Kristoff's POV

~um mês depois~

Chegara o dia do baile.

Eu e Flynn nos encontramos, e chegamos ao Salão Principal juntos. As grandes mesas das quatro casas da escola foram substituídas por várias mesas redondas, onde cabiam oito pessoas. Lá dentro nevava, e tudo fora decorado em branco, off-white e azul bem claro. Vários cristais de gelo pendiam de muitos lugares do teto. Eles eram mais ou menos como lustres: apesar de não iluminarem nada, eles estavam agrupados de forma que lembrava, lustres de cristais, mas eram somente para fazer parte da decoração.

Eu e Flynn nos sentamos em uma das mesas, e começámos a esperar os outros.

– Aí vem o Cabeçudo! Junto com a... - ele parou de falar. - alguém que devia ser a Ruiva, mas não pode ser ela.

Então eu olhei para a porta de entrada.

Soluço vestia um smoking preto, exatamente como o nosso. Mas assim que coloquei os olhos em Merida, entendi a surpresa de Flynn, e até concordei com ele. Não podia ser Merida Potter, só uma garota muito parecida com ela.

Ela usava um vestido longo, verde-folha, com a cintura justa, que abria-se levemente na saia. Mas em vez de ter alças normais, o vestido tinha alças de prata. Literalmente! As alças assemelhavam-se a galhos de árvore retorcidos, e haviam folhas neles, mas tudo era de prata. Em sua cabeça havia uma tiara com o mesmo formato, uma coroa de galhos retorcidos e folhas, tudo feito de prata. O cabelo não estava tão bagunçado. Ela estava maravilhosa!

Ela e Soluço andavam lado a lado. Os dois combinavam muito... "Desde quando eu noto quem combina com quem?!", pensei. Mas enfim, o importante era que combinavam.

– Oi - ela disse quando eles chegaram.

– Uau - Flynn respondeu simplesmente. Isso a fez corar e desviar o olhar, que caiu sobre a porta.

– Olhem, Anna chegou!

Olhei para a porta.

Merida estava linda, de fato, mas nada se comparada a Anna.

Ana usava um longo vestido, de uma mistura entre marrom escuro e preto. Era tomara-que-caia, e na parte de cima do vestido havia uma renda de flores, que descia em um "fio" de flores para trás, e em outro para um dos lados da saia, que era levemente bufante, mas sem nem um pingo de exagero. Seus cabelos castanho-avermelhados estavam meio-presos, e haviam cachos nas pontas. Tanto sua maquiagem quanto a de Merida eram bem naturais, quase não se via nada. Ela estava... perfeita. Simplesmente.

Ela chegou, acenou para todos nós e sentou-se em uma cadeira ao meu lado. E eu só fiquei com a boca aberta e os olhos arregalados, feito um idiota, por um bom tempo.

Flynn's POV

O Kristoff ficou lá, olhando para a Tampinha. Ele estava "secando" tanto a garota que se ele não parasse de olhar logo, ela ia ficar igual a um daqueles balões compridos de trouxa quando o ar escapa. Ela estava começando a ficar vermelha, e o retardado estava quase babando. Literalmente.

– Ah, olha a Zel está ali! - Tampinha disse e apontou, querendo desviar a atenção dela, eu acho.

Daí eu olhei para a loira. A minha cara deve ter ficado igual a do Gigante, que era tão burro que nem agora tinha desviado o olhar da Tampinha. Aliás, melhor assim, a Loirinha era a MINHA acompanhante, ninguém tinha que olhar coisa nenhuma. Deu até vontade de gritar para os caras todos cobrirem os olhos.

Ela estava com um vestido longo, de babado e rosa claro, com alças bem finas.

Eu sei o que você está pensando. Com um vestido rosa e de babados, ainda mais sendo loira, ela devia estar parecendo uma boneca trouxa - como era o nome daquele negócio?! -, certo?

Errado! Se pensou isso você é um retardado mental! Morra na fogueira por excesso de burrice e imaginação que chega a ser uma blasfémia! Ela não parecia uma bendita boneca estúpida de pirralhas trouxas nem aqui nem em lugar nenhum. Até um cego via isso!

Seus cabelos de 10 metros estavam meio-presos, e onde as duas mechas do penteado se encontravam, havia uma presilha de borboleta de bronze, com pequenos brilhantes em alguns pontos das asas.

E eu com cara de idiota.

– Oi.

– Parece que fiz um bom trabalho - a Tampinha observou. - Em vocês duas.

– Como assim? - o Cabeçudo perguntou. Se eu não continuasse olhando o Loirinha, eu teria dado-lhe um tapa na cara por ser tão burro!

– Eu arrumei os cabelos de Merida e Zel. E fiz a maquiagem. Só Elza não quis ajuda... - o tom de voz dizia que estava preocupada com a irmã. No momento se a Cabeça de Neve fosse cremada viva eu continuaria olhando a Loirinha.

Então óbvio que eu não vi a expressão da Tampinha.