TWO FACE´s escrita por Cyn


Capítulo 23
Intrigues




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Intrigues

Agora que eu tenho o mini uniforme de torcida me pergunto: Como eu vim aqui parar? Já usei roupas mais curtas que estas e que mostravam muito mais mas também eu era outra pessoa. Estas roupas apenas mostram uma coisa: Muita falta de gosto. Pelo menos poderia ter escolhido uma cor melhor do que preto sujo com apenas uma risca vermelha na barriga.

Mas acho que era para combinar com os dos rapazes vistos que eles também estão de preto.

Oh bem, que seja o que deus quiser.

Depois de eu ganhar coragem suficiente, e de Rose me puxar para fora do balneário á força, sai e fui ao encontro dos outros á frente das bancadas. Eu podia sentir meu rosto vermelho de frustração principalmente quando Alexy assobiou.

–Eu não disse que amava esses uniformes.- Jass diz e eu dei-lhe uma cotovelada com uma carranca e ele riu.

–Cala a boca! Isto é humilhante.

–Não digas asneiras, Amy. Estamos fantásticas!- Rose diz animada baloiçando os pompons.

–Estais lindas.- Dajan diz-me beijando no rosto.

–Isto é humilhante, Dajan.- Gemo escondendo a cara no ombro dele. Ele me abraça rindo e tento me esconder mas é inútil porque ainda podia sentir olhos nas minhas pernas.

–Eu não acho nada humilhante.- Ouvi Armin murmurar e sai dos braços de Dajan para o fuzilar.

–Deixa-os, Amy, são rapazes.- Li revia os olhos e vai para o pé das outras meninas sentadas no banco.

–Li tem razão. Rapazes, não mudam. Espera até eles verem os uniformes de verão.- Rose diz.

–O quê?!- Os rapazes gritam assim como eu. Mas claro, por razões completamente diferentes.

–Têm muito menos roupa.- Rose explica e eu gemo de frustração.

–Os jogos vão ser tão lindos.- Jass diz com um ar sonhador. Não me aguento e dou-lhe uma bofetada na cabeça.

–Acho melhor ficares calado, maninho.- Jason ri junto com os restantes.

–Amy, querida, eu prometo não olhar para ti… muito.- Mal ele acaba eu bufo enquanto os idiotas riem.

–Nós não temos culpa de seres… assim.- Alexy diz fazendo curvas no ar.

–Eu também não vou ter culpa quando não podereis ter filhos.

Desta vez quem ri é Rose da cara de bobos dos rapazes. Eu sou uma mulher e como mulher preciso de saber sempre o ponto fraco dos meus opositores, neste caso, dos rapazes.

–Quem é que não pode ter filhos?- Alec perguntou aparecendo vestindo o uniforme da escola dele. Azul e branco.

–Os rapazes se não se calarem depressa.- Digo inocentemente.

Ele sorri e cruza os braços sobre o peito.

–Não sejas má com eles, Amy. Já que vão perder têm de passar o tempo olhando as raparigas da claque. Pelo menos o jogo não será desperdiçado.

Eu e Rose rimos enquanto que Castiel saltou das bancadas e se pôs á frente dele tenso. Vai haver bomba.

–Achas assim tanto que és melhor do que nós?

–Melhor não, apenas superiores.

Castiel foi contra ele e aquilo passou para um outro lado. Jade e Lys saíram das bancadas também e puseram-se perto de Castiel.

–Isso é o que vamos ver.- Rosnou.

–Castiel, pára, mano.- Pediu Jade.

–Sim, não vale a pena.- Concordou Lys.

Reviro os olhos e vou até eles pondo-me em frente a Castiel e olhando Alec sorrindo. Rapazes não têm senso de humor.

–Muito bem, novato. Se achas que sois assim tão bons que tal uma aposta?

–Uma aposta, hem? Manda vir, Amy.- Disse interessado.

–Em primeiro lugar, eu estou a admirar a tua confiança na tua equipa. É notável.- Digo realmente admirada e ele sorri.

–Se nós não tivermos confiança quem terá?

Assinto sorrindo cada vez mais impressionada.

–Estou impressionada, Alec. Então é o seguinte, se nós ganharmos terás de ser o empregado oficial da banda durante a semana do Concurso de Bandas. Levar os instrumentos, ajudar nos figurinos, essas cenas, sem reclamar.

–Assim já gosto!- Ouço Alexy.

