Sei que vamos melhorar.. escrita por Caruliss
– Vic...
Eu estava de olhos fechados deitada sobre ele.
– Oi.
– Se demite daquela merda, por favor.
Abri os olhos e olhei pra ele - não posso.
– Pode sim... você pode vim trabalhar comigo na empresa do meu pai.
– Seu pai nunca que iria me querer lá.
– Vai querer sim, é só eu pedir, manjar dos dramas - ele riu - Daí você vai receber muito mais, não vai precisar fingir personalidade, vai ser feliz. Vai poder pagar a tua faculdade, morar sozinha...
– Mas Raphael - interrompi ele.
– Mas Victória - ele me interrompeu - não tem ''mas'', você quer que eu sei.
Olhei pra ele com uma felicidade imensa. Parece que esse garoto é um anjo.
Enchi ele de beijinhos na bochecha, ele riu, o abracei e senti o seu perfume... não queria soltá-lo... e assim o fiz. Não soltei.
[...]
– Vic, temos que ir pra casa, já são 9 horas da noite.
– Vamos então - fiz carinha de cachorro sem dono, ele me roubou um selinho.
Fomos até o carro dele de mãos dadas. Abri a janela do carro e senti o vento bater em meus cabelos, fiquei sorrindo, parecendo uma criança de 9 anos.
Ele me deixou em casa e foi embora. Quando eu olho pra esquerda, estava o Vinícius.
– O que você quer?
– Olha como você fala comigo, garota.
– O que? Vai me bater de novo?
– Olha como você fala comigo, garota... Aquele moleque tá com você agora? O seu heróizinho?
Revirei o olhar - Você é patético, parece uma criança. Com licença, tenho mais o que fazer - fui andando, mas ele segurou o meu braço.
Você se cuida, princesinha... coisas ruins podem acontecer a você, e ao NOSSO querido bebê - sussurrou.
Isso é uma ameaça? - Fingir bocejar - Ta bom então.
Ele sorriu ironicamente e eu sorri vitoriosa, e finalmente ele foi embora.
Entrei em casa, coloquei a mão na barriga, sentei no chão e comecei a chorar.
[...]
Acordei na minha cama. Não lembro o que aconteceu ontem depois que cheguei em casa... provavelmente caí no sono e meu pai me trouxe pra cama.
Tava afim de passar em abrigos de animais ou orfanatos hoje. Ou talvez os dois! Liguei pro Raphael pra saber se ele iria comigo, e ele aceitou. Tomei banho, coloquei uma blusa de manga média com um short jeans e all star de cano médio, prendi o cabelo em um cabo de cavalo, me perfumei e esperei ele chegar.
Queria ir a pé, sentir a brisa do vento, então ele segurou na minha mão e fomos.
Chegando no abrigo de animais, fiquei fazendo carinho nos cachorrinhos e gatinhos, me apaixonei por um e queria muito levar pra casa.
– AMOOOOOOR, olha que coisa mais linda! Eu quero *-* EU QUEEERO levar comigo. - Nem sabia qual era a raça do cachorro.
Ele me olhou com os olhos brilhando com um sorriso enorme, fiz uma cara de sem entender
– "Amor" ? - ele disse sorrindo.
Fiquei vermelha e sem graça - Sim... o meu amor - ele me deu um selinho demorado e depois me encheu de beijinhos. Fiz carinho na barba dele. - Seu. – ele sussurrou no meu ouvido.
Fiquei fazendo carinho no cachorrinho e não queria largar. Fiquei lá por horas brincando com todos eles.
Depois fomos ao orfanato. Corri pra perto das criancinhas e peguei um livro pra ler com elas. O Raphael tava me olhando encostado na porta da sala onde eu estava, e eu o chamei pra ler comigo.
Desenhamos com as crianças, brincamos, mas eu tava começando a ficar tonta demais por causa da criança, e ele percebeu.
– Vamos na minha casa.
– Não.
– Vamos, Victória. Você nunca foi lá.
– Não.
– Por que?
– A princesa da Inglaterra deve viver lá.
Ele riu - Pare.
– Sério.
– Vamos, vamos - disse segurando as minhas mãos.
– Tá bom, Raphael.
– É fácil te convencer.
– O QUE?
– Nada não - riu.
[...]
Entramos na casa dele, e puta que pariu... Jardim imenso com várias flores, e uma casa enorme, parecia um palácio. Fui correndo até as flores, claro, ele veio atrás de mim.
– Vamos ter todas essas no futuro - olhei pra ele e sorri, fui em sua direção, e o abracei de lado e fomos andando.
– Pai? Mãe? Estão em casa? - disse ele.
– AAAHHH MEU QUERIDO FILHO! Como está se sentindo? - disse a mãe dele.
– Estou ótimo - ele disse friamente - Enfim - disfarçou e sorriu - essa é a Victória, minha amiga.
– Prazer, Senhora - eu disse estendendo a mão, mas fiquei no ar. Olhei pra ele com uma cara de: posso ir embora? e ele me olhou chateado.
A mãe dele olhava sério para mim e para ele, até que o pai chegou pra quebrar o clima.
– Filhão!! Iai? Quem é essa moça linda do seu lado? - eu ri sem graça.
– É minha amiga, pai! A da qual eu te falei.
– Ah sim! Minha senhorita, o seu horário de trabalho começa as 8 horas. Não se atrase!
Olhei pro Raphael sem acreditar. Fiquei surpresa demais, ele me olhou e riu, o abracei e ele me carregou e me rodou. A mãe ainda olhava estranho pra nós...
Sussurrei: Por que ela está assim?
Ele sussurrou: Ciúmes.
[...]
Estávamos todos sentados numa sala de estar luxuosa, com móveis caros e uma mesa farta de comida. Comemos, o pai dele era engraçado, mas arrancar um sorriso daquela mal humorada tava difícil.
– Mas me conta aí, onde conheceu o meu filho?
– Han... Han... - olhei pro Raphael - Em uma lanchonete - Raphael segurou a minha mão e cruzou olhares sérios com a mãe.
– Você toma conta desse meu filho, em? Por que ôh moleque que gosta de fazer coisas erradas!
Ele riu. - Que isso, pai? Sou um filho ótimo.
– Sei que tu és, filho - olhou orgulhoso.
Sorri com aquela situação.
– Muito bom mesmo, é bom se relacionar com pessoas do mesmo nível - disse aquela vagabunda.
Me ofendi demais, olhei pro Raphael sério e depois olhei pra baixo.
– Será que a senhora poderia permanecer calada, mãe? - disse o Raphael. A mãe ficou em espanto com o que o Rapha disse.
– Mas acho que a moça é do mesmo "nível" que você supõe - disse o pai, olhando sério pra mãe. A mãe não estava se importando com nada.
Ouvimos a porta bater, era uma garota de mais ou menos 17 anos de idade. Veio em minha direção.
– AAAAAAAH QUE MENINA LINDA, QUEM É ELA RAPHAEL? SUA NAMORADA? - ela me levantou e me abraçou, eu ri.
– Não, Camila, não - Disse o Rapha.
– Prazer, sou a Victória.
– Viiiiiic você é tão linda. Quero ser loira também! Posso, mãe?
– Vemos isso depois.
– A senhora é chata demais, eu hein. Deixa o Raphael ser feliz, já não basta? ...
– O que, Camila? O que? - disse o Raphael cortando a Camila com olhar sério.
– Já não basta ele ser um menino feio e chato?
Todos riram. Mas sinto que o Raphael está me escondendo alguma coisa.
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