TWO FACE´s escrita por Cyn


Capítulo 17
The beginning of our friendship




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The beginning of our friendship

–Obrigado pela carona, Lys.

–Na boa, Amy. Boa-noite.

–Boa-noite.

Ele partiu e eu caminhei para o prédio sentindo-me cansada mas feliz ao mesmo tempo. Foi uma noite divertida apesar de tudo.

FLACH BACK ON

–Finalmente decidiste me beijar?

–Eu não te beijei! Tu é que me beijaste a mim.- Retroquei sorrindo. Ele riu e beijou-me de novo.- Isto estás muito interessante, Nath, mas eu vou para dentro.

–Não ficas comigo?- Perguntou com um beicinho.- Vais-me deixar aqui sozinho no meio da escuridão?

–O menino tem medo do escuro é?

–Pode vir o papão mau e me comer.- Disse com voz de garotinho assutado.

–Então avisa-o para te comer devagar ou apanha uma indigestão.

Fugi dos braços dele e entrei rindo na casa. Encontrei as meninas facilmente porque os gémeos faziam um grande espectáculo para todos verem.

–E ai?

–E ai? Como foi com Nath?- Perguntou Rosa me sorrindo.

–Foi bom, foi bom. Ele beijou-me e eu beijei-o de volta.- Dei de ombros e ela gritou animada.

–Ó minha nossa! Estais a namorar?

–Não. Foi apenas um beijo.

–Exacto. E tu estás apaixonada por Castiel então…

–Parou!- Interrompia.- Eu não estou apaixonada pelo ruivo.

–Oh estás sim!

–Não estou não!

–Estás sim!

–Não!

–Ok, que seja. Mas uma coisa é certa. Castiel é um idiota e tu tens todo o direito de te divertir. E quem sabe se Nath não é a pessoa certa. Ele é giro e está interessado em ti. Um pouco de diversão nunca fez mal a ninguém.

–Estás certa. Nath até consegue ser divertido quando quer.- Ela olhou-me me pedindo explicações mas eu desviei o assunto.- Então e tu? Falaste com Leigh.

–Eu falei, falei…- Assentiu distante.- Falei sobre o trabalho.

–Trabalho? Rose!

–O quê? Entrei em pânico. Então acabei dizendo que merecíamos um A em vez de um B e acabámos os dois gritando um para o outro. Como sempre. Nada de novo.- Deu de ombros tristonha.

Abracei-a suspirando. Ás vezes o amor é uma merda. Por isso nunca me apaixonei.

–Tenta de novo, Rose. Com calma. E desta vez sem trabalhos ao barulho.

–Eu não consigo, Amy! Sempre que o vejo eu… eu, porra, eu não sei! Meu coração acelera e perco-me nele, sabes? Falar com Leigh é o mesmo que nada.

–Hmm, porque não lhe provocas ciúmes então?

Ela olhou-me com a testa franzida.

–Ciúmes?

–Ya. Basta escolheres qualquer um da nossa turma de Biologia e começares a flertar com ele com Leigh a ver. Todos os homens são orgulhosos. Todos! Leigh não é excepção. Basta um mínimo de mudança no humor dele para tu atacares.

Ela olhou-me como se tolerando a ideia e depois sorriu largamente.

–Vou fazer isso! E já sei quem vou usar. Ajudas-me?

–Claro. De que precisas?

FLAHC BACK OFF

Se Rose não conseguisse dizer a Leigh o que sentia desta vez então eu teria que usar um método mais eficaz. Falar eu com ele.

Liguei as luzes do meu quarto e deitei-me na cama aproveitando o silêncio da noite. Acabei rindo sozinha sem razão nenhuma.

–Amerika, Amerika, o que te estás a dar?- Perguntei para o nada ainda sorrindo.

Levantei-me da cama e apaguei as luzes para não acordar ninguém. Ia para o banheiro quando bateram na janela.

Quem é a esta hora? Talvez Íris se tenha esquecido de alguma coisa. Mas ela hoje não ia ficar com Kim?

Arredei as cortinas e logo bufei.

–O que é que tu queres?

–Posso entrar?

–Não. O que tiveres que falar fala dai mesmo.

–Não sejas má, Amerika.

Revirei os olhos e abri a janela para ele entrar. Sentei-me na cama e esperei enquanto o via fechar a janela de volta.

–Desembucha, Cross.

Ele levantou as sobrancelhas e cruzou os braços sobre o peito.

–Desde quando me chamas assim?

–Desde que me apeteceu. Agora vais falar ou vais-te embora?