–Ok, mas se nós ganharmos tu terás de sair comigo para onde eu quiser, quando eu quiser, sempre que eu quiser, durante a mesma semana.

–Combinado.

–Amy, tens a certeza de que queres fazer isto?- Lys me perguntou.- Acho que não é lá muito boa ideia saíres com alguém da equipa adversária.

–Então tratem de ganhar. Vamos Rose!- Olhei para Alec e sorri.- Até.

–Nós vamos ganhar.- Disse firme.

–Eu nunca perco.- Dou de ombros e corro com Rose para o pé das outras meninas.

–Ele é um gatinho, hem?- Rose me provoca mas eu apenas reviro os olhos sorrindo e me preparo.

Ficar 90 minutos torcendo e gritando era uma dor de cabeça mas acabou sendo divertido. Tirando as partes em que Ambre vinha contra mim de prepósito mas bom…

Quanto ao jogo, os rapazes estavam loucos. Principalmente Castiel, acho que nunca tinha visto com tanta raiva. Faltavam 5 minutos para o jogo acabar. Nossa escola estava ganhando por 2 pontos. Seria impossível não ganhar. Eu avisei Alec, eu nunca perco.

Eu e as meninas fizemos uma última pirâmide acompanhada como sempre dos assobios dos rapazes e então o árbitro apita. Jogo terminado!

Eu sorrio e Dajan, Alexy e Armin se juntam a mim quando ando até Alec que está encarando Castiel com uma expressão raivosa.

–Bem, bem, bem.- Digo feliz da vida.- Parece que arranjamos um empregado, malta.

–Isto vai ser interessante.- Alexy ri.

Alec sorri envergonhado e passa a mão pelo cabelo me olhando.

–Ganhaste, Amy.

–Eu adoro essas duas palavras.- Gabo-me rindo.

Castiel tira o capacete dele e passa por Alec batendo-lhe no ombro sorrindo.

–Quem é o perdedor agora?- Castiel gaba-se indo com Jade para as bancadas.

–Não lhe leves a mal, ele é irritante assim mesmo.- Aviso-o dando de ombros.- Foi um bom jogo na mesma.

Vou até ele e beijo-o no rosto despenteando-lhe o cabelo.

–Até sábado. – Despeço-me e vou trocar-me.

Mal entro no balneário Rose me puxa pela mão e nos tranca nos chuveiros.

–Hmm, Rose?

–Preciso te contar uma coisa.- Diz eufórica.

–Força.- Encosto-me na parede e ela começa a andar de um lado para o outro hiperactiva.

–Não sei como começar.

–Pelo inicio, Rose.- Sorri divertida com a aparência dela.

–Bom, eu fui falar com Leigh sobre as flores, certo?

–Certo.

–Então… bom, eu agradeci e ele começou a dizer que não tinha sido nada e eu disse que nunca ninguém me tinha dado flores antes e ele pareceu surpreso. Perguntei-lhe porque me tinha mandado as flores e ele diz que foram para se desculpar pelo seu comportamento comigo nestes últimos dias e eu fiquei um pouco desanimada e ele percebeu. Ele perguntou o que se passava e eu tentei sair então ai…

–Rose, Rose, Rose! Passa para o fim.- Pedi rindo.

–Bom, ok. Então, nós vamos sair no domingo!- Diz eufórica e meus olhos se arregalam surpresos.

–Uau, isso é que é rapidez.

–É incrível, Amy! Simplesmente incrível!- Ela estava saltando tão animada que não pude deixar de rir e a abracei.

–Parabéns, Rose. Depois quero que me ligues e me contes tudo o que aconteceu.

–Combinado. Estou tão animada!- Diz e eu ri-o.

–A sério? Não tinha reparado.

Trocamo-nos e noto que Rose não consegue ficar quieta de tanta animação. Sorri por mim por ela estar levando seu caminho. Ela merece.

O que eu queria agora era um banho e desabar na minha linda caminha até amanhã de manhã.

–Amy, pronta?- Olho confusa para Nath que chega até mim quando eu saiu do balneário.

–Para?

–A festa? Lembras-te?

–Oh deus.- Gemo e ele me puxa para ele caminhando para o carro dele.- Esqueci-me completamente, Nath.

–Tu prometes-te que virias e vais mesmo.- Ele pôs-me no ombro dele e eu gritei rindo.

–Nath!

–Vamos lá.

