Amor X Guerra. escrita por Mah Everllark


Capítulo 4
Capítulo 3: Guerra!


Notas iniciais do capítulo

Oie leitores! Voltei para postar para vocês!
*Quero aproveitar para agradecer a Hardie Fairbain por fazer um lindo comentário.Obrigada!

Boa leitura!



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Dezembro-1941

Movi-me em minha cama me relembrando do sonho maravilhoso que tive ontem com Peeta beijando-me. Me espreguiço e sinto algo quente ao meu lado. Meu Deus! Não foi um sonho. E ele ainda está em minha cama. Sento-me rapidamente e encaro o ser adormecido ao meu lado. Nunca tinha visto Peeta dormir, e devo confessar que ele fica ainda mais bonito assim. As vezes acho que ele não é real, a perfeição de seus cabelos dourados é demais para que seja. Acaricio seu rosto sereno e beijo-o nos lábios de leve. Ele só resmunga e se vira para o outro lado. Sorrio e o beijo mais uma vez, e só assim ele abre seus olhos e me encara com um sorriso nos lábios.

— Eu quero sempre dormir com você, se for para me acordar assim todos os dias.

Ele se levanta minimamente e sela nossos lábios.

—É melhor você ir Peeta, antes que alguém apareça...

—Tudo bem Kat... Mas, mais tarde nos encontramos certo?

—Não! Mais tarde eu quero conversar com meu pai sobre o que me disse ontem.

Peeta suspira e afaga meus cabelos.

—Tem certeza de que vai fazer isso? Seu pai pode não gostar e pode ser pior...

—Eu sei, mas não custa nada tentar.

Ele pega meu rosto e beija ponta do meu nariz.

—Obrigado... Eu nem sei como te agradecer.

—Mas eu sei!

Mordo meu lábio inferior e ele ergue uma sobrancelha.

—Ficando para sempre comigo,oras!

Ele ri e pega minha mão.

—Isso é fácil meu amor... Peça algo mais difícil.

Rimos por alguns segundos. Ele beija minha mão e se levanta da cama com certa rapidez calçando sua bota. Eu também me levanto e coloco meu robe. Ele passa pela cama e eu o acompanho até a varanda.

—Me encontre amanhã então?No lago?

Ele pega minhas mãos e espera minha resposta com um olhar de suplica.

—Claro que sim.

—Mal posso esperar para vê-la.

Peeta solta minhas mãos e passa as pernas pelo balaústre, depositando um ultimo beijo em meus lábios antes de descer pela árvore ao lado da sacada e sumir correndo pelo jardim de casa. Fecho as portas de minha varanda, sento-me em minha cama enquanto penso em como abordar meu pai. Eu sei que não vai ser fácil, mas tenho que fazer por Peeta.

Ouço barulho de saltos batendo no chão de madeira do corredor à frente de meu quarto. Rapidamente entro em baixo de meus cobertores e finjo estar dormindo. A porta é aberta e o cheiro de erva doce e jasmim invadem meu quarto. Não preciso nem olhar para saber que este perfume pertence à minha mãe. Ela abre as cortinas de minha janela e passa a mão por meus cabelos.

—Filha! Levante-se!

Ela puxa minhas cobertas até meus pés e afaga minhas costas.

—Oh mãe! Hoje é sábado.

Resmungo me revirando na cama para encara-la.

—Por isso mesmo, se não se levantar logo mal vai aproveitar o dia... Ande levante-se o dia está lindo!

Ela se vira e abre as portas de minha varanda, fazendo a luz do sol invadir meu quarto escuro e me causar uma cegueira instantânea.

—Mamãe?

Digo antes que ela passe pela porta de meu quarto para retirar-se.

—Sim?

Ela se aproxima de mim com um breve sorriso.

—Papai está em casa?

—Está sim, porque?

—Eu quero falar com ele.

—Agora não Katnip, seu pai está ocupado no escritório... Parece-me que é algo sobre a guerra.

Ela faz uma careta e arruma as alças de seu vestido amarelo bufante. Sobre a guerra? Esta palavra me dá arrepios.

—Mais tarde vocês se falam.

—Tudo bem.

Suspiro. Melhor assim, pelo menos terei mais tempo para pensar.

—Mas o que quer tanto falar com seu pai?

—Nada demais mãe.

Ela ergue uma sobrancelha e se senta ao meu lado.

—Não aborreça seu pai por qualquer coisa querida. Você sabe que seu pai não tem muita paciência com coisas...

—Não é nada demais mamãe, não se preocupe.

Ela assente e se levanta de minha cama.

—Quer ajuda para vestir-se?

—Não, eu já consigo me vestir sozinha.

—Oh, minha pequena cresceu!

Ela limpa uma falsa lágrima e sai do meu quarto fechando a porta. Levanto-me de minha cama e vou ao banheiro fazer minhas higienes matinais. Escolho um vestido azul marinho de meu armário e o coloco com certa dificuldade. Talvez aceitar a ajuda da minha mãe fosse melhor.

Depois de devidamente arrumada e penteada. Desço as escadas e encontro minha mãe e irmão à mesa tomando café da manhã.

—Pensei que você ia ficar hibernando até o inverno na sua cama.

Diz meu querido irmão assim que me sento.

—Não sou eu que tenho fama de dormir o dia todo, zé preguiça!

—Parem os dois de trocarem farpas! A hora de comer é sagrada.

