TWO FACE´s escrita por Cyn


Capítulo 18
Miss Cupid




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/509992/chapter/18

Miss Cupid

–Íris!- Gemi tapando a cara com a almofada.

–Toca a acordar, Amy!

–Argh!- Levanto-me da cama e abro a janela para aquela ruiva entrar. Se bem que até não é má ideia a deixar lá fora congelando pelas pragas que me está fazendo.

Descemos, tomamos o pequeno almoço e eu aproveito para agradecer a Marina tudo o que ela fez. Damos com Castiel na entrada o que faz Rosy ir correndo até ele que a levanta no ar feliz.

–Castiel!

–Bom-dia, princesa. Pronta para a escola?

–É a escola.- Minha irmã responde e Cas ri beijando-a no rosto.

–Hoje temos direito a chofer também, é?- Pergunto quando chegámos até ele.

–Aproveitem que não é sempre.

Sorri e entro como os outros. Castiel a conduzir é um perigo! Temos tanta sorte chegar vivos á escola. Saímos do estacionamento e andamos para o portão onde mais uma vez meus amigos olham surpresos para Castiel e eu.

Mas o ruivo parece nem se aperceber e sai beijando-me a testa. Ok, isso foi o ápice porque apenas os fez olharem-me ainda mais espantados.

–Hm, Amy, o que aconteceu aqui?- Pergunta-me Rosa chocada.

Ok, eles estão fazendo uma tempestade num copo de água.

–Oh isto? Eu e Castiel somos amigos agora. Ou pelo menos tentamos.- Dou de ombros e saiu para dentro da escola implorando para que eles esqueçam o assunto.

Amerika, Amerika, Amerika, já devias saber que tudo o que tu pedes nunca acontece.

–Como assim “amigos”?- Jass pergunta atrás de mim.

–É como disse. Amigos.

–Uau. Isso não é nada o Castiel que eu conheço e odeio.- Disse Rosa.

Olho para minha amiga relutante e ela apenas dá de ombros.

Que seja.

Nós dividimos mas eles prometem que me iram procurar na hora do almoço para saber os detalhes da minha amizade com Castiel. Eu devia estar assustada? É porque estou.

–Tu e o Castiel. Amigos?- Rosa pergunta sentando-se ao meu lado ainda chocada.

–Vamos esquecer isso? E quanto ao nosso plano? Tens a certeza que queres fazer isto?

–Tenho. Mas ainda não conversei com Jass.

–Deixa que eu falo. Tu apenas vai treinando tuas falas.

Ela assentiu mais aliviada, mas nem tanto, e sorri para mim agradecida.

–Obrigado pelo que estás a fazer, Amy. A sério. Sem ti não conseguia.

–Sem problemas garota. É para isso que servem os amigos.

Voltámos-mos para a frente quando a professora entra anunciando o nosso tão inesperado testa.

Façam figas porque eu não estudei nada.

Então depois do meu teste de porcaria foi com Rosa procurar Jass. Encontrámo-lo na informática com Jason e Armin.

–Oi, oi, oi.- Cumprimento despenteando a cabeleira ruiva de Jason.

–Oi, oi.- Armin pisca o olho para mim e volta atento para o ecrã do pc.

–Amy, pequena, explica-me porque eu ainda não entendi como tu e o Castiel Cross sois amigos.- Disse Jass atordoado.

–Sim, sim, sim, eu depois explico. Agora preciso falar contigo. Xau, rapazes.- Puxo Jass para o outro lado da sala de informática com Rose atrás falando sozinha.

–Epá, o que é assim tão urgente para falar?- Pergunta sorrindo encostando-se na parede.

–É o seguinte Jass, eu preciso que tu, quer dizer se quiseres, não precisas mesmo de o faze eu posso arranjar outra pessoa mas seria mesmo bom se tu aceitasses porque estamos em cima da hora e…

–Rose!- Advirto parando-a.

