frente, mas o bastante para que possamos distinguir uma espécie de arco de pedra no final do corredor, dando para algum tipo de sala e ...

...uma sensação, um impulso que apareceu do nada, me faz acelarar o passo na direção da sala... sala que por algum motivo me atrai, que por algum motivo me faz querer estar lá. Ayla, ao meu lado, parece sentir o mesmo, se seus lábios franzidos e o olhar vidrado são alguma indicação.

Passamos sob o arco de entrada e paramos dentro da extensa sala, que estaria totalmente vazia se não fosse pelo pequeno pedestal com uma árvore entalhada cheia de ramos. Embaixo, sob o pedestal, uma bacia de prata rasa e bastante larga e uma jarra. Um pequeno riacho se encontra ao canto.

— Você também sentiu isso? - Ayla pergunta em sussurros e coloca a mão direita sob o coração, parecendo voltar ao normal juntamente comigo

 - Senti, não gostei e também não entendo...é quase como se esse lugar estivesse nos chamando, nos persuadindo para que entrássemos aqui - franzo as sobrancelhas 

— O engraçado é que aqui não tem porra nenhuma - ela resmunga

— Amiga eu quero sair daqui. NUNCA pode ser bom uma sala que te persuade! - cutuco Ayla que olha em direção de algo com a cabeça inclinada para o lado, parecendo concentrada

— Se bem que...acho que não é a sala e sim o que tem aqui. Como um impulso para que a gente entre e veja...

— Mas é como você mesma disse, não tem porra nenhuma aqui

— Tem o pedestal com a bacia...- ela aponta para o centro, com os olhos azuis arregalados - ...Que na verdade nem é o que parece... É um espelho, um espelho de Galadriel, olhe! O que nos mostra o futuro! Sabia que essa coisa me lembrava algo, é exatamente igual a descrição do livro! Pelo menos no quesito aparência 

Me viro para olhar, porém sem me aproximar um passo. 

— Não exatamente de Galadriel, mas não sei se tem um nome específico. Tipo, aquela bola de gude grandona é Palantir - ela completa, correndo em direção ao espelho e iluminando o entorno com sua vela - Vem logo que essa coisa mostra o futuro!

— Calma que eu nem processei a primeira informação ainda - franzo o cenho - Agora sim - sorrio assim que minha lerdeza se esvai (?)

Corro até parar derrapando ao lado de Ayla que me olha reprovadora, como se dissesse "Vai jumenta derruba mesmo". 

— Como Thranduil tem esse tipo de coisa logo debaixo do nariz dele e não sabe? - Ayla indaga colocando seu candelabro ao lado do pedestal - É poderoso, porque a partir do momento que você descobre o futuro pode tentar altera-lo! Imagine o que um item desse pode oferecer em uma guerra

— Mas tem a questão da magia também 

— Talvez não seja necessário...vamos ver - ela coloca o novelo de lã no chão e se curva para pegar a bacia e a jarra. Me entrega a bacia, que coloco sob o pedestal, e segue em direção ao riacho para encher a jarra.

Olho fixamente para a bacia sobre o pedestal, tentando entender. Nós não achamos um simples espelho usado pra ver se o batom tá borrado não, povo. Nós achamos um que mostra o futuro! Se essa coisa, caso a magia não seja necessária, cair em mãos erradas pode ser muito perigoso. 

Ayla volta e enche a bacia até a borda.

— Agora sai pra lá que quero ver se no futuro eu e Legolas vamos estar juntos e com um warg de estimação (?) - empurro Ayla para o lado, que resmunga um "anda logo que eu também quero olhar", e coloco as mãos nas bordas da bacia. Olho para a água de aparência sólida e escura (Espelho, sei lá) - Vamos coisa funcione 

Pelo mais incrível que pareça funcionou e imediatamente o espelho ficou transparente. 

Ayla

 Não havia se passado nem um minuto que Bela olhava para o espelho quando seu rosto começou a perder toda a cor e suas mãos começaram a tremer. Corri para tira-la de perto do espelho logo após ela gritar um sonoro "NÃO".

— BELA - a puxo pelo braço - Bela olhe para mim! - ela se debate, tentando desesperadamente voltar para o espelho. Eu a abraço com força. Que foi? Eu também sei ser sensível 

— Me solta, Ayla! - ela grita assustada, com toda certeza pelo que viu - Eu preciso ver! Entender! 

— No momento você precisa se acalmar, ok? - aliso seus cabelos - Você precisa me contar o que viu

— Esse espelho deve estar zoando com a minha cara! Deve ter ficado "bora fazer de retardada essa trouxa ae que acha que pode me olhar de graça" - ela se afasta de mim, olhando com ódio para o espelho

— Se você não me contar eu não vou poder dar meus conselhos maravilhosos

— A gente não devia ter mexido nessa merda, bem que eu me lembro de Galadriel dizendo que...

— Isabela anda logo que eu não estou por sua conta não - disparo, revirando os olhos. Ela respira fundo, apertando as próprias mãos tentando faze-las parar de tremer e por fim olha pra mim.

— O espelho me mostrou um jardim belíssimo enfeitado com diversas flores, onde sol brilhava e o vento batia nos galhos das árvores. Elfos e elfas vestidos com as mais belas roupas estampavam sorrisos imensos e aplaudiam, olhando na direção de uma imensa imensa árvore onde sob ele se encontravam uma mulher que não consegui ver direito e Legolas, com um sorriso de canto, um diadema sobre os cabelos loiros e uma túnica prateada. A imagem ondulou e mudou, ficando cinzenta e logo após voltando ao transparente. Foi ai que tudo mudou, como a calmaria antes da tempestade...os sorrisos sumiram, os aplausos pararam e os olhares ficaram petrificados, ninguém entendia como tinha acontecido, um ataque não esperado, e o desespero começou... quando vi as roupas estavam agora vermelhas, não só as roupas mas as flores e o resto...com sangue. Orcs saiam de todos os lados com espadas nas mãos matando todos a frente e corriam, corriam na direção de Legolas.  O espelho mudou novamente, e quando voltou tudo estava coberto de névoa, vi corpos ensanguentados em pilhas e elfos tentando resistir. E ao canto...ao canto vi Legolas novamente, com uma flecha perfurando o coração.


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Notas finais do capítulo

Eai? MUAHAHAHAHA.
VÊ SE O CORAÇÃO AGUENTA
Entenderam agora a sinopse da parte 2? Lembrando que, ainda faltam informações cruciais, que deixei para o próximo cap.
Espero vocês nos comentários!
Até o próximo cap!



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