Kendall POV's

A cerimônia foi emocionante do início ao fim, e quando os noivos disseram o famoso "aceito", não houve uma única pessoa dentro da igreja que não chorasse, isso vale até para os homens que se dizem fortões. Eu mesmo chorei muito, e Sam ensopou um lenço que trazia consigo. Finalmente o padre concluiu dizendo " Agora podem beijar as noivas! ". Cada casal deu seu beijo harmonioso e cheio de paixão, e depois de separados Logan disse: - É para beijar as noivas não é?. Carlos pareceu entender, sorriu e foi até Bruna dando um selinho rápido nela, e Logan fez o mesmo com Thamires. Todos ali presentes ficaram chocados por um tempo, até que Logan e Carlos caíram na gargalhada e todos caímos juntos, enquanto as noivas permaneciam mais vermelhas que pimentão.

Depois da cerimônia, seguimos para um amplo salão que se localizava ao lado da igreja. Estava todo ornamentado em branco e dourado. Os recém casados ficaram recebendo as pessoas uma à uma. De repente, Bruna pediu licença e saiu de perto. Imaginei que fosse ao banheiro, mas a vi se esgueirar por entre os convidados e sair do salão. Achei estranho e pensei estar acontecendo algo, por isso fui atrás dela. Encontrei-a no jardim da igreja. Estava em pé, apoiando-se em uma árvore. Respirava fundo, e logo pensei que estivesse prestes a desmaiar. Caminhei até ela com passos rápidos, e as folhas secas ao chão me denunciaram. Ele virou e fitou-me com seus olhos marejados.

– Bruna, o que houve? - Cheguei o mais próximo possível dela. Seu vestido tinha algumas folhas presas na calda.

– Nada, Kendall, nada. - Respondeu escondendo o rosto.

– Houve alguma coisa, não é possível. - Continuei, pensando alto.

– Não é que... - Ela hesitou por um instante, e depois franziu os lábios. - Estou passando por uma fase hormonal, e casamentos me deixam emotiva então...

– Fase hormonal?

Ela arqueou uma sobrancelha e eu saquei, estava de TPM, ou algo assim. De repente ela se curvou e fez força com a garganta, como se fosse vomitar. Corri até mais perto e seguirei seus cabelos ondulados acima da cabeça, longe do rosto.

– Bruna, que está havendo? Eu...eu vou chamar o Logan. - Quando fiz menção de ir, uma de suas mãos agarrou a minha.

– Fique, estou bem. - Respirou fundo e ajeitou-se.

– Você...ia vomitar? - Me senti enjoado. Sei que era frescura, mas eu era lotado de frescuras.

– Passou, Kendall, foi o cheiro do seu perfume, e emoção demais.

– O que está acontecendo? - Logan indagou atrás de mim.

Inconscientemente minhas mãos estavam na cintura de Bruna, a apoiando. Imaginei que Logan concluiu errado e me apressei em explicar a situação.

– Ela estava se sentindo mal, e por um instante quase caiu. - Disse, temendo que ela discordasse e eu fosse acusado de algo.

– Foi isso amor, - Ela olhou para Logan, que agora estava de pé ao nosso lado. - Estava um pouco indisposta, se não fosse por Kendall acho que estaria com a cara cheia de folhas. - Brincou. - Obrigada, Kendall.

– Disponha. - Sorri forçado, a soltando em seguida. Logan deu um sorriso agradecido para mim, a segurou de lado pela cintura e voltaram para o salão.

Respirei fundo por uns minutos, assimilando a situação. Ela estava emocionada, certo. Mas o que o cheiro do meu perfume tem a ver com seu enjôo? Conclui que isso estava estranho demais, e conclui também que não era da minha conta. Dei de ombros e voltei ao salão.

~James POV's

Desde o momento que Sam chegou à igreja com as noivas, não parei de olhá-la. Seu vestido de lantejoulas douradas e detalhes pretos marcava-lhe o corpo, evidenciando as lindas curvas. Seu sorriso era de um brilho exuberantemente atraente. Por míseros instantes durante a entrada das noivas seus olhos encontraram os meus e eu me senti vivo outra vez, mas ela fez questão de não olhar-me.

Após a cerimônia, e a recepção, sentamo-nos na mesma mesa, junto com os recém-casados e os demais padrinhos. Por ironia, ou destino, Samantha sentou-se exatamente frente á frente comigo, com nossos filhos sentados um de cada lado da mãe. Iniciou-se uma torrente de conversas paralelas. A todo instante que podia, meu olhar ia em direção a Samantha, que nem se dignava a mexer o pescoço em minha direção. Passaram-se alguns minutos, então ela perguntou à Thamires o que estava acontecendo. Segui seu olhar e percebi que olhava para o palco. Estava coberto com uma cortina, havia movimentação atrás da cortina. Um segurança convidou os recém-casados para perto do palco.