–Desculpa.- Diz envergonhada.

Reviro os olhos sorrindo e olhou para Jass que está mais confuso que um ouriço-cacheiro.

–É o seguinte Jass, Rose quer fazer ciúmes a alguém e precisa de ti para isso. Topas?

–Quem é ele?

–Isso não importa. Só queremos saber se podemos contar contigo na hora de Biologia. E então?

–Aham, ok. Posso fazer isso.

–Perfeito, obrigado, Jass.- Beijo-o no rosto para o agradecer e ouso Rose soltar um suspiro de alivo.

–N-Na boa.- Jass gagueja vermelho. Riu da aparência dele com Rose e despenteio-lhe o cabelo.

–Adeus, ruivo.

Saiu dali com Rose que parece um pouco mais aliviada. O plano apenas começará de verdade na aula de Bilogia. Na hora do almoço, Rose quase não come nada com o nervosismo o que apenas me faz sorrir.

Ela gosta mesmo dele.

–Oi.

Olho para o meu lado e vejo Castiel se assentando assim como Jade que fica do lado de Li que logo fica toda vermelha.

–Oi.

Sinto os olhares espantados de meus amigos mas ignoro. Eles vão se habituar com a presença dele. Espero. Dá tempo ao tempo, Amerika. Dá tempo ao tempo.

–Novidades.- Castiel pede atacando seu empadão.

–Até agora…

–Amy, Amy, Amy!- Alexy chega correndo até á mesa animado interrompendo-me. Ele quase está saltando de tanta animação.

–O que se passa, Alex?- Digo sorrindo.

–Reunião da banda!

–O quê? Mas agora?

–É sobre o concurso de Bandas.- Ainda mal ele tinha dito aquilo e eu já estava de pé.

–Meus amigos, fui.- Peguei na minha maça e puxei Alexy pela manga para o auditório.

Fomos rindo o caminho todo até, finalmente, chegarmos ao pé de Dajan e Armin que folheavam uma papelada qualquer.

–Já cá tou, já cá tou.- Digo sentando-me num salto em cima do palco ao lado de Dajan.- O que se passa?

–Sabes o que é isto?- Dajan pergunta sorrindo com os olhos brilhando.

–Papeis?- Brinco e Armin ri enquanto Alexy me empurra pelo ombro.

–Estes papéis são o nosso futuro. – Diz Dajan.

–Mas o que é isso afinal?

Tiro os papéis da mão dele e começo a lê-los. Um deles é o regulamento do Concurso, outro é o das bandas inscritas, outro são os agentes que lá estarão e o último é um contrato.

–Um contrato? Já?

–Esse contrato está a dizer que aceitamos todos os códigos de regulamento, que iremos fazer uma prova justa sem batotice e, principalmente, que todas as músicas que cantarmos são exclusivamente nossas.- Armin me explica.

–Porreiro. Eles vão isto mesmo a fundo, hem?

–Ya. Apenas temos um único problema. O número mínimo de elementos é de 4 e somos apenas 3.- Diz Alexy.

–Que estupidez! Existem bandas de 3!- Digo frustrada.

–Pois é, mas se queremos entrar ali então temos de ter pelo menos 4 elementos.- Dajan dá de ombros.

–Armin, não sabes tocar nem um instrumento?- Pergunto receosa.

–Lamento, Amy. Não sei nada de música. Minha área é a filmagem.- Deu de ombros com um sorriso triste.

Suspirou derrotada e deito-me para trás.

–Onde vamos arranjar um elemento á última da hora?- Pergunto para o ar.

–É quase impossível.- Diz Armin.

–Então é assim? Vamos desistir?- Alexy pergunta irritado.

–Não! Desistir nunca!- Digo firmemente. Sento-me e olho para cada um deles.- Nós vamos encontrar alguém nem que tenhamos de estar acordados dia e noite.

–Só nos resta esta semana de aulas, Amy.- Dajan diz triste.