Ele coloca-me no carro dele e conduz para uma mansão muito bonita. Minha boca faz um perfeito “0” assim que sai-o do carro.

–Uau.

–Gostaste, hem?

–É incrível.

–Meus pais têm bom gosto. Anda. A malta já lá está toda.- Ele pega-me na mão e entramos na mansão.

Realmente já lá estava muita gente. A maior parte já bêbedos. Não toquei em nenhuma bebida por mais que quisesse apenas fiquei a ver os outros divertirem-se até Nath começar a resmungar comigo. Puxou-me para um canto encurralando-me na parede.

–É agora que me dizes que apenas me querias matar.- Brinco e ele ri.

–Não, é aqui que digo que já não aguento mais.- Então beija-me e eu retribuo. Ficamos sozinhos ali no canto durante o resto da festa. Quando acho que já não aguento mais digo a Nath e ele me leva para casa beijando-me na despedida.

Entro em casa e desmaio na cama feliz por as férias terem começado.

2 Dias depois…

A banda estava cada vez melhor mas eu ainda não me conseguia concentrar a 100% pensando em Castiel. Estava a ser difícil ficar sem lhe falar por algum motivo. Nenhum de nós tentou o que quer que fosse e eu ainda não percebia porque ele tava furioso comigo. Mas afinal, quem é que conhecia Castiel?

Fiquei com meus irmãos até ser hora de ir com Dajan para o combate de Ash. Tomei banho e sequei o cabelo. Enrolei-me numa toalha e fui para o meu roupeiro.

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Quando estou pronta desço e fico o resto do tempo conversando com Marina nos sofás enquanto os gémeos vêm os bonecos.

–Eu estive pensando, Amy… se, por acaso, não te irias importar que Mark viesse jantar connosco na ceia de natal?- Pergunta hesitante.

–Marina isso seria fantástico! Claro que não me importaria a casa é tua e quanto mais gente melhor. Nossos natais sempre foram movimentados então seria melhor para os gémeos.

–A sério? Não te importas mesmo?

–Claro que não, Mary. Convida lá o giraço pa cá vir.- Provoco e ela ri, me abraçando.

Me celular vibra com uma mensagem de Dajan e me despeço de todos. Ash iria lutar num local a que eles chamavam de “O Galpão”. Bizarro. Ficava numa rua velha e era uma construção de pedra a cair de podre. Eles iriam mesmo lutar aqui?

–Tens a certeza de que é aqui?- Pergunto a Dajan enquanto caminhamos para a entrada onde um grande homem assustador está de guarda.

–Absoluta. Mas não te deixes levar pelas aparências. Boa-noite Treten.- Ele cumprimenta o olho que acena com a cabeça me analisando.- Esta é Amy. Ash nos convidou.

–Eu sei. Ele deu ordens para ireis para a sala VIP. Sabes onde fica.

Sala VIP? Caramba, isto é que é vida.

–Ok, brigado Treten.

Dajan me dá a mão e entramos na escuridão do galpão. Tudo acontece muito depressa. Num instante tudo está escuro e no seguinte as luzes me cegam. O corredor continua escuro mas é aberto para vermos um ringue enorme no centro da sala onde já a multidão expressa animada gritando o nome de Ash e de um tal de “Rater”.

–Uau.- Sussurro.

–Nossos lugares ficam em mais segurança.- Dajan me avisa e atravessamos o resto do corredor até a uma porta preta de ferro.

Ele a abre e entramos num espaço escuro na mesma. Todo o tempo tive que dar a mão a Dajan. Eu não tinha medo do escuro mas me perder ali estava fora de questão. Andamos um pouco mais e de novo a luz me cega. Estávamos numa espécie de varanda um pouco em cima do palco. Haviam cadeiras em filha e um pequeno bar.

–Isto é que é mordomia.

–Ainda bem que gostas.- Viro-me para trás e vejo Ash aparecendo vestindo um roupão vermelho com o seu nome escrito.

–Até tens direito a um roupão e tudo.- Digo tocando tecido fino.- Quem diria que no fim do mundo como aqui haveria tantos luxos.- Digo de tal forma surpreendida que eles riem.

–Eu vou ficar lá em baixo a lutar e vocês aqui em cima a torcer por mim enquanto isso, se precisareis de algo basta chamareis aqui o Ron.- Diz batendo no peito de um homem forte negro que assente.