Com os dois casais juntos ao palco, a cortina caiu, revelando a banda Maroon 5, cantando o novo sucesso Sugar. Foi surpresa para todos, principalmente os noivos que nada sabiam. Em instantes estavam todos os convidados de pé e dançando. Foi extremamente divertido, exceto para mim, que fiquei encostado em uma pilastra distante, apenas observando.

Meus filhos brincavam abraçados, e eu sorria ao vê-los tão cúmplices. Samantha dançava com Dustin, os dois riam bastante, enquanto meus olhos acompanhavam seus passos alegres e seu sorriso contagiante. Os pequeninos correram para o jardim, fora do salão, sem que Samantha os visse. Era minha chance. Cheguei no jardim e Sophie estava escoradinha em uma árvore, brincando de pique esconde. Sorri, e sentei-me ao lado da árvore, na grama, a observando. Quando virou-se para sair, tomou um susto comigo, e colocou a mão no peito.

– Calma, pequena. - Sorri, parecia que minha boca se rasgaria tamanho era meu sorriso.

– Ti sustu. - Respondeu ofegante. Ao se recuperar me olhou com cuidado, me examinando. - Voxê é aqueli titio que Blyan tava falanu nué?

– Sou?

– É xim, - Ela sorriu. - Blyan xemple fala di voxê, qui voxê é um titiu legau pluquê dêxa as clianxa blincá nu vidugami.

Me senti emocionado. Bryan havia gostado de mim. Meu sorriso se alongava e os olhinhos curiosos de Sophie me observavam. Pense, James, esta é a chance de conquistá-la também.

– Então, se sou tão legal assim, porquê não dá um abraço no titio?

Ela pensou um pouco, mostrando uma ruguinha adorável e idêntica à que a mãe possui na testa, depois mexeu os ombrinhos e veio em minha direção. Ela me abraçou tão forte que meu mundo estava todo ali, em seus bracinhos delicados. Seu perfume era leve, e me fazia flutuar em um mar de alegria. Um lágrima rolou por meu rosto, era inevitável. De repente senti outro par de braços ao meu redor, abri um pouco os olhos e Bryan abraçava nós dois. Meu coração naquele momento batia forte como nunca. Abri um pouco de espaço e o encaixei entre meus braços. Neste momento eu já chorava convulsivamente, sentindo o amor das duas partes mais importantes da minha vida.

– Meninos? - Era Samantha.

Os apertei ainda mais em meus braços. Abri meus olhos, que deviam estar vermelhos de chorar, dei um beijo em cada testinha e os soltei. Samantha nos olhava à pouca distância, os olhos vermelhos também, e algumas lágrimas nas bochechas. Nossos filhos correram até ela, os três se abraçaram e ela cochichou algo em seus ouvidinhos, fazendo com que eles saíssem do jardim.

– Então... - Ela começou sem jeito. - Acabei de discutir com a Halston.

– O quê? - Me levantei do chão, limpando as poucas lágrimas que restaram.

– É, estava procurando os meninos, ela cismou que eu procurava por você e...

– E? - Instiguei-a. A curiosidade já me engolia.

– Ela admitiu que você não me traiu, - Ela suspirou, mordendo o lábio. - Desculpa, James, se eu soubesse, ahn, nada teria sido assim.

– Não foi sua culpa. - A olhei intensamente. - Só não entendo como pôde fazer isso? Escondê-los de mim? - Meus olhos com certeza brilhavam e lágrimas pretendiam sair deles novamente.

– Eu não os queria perto de você, James, você me traiu, e eu descobri isso exatamente no dia em que soube de nossos filhos, como queria que eu agisse? - Seus adoráveis lábios carnudos tremiam. - Fiquei destroçada, tudo o que queria era você longe deles.

– Mas já sabe que não te trai, não é? - Aproximei-me e coloquei seu rosto macio entre minhas mãos. Ela afirmou com um leve balançar da cabeça. - E agora, como fica isso?

– Eu não sei, mas queria... - Ela interrompeu-se, como se estivesse com medo de prosseguir.

– Queria? - Insisti.

Seus olhos brilhantes encontraram os meus. Estávamos perto o bastante para que sua respiração fizesse cócegas em meu nariz. Então respondeu: - Eu queria que fossemos uma família, como devia ser. - E houve um sorriso incontido nos seus lábios.

Só eu sei como a alegria cresceu dentro de mim ao ouvir aquelas palavras. Sorri e a beijei, sem me importar com nada, éramos nós dois, apenas nós dois. Era tão bom sentir seus lábios acariciarem os meus, que meus sentidos entorpeceram, e juro que se fosse apenas pela gravidade, eu estaria caído no chão. Tudo o que eu sentia era ela. E era tudo o que eu precisava.