Sei que vamos melhorar.. escrita por Caruliss


Capítulo 14
Capítulo XIII.




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Chegamos em casa, o Rapha me abraçou de lado e me levou até a cama, sentei e olhei pra ele.

– Pegaram o Vinícius?

– Não... ele conseguiu fugir.

Não respondi, balancei a cabeça como um ''sim'' e deitei. Ele foi preparar algo pra eu comer, mas eu tava sem fome.

– Tem de comer.

– Não mais, não preciso alimentar um bebê.

– Victória...

– Não estou com fome, só isso. - desviei o olhar dele e olhei pro lado. Ele suspirou e colocou a bandeja no criado-mudo. Deitou-se do meu lado e ficamos trocando carinhos até eu pegar no sono.

Raphael narrando:

Uma dor enorme no tórax está agonizando. Com certeza é o pulmão. Na verdade não sei quanto tempo ainda me resta... Acabei pegando no sono junto com a Victória.

Senti um selinho e abri os olhos lentamente...

– Boa noite. - ela disse. Eu sorri e a beijei. Olhei pro criado-mudo e ela ainda não tinha comido.

– Nem tão boa, né? - apontei pra bandeja. Ela só revirou o olhar.

Fiquei a observando levantar e andar até a porta do banheiro, até que se encostou e parou.

– Vou tomar um banho, quer vim comigo? - ela disse.

[...] [...]

Passaram-se 3 dias, a Victória estava conseguindo ir pra faculdade, mas só estava comendo se eu forçasse, parecendo aquelas crianças fazendo birra.

– Eu sei que não está bem o suficiente pra isso, mas tem que comer.

– Não estou com fome. O bebê não está.

Abracei e dei um beijo no cabelo dela.

– Sei que é difícil, mas e se eu morresse amanhã, você ficaria sem comer?

Ela me olhou espantada, logo depois séria, logo depois zangada, e logo depois triste. Eu ri das carinhas dela.

– Não fale desse jeito. E não ria disso, Raphael.

Suspirei e sentei na cadeira.

– Vai comer logo? - disse interrompido com tosses. Ela me olhou e sentou na cadeira do meu lado, e comeu devagar exitando.

Acabamos, eu lavei a louça e ela sentou no sofá e fixou o olhar no horizonte. Vi umas lágrimas descer... Fui até ela e sequei as lágrimas, mas não disse nada, só a olhei nos olhos. Ela sorriu de lado.

– Já sei o que podemos fazer hoje! - eu disse animado. Ela erguei a sobrancelha - Vamos na minha casa, aprender a tocar piano... não era um de seus sonhos? - ela sorriu, pegou na minha mão e fomos nos arrumar.

[...]

Ela estava com um vestido acima do joelho rodado, com o cabelo preso bagunçado, parecendo uma adolescente. Dei um beijo na mão dela e fomos.

Cumprimentei meus pais e minha irmã. Minha mãe olhava feio pra Victória.

– Não estamos numa boa hora pra senhora fazer isso. - eu sussurrei no ouvido da minha mãe.

A Victória falou com todo mundo, e fomos logo em direção ao piano, ela estava muito agitada... consegui animar ela.

[...]

– EU SOU MUITO RUIM NISSO! - disse ela, rindo.

– Calma, amor, é só questão de prática, vem aqui - eu disse pegando nas mãos dela, e ela me olhou sorrindo - Que foi?

– Sinto como se fosse a primeira vez que você pegasse na minha mão. - Eu sorri e a beijei calmamente.

Ela parou o beijo com um selinho - eu quero aprender a tocar, amor, por favor.

Ficamos praticamente a tarde toda lá, ela conseguiu tocar uma parte da música.

– Consegui - mostrou língua e riu.

– Parece aquelas crianças, sabe? - falei merda, faaaleeeei merda, lembrei de criança, puta que pariu. Percebi que o olhar dela mudou, mas ela logo se animou de novo.

– Cortar isso da minha lista quando chegar em casa.

Comecei a fazer cócegas nela, e ela rindo alto chamou a atenção de minha mãe. Ela apareceu na porta e nós paramos.

– Eu quero conversar com vocês dois. - ela disse se aproximando e sentando na frente da gente - Primeiramente quero pedir desculpas a Victória por ter sido tão rude, eu espero que você faça o Rapha o homem mais feliz do mundo - ela sorriu - até o fim. E filho... me perdoe também por ter dito aquelas coisas, é uma decisão da sua vida, você cresceu, e eu vou estar sempre aqui...

– Mas por que mudar assim? - eu perguntei.

– Eu percebi que estava sendo completamente idiota, e que vocês não merecem isso...

A Victória sorriu orgulhosa.

– Ah... Então... ouvi que estavam aprendendo a tocar piano... será que posso... ?

– Claro! - disse a Victória, animada, meio alto.

– Claro, mãe. - eu disse sorrindo.

Ela tocou com a gente, mas alguns momentos a tosse vinha, e era forte, doía todo o meu corpo...

[...]

Fomos pra casa, a Victória tava meio que saltitando pela casa, pegou o Duke pra brincar.

– Obrigada por me animar... - ela disse.

– Não tem de agradecer, to aqui pra isso, não é mesmo? - sorri.

Fui pro banheiro e peguei uns remédios pra aliviar dor de câncer... tomei uns quatro e voltei a Victória.

Victória narrando:

xxx Início da Ligação xxx

– Sério, pai?!

– Sim, minha querida, isso mesmo... e você vai ser a madrinha e quero o Rapha como padrinho.

Eu comecei a gritar no telefone.

– Filha... meu ouvido! - ele disse rindo.

– NÃO ACREDITO QUE VOU VER MEU PAI SE CASAR! - o Rapha vinha e me olhou com olhos arregalados e com um sorriso imenso.

[...]

xxx Fim da Ligação xxx

[...]

Acordei no meio da noite ouvindo tosses muito fortes do Raphael.

– Amor, tá tudo bem? - acendi o abajur e vi o cobertor com uma poça de sangue, a mão e a boca do Raphael cheia de sangue e pingos no chão, me desesperei. - AMOR, OLHA SUA MÃO! - ele olhou e depois me olhou.

– Não tosse, tenta não tossir - mas não adiantava, ele tossia demais, coloquei ele dentro do carro e fui correndo pro hospital. Ja sabia o trajeto de cor, por que né... rs.

Eram 4 horas da manhã, e ele no quarto de hospital. Comecei a chorar, claro.

– Olha, aqui é uma situação delicada. Poderia ligar para a família dele com urgência, por favor?

Peguei o celular do Rapha e liguei, expliquei tudo a eles e eles vieram direto pra cá, demorou só uns 6 minutos.

– O sangue do Raphael é O- , um sangue raro , que no caso pode doar para qualquer tipo de sangue, mas só pode receber de outro O.

– Mas eu sou A+ - disse o pai.

– Sou O- ! - disse a mãe.

– Mas a senhora tem tatuagens - sim, ela tinha uma com o nome do Raphael e da Camila - Infelizmente vamos ter que procurar outro doador de O.

Infelizmente eu era A+ também, puxei do meu pai...

– Eu conheço uma pessoa... - eu disse revirando o olhar.

Liguei para o meu pai, expliquei e mandei ele vir aqui.

– [...] e a única pessoa que tem O- você sabe quem é.

Meu pai suspirou.

– Vai ligar pra ela mesmo?

– É o jeito, pai. É pelo Raphael.

Meu pai me deu o número, e eu liguei.

xxx Início da Ligação xxx

– Alô? - gelei.

– Oi, mãe. - eu disse.


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