–Eu sei, eu sei. Nenhum de vós se lembra de alguém que saiba tocar qualquer coisa?

–Hmm, nãop.- Armin dá de ombros.

–Eu posso fazer uns telefonemas.- Alexy diz.- Não precisamos que seja um elemento definitivo. Arranjamos um só para o concurso e depois podemos nos livrar dele.

–Que delicadeza, Alex.- Riu e ele dá de ombros sorrindo.- Bom, eu também vou falar por ai a ver se alguém está interessado ou conhece alguém. Bom, bom, bom para isto era Parker.- Amuo pensando no meu melhor amigo.

–Ele seria incrível.- Dajan murmura e noto um pouco de saudade.

Saudade que partilhamos.

–Que é?- Armin pergunta.

–Um amigo meu. Ele é incrível no teclado. Foi com ele que aprendi piano.- Dou de ombros e saiu do palco.- Vamos, malta. O intervalo está chegando ao fim.

Ao sair do auditório demos de cara com Nathaniel e Paul que conversavam a um canto. Nath viu e despediu-se de Paul antes de me vir falar.

–Ei, desaparecida.

–EI, Nath.

–Até logo, Amy.

–Xau.

Os rapazes despediram-se e foram para as suas aulas. Nath pegou-me na mão e caminhamos pelo corredor.

–Que carinha é essa, Ruivinha?- Pergunta acariciando-me o rosto com a mão.

–Uns problemas com a banda mas nada que não se resolva. Mas esquecemos isso.- Inspiro.- E tu? Que fazes?

–Eu e Paul estávamos falando do último jogo antes da temporada. Estávamos pensando em fazer uma festa no final. Vais certo?- Pergunta parando e virando-me para ele.

–Vou pensar no teu caso.- Tento voltar a caminhar mas ele me puxa pela mão levemente.

–Amy, por favor.- Ele faz cara de cachorrinho o que me deixa sem opção.

É crime rapazes bonitos terem essa habilidade!

–Tá eu vou, né? Fazer o quê?

Ele ri e inclina-se para me beijar. Um beijo pequeno e simples porque eu me afasto antes que ele se torne algo mais.

–Nath!- Adverti puxando-o para continuarmos o caminho.

–Vais-me dizer que não gostaste do nosso beijo no sábado?

–Eu não vou dizer isso, mas também não quer dizer que ele tenha de se repetir.

Ele puxa-me para ele e então estou encurralada entre ele e os cacifos. Para um filhinho do papai ele tem força.

–Tu vais-me deixar completamente louco.- Diz rouco o que me faz sorrir.

–Tenho esse efeito nas pessoas.

Ele sorri e abaixa-se para me beijar mas eu viro a cara e ele beija-me no rosto. Ele não parece surpreso porque continua a beijar-me até meu ouvido.

–Quando me vais dar uma chance?

–Quando provares que não és tão canalha como eu acho.- Empurro-o para longe e caminho para minha aula.

Viro para a esquerda e estou quase entrando na sala quando uma mão me segura no pulso e me faz ir contra um corpo.

–Cas!- Suspiro surpresa.

Ele sorriu de lado, o típico sorriso que sempre o deixava mais lindo do que já era.

–Onde estiveste? Vi Alexy, Armin e Dajan lá fora sem ti.

–Oh, eu tive a conversar Nath.

–Porquê?!- Exigiu me assustando um pouco.

–Porque o apanhámos no caminho e ele é meu amigo. Os amigos conversam. Como nós estamos fazendo neste preciso momento. Regra nº3, Cast.

–Que tivestes falando?

–Não que tenhas nada a ver com isso mas, do último jogo dele deste semestre. Parece que ele vai fazer uma festa no final.

–Eles sempre fazem festas no final.- Bufa sorrindo mais tranquilo.

–Então aprece que não é nada de novo.- Dou de ombros.