–Eu falo. Eu falo.- Sentou-se ao meu lado na cama coçando o pescoço nervoso.- Eu queria pedir-te desculpas pelo que disse eu não… queria dizer aquilo. Estava um pouco fora de mim…

–Um pouco?

–Ok. Estava um grande bocado fora de mim.

–Já é hábito.

–Vais-me deixar acabar?

Levantei as mãos em sinal de redição e ele continuou.

–Acabei descarregando em ti. Não estou habituado a ter amigos. Tenho Jade e apenas porque ele consegue aturar minhas cenas. Desculpa.

–Estamos progredindo. Agora já somos amigos, hem?

–Amerika…- Suspirou fazendo sorrir.- Perdoas-me ou não?

–Vou pensar no teu caso. Se era só isso…- Levantei-me para ir até á janela mas ele pegou-me na mão impedindo-me.

–Se eu te contar porque sou assim, me perdoas mais depressa?

Inclinei a cabeça o analisando-o.

Eu já o tinha perdoado apenas quando ele disse “desculpa” mas queria ver até onde ele chegava. Se bem que fiquei espantada quando ele falou que eramos amigos.

–Podemos tentar.- Sentei-me de volta na cama com ele ainda me segurando na mão.

–Quanto á merda de Jacob tu já sabes, certo?

Assenti e ele passou a mão pelo cabelo. Era impressão minha ou os rapazes faziam aquilo muitas vezes?

–Desde que descobri isso, eu tava feliz. Sempre gostei de meu tio, ele era como um pai para mim. Nos divertíamos. Eramos apenas nós 3. Eu, ele e Martin. Ele sempre dizia que precisávamos de “tempo de rapazes” e eu gostava disso. Afastar-me um pouco de porcaria de minha vida.- Ele tinha um sorriso triste nos lábios lembrando-se daqueles tempos. Deu-me pena vê-lo assim. Sem aquele sorriso cafajeste dele não era o mesmo.

–Então descobri que ele sabia desde sempre que era meu pai. Aí, eu fiquei com tanta raiva dele. Eu confia nele, pensava que nunca tínhamos mentido um para o outro mas aí descubro que tudo não passou de uma mentira. Não culpei minha mãe, ela apenas não disse nada porque tinha medo de Jacob mas a ele? A ele eu nunca desculpei. Ainda hoje não o perdoei. Desde que aquele dia aconteceu e nunca mais falei com ele. Nem sequer consigo olhá-lo na cara. Eu tenho ódio dele.- Ele olhou-me e apertou minha mão.- A pessoa que eu mais confiava me traiu, Amerika. Durante anos! Nunca o perdoarei. Odeio demais para isso. Por isso me custa tanto acreditar em alguém. Jade sempre esteve comigo. Estávamos de fraldas e já aprontávamos juntos, então ele é o único que eu suporto, para além de minha mãe e Martin. Quanto a ti, tu és uma enorme chata.

–Uau, obrigadinha.- Zombei revirando os olhos.

–Mas… tens bom gosto musical. Isso faz-te um pouco mais aceitável.

Peguei numa almofada e bati-lhe come ela o que apenas o fez rir.

–Idiota.- Resmunguei.- Mas bom, posso dizer o que eu acho?

–Força.

–Eu não acho que tenhas assim tanto ódio de teu pai. Tás magoado, mas isso é normal. Apenas quer dizer que tens sentimentos.

–Eu o odeio, Amerika. Isso nunca vai mudar.

–Castiel, tu tens a viola que vocês dois fizeram juntos, debaixo da cama. A guardas como se fosse um santuário. Se tivesses raiva dele tu a terias partido no minuto seguinte mas não o fizeste. Guardaste-a estes anos todos.

–Isso não quer dizer que não o odeie.- Resmungou grosso como sempre.

–Cabeça dura tu! Castiel, tu estás magoado, é normal depois do que te fizeram. Mas tu não o odeias! Percebeste? Não! E quando essa tua cabeça dura parar para pensar um pouco…- Bati-lhe na cabeça com força.-… vais-te aperceber que eu tenho razão. Como sempre, aliás.

–E agora quem é o convencido?- Zombou sorrindo.

–Ainda és tu. Eu apenas digo a verdade.- Ele revirou os olhos rindo e eu sorri.- Posso ter perguntar uma coisa?

–Pára de perguntar, diz de uma vez!

–Prontos. Como queiras. Porque tu e a tua mãe não fazeis queixa de Jacob? Ele bate-vos. E não discordes porque eu sei que é verdade! Ele não pode fazer isso, Cas.