–FORÇA ASH!- Grito e a malta lá em baixo concorda comigo. Ri-o e olho para Ash divertida.- Tens bastantes fãs não precisas de nós.

–Discordo completamente, porque lá em baixo não tenho minha convidada de honra.- Ele pega um copo do homem do bar e me o dá sorrindo.

–Estou amando isto.

Ele ri e acene saindo deixando Ron que se assenta atrás de mim e de Dajan. O adversário de Ash é maior que ele mas um grande trapalhão na minha opinião. Ash tem um bom gancho o que lhe favorece imenso. Quando ele consegue deitar o adversário a primeira vez ao chão o recinto vai ao rubro apoiando Ash.

–Ele é incrível.- Digo a Dajan inclinando-me mais para ver a luta melhor.

–Por alguma razão é o melhor do nosso pavilhão de boxe.

–Uau.

O combate dura mais 3 rondas. Era a última e a definitiva. Estava tudo tão tenso que todo o recinto se tinha calado atento na luta. “Rater” é o primeiro a avançar e Ash se desvia socando-o no estomago de seguida sem parar. Parece uma máquina de dar socos.

Mas dá resultado porque no fim, “Rater” cai no chão e Ash é proclamado vencedor.

Eu e Dajan levantamo-nos e aplaudimo-lo junto com os restantes fãs. Tinha sido o melhor combate que eu tinha visto de todos os tempos, e o que durou mais.

–Vamos.- Seguimos Ron e Dajan me dá a mão de novo e eu agradeço-lhe mentalmente.

Ash vem ter connosco e eu o assalto literalmente. Salto para cima dele que ri com minha aminação.

–Foi incrível!

–Ainda bem que gostas-te, Amy.

–Eu amei! Mas podias tê-lo derrotado na segunda ronda.

–Mas qual seria a graça disso.- Eu concordo rindo e saímos da barulheira. Na entrada somos invadidos pelos fãs de Ash.

–Dajan posso falar contigo um pouco?- Ash pergunta quando se consegue afastar.

–Claro.

–Eu vou esperar no carro.

Afasto-me deles e procuro pelo carro de D. Agora, onde foi que nós o deixamos mesmo? És mesmo uma cabeça de vento, Amerika!

–Ei, gatinha queres bolei?- Vejo dois caras sentados no capô de um carro vermelho e reviro os olhos.

–Não, obrigado.

–Vamos gatinha, podíamos dar-te um pouco de diversão.- Diz o outro e eu quase vomito.

–Tenho certeza de que sim, mas vou passar.- Respondo calmamente mas ao mesmo tempo frustrada por não encontrar o raio do carro!

–É perigoso para uma gatinha linda ficar andando sozinha nestas ruas.- O primeiro cara diz saindo do carro e andando até mim.

Olho para ele e reparo neles pela primeira vez. O primeiro tem o cabelo preto e os olhos castanhos, o segundo é mais bonitinho e possui o cabelo loiro e olhos claros. Mas não são nada de especial.

–Eu não estou sozinha, só não encontro a porcaria do carro!

Começo a andar mas o homem me segura no braço me impedindo. Vejo o loiro começar a andar até nós.

–Na, na, na. Nenhuma gatinha me dá uma tampa ainda mais quando eu estou na seca.

–Estarás muito pior se não me largares agora.

–Olha para isto, Mike, a gatinha tem garras.- Ele diz para o loiro e riem eu apenas reviro os olhos e puxo me braço.

–E não tenho medo de usá-las.

–Vamos, gatinha, apenas uma rodada.- Mike diz chegando-se atrás de mim e se enroscando em mim.

–Nem duas quando mais uma.- Bufo e caminho pela estrada velha.

–Gatinha…

–Já arranjando problemas, Stroven?- Uma voz o interrompe e eu paro de andar conhecendo aquela voz perfeitamente.

–Apenas arranjando companhia para hoje á noite.- Stroven responde rindo.

Olho para trás e meus olhos se arregalam quando os vejo ali. O que eles fazem aqui?

–Castiel? Jade?- Pergunto surpresa e vejo o mesmo acontecendo neles quando se apercebem que sou eu.

–Amerika?- Castiel pergunta chocado eu acho.- O que fazes aqui?!- Exige.

–Vê só isto Mike, nossos queridos amigos conhecem a nossa linda gatinha.- Stroven ri e eu o olho com nojo.

–Chamas-me isso de novo e eu digo-te quem á a gatinha.