–Verdade. Mas já que vais ao jogo do idio… quer dizer do Nath.- Eu reviro os olhos sorrindo para o erro propósito dele.- Também vais ao meu.

–Jogas em quê?

Não sabia que ele jogava… bem, eu nem sabia que Nath jogava então…

–Só capitão da equipe de Futebol-Americano.

Capitão ainda por cima?

–Uau. E Nath joga em quê mesmo?

–Aceitaste ir ao jogo dele sem saber de quê?- Perguntou rindo.

–Então… pois.

–Ele é capitão do time de futebol.

Nath também é capitão?! Por isso eles são tão populares.

–Aham. Portanto, coreis os dois atrás de uma bola?

–Pode se dizer que sim. Só que enquanto eu a agarro ele chuta-a.

–Aham. Ok, tudo bem eu vou.

–Perfeito.- Beijou-me na testa e começou a andar pelo corredor.- Vemo-nos logo.

Ele desapareceu e eu entrei indo para o meu lugar ao lado de Rosa que parecia um tomate de tão vermelha.

–Rose, o que se passa?

–Estou nervosa.- Murmurou e eu sorri abraçando-a.- Vai correr tudo bem. Vais ver.

Ela assentiu inspirando confiante e Leigh chegou o que a deixou de novo nervosa. Olhei para Jass que assentiu.

O espectáculo ia começar.

–Muito bem, meninos. Dois a dois.- Leigh diz batendo as mãos.

–Ei, Rosa, ficas comigo?- Jass diz alto o suficiente para todos ouvirem.

–C-Claro.- Ela gagueja vermelha.

Eu rio e vou para o lado de Kentin vendo a expressão de confusão em Leigh.

–Ei, Ken. Não te importas de me aturar hoje, não?

–Claro que não, ruiva.- Ele sorri.

Eu gostava de Ken. Ele era um bom garoto. Ele e Íris faziam um lindo casal.

Hora de me tornar um cupido de novo.

–Ei, Ken, posso fazer-te uma pergunta?- Pergunto quando leio a ficha de intrução.

–Chuta.

–O que achas de Íris?

Ele engasga-se e fica logo todo vermelho o que me faz sorrir.

Estas meninas ainda tinham dúvidas?

–E-Eu n…ela, ela é uma boa a-amiga.

–Mas me enroles, Ken. Eu vi como olhavas para ela no almoço. Admite lá.- Sorri com as sobrancelhas levantadas.

Ele baixou o olhar corando.

–E-Eu…

–Ken, fica descansando que não digo nada a ninguém.

–Prometes?

–Eu juro. Mas porque não dizes a íris?

–Nem penses! E se ela não gostar de mim de volta? Podes esquecer porque isso não está nos meus planos.- Disse aflito.

–Ok, ok. Então tenta conquistá-la.

–Como?

–Sei lá. Ambos gostais de basquetebol, né? Convida-a para algum jogo. E porque não lhe compras um presente de Natal?

–Como o quê?

–Hmm, pois, isso só vendo. Talvez uma bola de basquete. Sei lá, algo do género.- Mordi o lábio inferior pensando.- Já sei! Uma bola assinada pelo próprio Michael Jordan!

–Isso era incrível mas como vamos conseguir isso? Michael Jordan é o melhor jogador da actualidade. Nunca conseguiríamos sequer estar perto dele.

–Eu tenho meus contactos. Podes deixar que com Michael eu desenrasco-me. Por agora basta combinares com Íris para vereis um jogo e leva-la a jantar fora.

–Muito bem, miss cupido. Mais alguma coisa?- Pergunta sorrindo.

–Acho que por agora é tudo. Então, estamos combinados?- Perguntou estendendo-lhe a mão.

–Combinadíssimos.- Ele aperta-me a mão e sorri.- Mas como vais mesmo consegui a bola autografada pelo Michael Jordan?

–Ken, nunca ouviste dizer que uma senhora nunca revela os seus troques.- Digo sorrindo misteriosamente.