–E achas que eu não disso? Não podemos fazer nada, Ame. É ele que paga nossas contas. O emprego de minha mãe não dá para quase nada. Se ele for acusado então… não sei o que será de nós.

É uma situação mesmo complicada.

–Talvez haja uma maneira.- Pensei alto.

–Não há, Ame. Tenho de ver se encontro um trabalho onde me paguem bem para pelo menos nos livrarmos dele e das suas chantagens.

–Aham.- Pôs meu cotovelo na minha perna e sustentei a cabeça com a mão, pensado.- Eu podia falar com Marina. Ela poderia arranjar um emprego para tua tia na empresa dela. Não é muito mas sempre é uma ajuda.

–Farias isso?- Perguntou surpreso.

–Claro. Não custa nada ajudar.- Dei de ombros.- Depois sempre podemos ver um emprego para ti. Deve haver qualquer coisa por ai algures. Não deve ser muito difícil então…

Calei-me surpresa quando ele me puxou para ele e me abraçou apertado. Minha surpresa logo se calou quando senti seu corpo quente e forte contra o meu.

–Cas?

–Obrigado, Amerika. Pelo que estás a fazer.

Sorri um pouco e empurrei-o.

–Esquece lá isso. Eu sei que esta coisa da amizade é nova para ti então, e vou explicar-te. É isto que os amigos fazem uns aos outros.

–Certo. Então, será que tu, ó mestra, me podes ajudar com essa cena de “amizade”?- Perguntou fazendo aspas com os dedos.

–Claro que sim. E aqui vai outra lição. Sabes que mais os amigos fazem?

–O quê?- Perguntou divertido.

–Eles não ficam enchendo o saco dos amigos até às 2 da manhã! Vaza!- Empurrei-o para fora da minha cama com a almofada que ele agarrou quando se colocou em pé.

–Tudo bem. Fui.- Mandou-me a almofada em cheio no rosto.

Rindo, ele saiu e inclinou-se lá de fora cá para dentro.

–Boa noite, “amiga”.- Piscou-me o olho e desapareceu fechando a janela atrás de si.

Sorrindo, caindo na cama incrivelmente leve.

Pelo menos, tudo está se resolvendo com este idiota.

09:48 da manhã…

Fui até á janela parecendo um zombie. Ele vai pagá-las.

–Segunda regra, nenhum amigo é idiota o suficiente para me acordar a estas horas!- Reclamei mal abri a janela.

–E se esse amigo trouxer o pequeno-almoço?- Perguntou sorrindo de lado mostrando um saco que cheirava divinamente bem e uma garrafa térmica.

–Depende. Isso é café?

–Quente e puro.

–Então tás desculpado. – Dei-lhe espaço para ele entrar e sentámo-nos na minha cama.

Ele serviu o café em chávenas enquanto eu coscuvilhava o saco de papel. O cheiro foi ainda melhor quando o abri.

–Oh deu isto cheira bem!

–Minha mãe faz os melhores biscoitos que podes provar.

Apenas para tirar a prova dos dez tirei um e proveio. Sabem quando chocolate e caramelo têm um filho? Os biscoitos de Cassady são esse filho.

–Podes aparecer sempre que quiseres.- Avisei-o empanturrando-me com eles.

Ele riu e bebeu seu café. Eu quase me tinha esquecido de meu café. Quase.

–Minha mãe vai ficar feliz que gostaste.

–Eu amei! São os melhores biscoitos de sempre.

–É o que estou farto de dizer.

Rimos e a minha porta se abriu para revelar dois pequenos saltaricos.

–Amy! Amy!- Ele pararam quando viram quem estava comigo.

–O que se passa mini-meus?

Rosy encolheu-se envergonhada mas Noah chegou á frente.

–Vínhamos chamar-te pa ver o Bob esponja mas estás ocupada…

–Ora essa. Nunca estou ocupada para ver o Bob esponja. Ei, Cas, topas ver o Bob esponja?- Provoquei-o trincando outro biscoito.

–Topo. Vamos nessa!- Ele saiu da cama e pôs Noah ás cavalitas.

–Vamos!- Saltei da cama com o saco dos biscoitos e peguei em Rosy.- Queres uma?

–Quero.- Ela trincou o biscoito e seus olhinhos arregalaram-se.

–Bom não é?

Ela assentiu animada e juntámo-nos aos rapazes no sofá. Rosy ficou no meu colo enquanto Castiel e Noah estavam no chão.

–Noah, toma um.- Disse Rosy passando-lhe um biscoito.

Noah comeu-o de uma vez e assim como Rosy seus olhinhos se arregalaram quando o chocolate e o caramelo dançaram na sua boca.