Ele sorri e começa a andar para mim mas é parado quando Castiel o agarra pelo colarinho e o empurra contra o carro.

–Nem mais um passo, Stroven.- Grunhe antes de vir até mim e me pegar no braço com força e me levar para longe.

–Me larga, Castiel!- Digo e puxo meu braço com força massajando-o.

–O que fazes aqui, Amerika?!- Exige pondo-se á minha frente.

–Passeando não vês?- Zombo e dou-lhe as costas.

Maldito do carro! Seria mais fácil voltar para perto de Dajan e esperar por ele.

–Pára e me responde sem brincadeiras!- Ele volta a pegar-me no braço e vira-me para ele.

–Não tenho nada de te dar explicações!

–Estás a 1 hora da cidade rodeada de pessoas que não fazes a mínima do que são capazes. A partir do momento que fazes uma loucura dessas é minha responsabilidade, sim!

–NÃO ÉS MINHA MÃE EU E SEI CUIDAR MUITO BEM DE MIM!

–Nota-se! Sempre que te vejo estás metida em alguma encrenca.

–Passa a usar uma venda e assim já não precisas de me ver. Agora se me dás licença…- Virei-me mas ele é tão irritante como a loirinha eu ele fode. Bufo e o olho com a mesma raiva com que ele me olha.- Qual é o teu problema?!

–TU! TU ÉS MEU PROBLEMA DESDE QUE CHEGASTE!

–TEMOS PENA! Se estás mal muda-te!

–QUAL É O TEU PROBLEMA, AMERIKA?- Pergunta me segurando nos ombros.- Eu juro que não te entendo! Eu tento mas eu não consigo.

–Não tentes que não vale a pena.

–MAS EU QUERO!- Diz me abanando tanto que tive de me segurar aos cotovelos dele.- EU QUERO! APENAS TENS DE PARAR DE FAZER BESTEIRAS!

–EU NÃO FAÇO BESTEIRAS! EU FAÇO O QUE EU QUISER, NÃO ÉS MEU PAI, NEM MINHA MÃE, NEM NADA MEU, ENTÃO CALA-TE!

–APENAS ME CALO QUANDO EU QUISER.

–ÓPTIMO!

–ÓPTIMO!

–ÓPTIMO! AGORA LARGA-ME SEU IDIOTA!- Afasto-me dele recuando uns passos sem deixar de o olhar.

–Amerika, pára quieta e vem comigo e com Jade.- Diz de dentes cerrados e punhos fechados. Ele estava assustador mas mantive firme.

–NEM MORTA!

–PÁRA DE BRINCADEIRAS ESTUPIDAS! ESTÁS NO MEIO DO NADA SEM SABER COMO SAIR DAQUI! VEM COMIGO E COM JADE E PÁRA DE TE COMPORTAR COMO UMA CRIANÇA!

–Uma criança? Eu sou uma criança.- Ri sarcasticamente.- Isso tem graça.- Digo voltando a olhá-lo com graça. Vou até ele e empurro-o.- NÃO FUI EU QUE ME AFASTEI SEM MOTIVO NENHUM!- Empurro-o de novo.- Era suposto sermos amigos, seu idiota! Confiarmos um no outro e não me ignorares sempre que te apetece!

Ia a empurra-lo de novo mas ele segura-me nos pulsos.

– Eu sou o idiota? Tu é que te metes com as pessoas erradas, Amerika! És ingénua demais e vais acabar-te magoando.

–PÁRA DE DIZER ESSA MERDA! EU NÃO TENHO MEDO DE SOFRER! TIVE DE SOFRER A MINHA VIDA INTEIRA! E NÃO ÉS TU QUE TENS DIREITO DE ME DIZER O QUE QUER QUE SEJA!

–TU MESMA DISSESTE, ERA SUPOSTO SERMOS AMIGOS!

–FOSTE TU QUE TE AFASTAS-TE!

–PORQUE TU BEIJASTE O PALERMA!

–O QUE TEM ISSO A VER?!

–TEM A VER QUE EU NÃO GOSTEI! TEM A VER QUE VOU PARTILHE A CARA SE TE VOLTAR A TOCAR! TEM A VER QUE EU ME PREOCUPO! TEM A VER QUE NÃO QUERO QUE ELE TE TOQUE!

–NÃO ÉS TU QUE DECIDES ISSO!

–Experimenta.

Largo-o bufando e viro-lhe as costas me afastando mas ele me segura pela cintura e me vira para ele me apertando contra si.