—Desculpe mãe.

Respondo. Meu irmão apenas revira os olhos e pega uma fatia exagerada de bolo e coloca em seu prato. Eu pego um pouco de chá e um pão de ló, já que não sinto muita fome pela manhã.

Acabo de comer e vou até o jardim tomar ar puro. Sento-me em um banco em frente às roseiras de minha mãe. Colho uma com certa dificuldade por causa de seus espinhos. Aspiro seu doce perfume. Tão delicada, tão bela, tão cheirosa, mas tão cheia de espinhos. Minha vida é assim um mar de rosas, mas junto com a beleza das pétalas vem à dor dos espinhos.

Largo a flor em cima do banco e tomo algumas lufadas de ar antes de tomar coragem de ir falar com meu pai. Será agora ou nunca será. Levanto-me e adentro em minha casa indo em direção ao enorme escritório de meu pai. Bato duas vezes à porta.

—Entre!

Escuto ele gritar de má vontade. Abro a porta e coloco minha cabeça para dentro. Avisto meu pai sentado em sua mesa de mogno,concentrado em ler um papel pardo em sua mão.Da ultima vez que entrei neste lugar ainda engatinhava.

—Papai? Posso conversar com o senhor um momento?

—Sim, mas seja rápida.

Ele fala sem desgrudar os olhos de seus papéis. Eu entro fechando a porta e me sento na poltrona a sua frente, cruzando minhas mãos nervosas em meu colo.

—Como o senhor est...

—Vá direito ao assunto menina, eu não tenho tempo.

Mordo meu lábio inferior enquanto penso em como começar o assunto.

—Papai, é que eu preciso que o senhor me ajude em uma coisa.

—Sua mãe não pode?

Ele ralha. Eu sinto um pouco de raiva pelo jeito que ele me trata.

—Não papai, a mamãe não pode. Até porque é um assunto do seu trabalho.

Ele retira os olhos de sua papelada e me encara. Eu sinto um arrepio em minha coluna. Era melhor que ele continuasse não me encarando.

—Sobre meu trabalho?

—Sim.

—O que é?

— É que...O Cato...

Ele enruga a testa .Vejo em seus olhos o desentendimento, acho que ele não sabe quem é Cato.

—O irmão do Peeta.

Eu continuo e ele faz uma careta quando menciono Peeta.

—O que tem este moleque?

Desta vez eu é quem faço careta.

—Ele foi convocado para guerra papai.

—E o que eu tenho a ver com isso?

Chego mais perto dele e ponho uma de minhas mãos na mesa.

—Papai, você poderia fazer algo para que ele não fosse.

—Não sou eu quem cuida disso e mesmo se cuidasse não iria fazer nada...

Eu arregalo meus olhos e antes que eu forme uma palavra ele me interrompe.

—Mas, como você soube disso? Não esta se encontrando com esse moleque , está? Que eu saiba eu lhe proibi de andar com gente assim,não?

Engulo a vontade de responde-lo sobre sua petulância de chamar meu Peeta assim. E abaixo minha cabeça achando um modo de convence-lo a me ajudar.

—O ouvi dizer na escola. Ele me parecia desesperado papai, só pensei que pudéssemos ajudar.

—Não, não podemos ajudar! Talvez assim a família dele dê mais orgulho para a pátria já que o pai era um padeiro falido, que vendia de porta em porta, para alimentar a dezena de filhos que fez! Escória!

Escória? Eu não tinha a mínima ideia do que significava, mas algo me dizia que era ruim.

—A família dele não é nada disso papai! São pessoas boas e eles não merecem isso!

Digo em um tom ríspido e ele arranca seus óculos do rosto e os joga na mesa. Envergo-me para trás com certo medo.

—Abaixe o tom para se dirigir à mim!Não foi essa educação que lhe dei... Saia daqui antes que eu perca a cabeça e faça você engolir suas palavras com um bom castigo!

Ergo minha sobrancelha. Eu estraguei tudo!

—Mas papai...

—Se você me disser mais alguma coisa desse moleque, vou lhe proibir de sair de casa e nunca mais vai poder vê-lo!

Engulo meu choro e me levanto.

—Katniss?

Ele me chama antes que coloque a mão na maçaneta.

—Se eu souber que está se encontrando com esse garoto novamente eu mesmo vou até o quartel e mando esse moleque no lugar do irmão para a guerra.

Meu coração aperta dentro do peito. Só de imaginar Peeta na guerra, com risco de morte eminente me sinto sufocada. Não consigo me imaginar em um mundo onde ele não exista mais, eu morreria junto.

Mordo o lábio para segurar a onda de medo que subia-me pela garganta em forma de choro. Corro o mais rápido de sua saleta asquerosa, sem mesmo fechar a porta.Subo a escadaria e vou diretamente para meu quarto onde me jogo na cama deixando minhas lágrimas caírem de meus olhos.

Como eu fui burra e fraca! Eu perdi a unica chance de ajudar Peeta e agora tudo está arruinado.Seu irmão vai para a guerra e não há nada que possamos fazer.Pobre Cato! O que vai ser de sua família agora que ele se vai? É Cato quem os sustenta com seu trabalho de carteiro...E Peeta o que vai ser dele sem seu irmão? Os dois são como um só e separados não sei como sobreviveram.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Espero que sim!Comentem e me digam o que acharam.
Bjos e até o próximo.



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