–Quero mais!- Ri e dei-lhe mais alguns que ele dividiu com Castiel. Eu e Rosy ficámos com os restantes e todos juntos assistimos o Bob esponja.

Marina apareceu vinte minutos depois e ficou surpresa quando nos viu a todos ali, principalmente a Castiel.

–Bom-dia.- Disse sorrindo.

–Bom-dia.- Eu e meus irmãos dissemos juntos.

–Bom-dia, Marina.

–Bom-dia, Castiel. Ora isto é uma surpresa agradável.

–Titia, olha!- Disse Noah apontando para o plasma.

–Queres ver o Bob esponja connosco?- Perguntou Rosy.

–Claro. Vou só tomar o pequeno-almoço e já cá venho ter.- Ela saiu para a cozinha e eu sentei Rosy no sofá.

–Eu já venho.- Beijei-a na testa e segui Marina assentando-me no balcão.- Não te importas pois não? Ele apareceu de repente então…

–Não me importo nada, Amy. Eu sempre achei Castiel um bom rapaz.- Sorriu sentando-se numa das cadeiras e meu olhando cruzando os braços.- Agora, conta-me. O que se passa entre vocês dois?

Minhas bochechas coraram logo e baixei a cabeça.

–Nada! Somos amigos. Estou ajudando na amizade porque ele diz que não é lá muito bom nisso. Nada mais!

–Sei.- Disse sorrindo maliciosamente.

Porque todos faziam isso?

–Bom, não era isso que eu queria falar contigo.- Saltei do balcão e sentei-me na cadeira em frente a ela. Tirei o único biscoito que sobrou, a muito custo, e dei-lho.- Prova isto.

–Muito bem.- Ela trinou-o e mastigou durante um tempo como aquelas pessoas que provam as coisas. Parece que mastigam, mastigam, mastigam e mastigam e nunca mais se decidem.- Uau! É incrível.

–Foi a mãe de Castiel que os fez.

–Estou impressionada. É realmente muito bom.

–Bom o suficiente para lhe conseguires um emprego na tua empresa?- Perguntei receosa.

–Hmm. Emprego?

–Sim. Eles estão precisando, Mary. Não te pediria se não fosse ultra mega urgente. Por favor, por favor, por favor, por favor, por favoooooor.- Implorei juntando as mãos.

Ela riu e assentiu.

–Tenho uma ideia ainda melhor. Diz ao Castiel para trazer a mãe dele cá a almoçar hoje. Tenho uma proposta que talvez lhe interesse.

–Boa! Obrigado, Marina. És a maior.- Abracei-a agradecida e beijei-a no rosto. Saltei para a sala animada.

Rosy tinha-se mudado e estava agora ao lado de Castiel que lhe dizia qualquer coisa ao ouvido fazendo-a sorrir largamente. Então fiquei com o sofá só para mim.

–Tentando influenciar minha maninha contra mim?- Brinquei.

–Preciso dos meus aliados.- Disse sorrindo.

Revirei os olhos sorrindo e deitei a cabeça na minha mão olhando-o.

–Tu e a tua mãe podeis almoçar cá hoje? Marina tem uma proposta para lhe fazer. Não me pergunte que eu não sei.

–Claro. Vou só lá em cima dizer-lhe e já venho.- Ele beijou a cabeça de Rosy e despenteou a de Noah antes de sair pela porta desta vez.

–Onde ele vai?- Perguntou-me Rosy.

–Vai chamar a mãe e já vem.

Ela assentiu mais feliz e voltou a atenção para os bonecos. Marina juntou-se a nós com os cereais dos meninos e era assim que estávamos todos quando bateram á porta.

–Eu vou lá!- Disse Noah correndo para a abrir.

Ele esticou-se ao máximo e conseguiu abri-la. Castiel apareceu e despenteou-lhe de novo o cabelo mas Noah parecia gostar que ele fizesse isso.

–Ei, campeão.

Marina levantou-se e foi até eles enquanto Noah fechava a porta e voltava correndo para o lado de Rosy.

–Castiel, anda!- Chamou-o Rosy fazendo-o sorrir e sentar-se de novo ao lado deles.

–Então, princesa? O que já aconteceu?- Perguntou pondo-a no meio das suas pernas.

–Ele tentou entregar a pizza mas não consegui.

–Uma baleia veio e comeu-a.- Noah sorriu deitando a cabeça no sofá.

–Epa. Ainda bem que não temos baleias aqui se não, não havia pizzas para ninguém.- Disse fazendo-os rir.- O que seria da vida sem pizzas?

–Nada.- Responderam os 3 juntos fazendo-me rir e olhar o tecto.