–Nunca. Mais. Me vires. As costas!- Diz lentamente de dentes cerrados.

–VAI Á MERDA!- Grito chorando.

Porque estou eu chorando?

–FOSTE TU QUE FODESTE A JONES!- Bato-lhe com os punhos no peito mas ele não me larga.

–APENAS PORQUE TU BEIJASTE O JONES!

–ISSO NÃO FAZ SENTINDO NENHUM!

–FAZ SENTIDO SIM! EU SENTI CIÚMES E FIM! EU FODO COM QUEM QUISER, NÃO TENS ANDA A VER COM ISSO!

–ÓPTIMO! E EU BEIJO QUEM EU QUISER, NÃO TENS NADA A VER COM ISSO!

–ÓPTIMO!

–ÓPTIMO!

–PERFEITO! AGORA CALA A BOCA!

E eu calo mas apenas porque sua boca se cola á minha.

Exigente, furioso. Tudo o que eu sentia por nele naquele momento foi para o beijo. Toda a raiva e mágoa. Um simples que beijo que se tornou cada vez mais intenso quando ele pediu aceso e eu lhe dei. Um simples beijo que fazia minhas pernas tremer. Um simples beijo … que não tinha nada de simples.

Ele segurou-me mais apertado e eu gemi ainda na sua boca. Isso pareceu tocar-lhe porque ele mesmo passou a mão para a minha bunda soltando um rosnado.

Levei minhas mãos ao seu rosto e percorri até chegar ao seu pescoço e então aos seus cabelos que sempre me confundiam. Puxei-lhe os cabelos com uma das mãos enquanto a outra percorria seu ombro. Não havia um mínimo de espaço que separasse nossos corpos. Parecíamos uma só pessoa que não tinha o suficiente.

Ele levou uma das mãos ao meu rosto segurando-o enquanto me beijava. Seu polegar suavemente limpava minhas lágrimas que continuavam escorrendo por alguma razão. Ele mordisca meu lábio inferior o provando, o chupando e eu apenas continuo gemendo com a sensação.

Meu corpo parecia desligado de tudo e apenas atendo a ele. Eu tinha beijado muitos rapazes mas nenhum deles parecia tão exigente, tão possessivo. Meu coração parecia uma metralhadora e eu ventre se contorcia tão ferozmente com o calor que me podia perfeitamente esquecer que estávamos no meio de uma rua com o frio da noite nos batendo.

Ele me encostou a um carro mas mesmo assim não parecia suficiente. Nada parecia suficiente e isso me estava a irritar.

Quando nos separamos xinguei os meus pulmões e olhei para o seu peito tentando-me acalmar na respiração. Seu peito descia e subia tão violentamente quanto o meu o que apenas fez aquela sensação de novo me preencher. Olhei-o e me vi perdida na tempestade dos seus olhos sentindo tudo e nada. Como eu podia estar mais activa que nunca, sentindo tudo e mesmo assim, não sentir nada?

Ambos estávamos surpreendidos isso era certo. Seus olhos não escondiam a surpresa o choque e a luxuria e tenho certeza que os meus também não.

–Amerika!

Desvio meus olhos dos dele e nos afastamos vendo Dajan andando até nós. Ele me abraça e eu começo a sentir o frio.

–Ei, então? Estava á tua procura.

–Estava a procura do carro mas não o encontrei.- Digo e agradeço a deus por estar de noite para ele não me ver o rosto.

–És mesmo uma cabeça de vento.- Ri passando a mão pelo cabelo.- Castiel? Por aqui?

–É. Eu e Jade decidimos esvaziar a cabeça. Parece que vocês também.- Não o olhei, não conseguia, mas sabia que ele me olhava.

–Sim, um amigo meu convidou-nos então viemos. Por falar nisso, ruivinha tenho novidades incríveis!- Diz me segurando na cabeça sorrindo largamente.

–Porreiro, podemos ir andando?- Não espero pela resposta e começo a andar.

–Adeus, Cast.- Dajan correu até mim e começa a falar mas francamente não ouvi quase nada do que ele diz.

Olhei uma última vez para trás apenas para ver Castiel encostado ao carro com as mãos nos bolsos me olhando. Inspirei sentindo aquela sensação de novo e suspirei voltando-me para a frente.

O que acabou de acontecer?


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Notas finais do capítulo

Muito bem malta, o que acharam?
bjx