Continuamos o nosso trabalho e dou uma olhada em Rosa e Jass que falavam animadamente. Pelo menos Jass a tinha posto á vontade. E pelo olhar de raiva em Leigh estava a deitar a Jass resultar muito bem.

O sinal tocou.

–Podem ir!- Leigh disse mal-humorado andando para a sua secretária.

Peguei nas minhas coisas e entrei no meio de Jass e Rose.

–Muito bem.- Elogiei aos dois, mas para Rose sussurrei.- Fala com ele sobre alguma dúvidas que tenhas sobre o trabalho. Vamos Jass!

Puxei-o pela manga e ficámos do lado de fora esperando que todos saíssem. Jass olhava confuso e divertido.

–O quê?

–A quem é que Rosa quer fazer ciúmes?

–Um rapaz.

–A sério, espertinha?- Revirou os olhos sorrindo e eu ri.

–Podes fazer apenas mais um favor?

–Manda.

–Vai á sala e chama-a.

Ele olhou-me confuso mas foi atirando-me olhares cada vez mais confusos.

–Rosa, vais demorar, flor?

Grande Jass!

–Eu apenas preciso de tirar uma dúvida e já te apanho no portão.- Ouvia falar.

–O…

–Jass!- Eu interrompo-o advertindo-o drasticamente chegando até ao lado dele.- Deixa a Rosa tirar as dúvidas dela. Depois já podeis namorar. Vamos.- Puxei-o pelo colarinho e pisquei o olho para Rose.

Sai rindo da escola com Jass ao meu lado pensativo.

–É o professor, não é?

–Yap.

Ele riu sacudindo a cabeça.

–Onde vocês vos ides meter?

–Nada de dizer a ninguém, Jass. Promete!- Parei-o olhando-o séria.

–Na boa, pequena, eu prometo. Fica um segredo só nosso.

–Obrigado.- Abracei-o e beijei-o no rosto.- Foste incrível.

–Amerika!- Jass ia a falar mas foi interrompido pelo meu grosso preferido que logo estava ao meu lado sabe-se lá vindo de onde.

–E aí, Castiel?

–Cast.- Jass cumprimenta rapidamente e me sorri.- Vou indo, ok? Até amanhã.

–Até amanhã, Jass.

Ele sai restando apenas eu e o senhor grosso ao meu lado. Castiel estava olhando chão com uma expressão dura.

–E aí, resmungão? Vamos?

Puxo-o pela manga do casaco em direcção ao estacionamento onde nos esbarramos com Ambre e Nath ao lado de um carro cinza.

–Amy?

–Ei, Nath.

–O que fazes com ele?- Pergunta enciumado.

–Ele é minha boleia para casa. E por falar nisso…- Viro-me para Castiel que desviou a cara sorridente de Nath para mim.-… será que podemos esperar pela Rosa? Por favor, por favor, por favoooooor.- Implorei de olhos fechados e mãos juntas.

–Tá, né? Ias-me me enchendo o saco se eu não deixasse.

–Verdade.- Beijei-o no rosto e abri a porta do carro dele para deitar a mochila lá para dentro. – Vou procura-la, já venho. Xau, Nath.

Andei para dentro do edifício passando por Lysandre que me sorriu encostado aos cacifos conversando com Trey e um Wade, dois colegas da classe dele.

–Lys, se tás esperando a Rose podes ir andando porque ela hoje vai comigo.

–Aquela desmiolada podia-me ter avisado.- Reclamou sorrindo. Ele sempre estava sorrindo.

Ri e dei de ombros.

–É tua irmã.

–O que isso quer dizer?- Perguntou com os olhos cerrados enquanto os seus amigos riam.

–Que vos conheço. Adeus, adeus.

Corri para fora dali antes que ele decidisse matar-me. Ia a entrar na sala quando me deparei com uma cena, digamos, bem nada do que estava á espera.