Castiel inclinou a cabeça para trás para me olhar e sorriu. Nunca me cansava de ver aqueles olhos cinza me olhando.

–De que pizza preferes, Ame?

–Ananás.

–Dãaa.- Disse Noah.

–Quando mamã e papá estavam cá todas as quintas comíamos pizza. – Começou a explicar Rosy.

–E sempre que era a vez de Amy escolher ela sempre escolhia ananás.- Noah conclui.

–Resumindo: És louca por pizza de ananás.- Disse Castiel elevando as sobrancelhas.

–Sim, basicamente.- Assenti calmamente e meus irmãos riram.

–De que pizzas gostas, Castiel?- Perguntou Rosy.

–Presunto e Mussarela

Eu fiz uma careta e ele reparou fazendo-o sorri largamente.

–Não gostas?

–Não é que não goste.- Bufei.- Apenas prefiro meu ananás.

–Já sei!- Disse virando-se para os gémeos.- E que tal fazermos também uma festa de pizza todas as semanas?

–Á quinta?- Perguntaram juntos.

–Claro.

–EU QUERO!- Gritam animados.

–Ame?

–Porque não?

Meus irmãos saltaram ainda mais enquanto eu e Castiel riamos. Marina e Cassady tinham ido para a cozinha e apareceram na sala olhando os meninos divertidas.

A mãe de Castiel era muito bonita. Seus cabelos eram loiros e os olhos do mesmo cinza que o filho. Tinha um rosto suave e delicado e uma aparência simpática e divertida… nada a ver com o filho.

–Teus irmãos me adoram.- Gabou-se nessa noite. Estávamos sentados nas escadas de emergência olhando o céu repleto de estrelas.

–Não sejas tão convencido. Eles adoram todas a gente.

–Isso também é verdade… Mas gostam mais de mim.

Revirei os olhos e empurrei-o com o ombro fazendo-o rir. Enrosquei-me melhor no casaco de pelo e deitei minha cabeça no seu ombro.

–Sabes qual foi a proposta que Marina fez á tua mãe?

–Ya. Pode-se dizer que Marina e minha mãe são sócias.

–Sócias?- Perguntei o olhando.

–Pois é. Elas pretendem abrir um restaurante/café próximo da escola mesmo.

–Isso é incrível.

–Melhor que incrível é altamente. Tens noção? Ame, tu não só arranjaste um emprego onde minha mãe irá ganhar muito mais mas também realizaste um sonho dela. Foi… a melhor coisa que podia ter feito.

–Não é bem assim.- Discordei voltando a deitar-me no ombro dele.- Quem pensou em tudo foi Marina. Ela é que é a grande base por cima disto tudo.

–Não sejas idiota. Se não tivesses ido falar com ela minha mãe nunca estaria tão feliz neste momento nem eu tão aliviado. Tu foste incrível.

–Eu sou incrível.- Gabai-me olhando-o de esguelha.

–E ainda dizes que não és convencida.- Bufou e eu ri.- Não, agora a sério, Amerika. – Pôs um braço na minha cintura para que o olhasse.- Fizeste mais por mim que alguém em todos os meus 17 anos. Obrigado.

–Para isso é que servem os amigos. Vês o que perdeste durante estes anos todos?- Perguntei beliscando-lhe a bochecha.

Ele sorriu e ficou-me olhando durante um tempo.

–Tu és louca.

–Obrigado. Eu esforço-me.- Ele revirou os olhos sorrindo e eu aproveitei para o beijar no rosto.- Bem, bem, bem. Esta louca vai dormir porque já é tarde e amanhã temos aulas. Por isso, Up up!

–É tens razão. Já és resmungona que chegue de manhã não vamos piorar isso.- Disse quando eu já estava na minha janela o que não me impediu de o fuzilar com os olhos.

–Idiota.- Resmunguei o que apenas o fez sorrir ainda mais.

–Boa-noite, Resmungona.

–Boa-noite, idiota.- Deitei-lhe a língua de fora e entrei.

–Que adulto!- Ouvi-o dizer.

Inclinei-me para fora e olhei-o. Ele ainda estava subindo os degraus.

–Mais adulto que tu.- Deitei-lhe uma última vez a língua fora e fechei a janela.

Troquei-me para o meu pijama e desabei na cama completamente cansada.

Foi um dia interessante.

Que não impediu o maldito do pesadelo aparecer de novo.

SONHO ON

–A culpa foi toda tua, Erika! TODA TUA!


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Notas finais do capítulo

Fantasminha brincalhão não me metes medo não, comenta por favor or or or or