Merida's POV

Estava tão empolgada que antes que minha mãe pudesse vir me acordar, eu já tinha me levantado, e quando ela ia entrar em meu quarto eu saí quicando no mesmo lugar, já de banho tomado, com calça jeans, tênis e uma blusa de manga longa verde escura.

– Bom dia! - esclamei, transbordando animação.

– Bom dia querida - minha mãe disse de modo calmo que eu não entendi.

– Como consegue estar tão calma? Não está empolgada mãe? Vou para Hogwarts! Pela primeira vez! Ficou calma assim em seu primeiro dia? Não sei como consegue, estou tãããããão empolgada! Vou poder finalmente ter uma vassoura, não vou? Porque lá vou ter aulas de voo! E quero entrar para equipe de Quadribol! Será que vou entrar na Grifinória...?! - desatei a falar.

– Merida, se acalme! Contenha-se só um pouquinho querida. Talvez você tenha sim uma vassoura... Por falar nisso, preciso comprar uma nova para mim... - ela pensou.

– Que bom que vai comprar uma nova para a senhora, porque já embalei a sua antiga para poder levar! - avisei.

– Sem me pedir?!

– Ah, é claro - sorri tentando disfarçar. - Mãe, posso levar sua vassoura para Hogwarts, por favor? - pedi com minha melhor carinha de anjo, piscando os olhinhos. Ela assentiu levemente e eu vibrei por dentro. - Obrigada, obrigada, obrigada! - beijei-lhe a bochecha.

Desci correndo as escadas de casa, só para encontrar meu pai na cozinha.

– Bom dia pai! - quase berrei, tamanha a minha empolgação.

– Bom dia... - ele bocejou - ... Merida.

– Aiiiiiii, eu vou para Hogwarts, eu vou para Hogwarts... - cantarolei.

– Calminha furacão - meu pai engraçadinho falou com um sorriso bobo.

– Por que não vamos logo para a estação de trem? - perguntei ansiosa ao extremo.

– Nós já vamos Merida, fique calma! Já pegou a varinha, as vestes, os livros...

– Já!

– E as penas...?

Opa! Ele sabia que eu era esquecida.

– Peguei quase tudo - sorri tentando mudar de assunto. Inutilmente.

– Vai logo! E cheque se pegou o resto.

– Ok! - eu não conseguia ficar parada mesmo.

Afinal eu havia esquecido as penas, um dos livros, escova de dentes e de cabelo, o creme dental, e também papel para carta. Mas enfiei tudo rapidamente na mala, e me certifiquei de que não faltava mais nada. Afinal, continuaram faltando alguns rolos de pergaminho.
Quando finalmente chegamos à estação de trem de Londres, a King's Cross, faltava meia hora para o trem sair. A plataforma estava lotada, tanto a dos trouxas quanto a para Hogwarts. Eu me despedi rapidamente de meu pai e minha mãe.

– Tome cuidado querida - minha mãe falou, mostrando preocupação.

– Pode deixar, Dona Ginny - falei piscando um olho. Ela ficava irritada quando eu a chamava de Dona Ginny, mas dessa vez não reclamou.

Quando entrei no trem, fui procurar um compartimento. Eu não tinha nenhum amigo, teria que tentar fazer um. Em um vagão havia um menino de cabelo castanho e liso e pele clara, que estava sozinho, então decidi tentar uma amizade.

– Olá... - disse hesitante. - Os bancos estão ocupados? Ou posso me sentar aqui?

– Pode sentar - falou.

Me sentei de frente para ele, perto da porta.

– Prazer, sou Merida Potter - falei.

– Soluço Cullen.

Me segurei muito para não rir do nome estranho. Estendi a mão para que ele a apertasse.

– Potter... Potter... - ele murmurou.

"Ah não!" pensei. "Ele vai adivinhar..."

– Você por acaso é filha Harry Potter? - perguntou.

"Maravilha!" pensei.

– Sou - disse, sem realmente quer confirmar.

– Ah, legal! - disse.

Pensei em um modo de fluir a conversa sem envolver o famoso Harry Potter no meio.

– É seu primeiro ano também? - essa era uma pergunta simples. Ele assentiu em resposta.

– Então... Expectativa? Quer ficar em alguma casa especial? Ansioso...? - perguntei, estimulando-o a falar.

Com o tempo a conversa fluiu. Soluço era muito legal, e começamos a rir. Aquele podia ser o começo de uma grande amizade, e eu sentia isso.

Então, alguém na porta pigarreou.

E fiquei realmente surpresa em olhar para a pessoa, por causa de sua aparência.