–Hmm, oi.- Digo meio envergonhada.

Rose e Leigh afastam-se instantaneamente atrapalhados o que apenas me faz sorrir mais. A cara de Rosa estava toda vermelha indicando que antes de tudo aquilo eles estiveram brigando e os lábios de Leigh completamente borratados de batom. Já adivinhastes o resto.

–Desculpem, interromper. Podem continuar.

Afasto-me dali rindo. Por um lado feliz pela minha melhor amiga e por outro pela cena um tanto cómica.

–Vê lá se não te caem os dentes.

Uma voz carregada de veneno me pára no corredor. Quando dou conta minhas costas batem contra os armários e eu gemo com o susto e a dor surpresas.

–Estás-te a passa, garota?!

–Quem se está a passar és tu.- Ambre chega seu rosto perto do meu rosnando.- O que pensas que estás a fazer com o MEU Castiel?

–Desculpa desapontar-te, Ambre, mas ele não é o TEU Castiel.

–E quem és tu para me dizer o que ele é ou não?

–Sou amiga dele? Sabes o que é isso? Amigos. Claro que não.- Riu sem vontade.- Tu não tens amigos. Tens fantoches atrás. Digo-te uma coisa. Não sei porque Nath tem tanta consideração sobre ti se não vales nada.

Ela deu-me uma chapada fazendo minha cara arder como se milhões de abelhas me tivessem picado naquela zona.

–CALA A BOCA! Não passas de uma renegada nojenta! Achas que só por ser amiguinha da filha do director eu não posso acabar contigo? Estás muito enganada, Ruiva. Meus pais são podres de ricos. Basta um telefonema de minha mãe e tu estás fora desta escola.

–Tu não me conheces, Ambre. Toca-me de novo e tu estás feita comigo!- Empurrei-a pelos ombros e ela recuou um pouco.

–Á sim? O que vais fazer? Chamar tuas amiguinhas.- Zombou sorrindo.

–Eu não preciso de ninguém para me defender.

Ela riu sarcasticamente e empurrou-me de novo contra os cacifos. O contacto com o metal fez minha cabeça doer mas mantive-me firme.

–Tu não vales nada, Amerika! Não passas de uma triste.

Respira Amerika, tu respira!

–Apenas não te bato por respeito ao teu irmão. Se não eu dizia-te quem não vale nada. – Passei por ela para ir embora mas ela decide segurar-me no braço e acaba ela contra os cacifos desta vez.

Ela olha para mim assustada mas eu não tenho pena. Não tenciono bater-lhe de qualquer maneira. Apenas um pequeno susto.

–Estou a avisar-te. Não me toques!

Larguei-a e fiquei um tempo a olhá-la antes de me fartar e virar as costas. Meu erro. Meu grande, grande erro.

Sinto-a empurrar-me e acabo de novo contra os cacifos só que desta vez minha cabeça bate com força neles. Logo vejo tudo turvo e minha cabeça anda á roda.

–Amerika? – Castiel ajoelha-se ao meu lado e vira meu rosto para o dele. Ele toca de leve no meu rosto ferido mas seguro-lhe a mão afastando-a.

Aquela porcaria doía.

–Mas qual é o teu problema, garota?!

–Foi ela que… Castiel…

–Cala a boca!- Sinto o rosnando de Castiel na minha cabeça o que me faz tremer com a dor.

–Amy? O que fizeste Ambre?- Ouso Nath mas estou mais interessada em não desmaiar aqui.

Isso sim seria uma grande covardia.

–Nath eu apenas…

–Cala-te. Falamos em casa.- Pouco depois Nath está no meu outro lado ajudando-me a levantar com Castiel.- Amy, estás bem?

–Deixa-a em paz! Tu e a pirralha da tua irmã já fizestes estragos suficientes.- Castiel rosna para ele antes de eu falar.

–Eu não falei contigo!

–Mas estou eu falando! Desaparece.

–O que aconteceu aqui? Amy!- Rosa aparece correndo ao meu lado e olha meu rosto que de certeza absoluta está muito vermelho.- Meu deus. Sua cabra!

Ela corre em direcção a Ambre mas Leigh, limpo de novo, segura-a pela cintura antes de ela lhe tocar.

–Larga-me! Eu vou matá-la!

–Isso não vai resolver nada, Rosalya.- Retroca Leigh calmamente.

–Não me interessa! Vai-me fazer sentir muito melhor!

Eu riu um pouco porque, bem, aquilo é engraçado. Ver Rosa tentando escapar dos braços de Leigh com toda a força e Ambre a olhando como se ela fosse louca. Eu tenho grandes espectativas que minha amiga é um pouco louca, sim.

–Já chega, Rose!- Leigh exclama e ela pára ainda fuzilando Ambre.

–Garota violenta.- Castiel murmura ao meu lado o que apenas me faz rir mais deitando a cabeça no seu ombro. –Vamos lá, pequena.

Castiel põe um braço ao redor da minha cintura me ajudando a me aguentar em pé. Vejo Nath nos olhando de esguelha com uma cara nada boa.

–Rose.- Chamo minha amiga que sai dos braços de Leigh e vem até mim preocupada.- Estás bem, Amy?

–Apenas vamos embora.

Ela assente e vamos finalmente embora daquilo a que eles chamam de escola. Sento-me no banco da frente com Cast enquanto Rosa me pede os pormenores de como tudo aquilo aconteceu. E que remédio tenho eu se não em dizer?

O jipe fica em silêncio quando Rosa se oferece para ir buscar meus irmãos. Suspiro e deito a cabeça no banco encostando a testa á janela.

Minha cabeça vai entrar em erupção!

–Ame? Estás bem, princesa?- Pergunta arredando uma madeixa do meu cabelo.

–Eu estou bem, Cas. Apenas me dói um pouco a cabeça.

Ele fica-me acariciando a cabeça e eu acabo fechando os olhos. Ele sabe ser fofo quando quer.

Estou mais para lá do que para cá quando o oiço falar.

–Ela vai apagar, Ame. Eu juro que ela vai.- Sussurra.

Ia a abrir os olhos mas estava tão cansada que me deixei ficar. Pouco depois Rosa aparece com meus irmãos.

–Ei.- Noah sussurra.

–Ei, garoto.- Castiel sussurra de volta e posso vê-lo sorrindo.

–Amy, tá bem?- Rosy pergunta preocupada. Minha pequenina.

–Ela está bem, apenas cansada.

Isso pareceu ser o suficiente porque no resto do caminho ninguém disse mais nada. Castiel estaciona o carro e sinto-o me pegando. No resto do caminho acabo por adormecer nos braços dele.

Quando acordo Rosa está ao meu lado conversando com alguém pelo celular. Ela olha-me e sorri docemente.

–Ei, Amy.

–Ei.

–Melhor?

–Sim, tudo bem. Parece que tu também, hem? Como foram as coisas com Leigh?

Ela corra lindamente e eu sorrio feliz por ela.

–Eu não sei. Brigámos e acabámos nos beijando e… foi o melhor beijo de sempre.- Diz apaixonada e eu rio.

–Fico feliz.

Ela olha-me triste olhando o meu magoado na bochecha.

–Desculpa não ter estado lá.

–Rosa, esquece isso, ok? Eu não me importo. Mas vamos esquecer Ambre. Quero saber tudo sobre tu e Leigh.

Ficámos conversando até tarde e ela acabou jantando connosco. Lyz veio busca-la mais tarde e eu subi para meu quarto para me deitar. Ainda estava dolorida dos meus encontrões.

Fui á casa de banho quando senti uma tontura. Agarrei-me no lavatório implorando para que não desmaia-se.

Mas como sempre, ninguém me deu ouvidos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "TWO FACE´s" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.